Sendo que havia pouca gente, havia todavia de haver alguma que ficasse no retrato.
Diante da Casa da Moeda quando as árvores eram pouco crescidas.
Av. Miguel Bombarda, Lisboa, anos 40.
Amadeu Ferrari, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Começaram as terraplanagens para a C.R.I.L. na antiga quinta das Pedralvas. O chão donde foi colhida esta perspectiva foi já vedado.
Estrada Militar da Circunvalação, Quinta das Pedralvas, 2008.
Isto é conjectura minha.
A Estrada dos Salgados cuido que partia defronte do cemitério de Benfica e seguia na direcção do lugar da Porcalhota. O seu troço inicial acompanhava o muro do cemitério e logo adiante cruzava a Estrada Militar. Neste velho troço não se levantaram prédios salvo o que se vê esventrado na segunda imagem; continua desimpedido e serve ainda de caminho às pessoas mas são hoje terras sem nome nas traseiras dos prédios das redondezas. O cruzamento com a estrada Militar faz-se agora no prolongamento da velha Calçada do Tojal, que é um tanto desviado.
Estrada dos Salgados, Benfica, 2008.
Estr. Militar no lugar do antigo cruzamento com a Estr. dos Salgados, Benfica, 2008.
Ora cá temos: a 1.ª travessia 25 de Abril na Ponte Salazar.
Ponte 25 de Abril Salazar, mudança de nome usurpação da obra, Lisboa, 1975.
Eduardo Gageiro, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Rodrigo Leão - A casa
(Voz: Adriana Calcanhotto; teledisco: José F. Pinheiro)</font>
Há muito tempo, já não sei quem foi que me disse não dever dar-se aos cães nomes com mais do que duas sílabas. Que não sendo os cães propriamente bichos estúpidos, eles não tinham entendimento bastante para assimilar e responder à chamada por nomes mais extensos. Não sei se é verdade ou não, mas cuido não ser destituído de senso. -- Já menos senso noto aos humanos que ultimamente deram em pôr nomes próprios de pessoas aos seus cães...
Mas, medindo bem, isto não é afinal destituído de todo o senso: esta moderna raça de humanos é certamente incapaz de apreender marcas comerciais com nomes extensos. Daí assobiarem-lhes agora os publicitários com monossílabos Zons e Meos. Abaixo de cão, portanto.
Humanos em rebanho, Belém, 2008.
Banda do Samouco - Nerva O Gato Montês
Praceta no Areeiro.
No dia 16 de Dezembro de 1940 (segunda-feira) foi alterado o percurso dos eléctricos no Areeiro, passando o término do eléctrico 8 a fazer-se na nova praceta [Cruz-Filipe].
Praceta do Areeiro, Lisboa, 1945.
Eduardo Portugal, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Chelas. A linha de cintura a caminho de Marvila, à beira da ponte sobre a Estrada de Chelas. No vale o que resta da Horta da D. Margarida, uma quinta a que pertenceria aquela casa de bom porte em ruínas, talvez.
Pouco abaixo da meia encosta vai a Estrada de Cima de Chelas, mas percebe-se mal.
Na linha de cumeada passa a Azinhaga da Salgada cujo nome advém da Quinta da Salgada aonde ia dar e que ficava para lá do monte. Não garanto, mas aquele casarão maior sem telhado entre as grandes palmeiras dá impressão que era a habitação da quinta. A sua parte rural há 10 ou 15 anos que foi urbanizada para realojamento. - O nome de bairro dos alfinetes, duma outra azinhaga mais a poente [nascente], sobrepôs-se-lhe, creio.
Pois esta Azinhaga da Salgada parte da Azinhaga da Bruxa, mais a sul, que por sua vez parte da Rua Direita de Marvila mais ou menos ao cimo da Calçada do Grilo. Tudo isto de que vos falo está destinado a dar em amarrações da nova ponte, se é que se pode dizer assim.
Com um ar mais "especialista comunitário" possível, disparo na direcção do vendedor:
— Ó chefe, esta alface é coisa para ter que preço?
— É coisa para estar aí sossegadinha sem preço nenhum. Então não estás a ver que isso é um repolho, porra?!(No Pipàterra (que recebe parabéns por estes dias.)
Inauguração do Mercado da Picheleira, Lisboa, 1972.
Armando Serôdio, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
(*) Ignoro o que seja um especialista comunitário. Cuido que possa ser chico-esperto…
- «Cê já falou com o teu pai? Olha, então vai lhe chamar!»
Alguém me responda se os 4 ou 5 milhões de brasileiros que não gorgolejam crioulo deste género pretendem algum dia explicar aos restantes porque cuja razão o nome da terra que habitam não se identifica com o nome da língua que oficialmente se lá fala.
Quando todos perceberem o que é identidade podem vir cá falar-me de quantidade.
Imagem em ...
Creedence Clearwater Revival - Down On the Corner
O botão de sintonia de postos de rádio ganhou um sentido socialmente muito extravagante. Como em muito desse 'progresso', que empece o trânsito na cidade, noto mais uma vez a democratização do mau gosto.
Becker Europa II Stereo em Black Forest LLC.
"Le Freak"
Av. da Igreja, Lisboa, c. 1951.
Horácio de Novais, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
No Brasil o debate sobre uma língua brasileira andava em voga nos anos 30. Alguns brasileiros complexados do passado português e com necessidade de afirmação (sempre, só e repetidamente feita pela via anti-portuguesa) promoviam esse debate que mais não era que um sintoma daquilo que ainda hoje se dá no Brasil: uma ânsia irreprimível de se sobrepor a Portugal como matriz do Português, alicerçada na ilusória convicção duma superior tradição brasileira do Português. Isto nos anos 30. Como se o desvio fosse a norma. Como se o enxerto fosse a raiz. Como se a enxertia não tivesse já dado numa ladainha de crioulos sem o influxo contínuo de portugueses desde o séc. XVI até c. 1950.
Pois o que vejo hoje é aquela mesma ânsia brasileira avolumada pela cobiça do Ultramar português - uma passarada que se cuida no Brasil poder ir comer à mão - para finalmente imperar sobre o idioma. A prova é o subterfúgio dos insignificantes Pá Lopes arregimentados pelo Brasil para conseguir exportar a sua ortografia. E se o conseguem deste modo tão descarado é porque os tristes apagados e vis basbaques que governam Portugal ou se não dão conta - e é impossível que alguém seja assim tão estúpido - ou contam colher no Brasil mais que umas consoantes... (Empreendorismo na tropicália dava um bom título para isto.) Pois triste espectáculo este que é ver ínfimos arquipélagos atlânticos ditarem a escrita do idioma a Portugal, que os povoou. Quem sabe é pela demissionária metrópole os ter deixado à sua sorte sem razão nem guerra em 74. Porém pouco me serve de consolo que com isto Abril esteja na calha para vir a ser grafado com letra pequena. A verdade é que este agachar dos madraços de 74 é custoso e humilhante. Só de pensar que nem para cobrir a oferta do Brasil se mexeram?! (Lá está: empreendedorismo na tropicália dava um bom título para isto...)
E ao depois caramba! Tanta coisa que estes indigentes liquidatários de pátrias copiam lá de fora e nem um único bom exemplo lhes trespassa as caveiras? Tudo o que ensinam é mesquinho: Portugal é pequeno; Portugal é pobre; Portugal é periférico, Portugal é o Calimero... Isto ao mesmo tempo que me vendem livros de pense positivo e conseguirá todos os êxitos e mais algum.
Onde é que a Inglaterra alguma vez discutiu a sua grafia?...
Ele há níveis a que se não deve descer. Não será preciso ser sábio e inteligente para perceber quem genuinamente escreve o Inglês; quem não tenha jeito rabiscará metade das letras e passará o resto como os indigentes (v. doughnut e donut). O mesmo com o vinho do Porto e o vinho do Porto produzido na Califórnia.
Bom! O azedume já vai longo e o que eu ia dizer era afinal que em 1943 Portugal acedeu a negociar as bases da ortografia do seu idioma com o Brasil. O objectivo de uma unificação gráfica era arrojado e Portugal agiu de boa fé; e obteve-a dos negociadores brasileiros que vieram a Lisboa, honra lhes seja feita. Uma razoável condição quanto à ortografia unificada foi tida por todos como boa: quando os portugueses ou os brasileiros pronunciassem alguma consoante ela dever-se-ia sempre grafar. A bem da prosódia de quem na pronunciasse. Os outros escreveriam essas letras ditas mudas, tal como os 'hh', sem nas dizer. Desta forma o Acordo de 45 reintroduziu na escrita de Portugal o 'c' de aspecto e o 'p' de corrupção, (pronunciados à época só pelos brasileiros).
O resultado foi 1) o Brasil nunca cumpriu o Acordo e 2) corrupção passou a pronunciar-se em Portugal com todas as letras...
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P.J. | P.J. | P.J. | P.J. | P.J. | P.J. | P.J. | P.J. | P.J. | P.J. |
Srs. locutores e jornalistas: soou-vos bem o resultado?
Àquele ex-ministro que não sabe conjugar o verbo haver também foi pedida opinião sobre o acordo ortográfico.
Fernão Doliveira, Grammatica da lingoagem portuguesa (1536).
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