Segunda-feira, 25 de Setembro de 2006

Av. Almirante Reis

Av. Almirante Reis, Lisboa (E.Portugal, 1938)
Av. Almirante Reis junto ao cruzamento com a Rua dos Anjos, vendo-se o antigo Cinema Lys, Lisboa, 1938.

 Do nosso tempo é a grande artéria de Almirante Reis, que sucedeu na designação, como tenho dito, à Avenida de D. Amélia: tem 40 anos incompletos. É uma linha urbana de primeira categoria, sem história, que começou a rasgar-se tìmidamente no final do século passado. Obedeceu a um plano, e por esta circunstância oferece o esplendoroso aspecto citadino que se lhe nota.
  Assim fôsse sempre em Lisboa.

Norberto de AraújoPeregrinações em Lisboa, vol. IV, 2ª ed., Lisboa, Vega. 1992, p. 73.

Av. Almirante Reis, Lisboa (E.Portugal, 1938)
Av. Almirante Reis no entroncamento com a Rua Maria Andrade, Lisboa, 1938.

 

  Estas fotografias de Eduardo Portugal dão ideia certa da Almirante Reis na época das Peregrinações de Norberto de Araújo em Lisboa (1.ª ed. 1939). Era plantada de ulmeiros, rasgando uma nova serventia de Lisboa para N desde o cimo da Rua da Palma até ao Hospital de Arroios. À Av. Almirante Reis e aos bairros adjacentes, de sempre faltou a finura das Avenidas Novas. Todavia encheu-se veloz de prédios de rendimento, povoando-se de gente e comércio. Em 39 ainda não havia autocarros em Lisboa mas a Almirante Reis era servida de muita carreira de carros eléctricos (1). Noto a curiosidade de os da carreira do Arco do Cego seguirem naquele tempo pela Rua dos Anjos; só os conheci circulando pela de Febo Moniz, ao Bairro das Colónias; hoje em dia, nem numa nem noutra!
  Outra curiosidade que podeis ver abaixo é o carro eléctrico adiante da camioneta que parece não chegar para a encomenda.
  A Rua dos Anjos, partindo do Largo do Intendente e entroncando na Rua de Arroios no lugar de Santa Bárbara, corresponde a um velho caminho que levava ao Areeiro: do largo de Arroios até ao Areeiro era a estrada de Sacavém; mais tarde chamaram-lhe Rua Alves Torgo. Os troços inicial e final desta rua ainda existem. Com a Av. Almirante Reis a Rua dos Anjos e todo o velho caminho que se lhe seguia perderam importância.
  Entretanto a Av. Almirante Reis perdeu graça e desafogo.

 

Av. Almirante Reis, Lisboa (E.Portugal, c. 1943)
Av. Almirante Reis [cruzamento com a Rua dos Anjos], Lisboa. [c. 1943].


(1) Segundo Raul Proença (Guia de Portugal, vol. 1, Lisboa e Arredores, Lisboa, B.N.,1924, pp. 164, 165), a Av. Almirante Reis era servida nos anos vinte pelas carreiras de carros eléctricos Belém-Av. Almirante Reis, Alcântara-Alto do Pina (troço final pela Rua Morais Soares), Rossio-Areeiro (troço final depois de Arroios pela Rua José Falcão e Estrada de Sacavém ou Rua Alves Torgo) e Santo Amaro-Arco do Cego (depois dos Anjos pelas ruas dos Anjos, de Passos Manuel, de Pascoal de Melo e de D. Estefânia).
Fotografias: Arquivo Fotográfico da C.M.L..

Escrito com Bic Laranja às 07:32
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13 comentários:
De Bic Laranja a 16 de Dezembro de 2007
Mérito do fotógrafo que no-las deixou. Obrigado!
De rui vivo a 27 de Novembro de 2007
Fotos lindas, de uma zona historica, que me deixam muitas saudades, nasci na rua da bempostinha, n 88
em 1957, estou radicado no minho, mas a minha almirante de reis e o cinema liz estão no meu coração para sempre!
De Bic Laranja a 1 de Outubro de 2006
Fiquemo-nos então pelas imagens de E. Portugal. Cumpts.
De tron a 30 de Setembro de 2006
Agora aqui é drga tiros e crimes de todas as espécies
De Bic Laranja a 28 de Setembro de 2006
Je Maintiendrai: No troço abaixo dos Anjos e na Rua da Palma tem-se mantido a fisionomia. Não sei porquê, mas é curioso, sim. // O cinema mudou para Roxy,pois foi, caro Paulo. Mas a minha mãe ensinou-me que era o antigo Lys. // Obrigado eu pela paciência, Dª MFBA. // Não será dos sítios mais seguros, mas haverá piores. // Obrigado a todos pelo desvio por cá. Cumpts.
De Rui Silva a 27 de Setembro de 2006
Uma das mais bonitas avenidas de Lisboa, num estado de conservação lastimável. Não me sinto muito confortável a passear por lá a pé, diga-se de passagem.
De mfba a 27 de Setembro de 2006
Finalmente apareceram as fotografias. Obrigado pela sua preocupação.
Que bonita que era a Almirante Reis.
Vivi perto, na Fonte Luminosa, mas era muito nova quando saí de lá.
De Paulo Cunha Porto a 27 de Setembro de 2006
Para além, Caro Bic Laranja, de recomendabilidade da frequência à sua meia altura. Entretanto o nome do cinema sobrevive hoje numa casa de cafés, se bem recordo.
Abraço.
De Je Maintiendrai a 27 de Setembro de 2006
Curioso. Tanta coisa que de lá ainda hoje existe...
De Bic Laranja a 26 de Setembro de 2006
Acho que houve um tempo em que Lisboa se dava ares de parisiense. Cumpts.

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