Hontem vi uma andorinha por cima da casa. Chilreava com estridencia no seu vôo desenfreado. Signal da Primavera com tres semanas de antecedencia; abençoado clima de Portugal! — Não que os portuguezes hajam feito coisa para o ter…
Illustrações de Marco Correia, apud Helena Geraldes, «Conheça as cinco espécies de andorinhas de Portugal», in Wilder; rewilding your days [i.é, Mais Bravio; replantando o silvestre nos dias], 10/V/16.
A Avenida e os Restauradores, Lisboa, 1946-47.
Mario de Novaes, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
O lado oriental dos Restauradores e o 1.º trôço da Av. da Liberdade num instante a seguir a… Calhando, o cinzento de hontem ha 75 annos não era chuva, era antes nevoeiro.
Av. da Liberdade, Lisboa, 1946-47.
Mario de Novaes, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
O quarteirão do cinema Condes e o 1.º trôço da Av. da Liberdade. O bordado da calçada portugueza deixado á vista pelas arvores despidas no Inverno de… 1946/47. — O filme «Chopin Imortal» de Charles Vidor esteve em cartaz no Condes de 20 de Dezembro de 1946 a 14 de Fevereiro de 1947. Lisboa num dia cinzento destas datas.
Os ingleses. Claro que os ingleses, que têm mais chá que ninguém, tanto lhe parecem cafres os portugueses como os pretos da Guiné, só os distinguindo um tanto, por conseguinte, dizendo dos portugueses que são os cafres da Europa; uma condescendência fleumática, admito, a quem os ensinou a tomar chá. Agora estendido ao Brasil e adjacências mais uns salpicos asiáticos onde nem rareiam vestígios históricos dos portugueses.
Os 33 países de lista negra britânica (em vermelho).
Imagem de Getty Images/Metro.co.uk, apud Lockdownsceptics.org.
Madness — Our House
(1982)
Interessante, pois denotativo do ambiente boçal actual, é o facto de que — ao que consta — a imprensa (pelo menos a audiovisual) não ter comparecido no funeral do mítico militar. Apesar do Presidente Sousa (ele que até a banhos de mar leva as equipas de reportagem) lá ter estado. Ou seja, a lumpen-intelectualidade portuguesa (imprensa e academia precarizada) não sabe que fazer com a história recente do país.
J.P.T., «A propósito de Marcelino da Mata», in Delito de Opinião, 16/II/21.
* * *
(«O Turismo», Centro de Informação e Turismo de Angola, Junho de 1971.)
Dave Brubeck – Golden Brown
Havia aquela do Parafuso, o que é que você vais fazer nos domingo de tarde, mas só pode ser entoada pela Sara Tavares. Por isso…
Amália Rodrigues — Fado Português
(Régio, Oulman, 1965)
Fran Jeffries, Meglio Stasera
(De H. Mancini e F. Migliacci, in B. Edwards, A Pantera Cor-de-Rosa, 1963.)
«Perdeu o avião por acordar tarde», in Diario de Lisbôa, 12/V/950.
Recorte de jornal adaptado das fotocópias da fundação do irmão do dr. Tertuliano.
Gabriela Schaaf, Eu Só Quero
(Valentim de Carvalho, 1979)
Em 26 de Janeiro de 1980 a TAP Air Portugal apresentou a sua 8.ª farda feminina — a segunda da autoria do Louis Féraud — numa gala no Casino do Estoril, com uma restrospectiva dos uniformes anteriores e um espectáculo musical com as cançonetistas francesa Frida Boccara e portuguesa Gabriela Schaaf. É isto que diz a notícia.
«TAP apresenta novos uniformes», in Diário de Lisboa, 28/I/1980.
Recorte de jornal adaptado das fotocópias da fundação do irmão do dr. Tertuliano. Fotografia do Museu da T.A.P.
Neil Diamond, Sweet Caroline
(Ed Sullivan show, 1969)
Venho com esta agora calcar o apocalipsezorro e o apocalipsezinho (ensaiozinho do medozorro?) nele contido. Enfim! São desabafos meus que pouco valem; quando não, até aborrecem. Mais interessantes serão por ventura uns quebra-tolas (este não foi lá muito) com que procuro descobrir lugares antigos, quiçá familiares, mas entre tanto esquecidos. Pois bem. Se se algum benévolo leitor lembrar onde é ou era o lugar aí retratado, que por gentileza mo diga, pois eu desta fotografia não consigo atinar com o sítio, por estranhamente familar ele me pareça. É que não sei, com franqueza, descobrir onde é.
A legenda na fonte é tal como vai.
Rua de Lisboa, Portugal, [s.d.].
Mário de Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Como a história se repete! Dizem que como farsa, não é verdade?!…
Quando começaram, agora, a anunciar o apocalipsezorro? Ao depois do Natal?!…
Pois não é ele de agora. Nem deve ser do Natal, a bem dizer, salvo se Natal for quando um homem quiser. Para os homens das vacinas é, Natal, e continua. Há cinco annos também continuava, a custo, mas agora tornou-se muito mais certo e lucrativo. Um negócio da China do tamanho do Mundo.
Domingo, 4 de Janeiro de 2015
Nas próximas duas semanas é que vai ser. O fiel de armazém da D.G.S. anda a avisar da gripe [era o que havia em 2015] e a instar na TV para que corramos já já a tomar a pica. Janeiro está aí e o frio é agora que vai fazer mossa (em Dezembro [que é como quem diz, no Natal] não; tínhamos de andar às comprinhas...); na América já começou e a gente deve vacinar-se para não gastar outros recursos de saúde (língua de pau para dizer remédios e assistência médica, decerto... [agora é o S.N.S. por inteiro.]) E lá explicou como entendido nas estirpes que andam à solta, que uma H3N não sei quantos é muito má [nem sabia ele da SARS-CoV-2], muito má para velhinhos, crianças e doentes crónicos, sempre eles tão fràgeizinhos, não é uma dor de alma?!
Pois mesmo não estando previsto o tal H3N não sei quantos no lote (na lotaria) das estirpes metidas na vacina em que os laboratórios fornecedores de governos apostaram este Inverno, não devemos, porém, deixar de diligentemente ir apanhar pica.
Vacinação geral da populaça como placebo, enfim!
E como renda sazonal.
A corporação dos remédios mai-los seus agentes de vendas oficiais (D.G.S.) e oficiosos (jornalistas) à procura de desencalhar stocks mercadoria em armazém pelo sempre lucrativo banzé dum apocalipsezinho.
Obra antituberculosa, Junta da Província da Beira Litoral, post 1945.
Mário de Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Imaginai hoje. Uma esquina das avenidas com um… fanqueiro. André Gomes, Lda., fanqueiro, retroseiro. Não é só o ar daquela Lisboa modernista — post modernista, já — mas tão nossa e ainda familiar com aquele tom também já de português suave neoburguês e a tornar-se cosmopolita no anúncio das viagens e turismo — passagens aéreas e marítimas. — Passagens marítimas, Adamastor, lá está! — São passamanes dum falar genuíno e que se acha perdido, agora, num tempo tão post, post moderno que é já só jactantemente modernaço, oco, avesso ao adorno de retrós, mas pronto-a-vestir-se de fancaria outra, de ganga e titulação imperativamente amaricana e acabadamente made in China. Não requere tinturaria nem engomadoria porque é de usar e deitar fora.
Naquele tempo, sim!… Mas, se até o tempo é descartável…
[Adivinhe o benévolo leitor], Lisboa, 195...
Horácio de Novaes, in Bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Como não vejo ninguém cá a dizê-lo, traduzo do estrangeiro.
A corrida não é entre a morte e a vacinação, mas entre a vacinação e as camas de hospital.
As sociedades organizadas tiveram sempre de negociar o valor da vida humana. O que há de tão ímpar na abordagem britânica, todavia, é que substituímos o sagrado da vida humana pelo sacrossanto sistema de saúde. Se o Serviço Nacional de Saúde tivesse o dobro da capacidade, a política haveria de, sem dúvida, tolerar o dobro dos mortos. Isto diz-nos algo de como se entende o papel do Governo: não é ele de salvar vidas em concreto, mas de parecer que pode salvar vidas. «O nosso Sistema Nacional de Saúde» é um emocionado apelo, não porque seja um sistema brilhantemente eficaz (Deus sabe que não é) ou até porque muito do seu pessoal trabalha afincadamente, mas porque é antes uma estrutura em que nos apoiamos para esconder nossa vulnerabilidade. É o caso dum ideal, não da simples realidade.___________
Julieta Samuel, «O preço da liberdade é agora a capacidade do Sistema Nacional de Saúde. É o desempenho do sistema de saúde e não o progresso da vacina que vai determinar o fim das restrições», in O Telégrafo (Londres), 8/I/21.
* * *
A nossa primeiro-ministro Nicola Sturgeon julga que o impacto da CoViD se reduz limitando o contacto social. Esta tornou-se a sua única estratégia de mitigação da CoViD, a par de muitos governantes em todo o mundo. Criou a ideia, que pegou, de que os humanos em geral, especificamente o Governo, conseguem gerir a expansão dum vírus. Vendeu-nos ela incessantemente esta ideia, com a colaboração dos meios de comunicação que providenciaram infinda propaganda a ajudá-la. Agora, se quere ela reduzir os casos, a única ferramenta de que dispõe é reduzir mais o contacto social — sem atender ou considerar o preço de tal medida; preço que sabemos cairá na conta dos mais vulneráveis: as crianças, os velhos e os pobres.
Muita gente, porém, está farta e o seu número cresce. Caminhamos para uma crise seja qual for o ângulo por que se olhe e parece que as pessoas começam a entendê-lo. Em termos simples não há prova de que os confinamentos evitem a propagação do vírus.
Sabemos que o governo no-lo disse em Março e estava certo. O confinamento e a quarentena de gente sã são uma experiência bizarra nunca tentada antes, mas não tratada como experiência que é. Falamos agora como se sempre tivéssemos lidado com os vírus desta maneira. Não tem havido nenhuma análise rigorosa do resultado virulógico dos confinamentos, muito menos dos efeitos sociais. Não inquirimos também que efeitos tudo isto terá na nossa imunidade. Não estaremos a acumular elevados problemas de saúde para o próximo ano e seguintes?___________
Cristina Padgham, «Espavorir o povo? Como as histórias da CoViD não encaixam», in Pensar a Escócia, 9/I/21.
Aspecto dum desastre diante do manicómio, Av. do Brasil, [s.d.].
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