14 comentários:
De Blondewithaphd a 13 de Abril de 2011
O meu GRANDE problema é que, como não nasci a falar Português, não sei que raio de consoantes sejam mudas. Eu digo EgiPto mas parece que o "p" é mudo... Como é que a malta adivinha?
De Bic Laranja a 13 de Abril de 2011
Não há consoantes mudas nos grupos cç, ct, pç e pt, como se demonstra na prolação aberta das vogais |a|, |e| e |o| (cf. «Adoptar, verbo transitivo»). E no caso do "Egipto", a pronúncia do pê é oscilante conforma os falantes; por isso se manteve em 1945.
Cumpts.
De Bic Laranja a 13 de Abril de 2011
"...oscilante, conforme os falantes", digo.
De [s.n.] a 13 de Abril de 2011
E casos como é que encaixa nisso casos como 'actuação' ou 'actual'?
De Bic Laranja a 13 de Abril de 2011
Se mesmo com a consoante etimológica o fenómeno de fecho da vogal se deu nesses casos, imagine sem consoantes etimológicas:
â-ção, adutar, adução, â-tor, dir'ção, corr'ção, corrêto, dirêto, dir'tor, ô-timizar/utimizar...
Cumpts.
De JPG a 13 de Abril de 2011
«Pois com uma proposta de Lei concreta já redigida, com recolha de assinaturas em curso para aquela ser submetida à votação da Assembleia e o que temos é isto: uma imprensa de Bicharas e Malakas.»

Informação complementar: logo após o lançamento da iniciativa, enquanto ela estava apenas no plano das intenções, houve alguma cobertura mediática (SICN, TSF, Público, RCP, etc.) [ver em http://ilcao.cedilha.net/?cat=6&paged=2]

Porém, assim que a campanha passou da teoria à prática, isto é, desde que foi publicado o texto e se iniciou a recolha de assinaturas (08.04.10, http://ilcao.cedilha.net/?p=1342) nunca mais houve a mais ínfima referência à ILC em qualquer OCS (à excepção do Jornal da Madeira e sempre pela mesma pessoa).

Inclusivamente, uma reportagem da RTP sobre o tema, que ficou pronta em Julho para ser emitida no prazo de "uma semana", nunca chegou a ir para o ar.

Claro que se pode - ao menos por desfastio - debater os aspectos técnicos do AO90. Na minha humilde opinião, a cortina de silêncio que se abateu sobre a ILC e sobre a contestação ao "acordo" em geral é prova mais do que suficiente de que esta coisa não tem nada de ortográfico e tem tudo de político.

QED.
De Carlos Portugal a 14 de Abril de 2011
Caro JPG:

... E muito de imposição ditatorial, à moda das repúblicas das bananas. Tipo «come e cala»...

Creio que não se vai lá com assinaturas, mas com o desrespeito frontal e constante desta anormalidade - ou seja, a «resistência civil» consagrada na Constituição.

Cumprimentos.
De JPG a 14 de Abril de 2011
Caro Carlos Portugal,

Muito se tem dito sobre e muitos têm até apelado à "resistência civil" de que fala.

Pois bem, se me permite, devo dizer que em toda a linha, não quanto ao espírito mas quanto à substância dessa atitude.

Como se pode exercer essa resistência quando ela nos entra pelos olhos dentro? Como se pode resistir a ler um jornal, um livro ou as legendas de um filme, por exemplo, quando tudo isso está já contaminado, estropiado, destruído pelo AO90?

Como pode um aluno, um professor, um funcionário público "desrespeitar frontalmente" ou resistir civilmente aos manuais, compêndios, dicionários, gramáticas, ofícios, regulamentos, cartazes e impressos com os quais necessária e forçosamente todos têm de trabalhar, estando já todos aqueles calhamaços e demais papelada legalmente "adotados"?

Na minha opinião, foi precisamente a passividade da esmagadora maioria dos portugueses em relação ao "acordo" - passividade essa agravada pelo conforto moral que representa a ideia de "resistência civil" - que nos trouxe até aqui, ou seja, estando o AO90 em vigor.

Se "não se vai lá" com assinaturas, segundo a sua opinião, que é pelo menos tão discutível quanto a minha, então com essa da "resistência civil" é que não se irá com toda a certeza a lado nenhum. Até porque foi com a dita e por causa dela que chegámos aqui, a isto.

De JPG a 14 de Abril de 2011
onde se lê «devo dizer que em toda a linha» leia-se «devo dizer que discordo em toda a linha»
De Carlos Portugal a 14 de Abril de 2011
Caro JPG:

A resistência civil que cito é operada a vários níveis. Como lhe digo, já não estamos - há muito - num Estado de Direito, mas numa selvajaria que dizem «democrática», selvajaria essa que já tem «protocolos» de imunidade a manifestações, abaixo-assinados e greves. Também a acções violentas isoladas. Portanto, nada destes processos funcionam.

Eu nunca me deixei influenciar - tal como o Caro Bic - pelas histórias do «Tio Patinhas» em brasileiro da nossa infância, ou dos super-heróis importados do Tio Sam com «traduções» cariocas.

Assim, como me recuso a ver o lixo televisivo (não há nele qualquer informação válida, mas sim o contrário) ou a ler jornais - as «notícias» são em todas idênticas, até à vírgula, mastigadas pela mesma boca censória e castrante - e tenho, graças a Deus uma biblioteca com mais de uma dezena de milhar de volumes, cujas edições em Português são todas anteriores ao aborto ortográfico, não me parece que venha alguma vez a ceder à iletracia galopante dos «powers that be»...

Quanto a livros impressos na novilíngua da favela, a grande maioria não tem qualquer interesse e o meu domínio de cinco línguas permite-me uma grande escolha em originais e traduções não abrasileiradas.

Quanto aos meus filhos, já estão devida e entusiasticamente sensibilizados para o problema, com a rejeição absoluta nas escolas da borrada institucional. A maior parte dos professores aprova a atitude e conta como correcta a grafia Portuguesa deles.

Aliás, não foi preciso muito para os convencer, pois rejeitam natural e praticamente tudo o que advém destes modernos bárbaros da política e dos globalismos.

Se mais pessoas o fizerem - e ridicularizarem abertamente a aberração - haverá pelo menos grande parte de uma geração salva deste «apagamento» neurolinguístico que lhes querem impor.

Cumprimentos.
De Bic Laranja a 14 de Abril de 2011
O caso tem duas vertentes: uma individual e outra institucional. As pessoas, já todos vimos qual a reacção. Institucionalmente o que vemos é o oposto. Desgraçadamente as instituições/corporações sobrepõem-se à vontade individual dos que as compõem.
Falam de democracia e a resposta que sai é corporativismo.
Cumpts.
De Carlos Portugal a 14 de Abril de 2011
Corporativismo, Caro Bic? Tomáramos nós! Trata-se é de uma ditadurazeca bacoca à Zimbabwe, com tiques estalinistas insuportáveis, como os mais que óbvios no último aborto-Censo 2011... E a estes há que enfrentá-los sem temor, animados da nossa Fé interior, na tradição do Bom Combate (pode parecer ilusão lendária mas não é).

Cumprimentos.
De Bic Laranja a 14 de Abril de 2011
Já não há desse. Mas corporativismo é, à «amaricana»; chamam-lhe «lobbies» mas com esse pico a azedo do caciquismo que diz. Bem vê, isto cá não é a América, é só um lugarejo com Sol e campos de golfe. O Sol é mérito dos que jogam o golfe, claro.
Cumpts.
De Carlos Portugal a 14 de Abril de 2011
Sorriso... amargo. É bem verdade, Caro Bic, infelizmente.

Cumprimentos.

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