Quando ouvi à uma da tarde, no noticiário, que o primeiro ministro dissera que não devia Portugal aceitar o perdão da dívida admirei-me. Cuidei que o dissesse pelo sentido recto do dever que manda a qualquer pessoa séria honrar o pagamento da' suas dívidas. Daqui a minha admiração; não tinha o primeiro ministro nesta conta. Afinal não tinha e fazia bem. Quando me afloravam já engulhos de consciência ao espírito por mal julgar a dignidade do primeiro ministro esclareceu-me ele puerilmente como encara a coisa: «quando se fala em perdão de dívida para [a] alguém, isso significa que os credores perderam a esperança de receber o que emprestaram. E enquanto tiverem memória não emprestam nem mais um euro durante muitos anos [tendo o caloteiro de sofrer como castigo] níveis de austeridade absolutamente incomparáveis e brutais».
Se não fosse o chicote e a memória de elefante de prestamistas, portanto, tínhamos aí um belo dum caloteiro.
Meio tostão, 1918.
(Imagem em Numisgaia.)
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