Tudo isto — que é um dédalo — eram os canos da Mouraria, que transmitiram o nome às nossas contemporâneas Travessa, Beco e Rua dos Canos, de dístico substituído em 1885, por êste actual de Silva e Albuquerque, operário muito culto, um apóstolo da instrução primária gratuita, falecido em 1879.
Como já disse tôda esta área foi alagadiça, depois de ter sido um verdadeiro rio, e assim por aí acima, pelo Bemformoso e Anjos, até Arroios.
No séulo XVI isto por aqui eram os «Canos de S. Vicente» (da porta de S. Vicente), e no século seguinte «Canos da Mouraria».
Estas horriveis serventias, Beco da Póvoa, Rua dos Vinagres (onde havia a póvoa dos vinagreiros), Rua dos Álamos, já de 1550, e mais vielas, eram tudo — os «Canos».
E êsses canos eram umas valas abertas no leito da rua, escoantes das águas que, no vale, corriam das encostas de Sant'Ana e do Castelo, e vinha já de Arroios. Em 1840 ainda aqui havia sumidouros, cobertos de grades, como os do Rossio, nos passeios laterais.Norberto Araújo, Peregrinações em Lisboa, III vol., 2ª ed., Lisboa, Vega, 1992, p. 79.
Legenda:
A) Hospital de S. José; B) S. Domingos; C) Castelo.
1) R. da Palma; 2) Igreja e Largo do Socorro; 3) R. do Socorro (a poente, saía-lhe a Tr. do Socorro para a R. do Arco da Graça); 4) R. das Atafonas; 5) R. Mouraria; 6) Ermida da Senhora da Saúde; 7) Palácio do Marquês do Alegrete; 8) Arco do Marquês do Alegrete; 9) Rua Martim Moniz (R. de São Vicente à Guia) ; 10) Tr. Silva e Albuquerque (Tr. dos Canos); 11) Largo Silva e Albuquerque; 12) R. Silva e Albuquerque (R. dos Canos); 13) R. dos Vinagres; 14) R. do Arco do Marquês do Alegrete; 15) Rua dos Álamos; 16) Poço do Borratém.
Planta 11G (URBA-LT-03-05-5-11G) do Levantamento da Planta de Lisboa: 1904-1911.
Verbete revisto em 1/11/2009 e em 26/IX/20.
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