Já me tinha perguntado se o Casal Vistoso não teria tido capela - uma quinta do séc. XVII só é natural que tivesse!...
Tem esta freguesia [dos Anjos] no seu destrito as Ermidas seguintes: [...] S. Joaõ Bautista na quinta das Ameyas na estrada de Sacavem, que he de Verissimo de Abreu de Castro;
P.e António Carvalho da Costa, Corografia Portugueza, t. III, Lisboa, 1712, p. 419.
Não dá o P.e António Carvalho da Costa qualquer descrição da capela mas indica quem era o Abreu de Castro a quem pertencia a quinta.
Da Corografia Portugueza: Ermidas da freguesia dos Anjos.
Proponho a leitura completa do rosto deste tomo. Entoar com alguma ênfase, mas sem exagero nem maneirismos excessivos. Ler até com todas as licenças necessárias. Repitir se precisar melhorar.
Se teve o privilégio duma plateia pergunte se soou como venda de banha da cobra. Se não, pergunte a si mesmo. Pode até parecer que sim, que soa a banha da cobra. Eu digo que não...
(Obra completa na B.N.)
A E.D.P. é uma sociedade (ou um conglomerado delas) que produz e vende electricidade. Com lucro e dividendos. Calculo que a E.D.P. só subcontrate electricistas porque se os empregasse directamente apenas anúncios de néon se acenderiam, tal é o delírio posto na missão dos que lá emprega.
(Fotomontagem com fragmentos das páginas da E.D.P. na rede. Delírio edepiano por via de Sérgio Correia no Delito de Opinião.)
Ou os anos 90 numa estética mais apreciável.
The Corrs, Everybody Hurts
Lembrei-me que gostava desta.
Ritmo desprendido, música algo arrastada... A letra meia alucinada pode ser que seja poesia; o teledisco desconexo: chamemos-lhe arte...
Os anos 80 também parece que foram um bocado meios coiso...
Talking Heads, The Lady Don't Mind
(Little Creatures,1985)
(Imagem No Baloiço... Em Saltos Altos.)
J. S. Bach - Oratório de Natal (Weihnachts-Oratorium, BWV 248), Cantata nº 1.
English Baroque Soloists; Coro Monetverdi; maestro: J. E. Gardiner.
Do «Messias» de Händel...
Outra versão em barroco puro.
Sylvia McNair - Rejoice Greatly, O Daughter Of Zion
Händel, O Messias (HWV 56, 1741).
Sisto Badalocchio, c. 1610 | Aos benévolos leitores que
SANTO E FELIZ NATAL . |
Decididamente esta espécie de civilização global não passa duma imensa venda de banha da cobra.
A E.M.E.L., essa sociedade comercial que manda nos arruamentos de Lisboa (a Câmara não se presta a fazer valer a jurisdição que lhe compete, embora encha o baú com um imposto automóvel, sem despesas de cobrança) – a E.M.E.L., dizia eu – vai começar a vender parquímetros de bolso que funcionam com cartão pré-pago. No seu dizer, "será muito benéfico para a empresa e para o utente, porque deixam de existir as situações em que o utente ou paga menos tempo do que fica estacionado ou paga a mais". O benéfico para a empresa é de gritos: vender ao automobilista por € 30,00 uma geringonça (agora parece que se diz gadget, não é?) para ele ter o extraordinário privilégio de poder pagar o estacionamento tal qual a tarifa corrente; e mais, com o pré-pago antecipa receita forçando o utente ao uso complementar dum cartão sem o qual a geringonça será inútil.
Já o benefício do utente é o logro de ser servido de pagar para... poder pagar adiantado. Ora como sabemos, neste mundo quem paga adiantado é mal servido. No caso, a dupla tributação a favor do município (I.M.V. e E.M.E.L.) é um roubo de estrada e um simulacro de res publica sem proveito para o cidadão. E este há-de sem remédio ter de continuar pagando cumulativamente o tributo aos bárbaros que de facto senhoreiam as ruas.
(Raspadinhas da E.M.E.L. em...)
Soaram hoje as buzinas a Norte ouvindo-se as gentes bradar contra as Scuts. Não me espanta. Gente grada de vários quadrantes tem-se alvoroçado com muito arruído contra umas Scuts... telefónicas.
(Sinais na antiga J.A.E.)
Quando eu era pequeno, lá na rua era comum uns matulões espertalhaços açularem os mais miúdos só para vê-los à briga. Normalmente havia um que começava: - Eia pá! O Papuço chamou-te maricas (era tudo mentira). Tu admites?!... És mesmo maricas!
Então costumava entrar outro dos da matula a ajudar o gaiato agravado: - Ele não deixa nada chamarem-lhe maricas - e virava-se para o miúdo - Não deixas, pois não? Vai lá dar-lhe os dois decilitros! Não tenhas medo que se o Papuço te quiser bater eu defendo-te. Vai lá, não sejas maricas!
Os dois decilitros (curiosa expressão que não sei donde veio) era molhar dois dedos com cuspo e passá-los com sobranceria na cara doutro miúdo provocando-o. O outro, que normalmente não se ficava com o desaforo, virava-se ao provocador, pegando-se de seguida os dois à bulha. Era o que os mais velhos procuravam.
Não vem isto aqui a propósito de nada senão que ultimamente me parece que andam os merceeiros de notícias assim como os matulões espertalhaços lá da rua: açulando os que se deixam levar...
(Imagem, D.N.)
A Av. Afonso Costa, em Lisboa, parte do Areeiro (lado nascente) em aterro sobre a velha estrada de Sacavém, rasga a encosta que do Casal Vistoso caía em suave declive sobre a Rua Barão de Sabrosa, e liga à Rotunda das Olaias novamente em aterro sobre o vale da Azinhaga da Fonte do Louro. Quem, porventura, nos anos 40 se chegasse à embocadura do que é hoje a Av. Afonso Costa, ao Areeiro, veria de alto a Rua Alves Torgo (a velha estrada de Sacavém) e adiante, no cimo duma colina, o Casal Vistoso.
Foi este Casal Vistoso, ou Quinta das Ameias, edificado no séc. XVII; pertenceu aos Abreus e Castro (1) e foi retiro de campo da condessa d' Edla (2) e de el-rei D. Fernando II.
Outrora era a silhueta desta quinta que dominava todas as vistas que deitássemos na direcção do Areeiro, antes da actual praça. Hoje em dia mal se vê da Av. Afonso Costa, que lhe morde os alicerces, tal é o volume edificado em seu redor.
Rua Alves Torgo e Quinta das Ameias ou do Casal Vistoso, Areeiro (Lisboa), 1947.
Eduardo Portugal, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
(1) O Guia de Portugal designa a Quinta das Ameias como Casal Ventoso, o que é evidentemente uma gralha tipográfica. Diz o seguinte: "A estr. de Sacavém leva ao Areeiro, atravessando a linha férrea de cintura. Antes do apeadeiro, vê-se à dir. o palácio da Quinta das Ameias ou Casal Ventoso [sic], que data do séc. XVII e era dos Abreus e Castros" (vol. I, p. 269).
(2) J. F. do Alto do Pina, História da Freguesia.
Mitigando talvez angústias das iluminações de Natal...
Postais: Estúdio Mário de Novais: Lisboa à noite, anos 40. Da Biblioteca de Arte da F.C.G..
Ontem no Mário Crespo um secretariozeco de estado atabalhoava explicações sobre o negócio do Magalhães. A folhas tantas, confrontado com a grossa dívida pela subvenção dos computadores, refraseou: - Dívida não. Acerto de contas.
Muito airoso. Parecendo dizer que não há dívida, reconheceu (nem sei se se deu conta) tanto a dívida como o natural corolário de haver de saldá-la. O que são afinal os 180 milhões da Acção Social a favor da tal Fundação das Comunicações Móveis senão uma provisão de dívida?
É a rapazes assim jeitosos que isto anda entregue.
Old Boys' Club, 1910.
Fotografia de Shorpy.
Now we freak, oh what a joy...
Chic - Le Freak
Nas touradas é costume haver num dos sectores da praça uma minoria alvoroçada e insatisfeita que sempre clama por mais um ferro. Depois, certos cavaleiros, mesmo os triunfantes, embalam desembestados no ruído estendendo a lide até à náusea, acabando por vexar a maioria na praça com o aborrecimento. Pois eu parece-me que todo o touro deveria consorciar-se com qualquer cavalo a seu gosto e, no acto, devia constitucionalmente o director de corrida deixá-los adoptar um ou mais moços de forcado. Arrumava-se de vez com certa tourada sem remédio que, sinceramente, só de ouvir enjoa.
(Imagem em Café com Pão.)
« Por um edital do Intendente Geral da Polícia, que se acha fixado nos logares publicos d'esta capital, se faz saber que as principaes ruas d'ella serão illuminadas desde o dia 17 d'este mez. S. Magestade houve por bem fazer a despeza dos lampeões, e cada morador das ruas, em que elles serão postos, deverá contribuir com um quartilho d'azeite em cada espaço de 27 dias [Gazeta de Lisboa, 15 de Dezembro de 1780]. É curiosa a anedota, e parece-me contada com a maior graça.» | |
Júlio de Castilho, Lisboa Antiga; Bairros Orientais, 2ª ed. revista e ampliada pelo autor e com anotações do Engº Augusto Vieira da Silva, vol. IX, Lisboa, S. Industriais da C.M.L., 1937, pp.168 e ss.. 1 Theatro de Manuel de Figueiredo, tom. XIV, pág. 498. |
... Isto ser a Praça do Areeiro? Na embocadura da Av. Gago Coutinho?!...
Repare-se: o eléctrico 8 que ia para o Areeiro dá a pista; onde se começa a levantar um prédio (o da pastelaria Cinderela) vê-se ainda só a embocadura da Av. Padre Manuel da Nóbrega, em embrião; ao fundo nota-se bem a Quinta dos Lagares de El-Rei, do séc. XIV, hoje totalmente abafada pela altura das construções em redor; mais longe o casario que se estende deve ser na Travessa Henrique Cardoso que ligava a Estrada de Entrecampos à Estrada das Amoreiras na pré-história da Av. de Roma.
O cimo da Av. Almirante Reis antes dos arranha céus. - Via-se a Estatística desde o lugar da Praça do Areeiro, vá lá imaginar-se!
Identificando a prova de ciclismo saberei a data; para já é certo que as imagens são posteriores a Dezembro de 1941 e anteriores a 24 de Março de 1947 quando o eléctrico 8 deixou de ir à Praça da Figueira, ficando-se pelo Martim Moniz.
Fotografias: Praça do Areeiro, Lisboa, 1940-47.
Estúdio de Horácio de Novais, in Galeria da Biblioteca de Arte da F.C.G.
Adamastor (O)
Apartado 53
Bic Cristal
Blog[o] de Cheiros
Carmo e a Trindade (O)
Chove
Cidade Surpreendente (A)
Corta-Fitas(pub)
Delito de Opinião
Dragoscópio
Eléctricos
Espectador Portuguez (O)
Estado Sentido
Eternas Saudades do Futuro
Fadocravo
Firefox contra o Acordo Ortográfico
Fugas do meu tinteiro
H Gasolim Ultramarino
Ilustração Portuguesa
Lisboa
Lisboa de Antigamente (pub)
Lisboa Desaparecida
Menina Marota
Mercado de Bem-Fica
Meu Bazar de Ideias
Paixão por Lisboa
Pena e Espada(pub)
Perspectivas(pub)
Pombalinho
Porta da Loja
Porto e não só (Do)
Portugal em Postais Antigos(pub)
Retalhos de Bem-Fica
Restos de Colecção
Rio das Maçãs(pub)
Ruas de Lisboa com Alguma História
Ruinarte(pub)
Santa Nostalgia
Terra das Vacas (Na)
Tradicionalista (O)
Ultramar
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.