« O suposto avião alegadamente ao serviço da C.I.A., já deixou a base das Lajes. A tripulação foi transportada num carro sem nada que o identificasse. »
Fica claro que: 1) algo, quem sabe se ao serviço dalguém, deixou as Lajes; 2) uma tripulação foi transportada num carro que nem tinha cor.
A ilustração é de Maria Keil.
Toda-las nossas cidades se julgam hoje mui progressivas mostrando rotundas em lugares de cruzamento.
Mas em 1971 a cidade de Lisboa tornava arcaico o progresso substituindo rotundas por viadutos…
O presidente da C.M.L. inaugura o viaduto rodoviário da Av. dos Estados Unidos da América, Lisboa, 1971.
Fotografia de A. n/ id., in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Quereis mais provas?
O presidente Santos e Castro só convidou os amigos mais chegados e ignorou a hora do telejornal.
[Valha-nos que um desconhecido tirou uma fotografia.]
Em Setembro de 73 fui com a mãe à drogaria do sr. Joaquim comprar o livro da 1.ª classe. Foi 20$00, o preço era tabelado. Tinha capa dura e veio carimbado com o nº 149498 do Ministério da Educação Nacional.
No dia seguinte a mãe comprou uma capa do Seranico e forrou o meu livro de leitura da 1ª classe.
Pico, pico saranico,
Quem te deu tamanho bico?
Foi a filha da rainha
Que está presa na cozinha.
Salta a pulga na balança
Dá um pulo vai pra França.
As meninas a correr
As meninas a aprender
A mais bonita de todas
Comigo se há-de esconder.
Mais lengalengas antes do Seranico apagar a luz?
Ref.ª: Maria Luísa Torres Pires, Francisca Laura Batista, Glória N. Gusmão Morais, Livro de Leitura da Primeira Classe, 1.ª ed., Lisboa, Papelaria Fernandes, 1967. — Ilustrações: Maria Keil, Luís Filipe de Abreu.
— Se eles têm mantido a cidade assim, Lisboa era muito mais bela.
— Sim pá, mas tem de haver progresso.
Praça Duque de Saldanha, Lisboa, c. 1950.
Foto: António Passaporte, in Postais de Lisboa, [Lisboa], C.M.L., [1998].
[Se o progresso é como hoje a vemos, vou ali e já venho!]
Sugestão enviada ao Arquivo Municipal de Lisboa em 27/11/2005 cerca das 11H30. Aguardo a resposta.
Exmos. srs.,
Perdoem-me a franqueza. O uso do nome 'Arkivo' com a letra 'k', que nem parte faz do alfabeto português, num jornal dirigido às crianças é demasiado aberrante. Revolta-me a leviandade com que implicitamente levamos os mais moços a sentir que havendo regras, no caso ortográficas, se pode fazer gato-sapato delas. Com a agravante de a prática emanar duma Instituição com elevada competência educativa e cultural. Sugiro-vos assim o correcto uso da ortografia no título do vosso jornal.
Atentamente,[...]
Chegou-me à mão uma grande fotografia (em fotocópia tamanho A3).
O amigo que ma trouxe lançou-me o desafio de identificar a porção visivel da cidade.
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DC-3 da TAP sobre Lisboa, [195...].
Foto: autor não identificado, Museu da TAP.
Mas não resistiu e disse-me logo que aqui era isto, que ali se via uma nesga daquilo e que acolá veio a ficar coisa e tal.
O problema diário de milhões por resolver?
Este, por exemplo, Nó Dequé Luz, Pimenteira, Crile, Crele, Icê dois, Icê dezanove, Vasco da Gama,
Pina Manique, Segundo a Circular, Ponte 25 Dabril, Segundo aponte do Feijó, Vê-se Aí, Avenidá é Pê,
Túnel Dugrilo, Há um, Há dois, Há três, Há quatro, Há cinco, Há oito, &c., [s.d.].
A solução?
Um aeroporto novo.
O eléctrico de Sintra chegou a passar por aqui, mas agora fica-se pela Praia das Maçãs.
A paragem da carreira, Azenhas do Mar, 2005.
Lisboa - Panorama, Contreras, 27, [193...], apud José Manuel da Silva Passos, Bilhetes postais antigos, do Largo do Rato à Praça D. Luís: persistências e inovações no decorrer de quatro décadas, Lisboa, Horizonte, 1994, nº 35.
Cf. 1ª edição.
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color=#000099>Revi este volume da Biblioteca Fruto Real no Mistério Juvenil ao pé dos livros da Enid Blytonface=arial size=2>; também há lá Kalkitos, Bombokas, pastilhas Pirata e outros momentos mágicos.
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Encontrei lá o Tom Sawyer que manda cumprimentos.
Antes desta ponte há uma passagem de nível com uma cancela de correr...
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Ponte de Xabregas, Lisboa, [s.d.].
Fotografia adaptada de Geluidemissie spoorbruggen, fig. 5.
A passagem de nível dá para o Beco dos Toucinheiros, que por sua vez leva à Rua de Xabregas perto da Rua Gualdim Pais.
Continuando pela ponte, a via de cintura entronca com a linha do Norte exactamente sobre a dita Gualdim Pais.
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Ponte de Xabregas, Lisboa, 1993.
Foto: cortesia de Manuel.
Foi isto que o puto viu depois de passar o túnel da bruxa.
face=Arial color=#000099 size=2>Dizem que a vida não tem preço, mas a morte tem. E o mercado parece ditá-lo.
face=arial color=#000099 size=2>height=294 alt=CM20051120.jpg src="http://biclaranja.blogs.sapo.pt/arquivo/CM20051120.jpg" width=390 border=0>
[Ele há uma ordem no Mundo...]
A R.T.P. fez hoje a extraordinária descoberta que o ruído dos aviões no aeroporto da Portela incomoda a gente que mora ou trabalha nas redondezas (não incluindo na reportagem trabalhadores do próprio aeroporto ou tripulações).
Fazendo bater a bota com a perdigota, depreende-se que quando o superior interesse público determinar uma nova cidade algures onde haja particular interesse, a R.T.P. venha bafejar-nos que o ruído e o fumo dos automóveis são um incómodo para os cidadãos.
Aeroporto da Portela, Portela de Sacavém, [195...].
Foto: António Passaporte, in Postais de Lisboa, [Lisboa], C.M.L., [1998].
- Não escreveste ao Casaca? - quis saber a mãe.
- Desta vez não.
O modo habitual era: táxi para Santa Apolónia, comboio para Mato Miranda, táxi dali até à Azinhaga do Ribatejo.
Quando escrevia ao avô sobre quando íamos chegar, o pai mandava também carta ao sr. Casaca de Mato Miranda, que era para reservar o único táxi da terra. Uma certa vez não no fez. E quando chegámos a Mato Miranda o sr. Casaca - disse-nos a sua senhora lá na loja - tinha ido fazer um serviço ao Pombalinho.
Esperámos. Uma, duas horas e o sr. Casaca nada.
Anoiteceu...
O pai decidiu - vamos a pé!
Fizemos 4,5 km a pé numa hora, demonstrando que a velocidade média duma família de quatro humanos, a pé, com bagagem, entre Mato Miranda e a Azinhaga era 1,5 km/h.
Foto: Miguel Elói - Mato Miranda, Fevereiro de 2004. Bilhete desta bilheteira.
[Quando me chamaram para a tropa mandaram-me apresentar na Escola Prática de Infantaria.]
Para andar em Lisboa eram os autocarros, mas para ir a outras terras era nas camionetas da carreira. Isto se excluírmos o comboio.
Eduardo Jorge..., Algés, 1973.
Foto: Cliff Essex, in AEC's in Portugal 4.
A primeira coisa que notei nos autocarros da Carris foi que eram altos.
A segunda, que tinham a frente parecida com os calhambeques. A minha mãe reforçava essa ideia porque lhes chamava latas velhas.
A terceira foi que, sendo verdes, tinham o volante forrado com uma fita encarnada.
Carris - 210, Amoreiras, c. 1970.
Foto: Cliff Essex.
Carris - 130, Rotunda, c. 1970.
Foto: Cliff Essex.
Depois, quando vi autocarros de um só piso, notei que neles o volante era forrado com fita verde. Foi a quarta coisa.
Eram uns poucos de catraios entre os 7 e os 12. Desceram a rua para a quinta dos Embrechados; o puto de 5 anos foi atrás.
— Ó Filipe, olha! O teu irmão vem atrás de nós — disse o Ramona.
— Corram! Vamos fugir dele — respondeu o irmão do puto.
O puto viu-os a correr pela quinta na direcção do campinho. Quando lá chegou não os viu ali. Ah, mas lá iam eles no carreiro para a linha do comboio, ao fundo do vale.
Já na linha viram-no vir. — Ó pá, o puto vem ali!
Uns cem metros mais atrás o puto corricava nas travessas da linha.
— Gaita! Tenho que levá-lo para casa. Temos que voltar — disse o irmão.
— Volta tu com ele. Nós continuamos — respondeu o Gordo.
— Deixa lá o teu irmão vir connosco — interrompeu o Rui — eu tomo conta dele.
— Está bem! O meu irmão pode vir — aceitou o Filipe não querendo desistir da aventura.
Prosseguiram pela linha férrea. Via-se dali a estrada de Chelas, algumas quintas e o cemitério do Alto de S. João; o puto seguia todo contente na aventura. Quando passaram mais uma ponte, depois duma curva o Armando avisou:
— Olha o túnel da bruxa!
Greve dos ferroviários. Descarrilamento de comboio à saída do túnel de Xabregas, Lisboa, 1914.
Foto atribuída a Joshua Benoliel, in colecção de Ferreira da Cunha oferecida pela Sojornal, Sociedade Jornalística e Editorial, S.A., ao Arquivo Fotográfico da C.M.L.
À entrada do túnel o escuro travou-os. Não se via a luz ao fundo: o túnel parecia não ter fim. Todos olharam e só viam a negra escuridão.
— Lá dentro, quando passa o comboio, a gente tem que se deitar no chão mesmo encostadinhos à parede, senão o comboio apanha-nos — dizia gravemente o Rui ao puto.
O Gordo lançou um desafio:
— Vamos lá dentro ver o buraco da bruxa?
Referia-se a um nicho de abrigo no interior do túnel.
— E se vem o comboio? O puto é pequeno, tem medo — contestou o Rui.
— É perigoso, com os putos — insistiu o Filipe referindo-se também ao Armando, o irmão do Rui.
— Eu já lá fui dentro e estive no buraco da bruxa. É muito grande e não tem fundo — explicava o Rui ao puto.
— Eu também já lá fui — informou o Luís Valentão.
— Não foste nada! — retorquiu o Gordo. — Tens a mania que és valentão!...
O puto não tinha vontade de entrar no túnel, nem percebia bem o que era o buraco da bruxa.
Então o Gordo atirou uma pedra lá para dentro e gritou, que era para ouvir o eco. Os outros imitaram-no numa berraria infernal.
Ficaram um bocado a ver se passava algum comboio, sem se decidirem a entrar mais que uns metros no túnel da bruxa.
Depois o Luís Valentão disse:
— Vamos embora! Se chego tarde para lanchar a minha mãe dá-me uma tareia.
Daqueles todos, só o puto veio a passar o túnel da bruxa, mas foram passados uns 10 anos.
O restauro da fonte monumental da alameda de Dom Afonso Henriques ficou concluído no mês passado. É obra que não merecia o mau estado a que chegou. Ei-la em estado novo.
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Fonte Monumental da Alameda, Lisboa, [s.d.].
Foto Fernando Martinez Pozal, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
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