[ Um verbetezinho pelo meu pseudónimo na enciclopédia livre em 17 de Fevereiro de 2005. Impedido de o eliminar de lá pelos senhores daquilo uso-o aqui mais enriquecido, com ilustração do Clube Filatélico de Portugal.]
Jurisconsulto nascido em data desconhecida em Lisboa, onde faleceu em 3 de Maio de 1404. Filho de João Afonso das Regras e de Sentil Esteves e, após o segundo casamento da sua mãe, enteado de Álvaro Pais, perpetuou o seu nome em virtude da magistral representação da causa do mestre de Avis nas cortes de Coimbra de 1385 cujo corolário foi a aclamação de D. João I como rei de Portugal.
De acordo com Fernão Lopes esteve em Bolonha, e é verosímil que tenha estudado na universidade daquela cidade de Itália. Foi professor da Universidade de Lisboa, onde mais tarde desempenhou o alto cargo de encarregado ou protector, equivalente, segundo alguns, ao cargo de reitor (Carta Régia de 25 de Outubro de 1400). Tal como o seu padrasto, teve uma acção importante no levantamento de Lisboa que alçou o mestre de Avis por regedor e defensor do Reino. Conselheiro e chanceler do mestre, a sua acção na crise de 1383-1385 culminou na inteligente argumentação em que, omitindo o nome do mestre, negou validade às prentensões dos outros candidatos ao trono.
Inteligentemente, a sua estratégia demonstrara que o trono estava vago pois nenhum dos pretendentes tinha direito a ele. Pertencia assim às cortes escolher livremente um novo rei, sendo o mestre, «per unida concordança de todolos grandes e comum poboo» aclamado rei de Portugal.
O rei concedeu muitas mercês ao dr. João das regras: fê-lo cavaleiro de sua casa, senhor das vilas de Castelo Rodrigo, Tarouca e Beldigem; senhor de Cascais e seu termo, do reguengo de Oeiras, das dízimas das sentenças condenatórias de Évora, da jurisdição da Lourinhã e das rendas da portagem de Beja. Fernão Lopes refere-se a ele «como notável barom, comprido de ciência [e] mui grande letrado em leis [...]». Jaz sepultado na igreja de S. Domingos de Benfica, em Lisboa.
Bibliografia:
Bando precatório de estudantes a favor das vítimas do terramoto de Benavente, Lisboa,1909.
Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
« A Rua Larga de S. Roque foi mandada abrir por carta de D. Sebastião para o Senado da Câmara, datada de 8 de Janeiro de 1569 (1). Sucedeu a um antigo caminho que das Portas de Santa Catarina subia pela encosta do monte de S. Roque para os moinhos de vento e arrabaldes ao norte da cidade.
Chamava-se, como já vimos, Rua Direita do Mosteiro de S. Roque, ou Rua pública que vai de N. Sr.ª do Loreto para S. Roque, ou Rua de S. Roque (2), ou Rua Larga de S. Roque(3), denominação esta que perdurou até à implantação do regime republicano. Mudou-se-lhe então o topónimo para Rua do Mundo, e depois para Rua da Misericórdia (4).»A. Vieira da Silva, A Cerca Fernandina de Lisboa, vol. I, 2.ª ed., [C.M.L.], Lisboa, 1987, pp. 150, 151.
N. do A:
(1) Livro 2.º de El-Rei D. Sebastião, p. 49, apud Matos Sequeira, O Carmo e a Trindade, vol. I, p. 278.
(2) Summario, por C.R. de Oliveira, ed. de 1755, p. 22.
(3) Corografia Portugueza, pelo P.e A. Carvalho da Costa, t. III, 1763, p. 473.
(4) Deliberações camarárias respectivamente de 29 de Outubro de 1910 e de 12 de Agosto de 1937, e editais respectivamente de 18 de Novembro de 1910 e de 19 de Agosto de 1937.
Rua da Misericórdia, Lisboa, 1968.
Armando Serôdio, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Sobre este inútil assunto são já duas as cartinhas que a EDP me manda. Se bem entendi: 1) uma lei da República dá-me o direito a receber uma factura da luz por mês; 2) o regulamento da E.R.S.E. admite a possibilidade de as partes acordarem diferentemente da lei; 3) para que a EDP cumpra a lei e não o regulamento da E.R.S.E. eu devo enviar-lhe o canhoto devidamente preenchido e assinado.
Já me tinha dado conta que as leis da República eram postulados e que o costume é que faz lei.
O perigo dos rabos de palha é a sua natureza altamente inflamável. Se pegam fogo e ateiam ao palheiro bem pode o feitor vir com o corpo nacional de bombeiros que o maioral da quinta não há-de passar, pelo menos, sem se engas- gar com o fumo.
Lisboa: prisão modelo, c. 1890-1910.
Foto: Charles Chusseau-Flaviens, in George Eastman House.
Tornando à esferográfica azul.
24, Largo do Carmo, 1963.
Colecção do M.T.U.I.R.
Adenda
Este modelo de carro eléctrico, conhecido como «caixote» começou a ser fabricado nas oficinas da Carris, em St.º Amaro, a partir do final da II Guerra. Dediquei-lhes um òdiozinho de estimação, na minha infância. É que estes eléctricos eram feios. Com aquelas linhas direitas, pareciam cortados a machado. Ainda por cima, as janelas, com vidros de baixar, que não recolhiam completamente, deixando uns centímetros de fora, davam-me pelo ombro, além de terem portas que nos isolavam do bulício do exterior.
E os atrelados ainda eram piores. Nesses as janelas davam-me pelo queixo. Para cúmulo, era sempre para aí que o meu pai me rebocava. Que raio de predilecção aquela! Os outro modelos, sim! Reboludinhos, com vidros de subir que escancaravam janelas onde, de cotovelo apoiado no peitoril víamos, de camarote, a rua a desfilar. Em vez de portas, tinham grades, que deixavam o mundo ao alcance da mão e ainda davam para confraternizar com a malta da «pendura». Eram outro luxo!
Os «caixotes» começaram a ser retirados a partir de 1992, sem que eu, traumatizado, tivesse feito as pazes com eles.
Actualmente, existe apenas um exemplar, para amostra, no Museu da Carris.
A.v.o.
Comentário de Atentti al gatti, 26 Nov. 2008.
Dionne Warwick, Walk On By
Recebi de José Quintela Soares, do blogo Lisboa Antiga, o "Prémio Foto". Obrigado! Mas o mérito não é verdadeiramente meu, pois que as melhores que se cá neste blogo acham são doutrem.
Manda a regra que publique agora uma fotografia à minha escolha e nomeie oito premiados para propagar o prémio. Faço todavia doutro modo; publico oito fotografias à laia de nomeação e quebro os grilhões para não acorrentar os seus autores. Conto que me assim perdoem o abuso de pôr cá as suas fotografias sem consulta prévia. A ordem foi ao calhas [mais ou menos, por causa daquelas três na vertical]..
Luísa, | Alexa, | ||
Maria Isabel | Rosa |
Platero, | Dona T., | Carlos Romão, |
Manuel, |
Nota: relacionado com prémios obrigado especialmente (e tardiamente) à srª Dona T. que ofereceu o prémio dos dardos a este blogo antes de ninguém, em 28 de Setembro, e que eu não agradeci propriamente quando aqui dei notícia do assunto. Desculpe-me a desatenção!
O par do reino converteu-se do grande capital a paladino da classe operária. Mas quando há pedaço lá via as bandeiras do P.C.P. drapejando deu-me pena: o camarada Saldanha, além de diabético, é bipolar.
Monumento ao marechal duque de Saldanha, Lisboa, post 1909.
Chaves Cruz, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
O sr. dr. Menezes foi ameaçado por ex-ministros de Portugal. Ao que chegámos! Noutro tempo havia maneiras próprias para tratar de certas maçadas. Um ministro de Portugal não seria facilmente achado num assunto assim... Coisas da democracia!
Falando em ministros de Portugal, no caso, havemos de os ligar dalguma maneira a três partidos na Assembleia. Pois cheira-me que dois deles já se puseram em campo para poderem farejar...
Coisas da democracia, mais uma vez.
Gravura dos perdigueiros de artista desconhecido; publicada por Brown & Bigalow, 194...
No guião do simulacro de resposta a um terramoto que a protecção civil vai fazer e que circula aí pelas caixas de correio electrónico não encontro menção a ruínas ou edifícios arruinados. Antes noto por lá um certo barbarismo, espécie de carne picada do amaricano (é tão fácil almoçar no MacDonald), que parece derivado de colapso. Na realidade não é. O substantivo colapso entrou no Português por via erudita sem necessidade de vertê-lo em verbo; havia melhor vocabulário para se dizer ruir. E eis-nos, pois, chegados à progressiva sociedade do co-
nhecimento, mais justa e igualitária; aquela que dos escombros do odioso regime das palavras caras democratizou o colapso em regular verbo da 1ª conjugação e foi tornando inteligente qualquer mentecapto.
Dicionário da Lingua Portuguesa 2004, Porto Editora, 2003.
Texto ligeiramente revisto às 8h30 da noite porque aqui, pelos vistos, também se mete água.
Esta é a só a 2ª parte. A 1ª é um nadinha mais longa e está em exibição aqui.
Comemoração do Dia dos Museus.
António Gonçalves, C.E.C., 2008.
Na Atenas clássica a tirania era um instituto sério da democracia previsto para situações graves que ameaçassem a pólis. A histeria com o sacrílego dito da srª drª Manuela Leite só se compreende, portanto, porque a democracia entretanto se tornou religião.
Sucede que foi destaque também hoje nas notícias o julgamento dum padre de Argoncilhe - de Argoncilhe - porque desobedeceu à Guarda Republicana.
Demolido, que era para construir um mais bonito. Ou é uma perspectiva errada?!...
A morada está mal...
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Fotografias: Estúdio de Mário de Novaes (1933-1983), in Biblioteca de Arte da F.C.G. |
A caminho de Lisboa, descendo de Linda-a-Velha pela auto-estrada do estádio intrigou-se-me no domingo a senhora com o que parecia ser uma árvore de Natal que se via na outra banda. Era a base do Cristo-Rei que estava iluminada, mas afinal não era nenhuma árvore de Natal.
O meu bom amigo Fernando C. trouxe-me hoje um recorte de imprensa. Notai a verborreia da notícia que passa ten-
ta passar a ignóbil apropriação do património como veste-se de luz, reabilitação urbana, imagem renovada, iniciati-
va, fórmulas criativas, e que diz tudo sobre o tipo de gente que promove este odioso tracto.
Quando me deu o recorte o meu amigo não conteve um enjoado "se o país era todo para vender...?"
Expresso,15 de Novembro de 2008.
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