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« Foram estes os aviões que viram nascer os T.A.P. e que realizaram a homérica odisseia de manter a "Linha Aérea Imperial" que ligava Lisboa a Lourenço Marques (12.500 quilómetros) durante anos, com passagem por Luanda e mais tarde S. Tomé, no que foi a maior ligação comercial regular em todo o mundo com este tipo de avião. Marcaram sem dúvida uma página épica na história da aviação [...]»
«Os Dakotas nos Transportes Aéreos Portugueses - T.A.P.», in Voa Portugal - O Portal da Aviação Portuguesa (2013).
Placa do Aeroporto da Portela, Lisboa, 194...-195...
Fotografia do Museu da T.A.P.
O Capitão Amado da Cunha aqui, no tempo da aviação heróica, é o pai do Cte. Amado da Cunha do tempo da linha aérea imperial.
Postal não circulado, da colecção do Sr. António Fernandes, por oferta do Sr. Cte. Amado da Cunha.
Tripulação completa (e bem disposta) da linha imperial à partida de Lisboa em 1947. Notai como o radiotelgrafista Serpa foi pôr a orelha justamente entre o polegar e o indicador do mecânico de voo Moura. A legenda é do próprio punho do Sr. C.te Amado da Cunha, único tripulante desta tripulação ainda entre nós.
A fotografia é do fotógrafo Carneiro, da TAP, gentilmente cedida pelo Sr. António Fernandes. Doc. manuscrito apenso também da colecção do Sr. António Fernandes.
Quando o pacifista Nehru invadiu o Estado Português da Índia em 1961 o eng.º Jorge Jardim veio a Lisboa expor ao Dr. Salazar um plano de resgate dos cativos portugueses. Meio incrédulo, o Dr. Salazar achou o tal plano praticável e deu-lhe aval. -- O eng.º Jorge Jardim conseguira por um golpe audacioso «meter no bolso» um negociante indiano de Moçambique que tinha negócios escuros com o filho do ministro indiano das Finanças; consegiu dele um livre-trânsito e, acompanhado da enf.ª pára-quedista Ivone Reis, introduziu-se na Índia com uma carta do Ministro do Ultramar mandatando-o para falar em nome do governo português. Exigiu a libertação imediata da equipa da R.T.P. que lá estava prisioneira, pediu para escolher um quadro da galeria dos vice-reis para trazer para Portugal e negociou o plano de retirada dos portugueses que posteriormente deveria ser enviado pelo nosso ministro dos Negócios Estrangeiros. Os indianos concordaram com tudo.
Sem relações diplomáticas com a Índia, o plano da retirada dos portugueses foi enviado à embaixada do Brasil em Nova Deli que era quem, por acordo diplomático entre Portugal e o Brasil, representava os interesses de Portugal na Índia. Passado tempo, sem nada acontecer, o Dr. Salazar mandou procurar e informar o eng.º Jorge Jardim de que o plano não estava a resultar. Informado do caso, logo ele se pôs em campo para descobrir que o plano tinha estranhamente sido retido na embaixada pelos brasileiros, chegando mesmo o governo indiano a ver-se obrigado a exercer pressão diplomática para conseguir por fim receber o plano de repatriamento dos portugueses.
Há pedaço falaram-me duma notícia e lembrei-me desta história (**). Razão teria o gen. De Gaulle.
Zé Carioca, 1880, in Mercado Livre.
(*) Frase atribuída ao gen. De Gaulle.
(**) Li-a com ainda com mais sumo de pormenores no livro do Ten-Cor. Brandão Ferreira, «Em Nome da Pátria» (1.ª ed. Dom Quixote, Alfragide, 2009, pp. 219 e ss.) que o meu estimado amigo e colega sr. António Fernandes muito gentilmente me ofereceu há dias.
Certa vez li e ficou-me, do Manuel, no H Gasolim Ultramarino:
(Rua de Arroios, 52-54 & 56-64, Lisboa, 1901-1908. A.F.C.M.L., A1290, A1291.)
Se sabe, escusa de perguntar aqui à Amália ou ao Eusébio como se diz...
Imagem de Madalena Crespo, no livro das fuças (adaptada).
Escadas, Rua Aquiles Monteverde (Lisboa), 1945.
Fernando Martinez Pozal, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Collegio de N.ª Sr.ª do Resgate. Ensino gratuito, outrora Rua dos Anjos, n.º 212. Hoje uma hospedaria, na mesma rua, n.º 70. À casa comercial Tendinha sucedeu a pastelaria Preto dos Anjos. (Fotografia ant. a 1901: A.F.C.M.L., A1651.)
Rua de Arroios, 44, Lisboa, [1901-1908].
Fotógrafo não identificado. Arquivo Fotográfico da C.M.L., A1299.
Uma interessante fotografia de autor não identificado. Retrata um gailoiero no n.º 44 na antiga rua direita de Arroios nos alvores do séc. XX. A scena é trivial. A rua de Arroios era pouco mais que um ermo caminho arrabaldino que começara havia pouco a povoar-se de indústrias. Trivial também é, pois, verem-se os raros alfacinhas das adjacências meios especados a fazerem-se ao retrato. No plano do horizonte, de trás do prédio avista-se a encosta no fim do Monte Agudo e o declive acentuado da sua encosta SO, onde havemos hoje a Rua Heliodoro Salgado.
O gaioleiro -- três andares revestidos a azulejo, sobrado de 5 sacadas na frente, platibanda de balaustrada e piso de trapeiras decoradas a ferro forjado -- não há-de ter sido demolido há muito, a julgar da pinta do que lá achais agora. Pois aquele velho gaioleiro de esquina antecedia na Rua de Arroios a fábrica de cervejas Peninsular (successora (?) das Cervejas Leão de 1878). Entre ambos a serventia que se entrepunha nestes singelos tempos de 1900 era o Caminho do Forno do Tijolo, que terminava (ou começava) justamemente neste ponto da Rua de Arroios antes de ser truncado pelas novas Av. D.ª Amélia e Rua António Pedro. Na confluência, aqui, do Caminho do Forno do Tijolo com a Rua de Arroios desembocava também o Regueirão dos Anjos, que se identifica bem na imagem entre o anexo ameado nas traseiras do prédio e o muro duma casa do lado de lá onde se vê parte dum telhado de quatro águas. Esta casa no lado de lá do Regueirão dos Anjos era uma certa Villa Braz...
A deixa que dou ao benévolo leitor no fim desta ladainha toda, se aqui chegou, é dizer quais destes cachopos aí acima lhe parece que frequentassem a Escola Estephania...
«Escola Estephania», no Regueirão dos Anjos, de fotógrafo não identificado. A fotografia acha-se no Arquivo Fotográfico da C.M.L.; o lugar retratado, exactamente, pode ser que se ache.
Adenda:
Caro «Bic Laranja»,
Esta escola obteve alvará em 16 de Março de 1901. Ficava situada na Rua Conselheiro Monteverde (paralela à Rua Pascoal de Melo) e «rezava» um anúncio de 1910:
«Situada num dos mais bellos e hygienicos locaes da capital, servido pelos electricos do Arco do Cego e Arieiro, recebe alumnos internos , semi-internos e externos, para frequencia de todas asa aulas, desde a infantil até o ultimo anno do curso dos lyceus e para o curso commercial com programmas privativos.»
Era seu director em 1910 Agostinho José Fortes.
Quanto ao «lugar retratado, exactamente, pode ser que se ache.» ....... Sonhar é Fácil. :)
Os meus cumprimentos,
José Leite.
(15 de Setembro de 2013 às 16:43)
Esta acima vem etiquetada no arquivo municipal como Exercícios de ginástica no antigo estádio do Sporting Club; local: Campo Grande; notas: Este foi o primeiro campo e sede do S.C.P. em 1907, segundo informações de Doutor Pedro Cardoso do Museu Nacional do Desporto.
Pois pois! O problema desta descrição detalhada é a igreja da Penha de França que sobressai de trás dos dois prédios em segundo plano à esquerda. E da esquerda para a direita é a cumeada do Cabeço de Alperche (Penha de França) ao Monte Agudo que fecha o horizonte. -- Para nos situarmos, os gymnastas estão a fazer exercícios na Escola do Exército e as casas mais próximas à esquerda são a antepenúltima e penúltima da rua daquele nome que desemboca hoje na Jacinta Marto, mesmo mesmo acima do quartel de Santa Bárbara.
Exercícios de gymnastica no Sporting Club, no verdadeiro chão do Visconde de Alvalade, caminho do Lumiar, são os da de baixo. Nela bem se lá vê o prémio Valmor de 1912 na Alameda das Linhas de Torres, de que restam hoje só as paredes.
Fotografias: Gymnastica na Escola do Exército e no Sporting Club, Gomes Freire e Campo Grande, c. 1907 - post 1912. Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Hoje há muito formato. Um ex-galicismo. Serve para molde, feitio, tamanho, dimensão ou (o mais óbvio) forma. E serve de estribilho a quem haja simplesmente esquecido léxico tão corrente como...
O Corpus do Português indica-nos que arribou ao português pela pena de Eça de Queiroz, nem menos:
Se foi Eça ou não quem no realmente inaugurou nas bandas cá do Chiado, não sei; que é galicismo e novecentista [oitocentista]: de certo. Fialho seguiu-lhe a moda n' Os Gatos (1889). J. Dantas (Abelhas Doiradas, 1912; Os Galos de Apollo, 1921), J. Régio (Os Avisos do Destino, 1953), A. Portella Filho (O Código de Hamurabi, 1962) e Urbano T. Rodrigues (Os Insubmissos, 1976 *) são raros autores dignos de nota que o usaram depois, e já daqui vedes que foi 'formato' relativamente desusado em Portugal até perto do fim do séc. XX.
Foi então que tornou, como anlgicismo, estou em crer, no fim dos anos 80. Pela via informática pegou de estaca, tal é a colonização que agora nos trespassa. O emproado galicismo de Eça e Fialho passou prestes a recurso sem chama literária, fácil e irreflectido. Desde 88 o Corpus regista-o por mais dum cento de vezes, derramado em obras dos moderníssimos Maria Velho da Costa, Rita Ferro, Francisco Viegas, Rúben Andresen, Mário Braga, João de Melo, Cardoso Pires, a que podemos somar na imprensa que temos, um Seixas da Costa, um José Barata-Moura (com hífen) ou um Alm. Per.ª Crespo (in Público, Expresso, O Jornal, Jornal de Leiria).
Na imprensa, na rádio e nas televisões há agora (no séc. XXI), carradas diárias de 'formato(s)'. Um barbarismo subtil em que os ditos (e os não ditos) eruditos são sintomàticamente levados.
E assim se desformata deforma o português...
Vendedor de banha da cobra, Lisboa, 1957.
Fotografia: Eduardo Gageiro, in Lisboa no Cais da Memória.
* A par dum tropicalíssimo grã-fino: «[...] acendia um charuto granfino, de formato bizarro, que um repórter brasileiro, folgazão, lhe metera no bolso.» -- Justificar-se-á no brasileiro folgazão o tal granfino de Urbano mal grafado...
Collegio Parisense, Rua da Cruz de Sancta Apollonia, 19...
Paulo Guedes, in Archivo Photographico da C.M.L..
Neil Diamond, Sweet Caroline
(B.B.C. 4, 1970)
Notícia da encomenda pela C.C.F.L. de 40 autocarros Daimler de motor atrás.
(Bus and Coach, Jul. 1967, in Biblioteca de Wood.)
A primeira vez que vi um Daimler Fleetline da Carris há-de ter sido na Alameda ou no Chile, calhando na carreira 8, talvez. Sem aqueles radiadores nem faróis de calhambeque à frente, tinham um ar bem mais moderno do que os autocarros que me eram habituais. Pela forma direita da dianteira, sem reentrância ao lado da cabina do motorista, classifiquei-os cá na ideia como «os direitinhos»; não fazia ideia da marca Daimler Fleetline (como não sabia dos outros serem A.E.C.).
Eram raros de se verem, os direitinhos, pelo menos por onde a minha mãe me levava pela mão. De modo que nada me recorda deles na sua pintura verde original de 1967. Só se me tornaram mais familiares depois, por volta de 1979/80, já todos tinham mudada a cor. Por serem relativamente modernos depressa os pintaram na nova cor de laranja eleita pelos democráticos que se encomendaram à Volvo em 1975, rompendo com os ingleses. Ganhou logo nesse tempo foros de cor nacional(izadora) dos transportes portugueses, a de laranja. Não ter ela sido o vermelho dos cravos até admira...
Daimler Fleetline, Largo de D. João da Câmara, 198...
(Postal da série «Transportes típicos de Lisboa», dos C.T.T., circulado em 22/5/1989.)
(Edição de António Passaporte [?], s.d.)
Adamastor (O)
Apartado 53
Bic Cristal
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Carmo e a Trindade (O)
Chove
Cidade Surpreendente (A)
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