Bloco das Águas Livres, Lisboa, 1959.
Architectos: Nuno Teotónio Pereira, Bartolomeu da Costa Cabral; prémio da I.ª Exp. Gulbenkian, 1955. Photographia: Fernando Manuel de Jesus Matias, in archivo photographico da C.M.L.
Do substantivo bloco para designar o que se rotula Arte, aos prèmiozinhos e prèmiozões que o corroboram, há todo um sentido do Belo, assaz insensato incensado, que emana não sei donde e resvala para não sei quê. E nós dele con... vencidos.
Deixá-lo!
De
zazie a 21 de Janeiro de 2016
Completamente de acordo.
Há gostos em arquitectura que nunca entendi, ainda que perceba que algumas obras têm qualidade independentemente de não me agradarem.
A arquitectura é das coisas que mais me toca mas praticamente só até à arte deco. A partir daí, passo.
De Zephyrus a 21 de Janeiro de 2016
E com os jardins passa-se o mesmo. Hoje em dia ninguém faz nada como um Botânico de Coimbra ou do Porto.
De
zazie a 21 de Janeiro de 2016
Pode crer. Eu sou completamente apanhada por jardins e até acho que gosto de Inglaterra por isso mesmo. Esses preservam-nos.
O gosto entende-se. A falta dele é que faz espécie. Foi por onde que enveredámos depois «Português Suave». Cada vez pior, cada vez mais aberrante.
Cumpts.
Depois do «Português Suave», digo. Desgraçada pressa.
De
zazie a 21 de Janeiro de 2016
A culpa foi do Loos. Tenho para mim que desde aí ficou tudo cúbico ou quadrado e a querer parecer caixas em vez de prédios ou riscos em vez de pinturas.
(mas isto fica aqui no anonimato, porque não posso dizer estas coisas)
Já vamos só na forma pela forma. Na falta de ornamento (e de engenho para o fazer) chegámos ao absurdo da forma aberrante ser todo o ornamento.
A falta de engenho para desenhar, p. ex., é mascarada cedo pela «Educação Visual» (ensinar a ver) quando o fundamental seria ensinar a DESENHAR.
O mundo perdeu o senso.
Cumpts.
De
zazie a 23 de Janeiro de 2016
E depois acontece algo muito engraçado- só na BD e na Ilustração é que se tem aprender a desenhar mas esses ficam como artistas de 2ª.
ehehehe
De Zephyrus a 21 de Janeiro de 2016
Penso exactamente o mesmo que a Zazie. E não é só a arquitectura. É a decoração dos interiores ou o tipo de jardins. A partir da art deco, morre tudo. Aliás, já nem se fazem jardins com árvores. Agora é moda cortar as copas e pôr pavimento.
Tem sido moda. Dos planos que soam para a 2.ª circular em Lisboa a moda cambiou em plantar árvores em cimento. À viva fôrça!
Cheira-me que é conforme as parcerias público (cliente) privadas (fornecedor) mais a jeito... Isto de desatar de repente (em 2014) a mutilar o arvoredo em Lisboa e o surgir intempestivo dum fenomenal plano de plantar árvores em tão inesperada via há-de água no bico.
Cumpts.
De ASeve a 21 de Janeiro de 2016
Embora desfasado do tema: -e o novo concurso da RTP1, (em horário nobre) - BEST PICTURE . Ali, de vez em quando, fala-se português...que tristeza.
"QUINTAS" pra cima deles!
De Zephyrus a 22 de Janeiro de 2016
Na minha terra o dia 1 de Novembro era muito respeitado no tempo dos meus avós. Havia o ritual da ida aos cemitérios limpar e caiar as catacumbas (pois era mal visto colocar os caixões na terra) ou os mausoléus. Faziam-se doces especiais nesse dia, queijos de figos e amêndoa, bolos de amêndoa, estrelas de amêndoa e figo, figos recheados, pupias, suspiros. Hoje em dia as novas gerações ignoram por completo estas tradições. E já agora, a cal desapareceu. Usa-se tinta plástica.
Portugal é só mais um lugar-comum do admirável mundo novo global. O resto é folclore (se autorizado, não vê as touradas?...)
Cumpts.
De Real a 24 de Janeiro de 2016
Agora chama-se "alô in " e em vez de recordar ou homenagear os finados, celebram-se figuras carnavalescas cridas nos estúdios de Hollywood
De Joe Bernard a 22 de Janeiro de 2016
A única coisa boa dessa construção, foi "A lareira".
Alguém se lembra???
Pegou fogo ao prédio?...
Cumpts.
De Joe Bernard a 22 de Janeiro de 2016
"A Lareira" era uma "boîte" que lá havia, bem aconhegadora, por acaso, em que a rapaziada da minha geração ía muito.
Anos 60.
Desconhecia.
Obrigado da informação.
De Filipe a 22 de Janeiro de 2016
Os ingleses têm a tradição das avenidas largas com árvores folhosas ou enormes parques que estão verdes todo o ano com relva que todos pisam.
Nós não gostamos muito de árvores em passeios pois as senhoras queixam-se das folhas no Outono, que sujam o passeio, e as copas, que «tiram a vista» à casa e «tapam a luz».
Contudo no passado fizeram-se excelentes jardins em meio urbano e parques. Essa tradição perdeu-se na totalidade quando surgiu a selvajaria urbana no final dos anos 60. A praça ajardinada portuguesa é única no mundo e as que existem têm sido descaracterizadas.
O nosso jardim por tradição inclui espécies de todos os continentes. As casas dos «brasileiros» do século XIX também costumavam ter bons jardins.
Nós temos uma tradição extraordinária no Norte, mormente no Porto, que é a tradição das moradias com logradouros. Hortas em meio urbano, nunca vi nada assim na Europa. Nos últimos quarenta anos essas moradias têm sido demolidas para dar lugar a mamarrachos.
Outro problema que temos: a destruição das espécies nativas. Caso do Choupal de Coimbra. Os choupos, salgueiros, freixos ou carvalhos têm sido substituídos por eucaliptos e acácias.
Temos falta de uma rede nacional de florestas nativas. Praticamente temos as matas plantadas no passado para estabilizar as areias do litoral. E os pinheiros não representam a nossa floresta. Nós temos mais de 40 árvores e arbustos e temos espécies só nossas prestes a desaparecer. Caso do carvalho-roble que existe a Sul do Tejo. O carvalho-das-canárias já está extinto em Monchique. E na Arrábida já desapareceram as palmeiras-das-vassouras com porte arbóreo.
De Zephyrus a 22 de Janeiro de 2016
Este comentário é meu.
Os jardins e os relvados dão trabalho neste nosso clima. E este nosso clima amolece-nos a jardinagem. O resto é ganância, de homens públicos e — não nos iludamos — sobretudo particulares.
Se houver uma cultura que dê mais, todas as demais serão desprezadas sem importar que acabem.
Cumpts.
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