Quinta-feira, 26 de Abril de 2018
Uma fotografia rara da última fase da carreira de eléctricos 2A.
O 2 era o eléctrico do Lumiar. A carreira começou em Agosto de 1902 do Rossio ao Lumiar. Em 1921 passou a circular dos Restauradores ao Lumiar. Em 1947 apareceu o 2A, um desdobramento do 2 que se quedava só no Campo Grande. Nesta imagem de 1962 vemos o 2A com a bandeira do Saldanha; depois da inauguração do Metropolitano as carreiras de eléctricos da Avenida foram sendo suprimidas por redundantes com o novo meio de transporte. O 2A manteve-se só do Saldanha ao Campo Grande, presumo, enquanto o 2B, que ia do Martim Moniz ao Lumiar via R. S. Lázaro, Campo de Santana, Gomes Freire, Arco do Cego, herdou o n.º da carreira e tornou-se o novo 2 em 1 de Janeiro de 1962. O primitivo 2 foi assim extinto.
Era o princípio do fim dos eléctricos em Lisboa.
Eléctrico 2A, Lisboa, c. 1962.
John F. Bromley, Lisboa: diapositivos 1962–2004, in Flickr.
De André Santos a 26 de Abril de 2018
Este cenário é maravilhoso, eu já não apanhei nada disto. O 3 a virar lá ao fundo, vindo do Bairro do Arco de Cego, foi história que me contou o meu avô há duas dezenas de anos - e ainda hoje, nas paredes do Palácio Galveias, se encontram 4 dos olhais que sustentavam os fios. Foi por aí que "descobri".
A rede aérea era muito sustentada por postes de braço neste eixo e, até 2014, ainda era possível ver um esquecido no cruzamento com a Avenida Júlio Dinis. O da raquete do Lumiar também ainda lá estava...eléctricos é que não.
Tirando o caixote, que foi desmantelado, também os 2 salões ainda existam - aqui ou noutra parte do mundo. Pena não se verem os números.
Cumprimentos
De André Santos a 26 de Abril de 2018
A existência dos 2 salões é uma hipótese, não uma certeza (também->talvez).
A pressa nesta altura era outra. Ir dos Restauradores para o Lumiar (ou Benfica ou Carnide, etc) todos os dias seria coisa engraçada nos dias de hoje!
É realmente maravilhoso. Também não apanhei nada dele. O eléctrico com o n.º mais baixo que havia era o 3 e já não passava da estação do Arco do Cego. Nas avenidas nem vê-los; só restos de carris e postes da via aérea. Fazia-me espécie não haver eléctricos 1 ou 2; e do 3 saltarem para o 10. Era um desconjunto a indiciar restos, decadência. Foi com esta noção que apreendi a rede de eléctricos. Coisa triste.
Daqui engalinhar agora com este sucedâneo de 24. Pior porque é uma impostura da vereação que de nada serve à rede de transportes colectivos urbanos. Propaganda de sabujos para idiotas e caprichosos e, na essência, mero caça níqueis a turistas.
Coisa ainda mais triste.
Apeteceu-me passar por aqui, como sempre, mas desta vez não me vou sem dizer que perante a morte lenta da Pátria e o deserto da blogosfera nacional este espaço continua a ser um farol e uma lufada de ar fresco.
Saudações Culturais Nacionais!
Obrigado João Marchante! Poucos ainda resistimos, tentando que se nem tudo não apague.
Abraço cordial!
De Mandarinia a 27 de Abril de 2018
Ver como a cidade já foi e ver como é. Ficamos tristes.
Numa altura em que se fala tanto de carros eléctricos não sei porque é que não se pensa numa rede estruturada e bem pensada de eléctricos para Lisboa.
Mostre-nos mais desta Lisboa que já não existe.
Cumprimwentos
Ficamos tristes, sim. Se os eléctricos revivem agora é da gosma que anda bem estimulada pelo turismo. Quem na Câmara pensa os transportes colectivos em Lisboa tem só uma ideia nos bestuntos: perseguição ao automobilista. Claro que qualquer um desiste do automóvel particular pelo ciclomontanhismo da moda ou, se quando, por ex., quiser ir da Alameda ao aeroporto, desfrutar duma volta de metro do tamanho da expo; isto ou apanhar dois autocarros num percurso mais directo de 3 km...
Cumpts.
De gato a 29 de Abril de 2018
Nos anos 50 e 60 do século passado ia ao Porto com meu Pai e ficava encantado com os trolleys. Silenciosos e com à vontade nas manobras — volante, direcção, pneus e sem carris. Metiam num chinelo os eléctricos de Lisboa.
Este tripeiro (já deu para se entender ser sabichão) se calhar desconhece que a sua cidade foi precursora em transportes bons, económicoa e sem emissões. Queria era vê-lo a pedalar em Lisboa ou na sua terra.
Cumprimenta
Lisboa hoje dá-me asco. Serve para enganar touristes e gerações que a não conheceram como ela foi.
Tempos!...
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