Enlatada antes de abalar. Ou implementada proactivamente, pondo numa perspectiva orientada para o cliente.
A faixa 2...
Urge Overkill - Girl, You'll Be A Woman Soon
(Da banda sonora de Pulp Fiction)
Há meia dúzia de anos deu-me a ideia de gravar um disco compacto (à maneira das cassetes) com cantigas que me apetecia levar para férias. Fazia por seleccionar umas cantigas novas que me soubesse bem ouvir lá por onde veraneio. Novas cantigas nas colectâneas, que por via de regra só escolhia velharias; coisas, afinal, que me traziam Verões há muito passados… E assim agora trazem-me novos Verões; passados eles também. Esta é a faixa 7 da selecção de 2005.
Entretanto deixei-me disso.
Chris Isaak - Wicked Game
Carly Simon - You're So Vain
Conquanto o vento seja mais ameno que ali em cima.
Ou Avenida António Maria de Avelar (soa bem melhor que 5 de Outubro, não soa?) nº 52, donde se bateu a chapa em que se avistava a Rua das Cangalhas.
Fico sem saber quem seria o fotógrafo.
Av. João Crisóstomo, 32-34, Lisboa, 1896-1908.
Machado & Souza, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
A Rua de S. Sebastião, percebe-se pela irregularidade — quem se deite a pensar nestas coisas, bem entendido —, é caminho muito antigo que sobrevive apesar da Av. António Augusto de Aguiar. O mesmo com a Rua de São José e a de Santa Marta, que entroncam nela, em relação à Avenida. Os planos de Ressano Garcia que estão na origem da expansão de Lisboa nos finais de Oitocentos e início de Novecentos tiveram, além de tudo o mais, o mérito de respeitar estradas antigas e caminhos rurais que se desprendiam de Lisboa campos afora. Nem o Estado Novo nem os que se lhe seguiram tiveram esse condão. São esses velhos caminhos sobreviventes, apanhados hoje na malha urbana, mais ou menos perceptíveis pela sua extravagância no plano ortogonal das avenidas novas projectadas, mesmo apesar de regularizados. Um de que há pouca ou nenhuma memória é o que prolongava a Rua das Picoas até ao Rego. Chamava-se Rua das Cangalhas, que foi entretanto regularizada e promovida. Chamam-lhe avenida, do Conde de Valbom, mas num bom pedaço confunde-se com um jardim diluido na Marquês de Tomar, e no troço final não passa actualmente dum beco. | ![]() Av. Conde de Valbom, 90-94, Lisboa, 1965. Aug.º de Jesus Fernandes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L. |
A fotografia acima à direita, não o posso garantir, mas tem todo o ar de ser um prédio sobrevivente da velha Rua das Cangalhas na Av. Conde de Valbom. Não vos admireis: veio a ser demolido. A imagem abaixo, a alguns benévolos leitores que gentilmente visitam este blogo pode à primeira vista parecer que a já publiquei quando cá escrevi sobre a Av. António Maria de Avelar. Retrata o mesmo lugar que a que lá pus e foi tirada do mesmo sítio, mas não se trata da mesma fotografia. Dá-me impressão que o fotógrafo repetiu a chapa por ter surgido entretanto um motivo novo diante da lente... Menos verosimilhança que esta insinuação teve então a minha conjectura do local da chapa, em que a propus batida do antigo jardim do palacete da Av. Cinco de Outubro, 38. É mais provável que tenha sido do jardim doutro palacete sito na esquina a seguir, no nº 52 (ou dum casarão na João Crisóstomo 34), apontando a ocidente, dando a ver o Monsanto ao fundo, mostrando à esquerda a feitura da dita João Crisóstomo e, atrás dos palacetes em primeiro plano, uma velha casa rústica meia de esguelha; perecebe-se atrás dela o eixo da Conde Valbom oblíquo em relação ao plano ortogonal das avenidas. Presumo ver ali a velha Rua das Cangalhas, prolongando naturalmente o que sobeja ainda hoje da Rua das Picoas. | |
![]() Av. António Maria de Avelar (hoje dita de Cinco de Outubro, nº 67-73), Lisboa, 1896-1908. Machado & Souza, in Arquivo Fotográfico da C.M.L. |
O Mané-Mané era um velhote que morava numa barraquinha de platex, cartão e lata. Usava sempre uma boina à francês, preta, e andava ao papelão. Sempre que alguém lhe dava alguma coisa ele dizia obiado! e seguia agradecido até casa repetindo o agradecimento. A miudagem da rua, gostávamos de o ouvir dizer aquilo; dávamos-
-lhe caixas de cartão que arranjávamos só para o ouvir repetir obiado! obiado! obiado!, rua abaixo até casa.
Depois o Mané-Mané nunca mais se viu e esqueceu. Lembrou-me ainda dele uns tempos após, quando ao depois vi isto no programa Abre-te Sésamo.
Os Marretas, Manã-Manã (ou Mané-Mané, cá no meu conceito).
Texto corrigido às 11h35 da noite.
Neil Diamond - Girl, You'll Be A Woman Soon
(Ao vivo na TV em 2001)
Taxa do Robin dos Bosques? Mas não são todos os impostos na essência uma contribuição dos cidadãos a favor da comunidade?!
Esta civilização confunde-se com Hollywood. Com o Walt Disney. Só num estado de infantilização colectiva (e colectivizante, por meio dos media) é que a realidade pode ser encarada como conto de fadas.
Há dias era a EDP - uma empresa riquíssima e cujos ganhos do confortável monopólio vão sendo embolsados por particulares - que ia começar a cobrar aos justos pelos não pagadores... Uma espécie de sobretaxa Robin dos Bosques mas a favor da oligarquia monopolista edepiana. Eu custa-me a crer que os poderosos humilhem tão descaradamente as pessoas. É uma grosseria que não concebo. Mais agora esta elaboração da taxa do Robin dos Bosques sobre o lucro da Galp? Não é a Galp do Estado? Não é mais simples o dono ditar à empresa a venda da gasolina ao preço de custo? É que, à excepção do duvidoso Euro 08 Ambition Bus, os lucros fabulosos da Galp não passam disso mesmo - uma fábula - na bolsa da comunidade.
Robin dos Bosques da Disney ao som do tema Men In Tights (ou Homens de Ceroilas, se preferirdes).
Gershwin, Porgy & Bess: Summertime
Do filme Rhapsody In Blue (1945)
(Soprano: Anna Brown)
Esta tarde ainda estavam com o avião da selecção...
O menino ali de frente ia depois dos jogos da selecção para a janela todo contente gritar: POR-TU-GAL! Um amigo crescido na janela ao lado fazia coro como ele: POR-TU-GAL! POR-TU-GAL! Ontem não dei pelo menino à janela e já após o outro jogo se não deve ter ouvido; nem ele nem o amigo crescido da janela ao lado. Só os pés de microfone (*) das televisões e das rádios é que, depois de ontem, ainda não meteram a viola no saco.
(*) A expressão é usada pelo Emídio [juiz] Rangel no Destak, segundo me disseram.
A imagem do Euro 08 Ambition Bus da campanha da Galp (uma empresa portuguesa) é do Briefing, um jornal português...
Então lê atentamente:
1 - Sai da escola a passo.
2 - Segue pelo passeio.
3 - Atravessa nas passadeiras.
4 - Antes de pores o pé fora da passadeira, repara no trânsito.
5 - O meio da rua é para os carros.
6 - Auxilia aqueles que têm dificuldade em andar na rua.
7 - Anda nos eléctricos e nos autocarros como os adultos.
8 - Entra e sai com o eléctrico e o autocarro parados.
9 - Quando saires do eléctrico ou do autocarro, deixa-os seguir e só então atravessa.
10 - Afasta-te dos carros que vão começar a andar.
Judite Vieira, Manuel Ferreira Patrício e Silva Graça, Livro de Leitura da Segunda Classe, 1ª ed., Atlântida, Coimbra, 1968, p. 35.
Isto foi na longa noite da vida na cidade quando não havia publicidade marcas comerciais nos livros escolares. Agora há mais liberdade...
Ilustr.: Maria Keil, Luís Filipe de Abreu.
Aretha Franklin - I Say A Little Prayer
(Cliff Richard Show, 1970)
Ou talvez 1930...
Fotografia de Ferreira da Cunha, in Rocio-Rossio: Terreiro da cidade, Porto, Asa, 1990.
Palácio Valença-Vimioso, Campo Grande, 1940.
Eduardo Portugal, in Arquivo Fotográfco da C.M.L..
Restaurante do Campo Grande, Lisboa, 1959.
Arnaldo Madureira, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
- E as maletas de coiro brilhante para o dinheiro? E o cordão também de coiro puído para a campainhada da paragem? E a mudança da peça metálica do timão, quando o eléctrico chegava ao fim da linha e havia de mudar de sentido?
- Isso! Isso! E o trolley que também virava no término? Mai-los bancos dos passageiros. E as janelas que se abriam por inteiro, ora para cima, ora descendo, deixando apanhar o vento fresco? E as cortinas de lona para quebrar o sol...?
Pequena unidade duma série de 1901 que a Carris abateu definitivamente em 1961, Lisboa, 1961.
Nota: a legenda diz Rossio mas trata-se da Praça da Figueira. Imagem do AMTUIR.
E o prego da serradura para as rodas não derraparem nos carris? E o volante do travão para segurar o eléctrico nas ladeiras mais íngremes? E as grades de lagarto? E as portas guarda-vento da plataforma para a coxia? E os nove pontos do timão donde resta a expressão 'ir a nove' que quer dizer ir à velocidade máxima...? E o plim plim? E o Tio Zé Lapa? E...
Diana Krall - Cry Me A River
Olympia, Paris, 2001</span>
Cor. De Lisboa é caso para dizer que até os daltónicos lhe discutem a cor. Veja lá, de preferência o ocre pombalino, recomenda um byroniano de passagem. O verde, o verde, contrapõe alguém logo aseguir, com os olhos no Tereiro do Paço, «até o cavalo de D. José vai ficando verde, comido de mar», já lá dizia Cecília Meireles.
José Cardoso Pires, Lisboa, Livro de Bordo, 6.ª ed., Dom Quixote, Lisboa, p. 31.
Terreiro do Paço, Lisboa, c. 1970.
Melhor que o sr. premiê bradar na Assembleia naquele tom empolgado que lhe é característico que o Tratado de Lisboa é fundamental na sua carreira política, foi vê-lo justificar-se mediocremente da impante vaidade: o Tratado é bom para Lisboa. Percebe-se porquê, não é verdade?!...
A carreira política do sr. primeiro ministro é mero eufemismo para o seu incontido afagar do ego. E se ele fica todo vaidoso por causa do enorme feito político de assinar um duvidoso tratado internacional, Lisboa também deve ficar toda inchada por o tratado lhe levar o nome. Pois a vaidade cega muito mas factura pouco. Pela cartilha da moda, que põe tudo à venda, eu digo: o tratado devia era pagar pela ostentação da marca.
A imagem é do Expresso e o 'premiê' é da Lusa, Agência de Notícias de Portugal (http://www.agencialusa.com.br/). Auguro que o Tratado Ortográfico também venha a ser fundamental para a carreira política do 'premiê'.
Ontem ouvi o sr. presidente da República invocar o 'Dia da Raça' para desajeitadamente se escusar a comentários sobre a raça dos carroceiros...
Dia da raça? Que é lá isso?!...
Então a democratização não fez disto tudo uma raça pegada? A que raça se refere ele? À má raça que é mal vista por defender-se no Ultramar porque os terroristas eram então mais bem vistos?
Ou será à tal raça pegada de agora que já pode mandar tropa para o Líbano e para o Afeganistão para guardar a comunidade internacional porque os terroristas agora já estão todos mal vistos?
Chaconne d' Arlequin por Pierre-François Dollé
(Jean-Baptiste Lully, Le Bourgeois Gentilhomme, 10, Chaconne des Scaramouche)
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