Av. Almirante Reis junto ao cruzamento com a Rua dos Anjos, vendo-se o antigo Cinema Lys, Lisboa, 1938.
Do nosso tempo é a grande artéria de Almirante Reis, que sucedeu na designação, como tenho dito, à Avenida de D. Amélia: tem 40 anos incompletos. É uma linha urbana de primeira categoria, sem história, que começou a rasgar-se tìmidamente no final do século passado. Obedeceu a um plano, e por esta circunstância oferece o esplendoroso aspecto citadino que se lhe nota.
Assim fôsse sempre em Lisboa.Norberto de Araújo, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, 2ª ed., Lisboa, Vega. 1992, p. 73.
Av. Almirante Reis no entroncamento com a Rua Maria Andrade, Lisboa, 1938.
Estas fotografias de Eduardo Portugal dão ideia certa da Almirante Reis na época das Peregrinações de Norberto de Araújo em Lisboa (1.ª ed. 1939). Era plantada de ulmeiros, rasgando uma nova serventia de Lisboa para N desde o cimo da Rua da Palma até ao Hospital de Arroios. À Av. Almirante Reis e aos bairros adjacentes, de sempre faltou a finura das Avenidas Novas. Todavia encheu-se veloz de prédios de rendimento, povoando-se de gente e comércio. Em 39 ainda não havia autocarros em Lisboa mas a Almirante Reis era servida de muita carreira de carros eléctricos (1). Noto a curiosidade de os da carreira do Arco do Cego seguirem naquele tempo pela Rua dos Anjos; só os conheci circulando pela de Febo Moniz, ao Bairro das Colónias; hoje em dia, nem numa nem noutra!
Outra curiosidade que podeis ver abaixo é o carro eléctrico adiante da camioneta que parece não chegar para a encomenda.
A Rua dos Anjos, partindo do Largo do Intendente e entroncando na Rua de Arroios no lugar de Santa Bárbara, corresponde a um velho caminho que levava ao Areeiro: do largo de Arroios até ao Areeiro era a estrada de Sacavém; mais tarde chamaram-lhe Rua Alves Torgo. Os troços inicial e final desta rua ainda existem. Com a Av. Almirante Reis a Rua dos Anjos e todo o velho caminho que se lhe seguia perderam importância.
Entretanto a Av. Almirante Reis perdeu graça e desafogo.
Av. Almirante Reis [cruzamento com a Rua dos Anjos], Lisboa. [c. 1943].
(1) Segundo Raul Proença (Guia de Portugal, vol. 1, Lisboa e Arredores, Lisboa, B.N.,1924, pp. 164, 165), a Av. Almirante Reis era servida nos anos vinte pelas carreiras de carros eléctricos Belém-Av. Almirante Reis, Alcântara-Alto do Pina (troço final pela Rua Morais Soares), Rossio-Areeiro (troço final depois de Arroios pela Rua José Falcão e Estrada de Sacavém ou Rua Alves Torgo) e Santo Amaro-Arco do Cego (depois dos Anjos pelas ruas dos Anjos, de Passos Manuel, de Pascoal de Melo e de D. Estefânia).
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