Ver imagens antigas de Lisboa nunca me cansa. Mas tantas tenho visto que poucas são já novidade para mim. Não obstante, dois colegas, ontem, telegrafaram-me uma remissão para meia centena delas que o Observador publicou há dias, de que não dera eu ainda notícia. Claro que os dois paràgrafozinhos que acompanham não valem nada como legenda — lugares-comuns Salazar, ditadura, Abril e colónias completamente a despropósito, chavões enjoativos de quem não nasceu ensinado e se há-de continuar instruir sem aprender porque, enfim, o progresso deu só nisto: a gèração mais doutrinada de sempre. Que nem a autoria das fotografias sabe mencionar...
Mas, voltando ao caso da Lisboa antiga e do prazer de a descobrir, por acaso há no lote uma que eu nunca vira, da Av. do Aeroporto acabadinha de rasgar a expensas da ancestral Estrada de Sacavém e só, ou ainda, com as velhas quintas arrabaldinas do lugar a adorná-la. Vejo a velha quinta da Fronteira (à esq.), ou o que sobrava dela, em chãos pouco mais ou menos a par da (hoje) Av. dos Estados Unidos; uns que estiveram por urbanizar até ao consulado do Santana Lopes na Câmara. Esta quinta da Fronteira era a que se seguia à famosa da Perna de Pau na Estrada de Sacavém e que se avista ao longe com seu alpendre de arcos em duas conhecidas fotografias de Paulo Guedes e de Alberto Carlos Lima que publiquei há 11 anos e três dias. Arcos sumidos em telheiro em 1938...
Mais adiante, à esquerda, também, outra casa branca, antiga: a Quinta de Santo António, que ainda hoje existe no n.º 81 da Av. do Aeroporto. À direita uma das primeiras (se não a primeira) vivenda da dita Av. do Aeroporto a ser edificada: o n.º 70.
Avenida do Aeroporto, Lisboa, c. 1944.
Eduardo Portugal (n/ ident.), in Observador.
Para completar este ramalhete proponho ao benévolo leitor uma vista tomada de lá para cá meia dúzia de anos antes, ainda a Estrada de Sacavém não fôra engolida. Avista-se o Casal Vistoso ao alto à esquerda, para referência do Areeiro.
Estrada de Sacavém entre a Quinta da Fronteira e a Az. da Feiteira, Areeiro, 1938.
Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
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