Domingo, 31 de Março de 2013

Ribeira do naufrágio

 Diz que o pavimento da nova Ribeira das Naus só durou um dia e vai ser reparado. Não espanta. Trabalho de qualidade é só no lançamento e adjudicação de empreitadas vistosas. Depois é o que se sabe: mais negócios e propaganda... A simples reparação de buracos no asfalto da cidade quotidiana, calçar passeios, etc., não faz parte desses planos; quem passe nas ruas Andrade Corvo, José Falcão, Dona Estefânia, Fernão Lopes [junte o benévolo leitor aqui as do seu itinerário quotidiano] as crateras que achar na calçada, no asfalto das ruas, são imagem do vai entre as orelhas da vereação e, principalmente, do presidente. Suponho ainda assim que cavidades como estas que digo [em ambos os casos], cheias de brita, fizessem serviço com mais proveito do aquilo que temos em Lisboa.


A abertura da Avenida da Ribeira das Naus em 1948, em Lisboa de hoje e amanhã -1948, in Metakinema.

Escrito com Bic Laranja às 17:32
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Can't Find My Way Home


Steve Winwood (Blind Faith), Can't Find My Way Home

Escrito com Bic Laranja às 00:59
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Sábado, 30 de Março de 2013

Nova carreira (novidade antiga)

« No dia 30 de Março de 1963 (sábado) pelas 9h é inaugurada a carreira 41 de autocarros, que complementa o serviço da carreira 26A assegurando ainda a ligação ao Bairro de Padre Cruz.
  A partir dos Restauradores, esta carreira circula pela Avenida da Liberdade, Marquês de Pombal, Avenida Fontes Pereira de Melo, Avenida António Augusto de Aguiar, São Sebastião, Praça de Espanha, Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, Rua Doutor António Granjo, Estrada de Benfica, Sete Rios, Estrada das Laranjeiras, Estrada da Luz, Largo da Luz, Rua da Fonte, Rua Neves Costa, Carnide, Estrada da Pontinha, Estrada Militar e Azinhaga da Pentieira até ao Bairro Padre Cruz, onde efectua terminal.»

C. Filipe, A minha página Carris.

Inauguração do autocarro 41 (Restauradores-B.º P.e Cruz), Lisboa, 30/3/1963 (Fotografia de A. Serôdio)
Inauguração da Carreira de Autocarros Restauradores-B.º P.e Cruz a que assisiram o presidente França Borges, o vice-presidente Aníbal David, Vicente Rodrigues, o director de Finanças Manuel dos Santos Ferreira, o capelão do bairro, P.e Francisco e outras individualidades [e os vizinhos do bairro]
, Bairro Padre Cruz, 1963.
Armando Serôdio, Arquivo Fotográfico da C.M.L., A41172.

Escrito com Bic Laranja às 08:39
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Quinta-feira, 28 de Março de 2013

«Fourty four»

 Uma fotografia do Cais do Sodré no dia 5 de Outubro de 1980. Aviva-me esta bem a memória acerca da Lisboa daqueles tempos. Era assim, realmente, desmazelada e suja, com lixo espalhado sempre pelo chão. Não melhorou; primeiro porque há hoje fatalmente mais lixo; depois porque sobra agora maior empenho em elaborar rodriguinhos ambientais e campanhas recicláveis (por ajuste directo ou para adjudicar a amigalhaços) do que em recrutar almeidas e tê-los a varrer as ruas. Sendo o lixo mais, hoje, como sabeis, deu ultimamente a Câmara de Lisboa em recolhê-lo só três vezes por semana. Entretanto, ou o atulhamos em casa, ou fazemos da porta da rua uma esterqueira.


Cais do Sodré, Lisboa, 1980.
Fotografia: Biblioteca de Wood.

 Neste sítio do Cais do Sodré paravam muitos autocarros. Podeis ver aí na imagem um 45, um 44, -- cujas paragens eram ali, exactamente ali, como diria o saudoso prof. Hermano Saraiva --, um 2, e um 35 meio escondido pelo Daimler Fleetline com publicidade à Efacec, cuja paragem era mais cá, justamente no passeio onde poisa o indígena à esquerda em primeiro plano.
 Pois certa vez, por 1979 ou 80, estava eu por ali na paragem do 35 e havia um casal de turistas camones de roda da planta da rede de autocarros, apontando inúmeras vezes com o dedo e repetindo fourty four, fourty four em cada frase. O mais que diziam não o entendia, mas fourty four, fourty four era fácil: eles queriam o 44. Ora eu, mesmo sem saber amaricano, sabia justamente qual era a paragem do 44. Puxei ao senhor do casal pelo braço e disse-lhe -- Fourty four! -- fazendo-lhes o gesto de come on. E assim os guiei à paragem do 44, que era logo ali diante, como bem vedes, apontando-lhes lá, orgulhoso, a tabuleta que exibia em algarismos o número da carreira tanta vez repetido: o fourty four.
 A paga foi uma festa na cabeça e um sorridente Thank you! You're very smart (mais tarde nesse dia soube o que significava e inchei).
 O 44 apareceu num instante e, para o meu destino, que era o que calhasse, tanto dava o 35 como 44. -- Andava eu a espremer rendimento ao passo-social procurando descobrir a cidade. -- De maneira que apanhei logo ali o 44 também, levado por certa curiosidade acerca do casal de estrangeiros. Plantei-me uns quantos bancos atrás deles a ver do seu (e do meu) destino. O autocarro partiu, por alturas da Rua Augusta apareceu o condutor (o pica-bilhetes) e então assisti a um diálogo de surdos. O condutor perguntava em sonoro português: -- Para aonde? -- e a os turistas camones respondiam sabe-se lá o quê. Isto por umas quantas vezes. E então, já passados do Rossio, o homem dos bilhetes resolveu que tinha mais que fazer e decidiu-lhes o destino: -- Para o aeroporto? Muito bem! -- e rasgou-lhes do maço dois bilhetinhos de 7$50 (sete e quinhentos).
 Os turistas camones sairam no Marquês de Pombal. A viagem até lá era só 5$00 (cinco escudos). Paciência.

Bilhete de 7$50, Carris, 1978 Bilhete de 5$00, Carris, 1978
Bilhetes desta colecção. Planta da rede de autocarros em Cruz-Filipe, História das Carreiras da Carris.

(Texto revisto.)

Escrito com Bic Laranja às 17:53
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Terça-feira, 26 de Março de 2013

Língua de trapos

Absurdo completamente estúpido (ou estupidez pior que absurda)

 Um plural justificado por um traço etimológico tornando absurdo o respectivo singular, precisamente por nele ser desprezado o mesmo traço etimológico. Um desatino de mentes mais burras do que falhas de tacto. Eis a língua do Brasil.

(Imagem do livro das fuças.)

Escrito com Bic Laranja às 19:50
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Domingo, 24 de Março de 2013

O melro e a R.T.P.

 Fala-se amiúde do ex-vendedor de Magalhães passar a vender o seja-o-que-for que vende agora na Radiotelevisão Portuguesa brasileira. E o caso põe-se justamente, apenas e só de se tratar da R.T.P brasileira.
 É óbvio que o caso se põe justamente, apenas e só de se ser na R.T.P brasileira porque esta é — como aquando da transferência do engenheiro relativo para a Universidade Independente — mesmo ao lado do I.S.E.L.. Já da liberdade de todo o mercador de banha-da-cobra promover o seu trato na antena pública, é mera questão de preço; o preço da publicidade a derivados de sangue na R.T.P brasileira há-de estar mais ou menos tabelado pelo do veneno mata-ratos. — Assim esteja o tratante disposto a pagar os anúncios...
 Portanto, apregoar-se que procuram coarctar a liberdade de expressão ao engenheiro relativo é apreciar mal o caso. Tratá-lo melhor era pôr realmente o melro a cantar.

Polícia Juiciária, Lisboa (A. Madureira, 1961)
Polícia Judiciária, Lisboa, 1961.
Arnaldo Madureira, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..

Escrito com Bic Laranja às 20:19
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Sábado, 23 de Março de 2013

Não à barbarização do idioma!

Prof. José Pedro Serra (F.L.U.L., 2007) A allocução do professor José Pedro Serra da Universidade de Lisboa no forum «Onde pára e para onde vai a Língua Portuguesa» foi eloquente. Não me referi a ela aqui ha dias porque, como não tomei notas, receei não na saber transmittir como devido. A sessão foi gravada e a sua allocução, bem como as de mais, foram hoje divulgadas através da página da I.L.C.. Aqui deixo, todavia, um resumo com transcripção da maior parte de suas palavras.
  Começou o prof. José Pedro Serra por congratular-se com a sala cheia e com o excellente signal que era a muita presença de estudantes a assistir. (Não é de somenos a notada presença dos estudantes porque na notícia do acontecimento no Público ha commentarios procurando negá-la. Talvez procurem com elle justificar o chavão dos velhos do Restello...)  Referiu o professor então, á laia de introducção, o modo ignobil como foi o accôrdo orthographico lançado e approvado, a falta de reconhecimento democratico ás críticas feitas e aos motivos scientificos da sua recusa. Mencionou a dimensão da resistencia -- aqui estamos resistindo, de pé, de pé entre as ruinas se preciso fôr -- que é um signal muito positivo. Frisou que a discordancia e a acção de resistencia não são effeito de capricho mas antes se fundam em razões de ordem formal e razões de ordem material e scientifica. E disse:

  [...] Ao longo não apenas da minha formação academica, mas tambem ao longo da minha profissão como professor, fui apprendendo a escutar a palavra. Fui apprendendo a ouvir o pensamento que ella em mim faz. Quere dizer que se estabelece entre aquelle que escuta a palavra e que a pretende, não dominar, mas deixar que ella se abra e se faça pensamento, uma relação amorosa.
  Justamente, aquillo que a mim mais me choca é que -- de accôrdo com esta proposta de mau accôrdo --, aquillo em que a linguagem se transforma é alguma coisa que, embora já [desde 1911] longe seu fulgor etymologico, passa a ser uma coisa completamente vellada e escondida. Quere dizer que difficilmente podêmos encontrar os echos não apenas de uma história semantica, mas mais do que isso até, podêmo-nos encontrar cegos perante signaes que suppostamente são arbitrarios quando na verdade, ao tomá-los como arbitrarios, não estamos a ser mais do que barbaros, esquecidos de seculos de cultura que pretenderam tornar mais luminosa a palavra dicta e a palavra escripta. [Applausos!]
   [...] Este accôrdo, do meu poncto de vista, não deve ser desligado d'aquillo que occorre com a lingua portuguesa e com o ensigno da litteratura portuguesa. O que acontece é que, por uma especie de cegueira ou de modernidade miope, escrava de um sentido de efficacia tolo e parvo, de accôrdo com a qual  aquillo que nos interessa é sermos efficazes a fallar, mesmo que grunhamos em vez de fallar. Com base nessa idéa tôla e cega da efficacia pensamos que o melhor é ensignar a fazer requerimentos, o melhor é ensignar a fazer regulamentos, porque isso é a vida quotidiana, quando estupidamente, como é obvio, se alguem dominar a lyrica de Camões, ou a epopeia de Camões, não terá nenhuma difficuldade em fazer um requerimento. [Mais applausos!]
   [...] Eu não gosto que me mexam nas contas do banco, mas ainda menos gosto me mexam n'aquillo que me tece a alma e que ahi reside como um patrimonio que não é de um govêrno mas é de uma Historia que nos ultrapassa a todos. E por isso eu estou aqui tambem comvosco a dizer NÃO!


(Imagem adaptada da Europa Viva.)

Texto revisto em 25/III/013 segundo gentil suggestão do Sr. Pedro da Silva Coelho.

Escrito com Bic Laranja às 19:48
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Sexta-feira, 22 de Março de 2013

Da oratória nacional

 Esta manhã matraqueava na antiga Emissora Nacional, a modos de Ana Gomes, uma Marisa não sei das quantas. Uma Marisa qualquer coisa, portuguesinha do bloco esquerdóide alcatruzada a deputada da Europa. Deve ser disso ter concluído a sua ladainha sobre a crise da Europa, do Euro, dos depósitos em Chipre e essas coisas candentes, com «esta política não interessa à Europa». Não interessa à Europa, notai.
 Acto contínuo apanho no ar o (ex-?)menino de oiro Paulo Rangel sobre que a moção do Seguro é «egoísta» e «pouco preocupada com a dimensão europeia» (sublinhado meu).
 Eis a oratória nacional. Eis o púlpito das mercês...

Púlpito, Igrejá de N. Sra. das Mercês (R.C. Smith, 1962-64)
Púlpito da Igreja de N. Sr.ª das Mercês, Lisboa, 1962-64.
Robert Chester Smith (1912-1975), in Bibliotheca de Arte da F.C.G.

Escrito com Bic Laranja às 12:04
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Quarta-feira, 20 de Março de 2013

Fora com caco gráfico!


 Anda mal parado o português.
 Terminou há pedaço o forum Onde pára e para onde vai a Língua Portuguesa. Oradores de nomeada, sala à cunha com velhos do Restelo de todas as idades.
 Quem pôde ir aprendeu coisas muito interessantes dos meandros da cacografia oficial. Tinha lido ou ouvido algures que logo que se soube do Acordo Ortográfico caco gráfico em 90, os directores da Grande Reportagem, do Público e d' O Independente, respectivamente Miguel Sousa Tavares, Vicente Jorge Silva, e Miguel Esteves Cardoso e Paulo Portas (os dois últimos emparelhavam na direcção d' O Independente) fizeram trato de nunca seguirem a cacografia do Malaca. A Grande Reportagem e O Independente, como sabeis, acabaram, mas Miguel Sousa Tavares nunca admitiu o caco gráfico nos livros que publicou no Brasil nem no aceita nos seus textos publicados no saco de plástico, e Miguel Esteves Cardoso bem sabeis que permanece contra, e como talcontinua a publicar no Público; neste jornal, também, a palavra de Vicente Jorge Silva é mantida por quem no hoje dirige -- aliás o seu vice-director [director adjunto, digo] Nuno Pacheco foi um dos oradores no forum desta tarde. -- Só o alcatruzado a ministro, Paulo Portas, é que se faz desentendido do que seja sequer o Acordo Ortográfico, segundo disse Sousa Tavares, sempre que lhe este fala nele.
 Do saco de plástico disse o orador José Luís Porfírio uma coisa sintomática acerca do modo de os acorditas levarem por diante o atropelo: quando pediu excepção à mutilação dos seus textos pelo saco de plástico, à semelhança de Sousa Tavares, recusaram-lho; parece que no Expesso há quotas para cronistas que recusem o caco gráfico e, quando José Luís Porfírio o requereu para si, já se deviam ter esgotado. Vale-nos a sua (de José Luís Porfírio) mestria com as palavras para contornar o uso da aberrante grafia que os acorditas, municiados pelos seus corretorezinhos, lhe procuraram impor. O registo de quero, posso e mando desta tropa acordita é inegável. Ainda há instantes emendei a entrada da enclopédia livre sobre José Luís Porfírio porque estava em «acordês». -- Pois se o próprio biografado é peremptoriamente contra tal forma de escrever!... -- Que julgais? Já foi o verbete revertido com fundamento nenhum além do de que corrigir-se o português do Brasil é proibido. Quisesse eu verter os textos daquela miserável enciclopédia em «acordês» -- outra espécie de português do Brasil, afinal -- já os guardiães do templo rejubilariam. Parece, por conseguinte, que tem José Luís Porfírio à viva força de se sujeitar ao caco gráfico, até no resumozinho biográfico que lhe dedicaram na enciclopédia... «livre».
 Importante, muito importante, foi ouvir da prof.ª Alzira Seixo que com esta espiral de demência acabámos reféns da corporação das editoras. Veja o benévolo leitor (esta não me tinha ocorrido): as editoras foram contra a mudança da ortografia -- e até deram parecer desse sentido à Assembleia -- num dado momento em que estavam bem sentadas nos manuais, gramáticas, dicionários &c. que tinham na manga; mudá-los dava trabalho escusado que mais soava a desperdício, logo, prejuízo. Pois parece que o governo, o Ministério da Educação, ou um galo no poleiro, lhes deu garantia de que a mudança do português era para vingar e que, em caso de retrocesso, haviam as editoras de ser regiamente indemnizadas. Dá quase impressão de que obraram aí uns agentes nacionais de import/export em vender cá a grafia brasileira aos editores de manuais escolares, dando-lhe de caminho garantia das condições de mercado no médio prazo (a moratória de seis anos, estais a ver!) e com cláusulas de salvaguarda sobre lucros cessantes caso o Acordo borregasse. Uma espécie de contrato blindado como os das P.P.P., bem vedes.
 Me espanto às vezes, outras me avergonho dizia o impoluto Sá de Miranda. Com estes tratantes hoje, nem uma nem outra. Há muito que os restos de Portugal definham na inversa do vigor dos vigaristas que os pilham. Frustra-os com certeza (aos vigaristas) terem torpedeado os negócios de Angola e Moçambique com a voraz pilhagem nacional (empreendedores incompetentes, afinal...). Não é isto bom augúrio. Hão-de procurar por tudo reduzir aquelas perdas e o modo será espremerem o negócio onde ele ainda pode pingar; em Portugal, claro -- esse único rincão do mundo que serve de pasto a acorditas e seus «acordos». Cuido que assim se percebem melhor as explicações vagas e chochas deste governo às perguntas dos deputados açorianos acerca da lama cacográfica em que nos afundou a ganância e a vigarice governante. Assim também parecem fazer mais sentido a errância, e sobretudo os silêncios, dos Viegas, Cratos, Portas e quejandos aos apelos sensatos de eminentes cidadãos ou de ponderados pais e encarregados de educação. Das duas uma: ou lhes falece a coragem de denunciar a mescambilha com as editoras ou estão metidos nela. Tertium non datur. Na inércia prossegue o crime de lesa-pátria.
 Com este inescrupuloso negócio não admira o caos exposto pela prof.ª de Português Ana Silva, da Escola da Amadora: os alunos perdem-se entre o português e o acordês, numa espécie de misto dos dois em simultâneo; a autoridade científica dos professores é arruinada pelas incogruências do acordês imposto, que caucionam aberrações de egípcios num Egito sem pê; o reflexo da nova escrita absurda sobre a oralidade dos alunos nota-se em enunciações como espetral por espectral ou têtos por tectos; a confusão campeia na escrita com relacção por relaçãocaptivo por cativo (são exemplos colhidos dos alunos pela sua professora de português) e, imaginai, com excetion e recetion por exception e reception ou outras tais na escrita do inglês. Pois que importa?...
 Enquanto o desastre alastra, quem rapidamente podia ter mão nele faz de autista. Sobra toda a gente que não pediu, não precisava, e não queria nenhum acordo ortográfico, que são (somos) quase todos em Portugal.
 Ora quase todos, juntos, em Portugal podem neste particular talvez mais do que manifestarem-se. Se cada um preencher o impresso a assinar a Iniciativa Legislativa de Cidadãos (uma proposta de lei de revogação do nefando Acordo Ortográfico) e ajudar a submetê-la ao plenário da Assembleia quem no governo o poderá ignorar? O impresso, depois de preenchido e assinado, pode ser digitalizado e remetido por correio electrónico para ilcao_assinaturas@cedilha.net. Também pode ser remetido pelo correio postal.
 Exorto o benévolo leitor a que o faça, caso ainda não haja assinado. Se põe reservas acerca dos seus dados pessoais, n.º de B.I., n.º de eleitor, &c., eles são exigidos por lei em inciativas legislativas de cidadãos, e necessários para as assinaturas serem válidas e aceitas na Assembleia. O responsável pela guarda das assinaturas até se chegar às 35 000 comprometeu-se perante a Comissão Nacional de Protecção de Dados a não divulgar e não tratar informaticamente ou de algum outro modo e para qualquer outro fim os dados pessoais dos subscritores. Só são divulgados os perfis dos subscritores que o autorizam.
 Não sou dado a militâncias mas, com o português tão mal parado (literalmente, pois se já para é pára e pára é para), não há nada mais legal do que uma lei para extirpar uma ortografia em todos os sentidos fora-da-lei.

NÃO AO CACO GRÁFCO! LEIA, ASSINE, DIVULGUE!

(Revisto em 21/3 às 11h da manhã.)

Escrito com Bic Laranja às 21:59
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Naviarra dos tolos (*)

Dia de Joane, o parvo

 Há aquela história dum sujeito aos pulos sem parar tentando agarrar a atmosfera com as mãos e que dizia andar a apanhar nhanhas... A somar-lhe há a do outro que deambulava às dentadas ao vento que lhe passava diante do nariz dizendo com isso estar a morder o ambiente.  -- Pois devem ser estes dois que o I.N.E. tem para lá à cata de fabricar a régua de medir a felicidade. Enquanto isto a O.N.U. decretou o dia da felicidade internacional, ou internacional da felicidade, ou lá como queiram...
 Felizes os pobres de espírito
, não é mais ou menos o que dizem os Textos?...

(*) Das falas de Joane na Barca do Inferno.

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Terça-feira, 19 de Março de 2013

A matraca infernal

 A desmiolada Ana Gomes atropelava hoje de manhã na rádio as próprias palavras. O costume. Mas no desnorte torrencial que lhe saía da matraca ouvi um ténue ameaço de acerto: devíamos começar a dar crédito ao economista Ferreira do Amaral e preparar a saída do Euro.
 Muito bem!
 Claro que logo a seguir misturou tudo outra vez e apregoou que era a Alemanha mai-los seus satélites que deviam ser expulsos do Euro. E que as nações da borda do Mediterrâneo, deviam elas fazer um Euro só seu.
 Deixar um Euro por outro Euro, portanto. Brilhante!
 Foi curioso, porém -- sobre a rapina aos depósitos bancários em Chipre --, ouvi-la denunciar, além de máfias rússias (sic), uns chicos espertos de cá do burgo também. Referia-se ela particularmente a algum parente desprezado, a algum vizinho odiado, ou era em geral à malta com quem habitualmente se dá?

Fotografia © Artur Machado / Global Imagens
Fotografia © Artur Machado / Global Imagens.

Escrito com Bic Laranja às 18:11
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Sexta-feira, 15 de Março de 2013

A nova Servauto de noite

A nova Servauto de noite, Areeiro (Gazeta Mobil, 1967)
A nova Servauto de noite, Areeiro, Lisboa, 1967
(In Gazeta Mobil, n. de Natal de 1967.)

Escrito com Bic Laranja às 20:45
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Novidade antiga: a nova Servauto

 QUEM, de Julho para cá, passou pela Av. Gago Coutinho, em Lisboa, não pôde deixar de ter visto, qual imagem do futuro, a novíssima estação de serviço Mobil da Servauto que, como por encanto, ali surgiu no mesmo local da antiga.
 Duas airosas estruturas circulares, harmoniosamente plantadas, cobrem outras tantas ilhas de bombas, criando acolhedoras, amplas e desafogadas zonas de abastecimento.
 Em cada uma das ilhas, quatro bombas duplas, cilíndricas, revestidas  de um belo aço inoxidável, e um armário-expositor de óleos, também cilíndrico constituem o moderníssimo equipamento desta posição de abastecimento de combustíveis e completa, de forma ideal, o estilo
circular em que foi concebida.
(Gazeta Mobil, n.º de Natal de 1967.)

Servauto, Areeiro (Gazeta Mobil, 1967)
Servauto, Areeiro, 1967.

Escrito com Bic Laranja às 13:35
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Quinta-feira, 14 de Março de 2013

As Rodas de Lisboa

Um filme comemorativo do cinquentenário da electrificação dos transportes urbanos.

Ant.º Lopes Ribeiro e Francisco Ribeiro (dir. e mont.), As Rodas de Lisboa, S.P.A.C., 1951.

Escrito com Bic Laranja às 14:00
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Da mesma trampa

«  “De” e “da” são exactamente a mesma coisa, tal como, desagradado e irónico, escrevia um Coronel nas redes sociais: “presidente de merda é a mesma coisa que presidente da merda”. É.
   [...] E isso demonstra que a
nte tantas dúvidas colectivas que se não tenha, em devido tempo, corrigido a Lei com apenas um artiguinho a dizer:
   Artigo único: quem exerceu funções de presidente de órgãos executivos de autarquias, em quatro mandatos consecutivos, fica impedido de se candidatar às eleições seguintes


 Alberto Nogueira, «Como eles fazem as leis», in Público, 13/III/13.
(Via Fernando dos Santos.)

Escrito com Bic Laranja às 12:10
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Da sarna de Estado


Acrescem a esta sensação de abjecta náusea três condimentos que não posso deixar de partilhar com V. Exª, a saber:
  • eu não sei o que são "faturas", termo que parece aludir à grafia do termo "factura" adoptada unilateralmente por Portugal num pseudo-acordo bacoco e provinciano que os demais mutuários foram rejeitando paulatinamente.
  • por quem me toma o senhor ao sugerir a minha licantropização em chibo do Estado, quando bem sabemos que nada, repito NADA da colecta fiscal vai parar onde deve, sendo perdida nos incontáveis orifícios que os canais de distribuição estatais tão astuta, sagaz, copiosa e consanguineamente criaram para si mesmos?
  • a legislação em vigor, como muito bem escreveu ontem o digníssimo procurador-adjunto Pinto Nogueira, é feita com o fito sistemático de onerar quem produz com o sustento cíclico e voraz de quem se acoita no Estado; para isto não dou um segundo do meu tempo.

Fernando dos Santos, «Carta Aberta ao Director-Geral da Autoridade Tributária», in Estado Sentido, 14/III/13.
Escrito com Bic Laranja às 08:15
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Terça-feira, 12 de Março de 2013

Fonte monumental

Alameda - (c) 2013
Fonte Monumental, Alameda. (c) 2013

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Domingo, 10 de Março de 2013

...

 A página da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o chamado «Acordo Ortográfico» tem sido censurada nas escolas nacionais.

« Já tínhamos ficado a “saber” que para a governamental Wikipédia 'lusófona” esta I.L.C. é "proselitismo" e "spam", logo, apagável, agora ficamos também a "saber" que para o Governo de Portugal por junto esta mesma I.L.C. é… “pornografia”, logo, censurável.»

J.P.G., «Para o governo português a I.L.C. tem "conteúdos impróprios"?», in I.L.C. contra o Acordo Ortográfico. Ler, assinar, divulgar, 7/III/2013.

 É sintomático que os zelotes do analfabetismo façam esta censura, e que se valham da chancela do governo pola cobrirem de oficialidade, porque na página da iniciativa de cidadãos encontram-se numerosos argumentos denunciando o engano e a má fé com que o governo prossegue neste capricho (maçónico?) contra a vontade geral da nação (e contra terceiros, pelo seu reflexo nas nações de língua portuguesa que não o Brasil). -- Aliás, este gosto dos acorditas pelo papel oficial já o notámos há dias nos regentes escolares de Loulé. Entretanto tornou a ver-se; agora o timbre foi o da Universidade de Coimbra, a debruar o jorro da pena acordita daquele Carlos Reis, «magnífico» reitor da Universidade Aberta. Este emproado parece ele que se arvora emitir oficialmente parecer em nome da Universidade de Coimbra em vez da que é reitor.
 As inúmeras mentiras propaladas por (e com) esta reforma de abrasileiramento do português pelos seus sequazes é um marco da propaganda. Da pior propaganda, que é aquela que nos tolhe a inteligência nos escaparates de publicidade, nas parangonas dos jornais, que nos invade o lar pelas televisões de serviço à ideologia dominante, que nos aparvalha a linhagem no ensino oficial.
 Abafar (ir abafando, pela calada) o desagrado geral é a praxis do poder que nos rege. Em tudo. Chegados a certo ponto vai de dar um arzinho de democracia ao caso e lá condescendem os mandaretes de turno numa comissão parlamentar para mostrar às gentes que não senhor!, temos aqui democratas de alto coturno que ouvem os cidadãos. -- Pois ouvem como?! Se antes os abafam, se entretanto os ignoram... -- O fim desta praxis (posso estar enganado, mas não mo tiram da ideia) traz a sentença lida; há-de ela ser o facto consumado. -- Pois, se o caso já vai na imprensa, nas televisões... na escola...
 Não obstante assim, desde Janeiro que temos uma comissão de deputados da Assembleia ouvindo as gentes (os cidadãos mais ou menos comuns que lhes condimentam o garrular democrático) sobre o caco gráfico. Procuram -- como se não estivesse bem à vista -- avaliar o pontapé que deram na Gramática por haverem ratificado, sem no ler sequer, um tratado ortográfico tecnicamente grosseiro, politicamente ultrajante para os portugueses e culturalmente desastroso. -- Arrependidos?... -- Não sei se com isto agora não andam só à procura da rolha (a deputada Canavilhas, que por lá vegeta, bem me parece eu que sim). Seja como for propuseram-se os digníssimos representantes do povo ouvir uns e outros e receber por escrito (o prazo era até 28 de Fevereiro) as suas (nossas) razões sobre (contra) o caco gráfico. Oxalá que as leiam, as entendam com senso e, sobretudo as não metam na gaveta como já sucedeu (quando aprovaram às cegas o caco gráfico assimilaram a arenga do Malaca e desprezaram as razões dos restantes).


 Ao benévolo leitor a quem interesse o caso e tenha tempo aconselho abrir uns quantos depoimentos no espaço de discussão interactiva no Foro da Assembleia e ver por si. Do pouco que pude ler recomendo vivamente o texto do escritor galego João Guisan de Seixas, sem desprimor de outros. É completo q.b. sem ser demasiado extenso para o esquema que os deputados propuseram para sistematizar os textos. Tem uma inteligência de argumentação notável e prova o superior valor do Acordo Ortográfico de 1945, que é o que está legalmente em vigor. (Não haja dúvida de que os malacas e os bicharas, incluindo o saneador Lindley Cintra, são nanicos a quererem encarrapitar-se no vulto de Rebelo Gonçalves.) Quem leia, pois, a exposição de Guisan de Seixas e lhe não consiga perceber o óbvio senso bem pode ser ferrado como pedaço de asno que é.
 E por falar em pedaços de asno, sugiro, por mero desfastio, que se não deixem de ler também umas poucas exalações do intelecto acordita por ali derramadas. O benévolo leitor, se o fizer, diga-me ao depois cá da bondade do que lá achar que enobreça a inteligência. Pode dar-se o caso de me haver escapado algo de jeito que prestasse nos vulcões da lama acordita.

(Gralhas revistas às 11 da manhã de 11.)

Escrito com Bic Laranja às 22:59
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Sexta-feira, 8 de Março de 2013

Nas Caldas da Rainha

« Na quarta feira de manhã, o comboio em que eu vim para as Caldas da Rainha regorgitava de viajantes.
  E desde quarta feira não tenho visto senão chegar ás Caldas gente, gente, gente!
  Os hespanhoes vão mandando os seus primeiros contingentes, e d'aqui a poucos dias chegará o grosso do exercito.
  Principia a ouvir-se já esse infatigavel chalrar das hespanholas, que ao longo da alameda vão agitando a ventarola e... os quadris, passando como um bando de cigarras palreiras, seguidas de grande numero de cigarrinhas não menos garrulas do que as suas mamãs de olhos pretos e os seus papás de patillas.
  Muitas caras de Lisboa: pessoas da alta finança... com dyspepsia; e da grande roda... com rheumatismo.
  Algumas pessoas da provincia, com ar de principes que viajam sob incognito. Toda esta humanidade, mais ou menos espectaculosa, que passeia no Olympo da alameda, de tridente na mão, desce do alto da sua importancia ao razo da fragilidade do barro commum, logo que entra as portas da Copa.
  Ahi, perante as aguas, são todos eguaes

Alberto Pimentel, Chronicas de Viagem, Porto, Eduardo Motta Ribeiro, 1888, pp 7, 8.




N.º 1268 – PORTUGAL – Caldas da Rainha – Rua Central do parque.
Bilhete postal circulado das Caldas da Rainha para Minde, em Setembro de 1911.
Edição de Alberto Malva, Rua da Madalena, 23, Lisboa.

(Postal e legenda, in Blogo da Rua Onze.)

Escrito com Bic Laranja às 21:59
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A loiça das Caldas e o caco gráfico

Loiça das Caldas (in C.M. das Caldas da Rainha)

Câmara das Caldas abandona novo acordo ortográfico a partir da próxima semana.

  O executivo da Câmara de Caldas da Rainha, aprovou, por unanimidade, na reunião de segunda-feira passada, a adopção do antigo acordo ortográfico, justificando a decisão com o facto de a maioria dos Países de Língua Oficial Portuguesa (P.A.L.O.P.) não terem ainda optado pelo novo acordo. Tinta Ferreira, vice-presidente da autarquia caldense, explica que a decisão de retomar o antigo acordo ortográfico estava a ser estudada há [
i.e. havia] algum tempo e foi concretizada na última reunião.
  «Não faz sentido estarmos a escrever com o novo acordo, quando há países de língua oficial portuguesa que ainda não o adoptaram. Na autarquia só usaremos o novo acordo quando formos obrigados por algumas instituições ou para publicações em Diário da República», refere o vice-presidente da autarquia e cabeça de lista do P.S.D. à presidência da Câmara de Caldas da Rainha nas eleições autárquicas deste ano.

Mário Pinto / Lusa, in Jornal de Leiria, 6/III/2013.

(O respeito pelos leitores impede-me de apresentar a peça das Caldas mais adequada ao caco gráfico.)

Escrito com Bic Laranja às 21:32
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