Òbviamente o marco de pedra marca onde se crava a chapa do km 10 da E.N. 209. Por isso é de pedra — que é mais perene; é para se saber sempre onde cravar a nova chapa do km 10 quando a chapa do km 10 lerpar.
E.N. 209 - km 10, E.N. 209 - km 10, [S. Pedro das Covas ?], [2012].
Fotografia amàvelmente cedida pelo sr. José A. A. Pereira.
Òbviamente o marco de pedra indica onde cravar a chapa do km 13 da E.N. 209. Por isso é de pedra — que é mais perene; é para se saber sempre onde cravar a nova chapa do km 13 quando a chapa do km 13 lerpar.
E.N. 209 - km 13, E.N. 209 - km 13, S. Pedro das Covas (prox.), [2012].
Fotografia amàvelmente cedida pelo sr. José A. A. Pereira.
É moda agora dizer-se por aí «bem haja». É uma maneira afável de bem querer. Todavia usa-se muito por «obrigado» e não são sinónimos. Com «obrigado» fica-se grato e penhorado a quem nos faz favor; com «bem haja» deseja-se bem sem mais dever de retribuição. Sem humildade, portanto.
Tenho ideia que certas locuções em voga, amiúde tão disparatadas ou usadas irreflectidamente, são pistas inestimáveis sobre o caminho que a civilização leva. Como as pedras que falam ao arqueólogo. Preciso é saber escutá-las.
Obrigado, benévolo leitor!
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Fotografia: Grupo Verde Gaio, anos 40.
Horácio de Novais, in Biblioteca de Arte da F.C.G..
« [...] Cavaco Silva, salientou hoje a sua participação na ratificação do Acordo Ortográfico em Portugal, mas confessou que em casa ainda escreve como aprendeu na escola (Sol, 22/V/12).»
Duvido que alguma vez houvesse diferença da escrita de burros que ratificou e a que «aprendeu» na escola. A culpa não foi do ensino. Enfim!...
Imagem...
Anteontem em Alvalade atalhou-se-me deante um cortejo de cicloturistas. Muitos. Pela Av. da Igreja, do Campo Grande para S. João de Brito. Com batedores da polícia a deante e a fechar o cortejo.
Os senhores do polìticamente correcto, do estilo de vida saudável e do pão sem sal, os do ambiental e do sustentável – enfim, esses todos que enxameiam rádios, televisões e vegetam nas repartições e nas câmaras com frases feitas coladas ao bestunto – saibam, pois, que é estúpido parar o trânsito na Avenida de Roma para carrear um cortejo de cicloturistas pela Av. da Igreja porque há uma pista para «ases» do pedal em toda a Av.do Brasil, do Campo Grande ao Relógio. O candeeiro da imagem não é impedimento pois há muito que, infalìvelmente, foi tirado do caminho. E a ciclovia não está em tosco, foi acabada; está fina e recomenda-se, pois, a par com os «ases» do pedal, esta sorte de floreados urbanos é das mais altas prioridades da câmara municipal; ao invés da calçada dos passeios e do asfalto das ruas, que só interessam aos poucos peões e automobilistas que há na cidade.
Avenida do Brasil, Lisboa, 2009.
Notou o Vasco Pulido que, descontando o primeiro ministro, o governo do Holanda de França conta exactamente 17 mulheres e 17 homens: «Um cálculo simples demonstra que em 5 anos de mandato estes 34 zeladores do povo podem com facilidade (e alguma aplicação) produzir 113,3 filhos.»
Somado ao delírio da paridade há o delírio das pastas do governo. O Vasco Pulido delirou ontem valentemente com todos estes delírios em voga.
Público, 19/V/12.
O Estádio, Jamor, [1944].
Horácio de Novais, in Biblioteca da Arte da F.C.G..
« Na grande maioria dos casos, a informação constante nos lados perpendiculares à estrada migrou para a face paralela à berma, resultando num estranho contorcionismo do marco. Claramente, não há interesse em que durem e a palavra de ordem é gastar dinheiro parecendo que se poupa. Não se fazem novos marcos de pedra nem se grava as novas inscrições porque sai caro, mas pintam-se milhares de marcos regularmente com indicações que diferem das antigas quase só pela posição que ocupam.»
Afonso Loureiro, «Os miliares, os quilométricos e os descartáveis», in Aerograma, 22/III/2012.
Nos anos 70 a R.T.P. tinha uma colecçãozinha pequenina de telediscos que punha no ar quando a emissão lhe dava alguma dor de barriga. Fintavam assim os telespectadores e aquele envergonhado cartaz de Pedimos desculpa por esta interrupção. O programa segue dentros de momentos. O teledisco que me lembro de ver mais vezes, davam-no repetidamente, era a Rapsódia Boémia dos Queen. Ele havia outros. Em me lembrando deles talvez os cá junte. O da Rapsódia Boémia era mais ou menos assim: -- Mamma. Mamma... Mamma... -- O Animal é que sabe.
Os Marretas, Rapsódia Boémia.
Diz hoje que é dia mundial da Internete. Dantes os dias eram de santos, agora a santidade anda para aí virada. Nem este calendário de mudar a folhinha que aqui tenho na secretária traz já o santo. -- De que santo o dia é hoje?
Na telefonia lambuzam-se destas inanidades. Compõem-nas com floreados meditativos arrancados a bípedes sem penas. Esta manhã os da rádio estimulavam assim o intelecto desses transeuntes: -- E se acabasse a Internete?
Bem vê o leitor o drama cultural...
(O boneco é da Terra dos Sonhos ou lá como se chama.)
Uma perspectiva para Poente do lugar da Portela. A estrada adiante, a da Portela, vinha do lugar do Pote de Água (onde subsistem troços) e trazia a este lugar, da Portela, naturalmente. Mais à esquerda era a ermida do lugar, não sei de que invocação; a fotografia não a apanha. A casa em primeiro plano (à direita, com toponímia no cunhais) é a de há dias. A perspectiva lá era para o quadrante Norte. O lugarejo não era bonito, nem sei se teria alguma história. Dele não resta nada. Ainda estou para sobrepor mapas para ver quanto dele assentava na praça do Aeroporto.
O lugar da Portela de Sacavém, não vos equivoqueis, é onde fica o aeroporto da dita. Não lá em cascos de rolha, já fora de portas, onde levantaram uma urbanização medonha e para onde trasladaram um nome que não lhe pertence por... Nem sei dizer por que bizarria.
Estrada da Portela no entroncamento com a Estrada de Sacavém, Lugar da Portela de Sacavém, [1938].
Eduardo Portugal, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
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