«O sr. D. Carlos tambem hontem não assistiu á tourada no Campo Pequeno. (Dos jornaes). |
— Está aqui tudo? Brito Camacho, Ao de Leve, Guimarães, Lisboa, 1913, pp. 60-62.
Fotografia: A.N.T.T., O Século, Joshua Benoliel, lt. 09, cx. 04, neg. 10. |
(Dos jornaes). |
— Muito interessante a festa, não é verdade? Brito Camacho, Ao de Leve, Guimarães, Lisboa, 1913, pp. 63-65.
Fotografia: A.N.T.T., O Século, Joshua Benoliel, lt. 8, cx. 10, neg. 4. |
« O governo resolveu supprimir todas as gratificações por serviços extraordinarios. (Dos jornaes). |
Iam alli implorar a protecção de S. Ex.ª. Brito Camacho, Ao de Leve, Guimarães, Lisboa, 1913, pp. 84-88. |
Até aqui era mal de ouvido. A gente queixava-se da asneira, bradava sonoramente contra o engano e parecia tudo surdo. Depois agora, com a «promiscuidade gráfica a campear», como tão apropriadamente diz o meu correspondente que em boa hora me enviou esta imagem, parece que alguns começam a ver a asneirada cacográfica com que apedrejaram a nação que os elege. Por certo foram a alguma loja do Grupótico à procura de óculos com que pudessem ler a vergonha gráfica dos diários da Assembleia e da República e vai daí, ledo engano, saiu-lhes uma prótese auditiva. — Olha! Melhoraram das otites; soa que alguns do meio do Atlântico já ouvem, finalmemte, as consoantes «mudas».
Os deputados do P.S.D./Açores na Assembleia da República pretendem saber se o Acordo Ortográfico vai ser suspenso em Portugal.
Num documento remetido ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, os deputados Mota Amaral, Joaquim Ponte e Lídia Bulcão referem que «agora que a aplicação do Acordo Ortográfico se tornou obrigatória nos documentos oficiais, vai surgindo com evidência o empobrecimento da língua portuguesa dele decorrente» [...]
(in Diário Insular, 28/1/2012, apud I.L.C.A.O.. Sublinhado meu.)
Fotografia gentilmente cedida pelo sr. Alves Pereira.
Um pai está a tentar impedir que a filha de oito anos aprenda Português com as novas regras do Acordo Ortográfico (A.O.). «Já falei com o professor e expliquei à directora que não aceito que ela seja ensinada assim», explicou ao SOL José Manuel Bom, que acredita que o A.O. não está em vigor. «Nada revogou o decreto-lei de 1945 que define as regras da ortografia que usamos», defende o consultor, que ainda não obteve da escola qualquer reacção. «Até ao momento, ainda não tive resposta». De resto, o SOL tentou também sem sucesso ter uma resposta do Agrupamento de Escolas Eugénio dos Santos, em Lisboa, que não fez qualquer comentário.
José Manuel Bom acredita, contudo, que não está sozinho. «Há na internet vários pais que anunciam em blogues que não querem os filhos a aprender regras absurdas», conta o encarregado de educação que se queixa de não perceber a forma como a filha pronuncia as palavras escritas com a nova ortografia. «Há palavras que ficam irreconhecíveis. Por exemplo: deixa de haver uma maneira de diferenciar para’ e ‘pára’, porque o acento do verbo desaparece».
Já a resistência por parte dos professores pode ser muito mais difícil. «Têm-me chegado denúncias de professores que anunciaram que não iriam aplicar o Acordo e que, por isso, começaram a ter as piores turmas e os piores horários e a ser alvo de verdadeiras perseguições por parte das direcções», revela João Pedro Graça.
O Ministério da Educação e Ciência (M.E.C.) assegura, contudo, não ter conhecimento de qualquer situação em que pais se estejam a recusar a que os filhos estudem com a nova ortografia.
Margarida Davim, «Resistentes ao acordo ortográfico», Sol, 27/1/2012, apud I.L.C.A.O..
width=100>Acabei de remeter ao gabinete do Exmo. Sr. Ministro Crato um recado com esta notícia. Para já, o Ministério da Educação não pode continuar a assegurar não ter conhecimento de qualquer situação em que pais se estejam a recusar a que os filhos estudem com a nova ortografia. Depois exorto todos os Pais e Encarregados de Educação a reclamarem directamente a S. Exc.ª o Sr. Ministro Crato para que ele aja, como é de seu dever.
(Prima na imagem. RECLAME!)
Prezados srs.,
Recebi V/ carta de 23/1/2012 sobre seguros de vida. Extensa, e redigida nessa grafia manhosa que o Conselho de Ministros e a Assembleia agora recomendam por meio de duas resoluções. Ora nenhuma resolução do governo ou da Assembleia se sobrepõe legalmente a decretos-lei em vigor, logo a ortografia portuguesa não pode deixar de ser a do Decreto n.º 35.228 de 8/12/1945, com as alterações do D.L. 32/73 de 6/2 (*).
Exposto isto, acrescento-vos: nada do que me chegue redigido nessa cacografia crioula que pretendeis crismar como português me é legível. Tropeço nos erros e um asco incontrolável tolhe-me toda a leitura. Por conseguinte não me escrevais mais desta maneira ou vereis rejeitada a v/ correspondência.
Cumpts.
[Cliente muito bem identificado]
De: CGD Espaço Cliente
[cgd.espaco.cliente@cgd.pt]
Enviado: sábado, 28 de Janeiro de 2012 12h54
Para: [Cliente muito bem identificado]
Assunto: Reclamação - 01912002578
Exmo(a) Senhor(a) [Cliente muito bem identificado],
As exposições dos nossos Clientes merecem-nos toda a atenção e são entendidas como um meio privilegiado para identificar oportunidades de melhoria que permitam aumentar a qualidade do serviço prestado pela Caixa. Neste contexto, agradecemos o seu contacto, registado com o número - 01912002578, a que responderemos com a maior brevidade. Esta referência pode ser utilizada em futuros contactos.
Com os melhores cumprimentos,
Gabinete de Apoio ao Cliente
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Caixa Geral de Depósitos
Jornal da Noite, S.I.C., 27/1/2012.
Via mural de «'Tá bonito» no livro das fuças.
O mecânico Lobato põe em movimento a hélice do avião n.º 30.
O mecânico Lobato, [Vila Nova da Rainha?], 1934.
A.N.T.T., Arquivo do Jornal O Século, ref.ª PT/TT/EPJS/SF/001-001/0031/2247I.
(Destak, 26/I/2012)
« Os criticos intelligentes que accusaram O CRIME DO PADRE AMARO de ser apenas uma imitação da FAUTE DE L'ABBÉ MOURET não tinham infelizmente lido o romance maravilhoso do snr. Zola que foi talvez a origem de toda a sua gloria. A semelhança casual dos dois titulos induziu-os em erro.
Com conhecimento dos dois livros, só uma obtusidade cornea ou má fé cynica poderia assemelhar esta bella allegoria idyllica, a que está misturado o pathetico drama d'uma alma mystica, ao O CRIME DO PADRE AMARO que, como podem vêr n'este novo trabalho, é apenas, no fundo, uma intriga de clerigos e de beatas tramada e murmurada á sombra d'uma velha Sé de provincia portugueza.
Aproveito este momento para agradecer á Critica do Brazil e de Portugal a attenção que ella tem dado aos meus trabalhos.
Bristol, 1 de janeiro de 1880.
Eça de Queiroz
(Nota da 2.ª edição)
Eça de Queiroz, Crime do Padre Amaro (Scenas da Vida Devota), 4.ª ed., Porto, Livraria Chardron, 1901.
Isto a propósito de algumas bojardas...
Há uma reforma ortográfica que é a da «mãi» (Portaria 7:117, Diário do Govêrno n.º 126/31, I.ª Série, de 27 de Maio — cf. § 5.º). Para irmos ao encontro do Brasil...
Quem leia de Machado de Assis as «Histórias Sem Data» (Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1884) encontra lá quási um quarteirão de «mãis», dois pares e meio de «mamãis» mais ou menos bradadas (— «Mamãi, mamãi», bradou Ernestina entrando na saleta) e, para compor, meia dúzia de «mães».
Ontem entrevi a «boa Mãi» de José de Alencar quando lia «Como e porque sou um romancista» (Rio de Janeiro, B. Leuzinger & Filhos, 1893); a boa senhora «assistia ao preparo de chocolate com bolinholos, que era costume offerecer aos convidados por volta de nove horas» — vem a pp. 18 e merece o episódio relatado um aparte, tem graça e valor histórico.
« Uma noite por semana, entravam mysteriosamente em nossa casa os altos personagens filiados ao Club Maiorista de que era pesidente o Conselheiro Antonio Carlos e Secretario o Senador Alencar.
Celebravam-se os serões em um aposento do fundo, fechando-se nessas occasiões a casa ás visitas habituaes, afim [sic] de que nem ellas nem os curiosos da rua suspeitassem do plano politico [antecipar a entrega do governo a D. Pedro II], vendo illuminada a sala da frente.
Em quanto deliberavam os membros do Club, minha boa Mãi, assistia ao preparo de chocolate com bolinholos, que era costume offerecer aos convidados por volta de nove horas, e eu, ao lado com impertinencias de filho querido, insistia por saber o que alli ia fazer aquella gente.
Conforme o humor em que estava, minha boa mãe ás vezes divertia-se logrando com historias a minha curiosidade infantil; outras deixava-me fallar ás paredes e não se distrahia de suas occupações de dona de casa.
Até que chegava a hora do chocolate. Vendo partir carregada de tantas gulosinas a bandeja que voltava completamente destroçada; eu que tinha os convidados na conta de cidadãos respeitaveis, preoccupados dos mais graves assumptos, indignava-me ante aquella devastação, e dizia com a mais profunda convicção:
— O que estes homens vem fazer aqui é regalarem-se de chocolate.»
Adiante. Tornando à «boa Mãi» de Alencar em menino, o seu humor parece que se reflecte também na escrita do autor: Mãi/mãe.
Com isto, não chegando a mães-de-santo nem nada que o valha, podia cuidar eu ainda assim, serem as «mãis» mais tropicais do que reinóis quando, já não sei por que estranho acaso, abri «O Crime do Padre Amaro» (4.ª ed., Lello, Porto, 1901) e li:
« — Adeus Ruça! estás magrinha: pega-te com a Senhora Mãi dos Homens.»
É na página 70.
Diogo Bernardes, Varias Rimas ao Bom Jesus, e á Virgem Gloriosa Sua Mãi.., Lisboa, 1770.
(Biblioteca Nacional de Lisboa http://purl.pt/181/3/)
O desembarque de caixotes com ouro destinado ao Banco de Portugal, Porto de Lisboa, 1937.
A.N.T.T., Dp6/Sl1/Arm1 (O Século, 31/3/1937).
John Williams & Orquestra da B.B.C., Concerto de Aranjuez (J. Rodrigo)
(2005)
Adega não leva acento. Não me lembro já em que livro (há-de ter sido naquela época em me deleitava a descobrir, fascinado, grafias antigas em velhos alfarrábios a que ia deitando a mão, coisa lá da segunda metade dos anos oitenta) aprendi que os antigos diziam adêga, tal como também diziam côche. Cousa de que os modernos já nesse tempo haviam perdida a noção... — Em boa verdade estas cousas não são tão lineares mas recorda-me de que eu e um camarada da demanda destas novidades antigas, naquele tempo, simplificávamos assim e orgulhávamo-nos de recuperar assim a esquecida prosódia, se possível a par duns quantos arcaísmos. Os antigos sabem sempre melhor, era a noção implícita que tínhamos, e corrigíamo-nos certas vezes quando o hábito de dizermos adéga e cóche aflorava naturalmente sobrepondo-se ao que descobríramos ser o melhor português. Erudito que nos ouvisse havia de ficar impressionado com tão ecléctico alardear de meros rapazolas. E os comuns só ganhavam em nos ouvir.
Esta vaidade imberbe havia de ter dado em vergonha mais tarde, quando ganhámos o hábito de veranear por Colares...
Adega Regional, Colares, 1937.
O Século (29/3/929), in A.N.T.T., PT/TT/EPJS/SF/001-001/0042/0395L.
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 — « É importantíssimo fazermos as reformas laborais que tróica determinou.»
Se não foi isto anda perto — o que o ministro (?) Álvaro disse na televisão.
 Tão desgraçada sujeição dum ministro de Portugal, fosse ele reflectido e houvesse um mínimo de brio, não na haveria nunca de revelar assim diante das câmaras. Agora, quando a esperteza nem para aprender a estar calado dá, imaginai só que trabalho acabará por produzir...
(Imagem do Álvaro a fazer de ministro na página da comissão liquidatária.)
Os prostitutos do idioma inventaram agora a «deslocalização de capitais». Dantes dizia-se fuga de capitais mas a chularia politicamente correcta deve andar a querer amaciar os desvios.
Cadeia do distrito de Colômbia, E.U.A., 1919.
Harris & Ewing, in Shorpy.
Até aqui os fumadores quedavam-se à porta como os cães. Agora quere-se que vão morrer longe.
Anúncio aos cigarros Camel na Times Square, Nova Iorque, 1943.
John Vachon, in Shorpy.
Cara [Correspondente],
Repare no texto (7.ª linha):
«[…] prostituição nas ruas realiza-se na terceira terça-feira de cada mês e tem encontro marcado às 10h30 no café A Brasileira.»
Ainda continuei a ler até às «arquiteturas» mas confesso que tais arqui-preeminências aliadas ao texto anterior me intimidaram um tanto.
De toda a forma obrigado pela agenda.
Cumpts.
[Do blogo Bic Laranja]
De: [Correspondente identificada]
Enviado: 13 de Janeiro de 2012 11:14
Assunto: Azulejos em Lisboa
(Agenda cultural da C.M.L., 13/I/12.)
Adamastor (O)
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