Olé!
2.ª pega da noite, João Pita, forcados de Alter. Idanha, 31/VII/2015.
Addendum:
Aqui em Cambridge contei a uns conhecidos o caso do acordo ortográfico.
Inicialmente pareceu-me que não perceberam. Ou melhor, não queriam acreditar. Uma conhecida formada em Direito perguntou-me se não seria uma estratégia de socialistas para estupidificar a população. Todos afirmaram que era inadmissível destruir deliberadamente a cultura de um país que teve tamanho Império...
Ao andar por esta cidade sinto que Portugal morreu. Vejo estes jardins, estas moradias bem cuidadas, o bom comportamento dos estudantes, a atitude de professores e investigadores. A organização, os valores, a confiança.
Não temos Rei. Essa Igreja não serve mais os nossos interesses. Tiraram-nos a bandeira. As instituições estão há muito destruídas. Reina a vigarice, o roubo, a cunha, a chico-espertice. Até a língua destruíram. Que resta? O mamarracho, a marquise, o eucaliptal. Gente mal educada, mas cheios de si próprios. Endividados mas arrogantes e invejosos.
Ainda existe Portugal?
De longe, vejo apenas um pedaço de terra que em nada se distingue de uma qualquer república da América Latina.
Comentário de Luís, em 1 de Agosto de 2015.
Há dias aprendi o Almeida de Negreiros. Há pedaço, numa locução sobre o Duarte Lima, ouvi dum Burguel, escrito todavia Brueghel...
Será este?
O ambiente... Melhor, o Ambiente é uma religião.
O ministro do culto rezou ontem o catecismo da «mobilidade sustentável». Do sermão e homilia tirei que o rito era gastar 41 milhões em 1200 popós novos, eléctricos (quiçá encalhados no fabricante...) para, com fervorosa devoção numa «gestão partilhada de frota» e devotada fé na conversão do gentio funcionário ao ciclismo e à «condução mais sustentável» (seja lá o que isto quer dizer) se haver de poupar 50 milhões.
(Ou 50 melões, acreditam os cépticos).
A ladainha publicada numa folha de couve como se fora notícia (André Cabrita-Mendes, «Governo quer [*] poupar 50 milhões de euros com automóveis do Estado», Negócios, 29/VII/2015) não se explica mas proclama profecias como:
Bom, se a mobilidade locomoção é eléctrica, o natural é, não que gere, mas antes que seja gerada e... se dissipe. Mas admitindo que comprar electricidade venha a ser mais em conta do que comprar gasoil, o que me vem logo à ideia é que se aprazerão dele muito mais os chins da E.D.P. que os amorins da Galp ou o portuguesito comum que (ainda) possui 7% dela por meio da Parpública.
Depois, se se numa «gestão global da frota» de automóveis do Estado houver de poupar tanto como 29 milhões, ou se se mais 12 milhões pouparem pela lavagem ao cérebro do gentio com algo tão bizarro com «uma condução sustentável», então, ámen!
O que me deixa intrigado é como se alcançará a poupança «na redução de emissões de dióxido de carbono». Só se o ministro do culto deixar de respirar...
(Imagem de Negócios.)
[*] A notícia tem sofisma: «quer», não significa «garante».
(Revisto.)
Festas de Lisboa. Corrida do circuito de Alvalade. Avenida da Igreja com a farmácia Liba / Líbia em segundo plano.
Festas de Lisboa, Alvalade, 1955.
Claudino Madeira, in archivo photographico da C.M.L.
Andam nestes dias afincadamente a alcatroar a faixa de rolagem do troço da R. José Falcão entre a Cavaleiro de Oliveira e Almirante Reis (eleições á vista...) Passeios, todavia, é que não vejo conservar em parte nenhuma da cidade; nem o município cuida de os nivelar e calcetar -- antes lhe vejo vontade de acabar com a castiça calçada à portuguesa --, nem o hodierno comerciante de bairro cuida de os varrer ou de lhe dar uma simples mangueirada diante da sua loja. Dantes isso fazia-se, sabeis?!...
A imagem que deixo parece não ter que ver com o que digo, mas, é do chão do dito troço da José Falcão anos antes da sua feitura e em dia de comício (eleições à vista, portanto). Os prédios ao fundo são as últimos da Av. Almirante Reis antes da Praça do Chile. Só um deles foi demolido.
Comício, Arroios, [c. 1910-11].
Alexandre Cunha, in archivo photographico da C.M.L.
O actor Chaby Pinheiro no seu gabinete, Lisboa, [ante 1933].
Alexandre Cunha, in archivo photographico da C.M.L.
«... As propostas do P.S.D. e C.D.S. vão ser apresentadas na sala Almeida de Negreiros (sic) da gare marítima nas docas em Lisboa.»Jornal de Domingo, S.I.C. Notícias, 26/VIII/15.
Uma coisa que Lisboa dantes tinha e que já lhe hoje pouco acho eram umas magníficas nesgas de Tejo, assim como janelas, tiradas do meio de muita rua. Aqui desde a Rua Nova da Trindade através da António Maria Cardoso, antiga do Thesouro Velho (Edital de 6/II/1890).
Rua Nova da Trindade, Lisboa, c. 1900.
Alexandre Cunha, in archivo photographico da C.M.L.
Uma das coisas que me intrigou da Torrinha quando soube dela no 1.º vol. da Lisboa Desaparecida foi, concretamente, em que chão havia ela poisado. Marina Tavares Dias não na apontava com grande certeza. Dizia-a em tornejando para a Av. de Fontes Pereira de Mello, sobranceira ao palácio dos condes Sabrosa, cuido que baseada numa gravura da Feira Franca de 1898.
Pois, ao fim e ao cabo, não era tanto para o lado da Fontes.
Avenida, Lisboa, 1901-16.
Alexandre Cunha, in archivo photographico da C.M.L.
(*) Este moço disse há pedaço promessa eleitoral com asterístico (sic) na S.I.C.
....
Vê se vês terras de Espanha,
Areias de Portugal,
Olhar ceguinho de choro.
Perdido o Norte, invertem-se os valores, campeia rafeirice. -- Havia de um presidente do Conselho de Ministros de Portugal apresentar-se como «primus inter pares» ante um mesteiral cronicão secundado duma tribuna de comuns?! -- A submissão do protocolo e da dignidade da representação de Estado ao standard mediático made in U.S.A. é todo um império. É toda uma civilização.
Neste simulacro circense de cultura redimo-me, pois, do títalo à amaricana.
A imagem da rafeirice de Estado é da T.V.I.
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