Segunda-feira, 8 de Maio de 2006

Fado iberista (dedicado a ministros sem 'salero')

 

Amália Rodrigues: Povo que lavas no rio


Música: Fado Victoria
Letra: Pedro Homem de Mello
Versos de Segunda (jeito de jj)



Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
A água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não.

Aromas de urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.

Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

 




Fotografias: Eduardo Gageiro.

Miradouro de S. Pedro de Alcântara, Lisboa (E. Gageiro, 1957)
Campo Pequeno, Lisboa (E.Gageiro, 1970)
Amália em Alfama, Lisboa (E.Gageiro, 1971)

Adenda:

M. C. Bic Laranja,
 A propósito do teu blogo, falava com o noso amigo ex-campeão da lusa língua a propósito do fado da Amália, do poema e da música. Dizia-me ele que a música era do Alan Oulman e eu dizia que não. Após investigar, ele concluiu que a música é da autoria de um fadista dos finais do séc. XIX, de sua graça Joaquim Campos. Para que conste.
(Enviado por Adelino Silva em 09/05/06 às 07:51 PM.)

[Respondendo:]
[...] ou que “Povo que lavas no rio” não é senão a designação por que a mesma Amália transformou em êxito o “Fado Vitória” de Joaquim Campos, desta feita justapondo-lhe um poema de Pedro Homem de Mello.
«Fados Tradicionais» in O Fado do Público.

Escrito com Bic Laranja às 08:24
Verbete | comentar
6 comentários:
De Bic Laranja a 9 de Maio de 2006
Para que conste segue para adenda; muito obrigado! Saudações a ambos.
De adelino silva a 9 de Maio de 2006
M.C.Biclaranja,
A propósito do teu blogo, falava com o noso amigo ex-campeão da lusa língua e a propósito do fado da Amália, do poema e da música. Dizia-me ele que a música era do Alan Ulman e eu dizia que não.
Após investigar, ele concluiu que a música é da autoria de um fadista dos finais do séc. XIX, de sua graça Joaquim Campos.
Para que conste.
De Bic Laranja a 9 de Maio de 2006
O ministro passa mas merece um chumbo. Mas aceito o seu conselho, obrigado!
Cumpts.
De Paulo Cunha Porto a 9 de Maio de 2006
Meu Caro Bic Laranja:
Não Se consuma. «Os cães ladram e a caravana passa» tem aqui uma modificação. O ministro debita E passa. Esperemos é que reste alguma coisa após.
Abraço.
De Bic Laranja a 8 de Maio de 2006
Parece que o sr. ministro também aprecia sertãs e até quer frigir-nos numa 'made in spain'; mas tenho para mim que ele não passa de Ota...
Viva a Sertã! Um abraço,
De adelino silva a 8 de Maio de 2006
Meu caro biclaranja:
O poema já é meu conhecido desde tempos muito atrás. Belo e soberbo, tal como o fado vitória. Fado sem fado evidentemente. Da Ibéria sou porque nasci na dita. Ibérico no sentido ministrial não, não quero, recuso.
Viva a Padeira de Aljubarrota e o meu conterrâneo Nuno Alvares Pereira.
Um abraço

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