Eugénio dos Santos de Carvalho (1711-1760). Arquitecto e engenheiro, foi autor do plano de reconstrução da baixa de Lisboa depois do terramoto de 1755.
Cursou na aula de fortificação onde pontificava o engenheiro Manuel da Maia. Trabalhou em obras das praças alentejanas: projectou alterações ao paço de Estremoz para instalação do armazém de guerra e interveio nas alterações do quartel dos Dragões em Évora. Deve-se-lhe a génese do projecto da cadeia da Relação no Porto, o Real Celeiro Comum em Lisboa, intervenções no Hospital Real das Caldas da Rainha e a direcção das obras reais de Nossa Senhora das Necessidades após o falecimento do arquitecto régio, o engenheiro Custódio Vieira. Foi depois director da Casa do Risco das Obras Públicas (12 de Junho de 1756).
O seu plano de reconstrução da baixa (em colaboração com o engenheiro António Carlos Andreis, numa equipa que incluía também Carlos Mardel), logo aceite pelo engenheiro-mor Manuel da Maia, apresentou um funcional traçado ortogonal, conjugado com a manutenção do Rossio e do Terreiro do Paço; incluía o desenho da Praça do Comércio com uma extensa arcaria fechada por um monumental arco triunfal e desenhos uniformes das fachadas dos quarteirões. O plano operava uma síntese entre os estilos barroco, neoclássico e experiência da engenharia militar.
Retrato de Eugénio dos Santos de Carvalho
Óleo sobre tela, 620 x 497 mm
A. n/ ident., séc. XVIII, Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Praça do Comércio da Cidade de Lisboa
Gravura colorida, séc. XVIII, 410 x 825 mm
Projecto para a Praça do Comércio atribuído a Eugénio dos Santos.
Ref.ª: Leonor Ferrão, Um oficial do Génio e a Nova Lisboa, in Monumentos, n.º 21, Setembro 2004, pp. 66-75.
Longínquas se tornam as memórias disto e daquilo...
Já podemos dar de beber aos animais.
Bebedouro, Praça do Comércio, Lisboa, 1912.
Fotos: Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Fonte: Ilustração Portuguesa, 1912 - 27 de Maio, p.674 (ILU P25).
[Ou arranjar as varetas dos chapéus de chuva...]
416 — Lisboa — Costumes Portuguezes
Amolador(Fototipia animada, c. 1900.
Edição: S. & R. [Tabacaria Rocha], Rua do Arsenal, 98 — Lisboa, apud José Manuel da Silva Passos, Bilhetes postais antigos, do Largo do Rato à Praça D. Luís: persistências e inovações no decorrer de quatro décadas = Old Postcards Of The Seventh Hill, Lisboa, Horizonte, 1994, n.º 141.
(Revisto em 5/XI/21.)
Na época em que simulava uma vida de pato bravo, antes da 1.ª casa, cheguei a ter este negócio.
Se fosse hoje e a valer, a 1ª casa podia ser como vedes, mas os restantes lucros não seriam repartidos por sacos azuis.
Torres de Lisboa, 2.ª circular, 2004.
© Luísa Gonçalves
Assim não sendo, só resta resignar-me à cantiga dos menos ais.
O eléctrico 17A ia só para a Praça do Comércio.
Quando a mãe ia pagar a renda da casa à Confidente, na baixa, tanto fazia o ir no 17 como 17A. Numa dessas vezes cismei que queria ir para a Trafaria. Quando saímos na Praça da Figueira desatei num berreiro.
-- Quero ir para Trafaria! Quero ir para a Trafaria!
-- Não vês que o tempo está frio, filho? Não se pode ir para a praia.
Os meninos de cinco anos, especialmente os mimados, não se conformam com não ser tempo de praia.
E dei então em espernear.
-- Mas eu quero ir apanhar o barco! Eu quero ir para a Trafaria!
-- Ó filho, o eléctrico nem vai para Belém! Este é o 17A. Vai só para o Terreiro do Paço [a mãe raramente dizia Praça do Comércio].
A mãe tinha de pagar a renda e não tive remédio senão ir à Confidente.
E aprendi uma coisa que ainda me lembra: o 17A ia só para a Praça do Comércio, ou melhor, Terreiro do Paço.
Foto: Arquivo Fotográfico da C.M.L., A26452.
[autor e título indisponíveis por dificuldade informática].
A barraca do Zé careca ficava ao fundo da Rua Frederico Perry Vidal na Picheleira. O Zé careca tinha um triciclo Zundapp de padiola à frente em que vendia peixe na praça. A barraca era uma taberna onde o Zé careca aviava copos de três, bagaço e aguardente aos fregueses. Atrás da barraca havia uma capoeira com galinhas e perus. Nós gostávamos de ir ao pé da rede da capoeira do Zé careca gritar aos perus:
— Peru velho! Peru velho! Peru velho! — E os perus respondiam — Glu glu glu!
Pátio com barracas de madeira, Lisboa, 1950-59.
Foto: Judah Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Qualquer visita a Roma exige um guia. Normalmente usa-se guias em papel, encadernados e no idioma que mais convier. Mas há-os também de bronze, cujo idioma presumo seja o Latim. Esses guias parece apontarem direcções tentando guiar turistas que nada sabem de Latim...
[Fragmento d'] Os guias, Roma, 2005.
Calhou este sábado irmos almoçar ao Linhó. Havia no restaurante uma fotografia do memorial de Vítor Manuel II de Itália. Lembrou-me desta que tenho guardada.
Memorial de Vítor Manuel II, Roma, 2005.
[A venda a dinheiro é a factura do almoço.]
Os arautos da mudança confundem-na sempre com progresso e não se cansam de apregoar aos sete ventos o mundo novo que isso traz. O problema da mudança é que pode ser para pior. Mas aí, quem volta a pôr tudo como estava? Por Agosto de 1968 Sesimbra assemelhava-se-me ao colo da mãe; aconchegante acolhedora... Em Setembro de 2005 deu-me a sensação de sobras.
Sobras de Verão, Sesimbra, 2005.
O galo e as galinhas
Aelbert Cuyp, [s.d.].
Óleo sobre madeira, 48 x 45 cm, Museu de Belas Artes, Gand.
Os galinácios podem estar descansados. Não há razão para alarme pois a indústria dos humanos está produzindo em massa vacinas contra a gripe das aves. Diz que o governo de Portugal adquiriu dois milhões e meio de vacinas. Segue-se um subsídio às galinhas para elas poderem vacinar-se gratuitamente.
Lamento, mas sobre a gripe dos humanos não ouvi notícia.
Notas de pé de blogo:
Na 5.ª edição do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora encontro; epidemia, s. f. doença que ataca simultaneamente muitos indivíduos [...]; pandemia, s. f. pandemónio, confusão. Ultimamente ouço e vejo pandemia por epidemia generalizada (cf. Priberam, Língua Portuguesa On-line [*]). Então uma epidemia não é por definição uma coisa generalizada? Será uma pandemia de mau português?
[*] On-line no dicionário electrónico da Priberam dá este resultado: A palavra não foi encontrada.
Quem subisse a Rua de S. Bento quando Joshua Benoliel tirou esta fotografia, podia ver o arco de S. Bento ainda antes de chegar à Rua Correia Garção. Presumo por outra imagem do mesmo autor (in Ilustração Portuguesa, 1911, 26 de Junho) que o arco se perfilava com a esquina sudeste do antigo convento de S. Bento, cerca do nº 198 da dita Rua de São Bento.
O arco de S. Bento foi desmantelado por imperativos de alargamento viário (não concretizado) e hibernou durante décadas num armazém da C.M.L..
Rua de São Bento, Lisboa, 1911.
Joshua Benoliel in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Foi este arco há algum tempo reconstruído na Palhavã com a evidente vantagem de haverem justaposto uma evocação de Abril à invocação de S. Bento!...
Ora et labora!
Revisto em 24/3/07 às 9h30 da noite.
Tem andado o Outono algo cinzento nestes dias. Dum passeio à Trafaria que já dei breve notícia aqui mantive um rascunho, também ele em tons de cinzento, contudo menos lúgubre.
Os títulos vão num estilo barroco para dar mais... estilo.
Do vagar do cacilheiro e o marasmo do Tejo, rio Tejo, 2005.
Dos cantares da semana da mobilidade, Trafaria, 2005.
De quando era menino e a praia dava para banhos, ou a memória disso, Trafaria, 2005.
Do tempo de agora com a praia engolida pelo progresso, Trafaria, 2005.
Da torna viagem com tempo limpo, rio Tejo, 2005.
Da estação fluvial de Belém, Belém, 2005.
«E criou Deus o homem à sua imagem.» (Génesis, I, 27)
A criação de Adão, Museus do Vaticano, 2005.
E os filhos do homem vieram a intrujar-se uns aos outros.
[Mesmo eu surripiei este instantâneo na capela Sistina…]
Par de ovelhas procura outro pasto, Mem Martins, 2005.
Um par que se tresmalhou dos milhares que pastam a esta hora (8h35 da manhã) no I.C. 19.
Naquele tempo, Portugal impunha a sua autoridade aos caciques...
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Mousinho de Albuquerque captura Gungunhana.
Ilustração: Carlos Alberto in História de Portugal, 13ª ed., Agência Portuguesa de Revistas, [s.l.], 1968.
Constituição da República Portuguesa
[...]
Artigo 2.º
(Estado de direito democrático)
A República Portuguesa é um Estado de direito democrático [...] pluralismo [...] respeito [...] direitos e liberdades [...] realização da democracia económica [?], social e cultural [...] aprofundamento da democracia participativa.
[...]
Artigo 288.º
(Limites materiais da revisão)
As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
a) [...]
b) A forma republicana de governo;
c) [...]
---- // ----
Questão: pode um soldado monárquico jurar, em consciência, defender esta constituição?
O Sobreiro
D. Carlos de Bragança, 1905.
Paço Ducal - Fundação da Casa de Bragança (Vila Viçosa).
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Um fenómeno sucintamente explicado aqui.
As longas tranças de um careca, Praia das Maçãs, 2005.
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Carnes da Minha Aldeia, Amadora, 2005.
color=#00ff00>A color=#0033ff>cor dos color=#ff0066>preços é color=#663399>color=#ffcc00>meramente color=#00ff00>decorativa
Adamastor (O)
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