« Uma fotografia que fez escândalo em 1930: um camião carregado de ouro estacionava à porta do Banco de Portugal. O Mundo tinha saído há [i.é havia] pouco do craque da Bolsa de Nova Iorque, a inflacção (sic) na Alemanha alcançava índices de 300%. A fome rondava o Mundo inteiro. Em menos de um ano, porém, Salazar tinha conseguido libertar Portugal da maior parte da sua dívida externa -- e entesourava. O ouro foi, então, a única reserva digna de confiança. Rapidamente Portugal ía-se (sic) libertando de todas as dependências financeiras. O Ministro das Finanças considerava que um Estado só se pode considerar inteiramente livre se não tiver de recorrer ao auxílio externo [...]»Manuel Maria Múrias (intr. e coord.), Salazar; Edição do Centenário, Referendo, Lisboa, 1989, p. 26.
O jornalista Pedro Correia dedicou-se há dias a elencar arrolar os lemas de campanha que para aí andam. Cada um mais oco do que o outro, nenhum mais desgraçado que o duma criatura matias que propõe não sei o quê de pé!
(Imagem na Renascença.)
Inversão de gôsto e inversão de arquivo...
Av. Miguel Bombarda, cruzamento com a Av. da República, Lisboa, 1961.
Armando Serôdio, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Esta está invertida no Arquivo (trabalhos feitos a seguir ao almôço...). Incrivelmente resistem todos os prédios menos um; o que faz esquina [do lado de lá] para a António Serpa. Plantaram lá um hotel ao depois de deixarem um dos melhores prédios de rendimento da Av. da República cair de maduro. Coisas em que o nosso município é exímio...
Pois o hotel é o 3K, ou Europa Plaza, algo assim com nomes barbarescos que nos dá, aos portugueses, o mais sofisticado sentido de identidade: o sermos provincianamente modernos; uma mera incurável questão de peneiras a pedir meças à estranja...
Claro que a arquitectura do 3K é tão internacionalista como era afrancesada a do que lá tínhamos; nada de castiço se perdeu, deste ponto de vista; apenas se trocou de deslumbramento ao sabor da última moda. É este o último denominador da identidade nacional: o vogar feito rolha nas enxurarradas da moda internacional, macaqueando o alheio sem qualquer sentido estético. Uma paupérrima pobreza de espírito, é o que é!...
Av da República, Lisboa, 194...
Amadeu Ferrari, in Arquivo Fotográfico da CM.L.
(Revisto às vinte para as oito.)
Há um par de annos ou mais, deixaram os blocos memorando -- aquelles de virar a folhinha -- de dizer á gente qual o sancto do dia. Pois hoje ouvi com admiração annunciar na radiotelephonia -- e até com destaque -- o sancto do dia.
O sancto d'hoje é o São Dagem.
Ámen.
Graphico de São Dagem compatibilizado do sacco de plastico.
O antigo Largo da Duqueza, actual Largo Julio de Castilho. Ao fundo a casa de Julio de Castilho...
Repito-me:
Ao fundo a casa onde falleceu o mestre Julio de Castilho (1840-1919). A casa, note o benevolo leitor, ostenta uma lapide em memoria do grande mestre olisipographo. Valha-nos que a casa do velho mestre é patrimonio municipal.
Largo da Duqueza, Lumiar, [s.d.].
José Arthur Leitão Barcia, in Archivo Photographico da C.M.L.
Praça de Algés, quinta feira 6, unica corrida dos toureiros marrecos; o annuncio ao lado do portal brasonado do palacio do marquez de Alegrete captivou a attenção da varina descalça da canastra á cabeça. A quinta feira 6 pode ser de Junho de 1902, como de Março de 1901, como pode não ser nada...
A varina vê-se de mangas arregaçadas.
Um cartaz do outro lado do portal do palacio dos Telles da Sylva tinha impresso «da barafunda» -- O Hotel da Barafunda; operetta em tres actos...? -- Não sei quando se estreou. O cartaz tinha outro d'outra récita collado por cima, não parece?...
Largo do Marquês de Alegrete, Mouraria, [1901 ?]
José Arthur Leitão Barcia, in Archivo Photographico da C.M.L.
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Ilustr.: Maria Keil, Luís Filipe de Abreu in Livro de Leitura da Segunda Classe. |
Imagem Fotomontagem em meios e publicidade.
Addendum:
Alguém me lembrou ser fotomontagem -- manipulação, portanto. Grosseira. Imagem manipulada com a palavra «confiança» escrita por cima... Se não fossem caras de parvo diria serem caras de gôzo. Querem que vote neles...
Das caras por trás do ar atoleimado òbviamente só Deus é culpado.
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