Li há dias num texto de António Lopes Ribeiro (in Porta da Loja) que o jazz passou de hot nos loucos anos 20 a cool depois da 2.ª Grande Guerra. É verdade. Tornar-se música de átrio de hotel foi só mais um passinho. Também me parece que quando se o jazz acalmou as flautas singraram nele; aprecio-as muito na versão de Nat King Cole de On The Street Where You live e na dos Carpenters de This Masquerade.
Este Take Five aqui, além de calmo -- cool, se quiserdes --, é compenetrado. -- Quem diria, o jazz!...
Vanessa Varela, Take Five (P. Desmond, D. Brubeck)
Michael Langlois: piano; Logan Seith, bateria; Russell Snyder, contrabaixo.
(Gildenhorn Recital Hall, Universidade de Maryland, 2013.)
Ingressemos desta vez com eles no José dos Pacatos e declinemos os seus nomes.
Cabe o lugar de honra a D. João da Câmara, o grande dramaturgo dos «Velhos», corifeu de feição singular pela inegualável magia do seu carácter, pela ideal doçura do seu coração.
Fialho de Almeida, o cintilante crítico dos «Gatos», o empolgante orador Alexandre Braga, Augusto Gil, o delicioso lírico tão cedo arrebatado à rima.
O celebrado Alberto Costa (Pad Zé) pelo seu ardor político e pelos seus ditos.
Figueiredo, o famoso «Pinturas».
Jaime Batalha Reis, diplomata que evidenciou inexcedíveis qualidades no desempenho da sua difícil missão.
António Arroio, o simpático e conspícuo ordenador das «Notas de Portugal», que não só sobressairam em valor intrínseco, mas conquistaram o apreço de escritores e artistas.
O Dr. João Barreira, erudito professor de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o único sobrevivente daquela plêiade que tanto honrou as letras pátrias.
Após a sua chegada, o coelho ia para a caçarola e na almácega nadava a alface a refrescar.
Na mesa, com o perfil da Senhora do Monte a distância, começava o cavaco empolgante, que a despedida do Sol no ocaso não sustava e o assomo da plácida lua não enfraquecia, deslisando num arroubo emotivo, contagioso, que identificava os corações em abraço fraterno.
Alexandre Braga, o arrebatado causídico, descobrira que a partida dos eléctricos da paragem términus do Areeiro se ouvia, encostando o ouvido a um poste de ferro colocado no portão do restaurante.
Nunca deixava de executar essa manobra auditiva; por isso, quando se levantavam da mesa, diziam ao grande orador:
— Oh Alexandre, vai lá pôr o ouvido a ver se o carro já partiu do Areeiro?
Mas, muitas vezes, o trajecto fazia-se a pé, com versos lançados ao ar, sobretudo quando a estrada era banhada pela inspiradora lua cheia.
Cabe ligeira referência a um curioso incidente:
Uma tarde, Jaime Batalha Reis libou além da conta, ficando em estado deveras esfusiante.
Tal atitude alarmou António Arroio. Estavam já todos no Rossio e, receando este um desacato que pusesse em foco o nome do Cônsul de Portugal em New-Castle, resolveu que fossem acabar a noite à sua casa das Amoreiras.
Meteram-se numa tipóia e quem havia de saltar para a almofada a guiar os cavalicoques? O Pad Zé.
As pilecas faziam lume pela Avenida acima e nas mãos do Pad Zé o chicote estalava cada vez mais.
Batalha Reis pôs-se então a clamar de dentro da tipóia:
— Oh Pad Zé! Parta-me a cabeça mas com método. Olhe que eu sou evolucionista!
Chegados às Amoreiras, Batalha Reis, que ia na frente, disse para a senhora que veio abrir a porta:
— Vem tudo bêbedo!João Monteiro, A Estrada de Sacavém, Lisboa, Grupo «Amigos de Lisboa», 1952, pp. 52-53.
Os Pacatos na Estrada de Sacavém, Lisboa, 193...
Espólio de Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
Panorâmica sobre o vale dos Olivais, no local da futura avenida Marechal Gomes da Costa -- foi como etiquetou o arquivista.
Duas notas:
Fotografia: Vale dos Olivais visto da nova estrada para Sacavém, Lisboa, 1940.
Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
(Novamente revisto e augmentadas as remissões.)
Esta manhã os da emissora nacional deram foros de acontecimento ao sobrinho da tia que desistiu de sócio d' O Partido. Calcule o leitor benévolo o estado da culinária quando um pardal desta envergadura é alcatruzado a notícia nacional com reportagem destacada por se agoniar com os normais baldões daquele primeiro-ministro do Rato.
Esgana ante o tacho a queimar-se?...
(Fotomontagem a partir do cabeçalho do Jornal de Região.)
Em menino tive um carrinho destes. (Só um.) Certa vez, na escola primária (primeiro ciclo), talvez na segunda ou na terceira classe (3.º ano), a senhora (professora) mandou (hoje pediria...) uma redacção. -- No princípio ensinou-nos «redacção», mas mais tarde, com a evolução do eduquês, também ensinou que se dizia «composição»; talvez fosse ainda na segunda classe, portanto, porque tenho uma vaga ideia de que o jipe foi numa redacção, não numa composição... Ou não tenho ideia nenhuma, já não sei...
Fazer uma redacção na escola era o mais difícil. Primeiro obrigava a escrever muito -- para aí umas dez linhas -- e, ao depois, era precisa inspiração, pensar no que escrever, conseguir escrever coisas sobre um tema. Escrever coisas, mesmo sem tema, não era coisa para todos, por isso alguns meninos chumbavam (ou reprovavam... ou melhor: elevavam a taxa de retenção... -- falássemos agora qui de I.R.S., em vez de cábulas, e o burro seria eu...)
Não me alembra agora do tema nessa vez e até fico em dúvida se não foi tema nenhum. Lembra-me é de em não havendo tema ser mais fácil -- podiam fazer-se redacções sobre jipes e carrinhos de brincar. Mas era raro não haver tema nenhum; talvez fosse só quando a senhora se por ventura achava desinspirada sem se alembrar de nada ou de coisa nenhuma.
Bom, não me lembro se havia tema, se não havia. O que sei é que pus o jipe na redacção. Como, de que maneira, para dizer mais o quê, não me recorda. Lembro-me só de falar lá no jipe e, necessariamente, de ter de escrever jipe, uma palavra que me nunca antes aparecera para escrever. Se a vira escrita em amaricano por baixo do carrinho com que brincava não fiz caso -- aquele bárbaro não fazia ainda sentido como agora, com dois ee para o som i. Escrevi mesmo jipe e acabou-se.
Pois a senhora corrigiu-me a redacção, pôs-lhe um visto, que não é avaliação nenhuma (um bom ou um muito bom é que era bom) e a única palavra que me lá emendou foi... jipe; emendou para jeep.
Tinha visão de futuro, olha...!
(Os jipinhos de reinar são duns leiloeiros da rede.)
«Meigo vem do Latim, ‘magicu’ e inicialmente e durante muito tempo o meigo era um mago, um bruxo. Para comprovar esta asserção do termo &c. (Mafalda da Costa, «Palavra do Dia», Antena 1, 23/II/2015).
Disse «asserção do termo». De repente pareceu-me ter ouvido «assessão» e cuidei que fosse da cacografia do governo que estupidamente quer mandar escrever «aceção» ( ɐsɨsɐ͂w̃ ) por «acepção» ( ɐsɛsɐ͂w̃ ).
Seria?!...
Resolvi tornar a ouvir e afinal não. Foi «asserção» que a locutora disse. E agora me recordo de lho ouvir empregar por «acepção» antes e de ter tornado então a ouvir para confirmar. Menos mal que não é a cacografia do governo a dar (para já) cabo na ortoépia. Mas, «asserção» (= afirmação, alegação, asseveração, proposição) não se deve usar por «acepção» para significar o/um sentido duma palavra. Muito menos quando se diariamente fala de etimologias na rádio. Só que… Enfim!...
Um curtinho resumo sobre o caso (casos) de Humberto Delgado enquanto delegado na O.A.C.I. -- Ninguém no M.N.E. dava grande importância ás comunicações de Delgado --, enquanto adido militar junto do então embaixador em Washington, L. Esteves Fernandes, com quem não se entendia, pode ler-se em Carlos Fernandes, Recordando; O caso Delgado e outros casos, Universitária Editora, Lisboa, 2002, pp. 95-100.
Este nosso embaixador Carlos Fernandes, depois de ter lidado sempre cordialmente com Delgado em Lisboa, no M.N.E., e em Nova Iorque, quando esteve nas Nações Unidas, surpreendeu-se com a sua candidatura a Presidente da República pela oposição, e ainda mais com os ataques violentos contra Salazar, de quem fora admirador incondicional e panegirista. Mas Humberto Delgado era truculento. Todo o ambiente à sua volta era conflituoso, e não por razões políticas.
Depois das eleições, consta que o embaixador do Brasil em Lisboa, Álvaro Lins, inimigo declarado de Salazar (apesar disso, o Governo português nunca o declarou «persona non grata»), incitou Delgado à revelia do Itamarati a abrigar-se na embaixada do Brasil e a pedir asilo diplomático, criando um caso. A questão parece, pois, provocada pelo desagrado pessoal do embaixador Álvaro Lins com o Governo de Portugal e configura na prática uma intervenção ilegítima [do Brasil] nos assuntos internos portugueses por, precisamente, haver o Itamarati tomado as dores do seu embaixador em Lisboa. Em toda a história Delgado era um pretexto e uma vítima.
Eram os fados de Delgado: servir de instrumento a gente com agenda bem definida. Ainda depois de morto serve…
(Neste passo convém notardes o agravo gratuito do Brasil a Portugal, torpeza que se repete tanta vez sem motivo e que a só estranhareis por haver vicejado então dum capricho particular de Álvaro Lins, logo por infortúnio embaixador.)
*
* *
[…] Soube depois do assassinato de H. Delgado e fiquei horrorizado, quer pela sua violência quer pelo crime em si, tanto mais quanto associava a D.G.S., e, particularmente, Rosa Casaco àquele assassinato. Fui por isso a correr ver o ministro do Interior, Santos Júnior […]
Santos Júnior fez-me um relato da ida dos pides a Espanha, afastando a ideia de que a D.G.S. estivesse envolvida no assassinato, mas deixou-me perplexo. Concluí que ele não sabia muito do que realmente se passava na D.G.S., mas não quis ir ver Silva Pais.
O ministro Franco Nogueira também nada de concreto sabia, tendo mesmo sido enganado pela D.G.S., levando-o a declarações infelizes contra as autoridades espanholas e, finalmente a um péssimo relacionamento com o seu colega espanhol. O próprio Salazar fora enganado.
Fiquei assim a nada saber de concreto, e, uma vez que já não pode ser condenado ou cumprir pena devido a prescrição, seria de interesse geral que Rosa Casaco esclarecesse devidamente o que se passou com o estúpido e bárbaro assassinato de Humberto Delgado e companheira, se é que sabe, para todos nós também sabermos se constituiu ou não uma vergonha nacional ou apenas a de algumas individualidades ou grupos políticos, de direita ou de esquerda. (pp. 98-99.)
E aí tendes: os ministros pouco ou nada sabiam; o presidente do conselho fôra enganado e; Rosa Casaco, ainda vivo quando foram escritas as linhas acima, não esclareceu mais nada -- como não esclarecera em 1998 na entrevista ao saco de plástico repescada em 2006. Mas finalmente fez-se toda a luz no caso, porque a Pimentela teve uma fèzada e a Pitonisa corroborou regimentalmente como lhe cabia, para soprarem alegremente as velas do infausto cinquentenário.
(Págs. de Humberto Delgado, Da Pulhice do «Homo Sapiens», Ventura Abrantes, Lisboa, 1933.)
(Revisto em 20 às 8.)
Achei um bucólico postal com quebra-tolas em Algueirão–Mem Martins ...
As três casas mais próximas são, respectivamente de cá para lá, os n.ºs 13-15, 11 e 7 da Rua das Mercês. Alinhado com a casa do meio distingue-se o telhado do n.º 4 da mesma rua das Mercês. Destas quatro só a mais próxima não está arruinada. A casa que sobressai mais adiante com janelas abertas, quase no alinhamento com o palácio da Pena, já não existe; seria na Rua Eng.º Júlio Gomes da Silva. Mas à sua direita, um tanto mais para cá, entreve-se detrás dumas copas de árvore o cunhal e o beiral em arco da Vivenda Cortez, Estr. de Algueirão, n.º 41.
A chapa foi batida da Rua da Tapada, aproximadamente no cruzamento da Rua da Serra de Baixo.
(Postal de Ant.º Passaporte, s.d., no blogo de Algueirão—Mem Martins.)
Aqui há dias comentavam-me irònicamente os vinte mil réis:
-- Com que então, uma folha de alface por um saco plástico!...
É verdade! Mas o comentário daquela mulher na televisão foi mais certeiro à estupidez governante:
-- Eu, minha senhora, vou arranjar um baldinho onde juntar o lixo e ao depois despejo-o no balde da cambra, que eu não ganho para sacos plásticos.
De comentários, houve um leitor que se recordou das folhas de alface do almirante Gago Coutinho, mas essas não são do Estado Novo. Nem as do Garcia de Orta. São ambas da III.ª RRepública (o erre sobejante é da roubalheira). Uma manha que adivinho na emissão das notas de 20$00 em 1977, confirmada na emissão de notas de 1978, é a deliberada supressão de imagens de santos (Santo António e Rainha Santa Isabel). Isso e quotas em novas emissões, a maçons e judeus [melhor, cristãos-novos], que são a santa liberdade... -- No verso da chapa 8 (Garcia de Orta) vinha ainda chapada a cara bochechuda do paizinho desta santa. Mesmo encriptada, o povo lá a achou...
Acabaram no fim de contas as notas de 20$00 em 1985 e cunharam-se moedas porque a santa liberdade nos consagrara a roubalheira e duas bancarrotas. Vinte mil réis nesse tempo já nem valiam como tostões.
(Notas de 20$00, Ch. 9 -- Almirante Gago Coutinho e Ch. 8 v. -- Garcia de Orta --, do Banco de Portugal, em Moedas.Org)
No dia de Carnaval de há seis anos passei naquele restaurante típico amaricano. Hoje calhei por lá em modo semiferiado de subúrbio e a engrossar o colesterol. Lá havia o desfile dos habituais gigantones; havia moças suburbanas tipo chique-emigrante a par de jovens de subúrbio e brinco estilo ainda perdes as calças; havia casais suburbaníssimos no modelo happy-meal dos putos barulhentos; havia empregaditas pluricolores em talhe boom-mike sofisticado e cirandeiro, muito automato-profissionalizadas. Não havia era serviço de mesa.
Estrada de Mem Martins. (c) 2008
Dantes tínhamos o Zandinga a prever o futuro, agora temos um que além disso decifra o passado. A pitonsa do regime profetizou esta noite que Salazar sabia. Os delírios da historiadora (?) Pimentela são como a homossexualidade, deixaram oficialmente de ser doença.
Camilo escreveu sensatamente da Cleópatra a folhas tantas: «Dizem que foi a mais bela mulher do Mundo Antigo, mas a verdade é que não sabemos.»
É mais que certo que este marmelo sabe.
(Imagem: Bairrada Digital.)
Não tenho nada contra o comércio justo, mas tabelar um saco de plástico sem nada dentro a vinte mil réis é esbulho. -- E que temos nós? -- Um governo eleito que o torna lei e se apropria torcionàriamente do produto do esbulho. Roubo legalizado com legitimidade democrática, portanto.
A única circunstância em que seria justo pagar vinte mil réis por um saco plástico era para o enfiar de seguida no bestunto do legislador que evacuou tal ideia por mor de salvar o planeta. Um atilho à volta do cachaço e livrávamos definitavamente o planeta dum camadão de emissões nocivas. Tão ambiental e sustentável que era limpinho!...
Adenda pelo leitor Joe Bernard em 15/II/15 às 11:23:
Mais grave: Além de ser um imposto disfarçado, como o «imposto verde» nos combustíveis, é mais a prova provada que o 1.º ministro é um mentiroso, quando afirmou que em 2015 não iria haver aumento de impostos. Mas sabemos que o dito é um mentiroso compulsivo, tal e qual o seu gémeo n.º 44!
Pior ainda. Desses «impostos verdes» uma percentagem ínfima vai para a defesa do ambiente!
A percentagem e sua repartição das receitas resultantes da cobrança da contribuição sobre sacos de plástico constitui receitas, respectivamente para:
(Nota de 20$00, Ch. 7 -- Santo António, do Banco de Portugal, em Moedas.Org)
Ouço para aí que vão pôr o nome dum servidor do Estado Novo no aeroporto da Portela. Embirrar com Salazar cauciona tudo e dá honras mesmo cinquenta e tal anos depois...
(Retrato in «Um fascista esquecido», Área Nacional, 6/III/06.)
9h00 da manhã, grande calma ante o liceu Camões. Dois moços atravessam molemente a passadeira pregados ao telemóvel, afastando-se do liceu. Moles das pernas; buzino-lhes; acordo-os.
-- Calma! -- responde-me um, agastado. Sorrio-lhe com gozo. Tiram-se-me estes fidalgos do quentinho da cama para dormirem pela rua ao frio...
Mocidade Portuguesa plantando a mata, Serra de Monsanto, c. 1944.
In archivo photographico da C.M.L.
A ministra Teixeira da Justiça acha que a droga leve devia ser vendida na farmácia, a par dos remédios. Pela mesma ordem de raciocínio cuido ache bem que o vinho também venha a vender-se na farmácia a par do álcool.
Taberna, Telheiras, 1991.
Valter Vinagre, in archivo photographico da C.M.L.
Adenda: só numa civilização de dementes andar com droga e drogar-se não é crime, sendo as drogas ilegais, enquanto chachadas mal definidas (e mal designadas) como bullying ou o asco geral por sodomia se entende que são, em si, matéria para o código penal.
-- O sr. telespectador sabe o que são bísaros?... Bísaros... -- O professor Hermano Saraiva dialogava assim connosco nos Horizontes da Memória. Dizia-o naquela maneira clara e ritmada, entoando bem as sílabas e baixando a voz quando repetia o mote -- Bísaros... -- antes de desvendar o enigma.
Bom, não é de bísaros, é de tagiários. -- O benévolo leitor sabe o que são tagiários? -- Camões falou nas tágides; acha o meu benévolo leitor que aqueles são uma espécie de ninfas do Tejo?... -- Tagiários!...
Pois eu não sei. Dizia a sr.ª jornalista há pedaço na telefonia de as autarquias haverem de receber mil e quinhentos tagiários. Não sei se são ninfas, mas fiquei a saber que podem ser jovens pois houve logo a seguir um sr. comentador com conversa de entendido que reforçou de as autarquias receberem «jovens tagiários».
Tagiários.
José Hermano Saraiva, «O salpicão do Nordeste», in Horizontes da Memória, R.T.P., 2001.
Falar em quantitative easing a um português e querer que ele entenda a ingresia, melhor fora não dobrar tanto a língua e dizer simplesmente que o banco central se dispõe a imprimir mais dinheiro. No entanto só se por aí acha quem dobre a língua, os joelhos, a espinha... e nem se dê conta. Uma vergonha.
Na emissora nacional a opinião entendida das sextas-feiras da matias Marisa -- a candidata cujo lema era «De pé!», imagine-se lá porquê... -- vocaliza o barbarismo como quantitâitive... com tónica e timbre errado no -ta- da antepenúltima sílaba em vez do -ti- da penúltima. Ouvi-lho por duas vezes («Conselho Superior», Antena 1, 6/II/2015). Com tal alarde de cultura anglófila, como palrará ela left block? -- Sinister bloke?...
Da opinião na emissora e a quem anda ela entregue para doutrinação nacional é quanto basta.
Do noticiário, saiba-se mais.
Houve esta manhã «notícia» com laivo de acontecimento que Bob Marley faria 70 anos. O assunto era mais calhado ao Se7e ou ao Blitz. Na emissora nacional cheira-me que foi arrebanhado no «leve 3 pague 2» das agências internacionais, sempre recheadas de promoções para a agenda mediática correcta. Para ilustração da chachada andaram aí entrevistar uns da Lousã que tocam por lá a música popular da Jamaica e, para dar mais sensação à reportagem, deram no fim em incensar o infausto adorador de Jah (aleluia!) como profeta dalguma religião séria. Talvez sim, talvez, depois dalguns inebriantes bafos...
É isto a emisora nacional logo de manhã.
(Recorte da Ilustração Portuguesa, 1947, in Restos de Colecção.)
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