A empresa Heron Interrnacional vendeu em 94 um andar na Rua Braamcamp à sociedade Stoldberg Investments, Ltd. por 56.000.000$00. A Stoldberg vendeu o andar em 98 à sr.ª D.ª Adelaide Monteiro, por 50.000.000$00. A procuradora da Stoldberg nos dois negócios foi a sr.ª Paula Ribeiro, sua directora e residente no Mónaco. A firma Stoldberg, porém, mantinha escritório no Chiado em 2006.
A escritura da venda de 98 foi feita no 21.º cartório de Lisboa e estava perdida havia tempo. Foi agora devolvida pela antiga notária, dr.ª Lídia Meneses, juntamente com vários documentos desaparecidos do cartório (v. Felícia Cabrita, «Antiga notária devolve documentos desaparecidos», Sol, 12/VI/2009). Do 2.º negócio, porém, havia cópias autenticadas compaginadas à primeira escritura de venda que se encontra no 2.º cartório de Lisboa.
Além da história do andar da sr.ª D.ª Adelaide Monteiro, o Sol dá notícia doutras curiosidades como: donde é natural a srª Paula Ribeiro, com que idade foi para o Mónaco, com quem vive, e com que frequência telefona à mãe; que a sr.ª notária Lídia Meneses foi condenada em 2006 por falsificação de documentos num processo 'Dantas da Cunha' juntamente com o dr. Vale e Azevedo; que o dr. Vale e Azevedo também comprou um andar no edifício Heron da Rua Castilho; que a sr.ª D.ª Adelaide Monteiro é mãe do sr. primeiro ministro (cf. Felícia Cabrita, «Os documentos do Heron foram recuperados», Sol, n.º 144, 12/6/2009).
Prédio, ornamentos vários, polícia sinaleiro, Rua Braamcamp, 1969.
Artur Inácio Bastos, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Não foi esta no Sol, foi num canal de notícias da televisão; em reportagem sobre qualquer coisa como o futebolista Ronaldo ter caído da cama em menino e ter batido com a cabeça no penico ou algo assim, estava um repórter ontem à noite em directo de Alcochete dizendo que a família do jogador fora jantar àquela vila. O pé-de-microfone, sempre em directo, conseguiu o valoroso feito de entrevistar sobre o assunto um jogador da bola qualquer que andava por ali.
Bacio do Ano Zero.
(Remissões para o Sol repostas em 26/VIII/15.)
Sobre os auspiciosos enlaces da abrilada com o dia de Camões, o discurso de sastifação que faltou no presente 10 de Junho.
(Manuel Santos Carvalho, Canção de Lisboa. Cottinelli Telmo, 1933.)
" Esta manhã, em Santarém, o Chefe de Estado destacou o papel da «Escola Prática de Cavalaria e do jovem militar Salgueiro Maia que, em Abril de 2004 [sic], daqui saiu e marchou para Lisboa em nome dos ideais da democracia»."
Portugal Diário, 10/6/2009 (o sublinhado e a "democracia" com letra miníscula são da própria notícia).
Os agentes de vendas da J.P. Sá Couto investem em novo negócio.
(Anúncios no jornal Metro e na 2ª circular.)
O azulão berrante com que a R.T.P. transvestiu o claustro dos Jerónimos é a representação mais acabada do actual equívoco europeu. O mosteiro dos Jerónimos exibe a carga simbólica mais rica e esplendorosa da monarquia portuguesa, de Portugal, portanto. Foi o legado da cultura e a identidade das pátrias europeias que determinou (e deveria determinar) por definição a Europa. Ao invés, esta federação ISO 9000 que por aí anda mais não faz que albardar as pátrias com o azulão estrelado (v. as matrículas dos carros). A R.T.P. fez-nos o favor ontem de ofuscar os Jerónimos com os holofotes estridentes desta espécie de civilização de esferovite e cartão prensado. Eis o equívoco. Em vez de culminar cultural e civilizacional das matrizes pátrias, a Europa faz-se por aí agora com iluminados que estabelecem o padrão da curvatura dos pepinos à venda na praça. Uma ridicularia civilizacional absolutamente sem nível para os Jerónimos.
(Imagem da R.T.P.)
Christopher Cross - Sailing
(1980)
O edifício «Franjinhas» foi prémio Valmor em 1971. Tem melhor ar nesta imagem que na realidade — confirme o benévolo leitor por si quando passar no local; é no cruzamento com a Rua Castilho. O estilo do «Franjinhas» é tão calhado às avenidas do tempo de Ressano Garcia e de Rosa Araújo quanto a sua arquitectura é talhada no espírito do prémio Valmor: «um prémio que será anualmente dado em partes iguais ao proprietário e ao arquitecto do mais belo prédio ou casa edificados em Lisboa, com a condição porém de que essa casa nova, ou restauração de edifício velho, tenha um estilo arquitectónico clássico, grego ou romano, romão gótico, ou da renascença ou algum tipo artístico português […]» Talvez seja dalgum tipo artístico português… importado. | |
Edifício "Franjinhas". Prémio Valmor de 1971, Lisboa, 1969. |
Logo antes na mesma rua, na esquina com a Rua Mouzinho da Silveira, com lampiões de pé e a rua ainda em construção. Um postal ilustrado de como foi (e poderia ser) a Lisboa da Belle Époque. Foi demolido em 1950-52. |
Posssiblidade de assistir ao solene render da guarda em cada 3º domingo do mês.
(Projecto do novo museu dos coches, R. da Junqueira / Pr. Afonso de Albuquerque, in Cidadania Lx.)
Rua Braamcamp, Lisboa, [s.d.].
Fotografia: Estúdio de Mário de Novaes (1933-1983), in Biblioteca de Arte da F.C.G..
(Carta de Pero Vaz de Caminha, fl. 1, in Mª Clara Paixão de Sousa, Curso de Filologia Portuguesa, U.S.P. )
Um locutor da rádio referiu-se ao Brasil esta manhã, a propósito nem sei bem de quê, como um grande lugar de ‘consumidores de lusofonia’. O paradigma mercantil subjacente já nem me merece reparo, todo o linguarejar da imprensa afunila para aí. O idioma pátrio, bem parece, conta só como qualquer outra mercadoria, necessariamente fashion e orientada para o cliente, com que alguém se há-de encher.
Porém nesta agora, o facto mais notório (e o jornalista deve ser surdo) é que, em rigor, a fonia lusa é bem pouco ‘consumida’ no Brasil. Chega a ser ininteligível lá. Nos termos propostos (e dando barato que ‘consumir lusofonia’ valha por ‘falar português’ ) o que se lá mais se ‘consome’ é sotaque. Mas torna-se claro pelo crescente gorgolejar bárbaro temperado com algum crioulo de semântica levemente a propósito, lá e cá trabalha-se valentemente para dar sumiço ao idioma. Con‑sumidores, portanto.
O jornalista Osório há pedaço, com aquele pisar e repisar de admiração no estilo "como é possível?!..." disfarçou mal o desconsolo com a desvantagem da esquerda caviar em relação à ortodoxa. Ou será impressão minha? Afinal a mesma diferença na sondagem entre o P.S. e o P.S.D., começou ele por dizer, era empate técnico.
Rua Braamcamp, Lisboa, [antes do Castil e do Franjinhas].
Fotografia: Estúdio de Mário de Novaes (1933-1983), in Biblioteca de Arte da F.C.G..
Nos termos do nº 5 do art. 166º da Constituição, um lustroso naco da prosa doutrinária do serviço público de excelência.
(Diário da República, 1.ª série - N.º 104 - 29 de Maio de 2009, pela via do Portugal dos Pequeninos e do eco do Estado Sentido.)
O título do verbete anterior poderia ser H1N1 ou o nome doutro papão qualquer, mas já é tarde para o mudar.
Desde o Ano Internacional da Criança passaram 30 anos. A minha aventura ao Jardim Zoológico nesse longínquo dia também já contei faz tempo. Quando a quis ilustrar aqui lembrei-me do gracioso cartaz que Maria Keil fez para a ocasião. Passados, pois, estes anos todos, poucas crianças de então se hão-de ainda lembrar. Também é natural: o tempo apaga estas memórias e a estética levou já muita volta...
Agora, ao voltar o dia, ainda o cá deixo, pois era o que havia eu cá de ter posto em lugar da horrível macaquice da C.G.D..
As crianças que forem à página electrónica da Caixa Geral de Depósitos são recebidas por esta lindeza. Os adultos também. Demora 20 segundos.
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