(c) 2012
Estes dois têm vindo a fazer nas minhas sacadas o mesmo que fazem no lampião da rua. E não me refiro só ao namoro.
Lisboa, Primavera de 2012.
Ainda não tive tempo de ver e ouvir com atenção mas ponho já o filmezinho a dar.
A introdução apresenta Lisboa com o Rossio e o elevador do Lavra. Há partes do circuito reconhecíveis à primeira: a entrada da auto-estrada em Caselas; a descida da Estrada de Queluz até ela (tomada do alto aos 3m 15 com ampla vista para os lados de Alfragide); a estrada do penedo... A recta da meta era no alto da Ajuda.
Em 1959 ganhou Stirling Moss num Cooper Climax. A enciclopédia livre tem um rico mapa interactivo do circuito.
O chefe índio de Santa Comba lembrou-se agora de vender a vinhaça da tribo ao turista, às cavalitas da memória do dr. Salazar. Grosseria de tratante interesseiro e piegas. — Seja ele corajoso! Reerga ao dr. Salazar a estátua que lá havia na terra. É mais nobre e calhando logo verá mais turistas do que espera.
Momento de ignomínia, Santa Comba Dão, 1975.
(Imagem d’ «A Voz Portalegrense».)
« Era comum Fernando Pessoa, enquanto se encontrava a trabalhar, levantar-se, pegar no chapéu, ajeitar os óculos e ir até ao “Abel”. Esta simples acção de Pessoa, que se tornou um hábito, intrigou um colega de trabalho do poeta, Luiz Pedro Moitinho de Almeida (segundo Fernando Pessoa - empregado de escritório, do João Rui de Sousa). Esse mesmo colega apercebeu-se, algum tempo depois, que as idas ao “Abel” eram, nada mais, nada menos, que uma ida ao depósito mais próximo da casa Abel Pereira da Fonseca para tomar um cálice de aguardente.»
In Companhia Agrícola do Sanguinhal, apud Restos de Colecção (25/10/2011).
Antes dos aterros na doca do Poço do Bispo...
Abel Pereira da Fonseca, L.da, Poço do Bispo, 193...
Fotografia: Estúdio de Horácio de Novais, [s.d.], in Biblioteca de Arte da F.C.G..
O paquete não sei dizer...
Fotografia: Estúdio de Horácio de Novais, [s.d.], in Biblioteca de Arte da F.C.G..
Diz que apesar de ter decretado a cobrança de portagens na antiga Ponte Salazar o governo teve de pagar as indemnizações compensatórias à Lusoponte. E diz mais: não podia o governo eximir-se de ter de pagar porque essa paga estava, preto no branco, no contrato de concessão de exploração da ponte.
Ora então, não estava no contrato que a indemnização compensatória era devida justamente por estar impedida a Lusoponte de cobrar portagens nos agostos?!... E se estava assim no contrato, como parecerá óbvio, não ficaria assim por maioria de razão anulada toda a obrigação de pagar qualquer indemnização compensatória logo que a cobrança das portagens, depois de decretada, se desse?
Ou o contrato omitia displicentemente a razão da indemnização embora fosse claro — claríssimo, segundo consta — sobre a obrigação (neste caso infundada) do Estado em pagá-la?!...
Tudo isto cheira a esturro. E agora os termos desta notícia: Lusoponte aceita devolver o dinheiro.
Ai aceita?! — Que atenciosa é pelo favorzinho de não mamar a dobrar.
Um cabeçudo da Porto Editora (uma que publicou ao Casteleiro um vocabulário da língua portuguesa que este, com fundos públicos de vulto, nunca levou a cabo na Academia das Sciencias) desaguou ontem no «Público» a queixar-se de Portugal estar a meio duma «ponte» entre Angola e o Brasil.
Não está.
A «ponte» é metáfora de engenharia domingueira com cálculos da treta.
Este ganancioso viu-se agora aí na margem com um corso de dicionários que não consegue vender ao Brasil e insinua-se, descarado, pela diplomacia portuguesa (e brasileira) para impingir o seu carnaval a Angola e Moçambique?!
O gajo está de tanga. Ele que se jogue ao rio com os dicionários ao pescoço. A ponte é uma miragem.
Adenda:
O artigozinho do tratante tem nove parágrafos. Tirando dois introdutórios (mas que desperdício!), o vocabulário de merceeiro do idioma (assinalado em azul) espraia-se desenvolto nos restantes sete. Rica gramática...
O confrade Manuel do H Gasolim Ultramarino primeiro sugeriu a hipótese — Sanatório Vasconcelos Porto em São Brás de Alportel —; ao depois deixou de ter dúvidas e eu também. Devo-lhe este deslinde.
Não conheço o lugar do sanatório (Almargens, São Brás de Alportel), mas das imagens, descontando a galeria em ferro que é a varanda, olhe-se a fachada: uma ala corrida e um corpo lateral com frontão; contem-se as portas e as janelas... — É, não é?...
Não convencido?
Note o benévolo leitor a assimetria entre a 2.ª, 3.ª e 4.ª portas (1.º andar) a contar da esquerda; há só uma janela de intervalo entre elas; nas restantes, há duas. Comparando, as imagens batem certas.
O sanatório de Carlos Vasconcelos Porto foi inaugurado em 1918 para tratamento dos tuberculosos dos caminhos de ferro do Estado. Diz que o projecto, porém, é de 1928 (!), do arquitecto Carlos Chambers Ramos, afamado autor do Pavilhão de Rádio do Instituto da Palhavã (cf. S.I.P.A., Sanatório de S. Brás de Alportel). A construção segundo este projecto foi em 1931, com alterações em 1954. Não sei bem o que existiu entre 18 e 28. Talvez o mesmo casarão sem Le Corbusier nem teorias da «arquitectura do racionalismo internacional»...
Na fotografia sem legenda o casarão não tinha a varanda. No Guia de Portugal (vol. II, 1.ª ed., 1927, pp. 242), Raul Proença descreve-no-lo com instalações medíocres (tem apenas alojamento para 22 doentes), mas excepcionais as condições de abrigo em que se encontra, oscilando sempre a temperatura interna no sanatório entre 15º e 25º. Da varanda [sublinhado meu] belas vistas sobre Farrobo e Alportel. - Na enciclopédia livre tem o benévolo leitor um verbete razoável com a cronologia do sanatório.
De Raul Proença tiro que em 1927 havia uma varanda. A imagem do motociclista não na mostra. Faria sentido aquele casarão sem varanda? — Calhando, não. Calhando, a fotografia é do casarão inacabado. Se ele vem de 1918 temos uma data; se só vem do projecto do arq.º Carlos Ramos, temos um intervalo (1928-31). Não sei que diga.
Com isto, pois, temos a geografia certa e uma profusão de datas para uma fotografia sem legenda perdida na Torre do Tombo. Perguntava-me o confrade Manuel se se podia situar o ponto donde ela foi tirada. Sim, não há-de ser difícil. Mais trabalhoso será, porém, saber quem era o motociclista; só talvez folheando «O Século» de 1918 a... 1931? Por isso a fotografia de há dias ainda vai sem legenda.
(Os postais aqui são do Profe 2000.)
(Ilustração, 1.º Ano, n.º 3, 1 de Fevereiro de 1926, p. 14.)
Será uma chaminé algarvia naquelas casinhas mai' modestas? Será o Algarve? Onde?...
(A.N.T.T., «O Século», Joshua Benoliel, cx. F, lote 03, neg. 13.)
A Edite (*) Estrela a presidir à audição pública sobre «o papel das mulheres na economia verde», promovida pela Comissão FEMM no PE.
Existe uma economia verde? Com promoção de igualdade de género e tudo?!...
Imagem do Livro das Fuças da Edite (*).
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(*) Imperativo do verbo editar desde que se simplificou a grafia de Edith por imperativos de analfabetismo.
Prezada Sr.ª Rita Almeida,
Recebi V/ carta de 9/2 (ref.ª 01912002578) com desagrado e estupefacção. Reclamei do V/ uso da 'nova ortografia' e responde-me nela, que é descarada ofensa. Não lhe rebato o arrazoado jurídico-legislativo invocado por ser perda de tempo. Remeto-a sumariamente para o artigo dos prof. José de Faria Costa e Francisco Ferreira de Almeida que argúem q.b., fundados nos termos dos art.ºs 10.º e 24.º da Conv. de Viena, da nulidade do tratado do A. O. pelo óbvio malogro dos seus termos provocado, justamente, pelo II.º Protocolo Modificativo. Face a isto, o foguetório legislativo em que se estriba a C.G.D. para me ofender é de todo em todo nulo.
Doravante a V/ correspondência será recusada.
Cumpts.
[Cliente bem identificado]
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