No noticiário hoje das oito na antiga Emissora Nacional a chamada para a notícia sobre a venda de Cabora Bassa era literalmente: - "Portugal devolve a barragem..."
A página da R.T.P. fala até num beberete: «sete chefes de Estado [...] na cerimónia de reversão da Hidroeléctrica...»
Proponho como exercício didáctico aos srs. redactores da notícia referirem-na ao Castelo do Bode para ver se percebem o ilógico de se devolver o que nunca pertenceu a outrem e a insanidade que é reverter qualquer obra construída de raiz, a menos que se queira tê-la demolida.
E já que me contam amiúde sobre o lápis azul devolvo-lhes que vai para cima de trinta anos que não risca nada; podem reverter o sopro de propaganda da Frelimo nas entrelinhas.
A imagem é do portal do governo.
Fred Astaire e Rita Hayworth - So near and yet so far
(*) Rita Hayworth custa um bocadinho a dizer.
— Sabe! Estive para lhe pôr lá qualquer coisa na Rua Larga. Azinhaga da Fonte do Louro Na Azinhaga da Fonte do Louro embrenhei-me um par de vezes sem azares daqueles a caminho do Areeiro. Mas um atalho por uma íngreme ravina que era precisa trepar, ali por alturas hoje da Rua Sarmento Beires, tornava muito pouco apetecível aquela... acessibilidade. |
Não partilho em geral as opiniões do Vasco Graça Moura. No entanto, sobre o estúpido protocolo de uniformização ortográfica do Português concordo inteiramente com o que ele escreveu no Diário de Notícias. |
Talvez tomada do alto da Arrentela.
align=center>width=448 border=0> A Rua Larga ligava ao bairro. Nela podiam cruzar-se dois autocarros, geralmente em boa velocidade. Os motoristas aceleravam e as chapas desconjuntadas das carroçarias de dois andares trepidando com o mau piso da rua faziam tal barulheira que o grosso ronco dos motores se deixava de ouvir. A rua tinha um muro de cada lado. Não era daqueles muros altos das azinhagas que não deixavam ver as quintas a quem passava. Tinham talvez um metro de altura e dum lado e doutro havia as terras das velhas quintas, de que sobejava só um nome mal lembrado e algumas hortas cultivadas pela gente dos bairros. |
No Verão, enquanto estava de férias li no Sol que o Cristiano Ronaldo passou momentos difíceis quando veio para o Sporting por falar à madeirense. Vinha na 1ª página. Naquelas idades os moços são terríveis com os que são diferentes. Todavia, o esforço de aculturação [agora diz-se integração, eu sei] parece que foi excessivo. Imagem: Livro de leitura da primeira classe, 1973. |
Clã - Problema de Expressão
Há pedaço ouvi na televisão a comentadora Felisbela, professora doutora, enunciar jornalisticamente no modo enunciado: "Cavaco ontem terá dito..."
O modo jornalístico é uma esquizofrenia, ou melhor, um embuste. Usa o modo indicativo dos verbos para dar o facto como certo, empregando como é hábito o futuro do presente composto, usado para exprimir incerteza. Como o modo conjuntivo denuncia o locutor como encarando a existência ou não existência do facto como coisa incerta, duvidosa, eventual, ou mesmo irreal, os noticieiros desaprendem-no (se é que o aprenderam).
Voltando à comentadora Felisbela, professora doutora, vejo no caso como ela usa o advérbio 'ontem' para situar inequivocamente o que Cavaco disse ou não disse no passado (não dizer passa a ser um facto igual a dizer logo que um jornalista o enuncie no modo jornalístico). Pois neste caso o tempo verbal correcto seria o futuro do pretérito composto (que exprime a possibilidade de um facto passado), a saber: "Cavaco ontem teria dito..." Mas isso já seria complicação a mais.
O nome das vedetas chamadas Ronaldo deve ser pronunciado "Rô-naldo" para dar mais ênfase. Não deve dezer-se nem ró... nem ru-naldo, por demasiado exagerado ou simplório, respectivamente.
Já Cristiano pode dezer-se à vontade Questiano.
(Caricatura de Rui Duarte.)
Companheiros de recordações:
Só hoje tive oportunidade de ler as vossas muito gratificantes referências às minhas fotos da querida Lisboa dum passado ainda recente, mas que já se perde nas brumas da nossa saudade. Não sou fotógrafo de profissão, apesar de ter continuado, de modo intermitente a fazer fotografia, porque é sempre muito agradável reviver alguns dos momentos que escreveram a nossa vida. Como Mia Couto, posso dizer que não sou um, sou muitos. Parto foi só um, mas fui tendo minhas outras vidas, sou mulato, não de raças mas de existências e numa delas fui «fotógrafo de Lisboa».
Bem Haja [...],
Um abraço do
Artur Goulart
(8/11/2007)
Av. dos Estados Unidos da América, Lisboa, [s.d.].
Artur Goulart in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Nota: há tempo fiz um verbete em virtude dum feliz comentário recebido do sr. Artur Goulart. Os comentários que os leitores lá deixaram eram-lhe em grande medida dirigidos e dei-lhe deles notícia por missiva electrónica. A resposta do sr. Artur Goulart é a que vedes acima, e vem dirigida aos companheiros de recordações que visitam este blogo.
Recebido o recado [abrir um livro em tal pág. e transcrever um parágrafo, já não sei qual], sigo o conselho e não me volto para a estante atrás... Hesito entre o dicionário e o Guia de Portugal aqui diante, na secretária; pego no Guia que está mais perto.
« Ir depois, em carruagem, à Batalha, avançar para Aljubarrota, tomando, em São Jorge, o caminho de Porto de Mós, donde no mesmo carro se pode alcançar a maior parte do percurso até ao ponto culminante da Serra dos Candeeiros.»
Raúl Proença, Guia de Portugal, 1.º v., Generalidades; Lisboa e arredores, 1.ª ed., Lisboa, B.N., 1924, p. 161. [Reedição da Fund. Calouste Gulbenkian, imp. 1991, que reproduz fielmente a 1.ª ed. de 1924].
Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha, c. 1965-70.
Se tenho pegado no dicionário também teria tido a sua graça (autoplastia; por pouco não seria autópsia, que é a entrada seguinte).
Em todo o caso cá está o postal. Fui naquela camioneta da carreira de cores garridas, que leva mais gente que a carruagem. Mas noto que o cocheiro parou esta última ali à direita na sombra.
O desafio fica com os visitantes 80061-80065.
Postal [em tempos] no foro dos Transportes XXI.
O sr. Carlos Freitas diz que nem por € 0,10 a troca.
E se for assim?
Dinheiro português em moedas.org.
« Em 1869 habitou aqui o Marechal Duque de Saldanha, razão por que o Pátio se chamou também do Saldanha. Fotografia: Arquivo Fotográfico da C.M.L.. |
(Revisto em 18/VII/14.)
A Vizinha do Lado
António Lopes Ribeiro - 1945
(Segundo a célebre comédia de André Brun)
(Revisto em 18/VII/14 e recomposto em 9/XII/17.)
(Revisto em 18/VII/14 e recomposto em 9/XII/17.)
... Em dia chuvoso. Quase quase a chegar à Ermida de Nossa Senhora do Resgate das Almas e Senhor Jesus dos Perdidos.
[O poste dos telefones também estava a pedir chuva.]
Rua Direita dos Anjos 198 a 208 [66?-70], Lisboa, [ant. 1901].
[Machado & Souza, in ] Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Adenda: a datação da fotografia pelo arquivista foi 1898-1908; ora sabendo que a linha do Arco do Cego foi instalada em 1901 comecei por reduzir a margem para 1901-08; olhando com atenção vejo que não há cabos eléctricos, só os carris do chora ou do americano; a fotografia é portanto anterior a 1901.
Nova Adenda: hoje, 20/VIII/2022, o registo no archivo photographico atribui a autoria da fotografia a Machado & Souza com data de 27/II/1901.
Adamastor (O)
Apartado 53
Bic Cristal
Blog[o] de Cheiros
Carmo e a Trindade (O)
Chove
Cidade Surpreendente (A)
Corta-Fitas(pub)
Delito de Opinião
Dragoscópio
Eléctricos
Espectador Portuguez (O)
Estado Sentido
Eternas Saudades do Futuro
Fadocravo
Firefox contra o Acordo Ortográfico
Fugas do meu tinteiro
H Gasolim Ultramarino
Ilustração Portuguesa
Lisboa
Lisboa Actual
Lisboa de Antigamente (pub)
Lisboa Desaparecida
Menina Marota
Meu Bazar de Ideias
Paixão por Lisboa
Pena e Espada(pub)
Perspectivas(pub)
Planeta dos Macacos (O)
Pombalinho
Porta da Loja
Porto e não só (Do)
Portugal em Postais Antigos(pub)
Retalhos de Bem-Fica
Restos de Colecção
Rio das Maçãs(pub)
Ruas de Lisboa com Alguma História
Ruinarte(pub)
Santa Nostalgia
Terra das Vacas (Na)
Tradicionalista (O)
Ultramar
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.