Música: Fado Victoria Letra: Pedro Homem de Mello Versos de Segunda (jeito de jj)
Povo que lavas no rio E talhas com o teu machado As tábuas do meu caixão. Pode haver quem te defenda Quem compre o teu chão sagrado Mas a tua vida não.
Fui ter à mesa redonda Bebi em malga que me esconde O beijo de mão em mão. Era o vinho que me deste A água pura, fruto agreste Mas a tua vida não.
Aromas de urze e de lama Dormi com eles na cama Tive a mesma condição. Povo, povo, eu te pertenço Deste-me alturas de incenso, Mas a tua vida não.
Povo que lavas no rio Que talhas com o teu machado As tábuas do meu caixão. Pode haver quem te defenda Quem compre o teu chão sagrado Mas a tua vida não.
Fotografias: Eduardo Gageiro.
Adenda:
M. C. Bic Laranja, A propósito do teu blogo, falava com o noso amigo ex-campeão da lusa língua a propósito do fado da Amália, do poema e da música. Dizia-me ele que a música era do Alan Oulman e eu dizia que não. Após investigar, ele concluiu que a música é da autoria de um fadista dos finais do séc. XIX, de sua graça Joaquim Campos. Para que conste. (Enviado por Adelino Silva em 09/05/06 às 07:51 PM.)
[Respondendo:] [...] ou que “Povo que lavas no rio” não é senão a designação por que a mesma Amália transformou em êxito o “Fado Vitória” de Joaquim Campos, desta feita justapondo-lhe um poema de Pedro Homem de Mello. «Fados Tradicionais» in O Fado do Público.
M.C.Biclaranja, A propósito do teu blogo, falava com o noso amigo ex-campeão da lusa língua e a propósito do fado da Amália, do poema e da música. Dizia-me ele que a música era do Alan Ulman e eu dizia que não. Após investigar, ele concluiu que a música é da autoria de um fadista dos finais do séc. XIX, de sua graça Joaquim Campos. Para que conste.
Meu Caro Bic Laranja: Não Se consuma. «Os cães ladram e a caravana passa» tem aqui uma modificação. O ministro debita E passa. Esperemos é que reste alguma coisa após. Abraço.
Parece que o sr. ministro também aprecia sertãs e até quer frigir-nos numa 'made in spain'; mas tenho para mim que ele não passa de Ota... Viva a Sertã! Um abraço,
Meu caro biclaranja: O poema já é meu conhecido desde tempos muito atrás. Belo e soberbo, tal como o fado vitória. Fado sem fado evidentemente. Da Ibéria sou porque nasci na dita. Ibérico no sentido ministrial não, não quero, recuso. Viva a Padeira de Aljubarrota e o meu conterrâneo Nuno Alvares Pereira. Um abraço