No tempo das férias grandes as tardes de Verão eram a perder de vista. Muitas vezes a lazeira do calor não dava para nada de jeito. Do meio da pandilha pasmada contra a sombra dos prédios punha-se então um mais vivaço armando aos cucos:
- Oito e sete são catorze ou quatorze (entoado qu-atorze)?
Lá de vez em quando a aritmética dalgum ingénuo atirava de ouvido à sorte:
- São... catorze.
Vinha daí logo um calduço do vivaço, mais dos outros à boleia, com sentença estridente gritada por todos:
- Que grande burro! OITO E SETE SÃO QUINZE!
Crianças pobres, Portugal, [s.d.].
Fotografia: Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Recuando um tanto.
Lisboa que abranda, Lisboa, 2009 (?).
Por Jansenista, n' O Jansenista.
2192 Dias que Voam.
(Nunca cheguei a agradecer estas, pois não? Esta minha desatenção...)
Fotografias: Helga Glassner, 1942.
Por Dona T., nos Dias que Voam.
A esperteza em sendo subtil é inteligência. Em sendo descarada é saloia. O escritor Saramago disse há dias que o presidente da Madeira é muito esperto. Eu às vezes também calho ser esperto...
Esta é, ainda sem obras, a casa que o Brás de Albuquerque mandou fazer para o escritor Saramago apoiar o candidato Costa à C.M.L..
Casa dos Bicos, Lisboa, [s.d.].
Fotografia: Estúdio de Mário de Novaes (1933-1983), in Biblioteca de Arte da F.C.G..
Do jardim de Amália Rodrigues, Lisboa, 2009 (?).
Por Luísa, no blogo Nocturno.
As grades de cerveja ficaram mais atrás...
(Imagem em leilão...)
Passei nesta esquina e dei-me conta que estavam a demolir (calhando era a desconstruir) a fábrica da Portugália. A notícia não é nova, mas só agora vejo...
As cervejas têm (tiveram) uma certa tradição em Arroios. A Portugália é de 1913 e ainda foi contemporânea da fábrica das Cervejas Leão que se instalou em 1878 na Rua de Arroios em chão outroura da quinta dos condes de São Miguel (esquina com a Rua Fr. Francisco Foreiro). Laborou até 1916. Esta agora, dita Portugália (na verdade da Centralcer), não sei quando parou a laboração. Arroios já não está para indústrias nem para tradições. Mas quando ainda estava tenho ideia do pai do Luís Caruga se lá abastecer de Cergais, às grades, já não sei se com uns tiquês da Lisnave. Coisa para aí em 74/75... - Calhando não. Também pouco importa.
Importa é que a tradição vai ser 220 fogos e garage para mais de 540 automóveis. Mais o centro comercial decadente ao Sul do quarteirão, que parece, esse sim, ser vera tradição para guardar de deitar abaixo.
Tudo junto (vizinhos, estacionamento, centro comercial...), há-de o benévolo leitor concordar, é potencial para tremoços e talvez algumas Cergais. Assim haja fábrica algures que as fabrique.
Rua António Pedro, Lisboa, [s.d.].
Arnaldo Madureira, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Ajeitado a ¼ para as 9h00 da noite.
Passando regularmente em frente à estação de Benfica dei conta há meses duma obra de ajardinamento da placa central da Rua da Venezuela (ler sobre o arranjo). A empreitada foi grande e até alcatroaram a rua. Pois continuando a lá passar apercebi-me que o jardim, em acabado o arranjo, definhava desprezado (ler do desarranjo).
Passando no Campo Grande vi nestes dias um anúncio de 'obra a obra...' nas piscinas, fechadas há anos, tal como as dos Olivais e do Areeiro...
A Câmara não usa como método cuidar de nada nesta cidade; quando o património está deploravelmente arruinado aplica-se a metodologia (espécie abstracta de método mas com muita mais ciência) da 'reabilitação' ou da 'requalificação'. Em termos de obra fica no fim a coisa como nova; ao depois deixa-se ao Deus dará até cair em ruínas novamente. Em termos de preço não sei se é melhor cuidar com método, se pagar metodologias. Lá que estas últimas dão melhor propaganda, dão.
Inauguração da piscina do Campo Grande, Lisboa, 1964.
Armando Serôdio, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
É um ciclo. Como as eleições de 4 em 4 anos. Ou como o mar que vai e vem. Enquanto isso...
Há dias partilhei aqui um olhar ao Sul desde as traseiras da estação de serviço de Palmela. Para a estação de serviço, ela mesma - é curioso - não cuidei de olhar. Nem lhe imagino agora a fisionomia. Talvez seja mal da minha atenção. Ou talvez a aparência das modernas estações de serviço tenha perdido algum encanto. A Dona T. dos Dias que Voam dá-nos bons termos de comparação...
Estação de serviço da Mobil, Vila Franca de Xira, 1958.
(Por Dona T., nos Dias que Voam.)
A designação "estação de serviço" também parece cair em desuso. Ele há "as bombas", mas para as auto-estradas "área de serviço" é bem mais moderno de se dizer.
Véspera de Lua cheia, Algarve, 2009.
Praia da Falésia, Algarve, 2009.
Adenda: fotografias tiradas em 5/7/2009.
As cantigas da nossa juventude têm certa aura... - não sei se é assim com outras pessoas. A deste Blue Hotel liga-se com outras deste cantor (Wicked Game, Can't Do A Thing To Stop Me) e algumas outras que cá no íntimo associei à vivência do Algarve, intensa, em Verões há muitos anos. Há vagas sensações de descoberta embaladas nesses acordes; de bem-estar, mas que tornam agora, passados anos, já difusas, brandas, arredias, como se fossem água por entre os dedos... - Ou como uma brisa leve na pele, que também se não pode aprisionar, mas que sempre é mais agradável de pensar e disfarça um tanto a sensação de perda. Passados, pois, todos estes anos é assim que deve ser. Assim é que está bem e assim se deve deixar estar... - Amadurece-se, pois!...
Este verbete estou a redigi-lo em 14 de Dezembro de 2008 à uma e meia da tarde - fora de época própria, cá no meu conceito. Trato aqui de sensações de Verão que transbordaram do teledisco. - Deixo-o, por conseguinte - deslocada que é a época em que escrevo - em piloto automático para publicar-se ao depois por si numa data em que conto estar de férias... no Algarve. Certas coisas tem o seu tempo e o seu lugar certo. Este verbete é de tempo de praia. Fica assim para depois...
Chris Isaak, Blue Hotel
Só para relembrar Manuel dos Santos, não julgueis...
Lisboa, terra que me encanta
Terra das cantigas, e dos arraiais
Lisboa, onde tudo canta
Desde as raparigas, até aos pardais...
O dr. Santana continua vivaço. Vi-o há pedaço procurando capitalizar o desagrado que se pressente na gente com a desgraça do Terreiro do Paço. Mas pobre Lisboa! Entre o fado danado de ter um magnífico terreiro do Poder malbaratado às farturas (fartura dalguns) e o delírio da hotelaria a cavalo nas arcadas venha o turista e escolha. Eu, que moro cá, é que já não vou em cantigas...
A Canção de Lisboa, Cottinelli Telmo
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