Os nossos antigos diziam desjejum (ainda se o ouve no desayuno castelhano) . Nós, portuguêsmente, afrancesámo-nos (os brasileiros, no caso, nem tanto): à letra, o déjeuner francês mais não é que o desayuno castelhano; afrancesámo-nos, portanto, apondo portuguêsmente o petit francês ao nosso almôço.
— Um queque e ¼ de Vigor por desjejum.
Do que apanhei (ouvi mal o eixo, ontem, sob o espectro de morpheu), acerca do copioso vicejo de doutores de gargarejo, nem pio. Um silêncio eloquente.
(A «família disfuncional favorita dos portugueses» segundo o saco de plástico é dum semanário brasileiro que se pública para aí aos sábados.)
Hoje mais um licenciado de gargarejo no governo. Bi-licenciado. É continuar a escavar. Não parece haver limites à trampolinice. Quem haja aí que tenha pingo de dignidade há-de servir para galego. Com direito a voto.
Fotografia: Galegos carregadores de pianos e trastes de todo tipo, Estação do Rossio, c. 1910. Charles Chusseau-Flaviens, in George Eastman House.
José Hermano Saraiva, Nas margens do Tua
(Horizontes da Memória, R.T.P., 1997.)
Tenho aqui criticado pecadilhos e azelhices, mas justo é que louve quando haja de louvar. Talvez seja agora caso...
O Fraga-hífen-Aurélio (Lisboa de Antigamente) que transcreve as Peregrinações de Norberto Araújo ilustrando-as com imagens do archivo photographico da C.M.L., publicou há dias uma chapa de José Arthur Leitão Barcia dumas casas e duma ermida na estrada da Penha de França; são umas velhas casas demolidas por volta de 1916 conhecidas ùltimamente por Pateos dos Condes de Soure e que povoaram até então o alto do Monte Agudo (*). Como são chãos onde hoje poisa a escola secundária de D. Luísa de Gusmão, que frequentei nos meus tempos do liceu, quando há uns anos li a passagem de Noberto Araújo acerca do lugar quis achar imagens do que me ele descrevia, mas foi em vão.
Segundo o olisipógrafo as casas ali vinham do tempo de el-rei D. Sebastião e eram pertença de uns Carvalhos, gente boa e de haveres, que vieram à posse dos condes de Soure pelo casamento em 1693 duma dama sua herdeira com o 3.º conde daquele título, D. João José da Costa e Sousa. Foi essa dama D.ª Luísa Francisca de Távora, dama da Rainha, filha e herdeira de Henrique de Carvalho e Sousa, senhor da Azambujeira, morgado de Patalim (Évora), comendador da Ordem de Cristo e provedor das Obras do Paço. Estes títulos e privilégios entraram assim na casa de Soure, a par das casas do Monte Agudo.
Pátios do Conde Soure e ermida de N. Sr.ª do Monte Agudo na Estr. da Penha de França, Lisboa, c. 1916.
José Arthur Leitão Bárcia, in archivo photographico da C.M.L.
O achado da fotografia tem o seu mérito porquanto vem etiquetada no archivo photographico da Câmara como, imagine-se, Palácio do Conde de Sôr (sic); e localizam-na na Rua da Vinha ao B.º Alto. — Se trocar Soure por Sôr é já digno de encómio, que dizer dele quando quem no faz atribui tão sàbiamente o lugar retratado à Rua da Vinha, rua ela que entesta nada mais nada menos com a Travessa do Conde de... Soure?!... — Mas aproveitemos a chave. Pesquisando por Sôr em vez de Soure, acha-se outra do palácio, da sua demolição (v. infra). Não deixa dúvidas: o brasão que encima a porta é dos Carvalhos; as casas demolidas deviam vir do séc. XVII, antes de passarem à casa de Soure.
Òbviamente o louvor ao Fraga-hífen-Aurélio vem inteiramente donde jazem o demérito e a asneira do archivista. Mas não é menor por isso. Parabéns!
Demolição do palácio do Conde Soure no Monte Agudo, Lisboa, c. 1916.
José Arthur Leitão Bárcia, in archivo photographico da C.M.L.
(*) O Monte Agudo, fronteiro ao Cabeço da Bola e sobranceiro ao B.º das Colónias, é hoje um topónimo pouco conhecido. Para ele confluem modernamente as ruas do Mestre Ant.º Martins e Heliodoro Salgado. A primeira é rua moderna, nada há a dizer. Mas a última é a antiga Calçada do Monte Agudo, topónimo do séc. XVII substituído por homenagem a Heliodoro Salgado (Santo Tirso 8/7/1861 – 12/9/1906), maçon fundador da Carbonária Lusitana e militante do Partido Republicano. Em 1944 e em 1950 a Comissão Municipal de Toponímia propôs que se tornasse ao topónimo seiscentista. O nome, porém, manteve-se. Imagino porquê...
Mas o Palácio das Galveias tinha aquele aspecto de degradação horrível, pelos anos de 19...?
Largo do Dr. Afonso Pena e Palácio Galveias, Campo Pequeno, [1915-28].
José Arthur Leitão Barcia, in archivo photographico da C.M.L.
Torno com esta fotografia porque suscitou uma pregunta que me deu mote para o que resumo a seguir.
O palácio Galveias chegou ao estado em que se viu antes de ser expropriado e convertido em biblioteca municipal. Foi construído pelos Távoras no séc. XVII, de que é exemplar arquitectónico de casas nobres desse tempo, mas, com a desdita dessa família no tempo de Pombal o palácio (e quinta, que era maior do que se imagina) mudou de dono. Chegou às mãos dos Abreus e Castros [Melos e Castros, quero dizer], condes das Galveias pelos alvores do séc. XIX até que estes o finalmente venderam a um Braz Simões, salvo erro industrial ou capitalista, uma coisa assim. Este arrendou-o em fracções a gente pobre como sudedeu a outros palácios fidalgos como p. ex. os casebres do Loretto (Marialva) ou o palácio dos Telles da Sylva (Alegrete). Até que decaíu no estado em que o vemos na imagem. Acabou expropriado pelos anos 20 por se dar remate às avenidas Barbosa du Bocage, Elias Garcia e Defensores de Chaves. Com a posse do Estado c. de 1928/29, em boa hora decidiu-se restaurá-lo e vertê-lo em biblioteca com o solene aspecto que lhe reconhecemos hoje.
Mais uma nota. Os cartazes de espéctaculos na frontaria do palácio anunciam os filmes mudos Cabiria no Politeama e Maciste no Olympia. São filmes italianos de 1914 e 1915. Não sei ao certo quando foram estreados cá, mas já li alhures que foi por 1916. Ora aqui está uma data verosímil para a imagem.
Por fim, para vermos por onde se estendia antes das avenidas a quinta das Galveias com suas terras de semeadadura e com quem confrontava, fica uma planta do eng.º Ressano Garcia, de 1902.
Frederico Ressano Garcia, Planta da zona de Picoas até ao Campo Grande, que inclui a avenida Ressano Garcia, actual avenida da República, a estrada de Picoas, o matadouro, o largo da Cruz do Taboado, a propriedade da condessa de Camaride, a estrada do Arco do Cego, a avenida Fontes Pereira de Melo, a praça de Touros, a propriedade do conde das Galveias, a estrada de Entrecampos [a quinta de Francisco Isidoro Viana] e o mercado Geral de Gados, C.M.L.,1902 (PT/AMLSB/CMLSB/UROB-PU/09/01928), apud Francisco de Matos et al., Do Saldanha ao Campo Grande: os originais do Arquivo Municipal de Lisboa, Lisboa, C.M.L., 1999, pp. 26-27.
Acabadinhos de chegar do encadernador. Os 6 volumes por c. de 5 contos de réis. A encadernação foi... soma algumas vezes isso...
Rua B-3 [B-4](R. Vila Cabral), Olivais Sul, 1966.
João Hermes Cordeiro Goulart, in archivo photographico da C.M.L.
Na senda de imagens do Campo Pequeno para ilustrar ontem o verbete do cruzamento Av. João XXI com a Defensores de Chaves (seja lá isso onde for), topei com esta muito curiosa em que o palácio Galveias se estende muito para o lado da Rua do Arco do Cego (ou Estr. do Campo Pequeno). Tanto que se nem ela lá percebe.
A inferior mostra o lugar com um aspecto mais contemporâneo.
Ambas são do tempo em que o terreiro fronteiro ao palácio Galveias se chamava Largo do Dr. Afonso Pena.
Largo do Dr. Afonso Pena e Palácio Galveias, Campo Pequeno, [s.d.]
José Arthur Leitão Barcia, in archivo photographico da C.M.L.
Palácio Galveias e Largo do Dr. Afonso Pena, Campo Pequeno, 1945.
André Salgado, in archivo photographico da C.M.L.
Adenda às sete da tarde: a planta 10 M do levantamento topográfico de Lisboa (J.A.V. da Silva Pinto, C.M.L.,1904-1911) ajuda a perceber a imagem superior: a frente do palácio que dava para a Rua do Arco do Cego tinha uma faixa de jardim com renque de árvores orlando o palácio por chãos que são hoje rua pública; o muro de base do gradeamento prolongava-se ele mesmo para ao longo da estrada, além do limite da fachada N do palácio. É o muro branco que se vê na banda esquerda na fotografia de cima e que por ilusão de óptica me pareceu prolongar-se para Nascente através da dita Rua do Arco do Cego.
A planta em concreto, da autoria do agente técnico de engenharia Alberto de Sá Correia, é de 1908. Quando foi a rua alargada à expensas daquela orla do jardim do palácio Galveias não sei. Talvez em 1929, que o limite ad quem dado no arquivo àquela fotografia lá em cima.
Rebentou hoje um colector de águas no Campo Pequeno, em Lisboa, na embocadura da Av. dos Defensores de Chaves. Para lá do transtorno aos automobilistas e do contratempo ao trânsito, ouvi dizerem na emissora nacional que o incidente afectara o metropolitano havendo sido fechada a estação do Campo... Grande. Disseram-no e repetiram-no tal qual, sucessivas vezes: estação do Campo Grande. Isto a par da preciosa informação de a ruptura no colector ser no cruzamento da Av. dos Defensores de Chaves com a Av. João XXI.
Haviam os informantes da emissora de apontar-me no mapa de Lisboa se tal cruzamento existe e se fica a bem dizer no Campo Grande. Mais ou menos, vá lá!...
(Fotografia: Av. dos Defensores de Chaves, Lisboa, 1966. Artur Goulart, in archivo photographico da C.M.L.)
«Vida e Obra de Fernando Pessoa; História de uma geração», de João Gaspar Simões, 1.ª ed., Bertrand, 1951. — Por ventura o livro que atravessou Isabel da Nóbrega no caminho de João Gaspar Simões…
Chegou-me hoje às mãos a encomenda: 2 vols.; da Holanda. Muito mais em conta do que os 19 contos de réis que um alfarrabista da nossa praça pede pela mesma edição. E a pesar dos portes.
A primeira edição duma obra em português que torna a Portugal.
Companhia intimista de serões de Inverno ou de tardes bucólicas de Outono.
A faceta de comentador de tudo e um par de botas do inquilino de Belém é cada vez mais exasperante. A colagem a todo o acontecimento de cartaz é doentia; a pesporrência de lugares-comuns em comunicados inanes, uma aflição. E a aculturação ao amaricano, uma pobreza. — «The times they are a-changin'» nem bom inglês é.
Corrida de gala á antiga portugueza, Campo Pequeno (Radiotelevisão Portuguesa, 2016)
Se aí o comentário político televisivo anda já remunerado como direitos de autor, porque me espanto eu da quadratura do Nobel?!!
Quadralgaduras do circo apanhadas no Sol.
Uma cousa pequena ou uma palavra faz conhecer melhor os costumes das pessoas que as disseram que os infinitos inimigos mortos em batalhas e as cidades destruídas e reinos conquistados.
José Hermano Saraiva (anot. e com.), Ditos Portugueses Dignos de Memória; História íntima do século XVI, 3.ª ed., Mem Martins, Europa-América, 1997.
* * *
Eu e os Políticos pôs em alvoroço os fidalgos de pagode que vicejam na scena política do portugalinho dos nossos dias. A promiscuïdade da política com o jornalismo é a constante que lhe subjaz, mas o carácter do «escol» nacional impressa ali em letra de fôrma foi o que deu polémica. No fundo os jornais são papel de embrulho de todos os fretes e o livro descobre-o, bem temperado com as idiossincrasias da politicagem de turno.
Alguns aí como José Manuel Fernandes afoitam-se em louvor velado do livro já arrolado ao índex da democracia, mas diminuem-no em que se só lá acha o que todos sabem. — Todos sabem? Quem são todos? — Os do meio: jornalistas e políticos, pois!... Sobra o povoléu: o às vezes cidadão comum, passe a redundância tão necessária aos todos, esses outros cidadãos não comuns, lordes da democracia, que, enfim, sabem sempre mais. — Ao cidadão ninguém lho diria abertamente, mesmo que rumores corressem. Mas agora só não sabe quem não quiser ler. O testemunho foi dado.
Outros, também aí, porém, não têm contemplações: Luís Pedro Nunes afirmou que José António Saraiva, havendo como director do Expresso sido o jornalista mais poderoso do país e tendo perdido esse poder, escreveu o livro por ressentimento; a Fernanda Câncio, vedeta visada, diz que interpôs uma providência cautelar para banir o livro. — Jornalistas censurando jornalistas. — Ou comadres exhalando liberdade de expressão!... — Sintomático!...
Para não haver dúvidas o autor escreve na apresentação o seu objectivo: deixar testemunho para a História. É bom argumento; esperançoso quanto ao objecto focado, mas, que importa?!... Sabemo-lo filho e sobrinho de historiadores; está-lhe nos genes; deve ser mais forte do que ele... E é de valor. Quanto não daríamos por crónica viva assim, dum contemporâneo das personagens que rodearam D. Afonso Henriques, D. Dinis ou D. João II, legando-o a nós vindouros, dando-nos a conhecer o carácter particular e íntimo dos actores da autêntica História, grandes e pequenos? — Grandes ou pequenos os julgaríamos nós melhor por conhecê-los em retrato intimista e coetâneo. — Pois podem agora os nossos vindouros fazê-lo desta gente de agorinha mesmo — gente menor, ínfima, bem entendido, mas toda ela símbolo dum tempo. É o que há para legar, paciência!... O valor desta fonte de História quase íntima, os vindouros lho darão, portanto. Se não vier a ser convenientemente apagada.
Se estes actores da História recente são o que são, se valem o que valem, são todavia os que apareceram a figurar. — Castigo da Providência, má fortuna nossa... — Quereriam que o deixássemos na obscuridade? Mas não é a sacrossanta democaracia isto mesmo: o alçar da maioria, que é a mediocridade, por boa? Se o quadro em que figuram os farsantes é miserável, eles o necessàriamente assim compuseram — não há omoletes sem ovos.
Da promiscuïdade entre política e jornalismo (este mera câmara de ressonância daquela) que o livro dá imagem, verificamos que o principal (único?) objecto da política é, ao cabo e ao resto, a sua própria publicidade. Ora o livro demonstra essa desgraça dando de caminho a degradação de costumes, a falta de carácter, a ânsia de protagonismo, a vaidade, a ganância, a ostentação e o vício dos protagonistas retratados. Serem eles com isso tudo que os identifica a transmitir a pequena História deste tempo desgraçado e pela pena dum deles, jornalista, é irónico. Talvez daqui o maior choque e raiva que o livro causou. Essa gente menor não queria ficar assim impressa para o futuro? Mas, que dizer? Eles merecem!...
— Que a democracia lhes seja pesada! — Eis o valor do livro do arq.º Saraiva.
O canal da memória tornou esta semana com os programas do prof. Hermano Saraiva: os Horizontes da Memória. Durante muitos anos os seus programas foram os únicos que me marcaram hora de ver televisão. Esta série dos Horizontes da Memória lembra-me de quando começou em 1996. Andava eu nessa altura meio solitário. Ver televisão — hábito que perdera pelo fim da década de 80 — remediava e apercebi-me então dos programas do prof. Hermano Saraiva, que julgava aposentado. Teria ele por ali 77 ou 78 anos e estava rijo, graças a Deus! Quando fui apanhado pelos seus programas ainda foi na série das Lendas e Narrativas e recorda-me bem que a mudança da série me pareceu desnecessária. Só o genérico aparentemente mudava e, dele, até a música se mantinha. Tudo o mais — os temas, o estilo, a produção — me pereceu idêntico às Lendas e Narrativas. Noto agora, porém, que naquele tempo havia uma formalidade (um certo timbre magistral) ligeiramente maior do que mais adiante nesta série dos Horizontes da Memória e ao depois na Alma e a Gente. Mas tudo no programa me embalava (e embala): desde a música do genérico, à cadência intimista e cativante do contar das histórias, passando pelos cenários e planos de enquadramento, não descurando ainda a montagem e as músicas de fundo a envolver a narração. No episódio que deixo, o 2.º da série, podeis confirmá-lo. Escolhi-o porque é dos que gosto mais.
Salvo erro o programa ia para o ar naquele tempo ao domingo pelas dez, onze da noite, no 2.º canal. Era uma doce maneira de encantar as noites de véspera duma semana de trabalho: o prof. Hermano Saraiva alegremente contando lendas e narrativas que se perdiam nos horizontes da memória; uma forma poética de saudade.
José Hermano Saraiva, Se os Abutres Falassem
(Horizontes da Memória, R.T.P., 1996.)
Nota: o prof. Hermano Saraiva faria 97 anos no passado 3 de Outubro, dia em que repuseram os seus programas. Imagino se foi coincidência fortuita.
Dês que se deitou a perder o Ultramar e se escangalhou Portugal, sòmente por duas vezes vi a caqueirada político-partidária & jornalística afinar em uníssono por uma causa; foi naquela vez pela causa de Timor e, agora, por causa dum tacho para Guterres.
Imagem de Contra-Informação.
Naquela história da moirama escapando por entre os dedos do gentio na Portela do Humberto Delgado, a fotografia que lá pus a ilustrar é boa, mas não foi a primeira escolha. Esta aqui, sim. Lembrei-me dela, mas não tive tempo de a achar ao compor o verbete. Como vêdes, é muito mais ilustrativa, pois, observando-a com entendimento e ponderação, aquela cêrca baixa era muito mais segura do que todas as polícias e parapolícias que lhe juntas montam guarda hoje.
Duvidais?
Aeroporto da Portela, Lisboa, c. 1943.
Horácio de Novais, in Bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Em 1943 cinco ou seis B-24 Liberator aterraram em Portugal ficando internados. Em 1944 foram entregues à Aeronáutica Militar. Há dias publiquei a fotografia de um: o Não Faz Mal (L2). A fotografia é muito provàvelmente do ano de 44, quando a frota dos seis Liberator foi exibida numa grande parada militar que se fez pelo 28 de Maio.
Dos seis (matriculados L1 a L6) reza a memória de quatro haverem pintura verde-azeitona militar onde foram substituídas as insígnias americanas pela Cruz de Cristo e pintada a bandeira nacional nos estabilizadores verticais; é o caso do Não Faz Mal. Os restantes dois, talvez por provirem dos 479.º ou 480.º Grupos Anti-Submarinos, haviam uma camuflagem inferior marinha e a carlinga frontal com o beiço descaído, por assim dizer. É justamente um desses que se vê atrás do nosso Não Faz Mal na fotografia d' «O Século». Estes mais extravagantes, alcunharam-nos as vacas.
Em Dezembro de 1943 chegou a Portugal uma missão comandada pelo major Willard Wilson acompanhado de quatro pilotos e oito mecânicos com o objectivo [de] pôr a voar meia dúzia de B-24 e duas dezenas de caças [P-38 e P-39] que se encontravam internados (Carlos Guerreiro, Aterrem em Portugal, Pedra da Lua, 2008). Instruíu-se a nossa gente para operar com os aviões, fizeram-se umas missões, expuseram-se na parada militar de Maio, mas... Foram abatidos logo em 1946 e desmantelados.
O B-24 era um bombardeiro pesado que nos não servia nesse propósito, de modo que foi desarmado e apenas usado em missão de transporte. Daqui não fazer mal.
Gravuras: Wings Palette.
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