Aqui há pouco tempo falei dos «carros saloios», o primeiro serviço de autocarros da Companhia Carris para complemento das carreiras dos carros eléctricos. Foi em 1912. As carreiras destes autocarros chegaram aos arredores saloios, Caneças, Montachique, Bucelas, Mafra e Ericeira e, daí, os «carros saloios». Mas também andaram por Algés e Carnaxide. Aqui vemos um «em experiência» no Dafundo.
Autocarro Leyland de origem inglesa «em experiência» pela Companhia Carris, [Dafundo], 1912.
Joshua Benoliel, in archivo photographico da C.M.L.
Este ano vão ligar a hora de Inverno sem desligarem o Verão. Nem os do Halloween o fizeram sem desligar Todos os Santos. Possìvelmente hão-de encrencar o S. Martinho já a seguir. Desde que puseram um homem a casar com um homem que isto ficou tudo baralhado. Hoje até a Espanha se partiu sem lhe quase ninguém tocar.
Ilustração: Martins Barata, Lisboa Moirisca.
Têmpera e resina s/ tela, 63 x 83 cm, 1947. In Museu da Cidade.
Padrão, Ponte Nova, 194...
Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
Piquenique por ocasião da Romaria do Senhor da Serra, [?!], Belas, [s.d.].
Garcia Nunes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Curioso piquenique de romaria ao Senhor da Serra, em Belas... com o forte do Monsanto em segundo plano! E ao depois, os cinco romeiros são nada menos os que se viam com o farnel aviado numa outra, sem menção de autor, referida à Perna de Pau que como sabeis era ao Areeiro.
Ora convenço-me, do Areeiro a Monsanto, e a Belas, irem por tão desvairados caminhos estes romeiros ao Senhor da Serra com devotas pernas (de pau) e tão singela merenda (há vislumbre ali do quartão do tinto?), houve ele mais de ser milagre de archivista indocumentado que do santo Senhor da Serra.
Outro milagre seria dizer-nos quem eles são.
Retiro da Perna de Pau [?!], Lisboa, [c. 1910].
In Arquivo Fotográfico da C.M.L.
A quinta dos Poiais Vermelhos vem mencionada sumàriamente em Ralph Delgado n' A Antiga Freguesia dos Olivais (Grupo Amigos de Lisboa, Lisboa, 1969, p. 27), referida à Estrada de Sacavém, como um dos lugares e propriedades principais. — Erradamente vem ali impressa como Quinta dos Goiais Vermelhos, por gralha tipográfica ou erro de leitura dalguma das plantas 12 N ou 12 O do Levantamento da Planta de Lisboa: 1904-1911, (C.M.L., Arquivo Municipal, Lisboa, 2005), onde achamos uma representação a quinta.
Segundo as ditas plantas 12 N, 12 O e 12 P, confrontava esta quinta a
Uma descrição dela acha-se num anúncio de venda na Gazeta de Lisboa, n.º 10, de 12 de Janeiro de 1824, a pp. 39:
Vende-se a quinta dos Poiaes Vermelhos, sita na estrada real que vai de Arroios á Portella, N.º 430, e consta de 3 grandes hortas com seus poços de nora, e tanques, olivaes em terras de semeadura, e vinha que dá para cima de 40 pipas de vinho, parreiras, e arvores de fruta; e tem boas casas nobres, com Capella, adêga, lagar e muitas casas para todas as precisas accommodações, cocheira, e cavalharices, he livre de foro : quem a quizer comprar, falle com seu dono que mora na mesma quinta.
O anúncio não identifica o dono da quinta, mas acha-se no Arquivo Municipal notícia dum certo dr. José Joaquim da Costa, em 9 de Junho de 1787, como sendo ou representando o proprietário dumas quintas aos Poiais Vermelhos, [as quais] pretende murar pela parte que confina com a estrada pública que vai desta cidade para Sacavém, e que foi embargada a obra (Arq. Hist. Mun. de Lisboa, Administração, Livro de cordeamentos de 1760-1789, fs. 401 a 412v.)
O sr. João Trigueiros, em «Brasão Cunha Monteiro — Covilhã (séc. XVII)», in Heráldica e Genealogia, 27/2/2015, dá notícia de, por aquela época (2.ª metade do séc. XVIII), a quem pertenceria:
Miguel de Abreu Couceiro e Azevedo, licenciado em Cânones, familiar do Santo Ofício, cavaleiro professo da Ordem de Cristo (10-XII-1760), senhor da quinta e morgado dos Poiais Vermelhos, aos Olivais em Lisboa, onde nasceu, filho de Francisco Lopes de Azevedo [e de] D.ª Luísa Maria de Abreu Couceiro [sublinhados meus].
Casou em 12/XI/1768 com D.ª Sebastiana Bárbara Pires Monteiro Bandeira de Castro e Eça, nascida na freguesia da Pena em Lisboa, que era neta de D.ª Arcângela M.ª Josefa Engrácia de Sampaio e Castro, herdeira dos Abreus e Castros senhores da Quinta das Ameias, ao Areeiro. D.ª Sebastiana movava nesta quinta das Ameias; um casamento entre vizinhos, portanto. Deste casamento nasceram duas filhas, casadas, cuja geração não apura o sr. João Trigueiros.
A Revista Universal Lisbonense; Jornal dos Interesses Physicos, Moraes e Intellectuaes, vol. VI, 1846-47, p. 125, dá noticia dum sr. J. S. Deuthat, manteigueiro e rendeiro das quintas do Fol (i.é, do Fole, ao L. do Leão) e dos Poiaes Vermelhos onde trazia viçosas plantações de luzerna. Ponho dúvida de serem estes Poiais Vermelhos os da Estr. de Sacavém, porquanto esta notícia os refere à quinta do conde de Linhares, que era entre a Calçada de Arroios e o L. do Leão, sendo que há notícia de obras municipais em 1890 numa Rua dos Poiais Vermelhos para ligação da rede de esgoto entre o L. do Leão, a Calçada de Arroios, a Rua do Arco do Cego e a Rua de Dona Estefânia; imagino tratarem-se eles, os Poiais Vermelhos, aqui, de topónimo antigo da actual Rua do Visconde de Santarém que também dariam nome ás cercanias do L. do Leão, em Arroios.
João M.ª Baptista e João Justino Baptista de Oliveira, na Chorographia Moderna do Reino de Portugal (vol. IV, Lisboa, 1874, p. 742), mencionam como dos Pajaes Vermelhos esta quinta na parte referente ao Concelho e Freguesia dos Olivaes.
Fica para outra oportunidade a consulta à Corografia Portugueza do Padre Ant.º Carvalho da Costa. Pode ser que lá diga doutros donos ou a invocação da capela.
O Alto da Bella Vista, onde se tem realizado o Rock In Rio de Lisboa, fica no perímetro que foi desta quinta. As boas casas nobres, com Capella e restantes accommodações que foram dela eram pelo actual n.º 80 da Av. do Aeroporto (pouco mais ou menos a par da Quinta de Santo António, que lhe ficava — e ainda lá está hoje com o n.º 81 — no lado oposto da estrada); as hortas, mai-los poços e tanques do anúncio da Gazeta de 12 de Janeiro de 1824 abrangeriam a correnteza dos actuais n.ºs 70-98 da Av. do Aeroporto.
Quinta dos Poiais Vermelhos, Estr. de Sacavém, 1907.
(PT/AMLSB/CMLSB/UROB-PU/05/03/156)
Revisto à meia-noite e meia de 15.
Manuel Rovisco (Forcados de Évora), Campo Pequeno (R.T.P., 13/X/17).
Na lambarice dos noticiários de ontem com a acusação dos canastrões de nomeada, o Sócrates, o Vara, o Salgado, o Bava, o Granadeiro, &c. &c., ouvi num deles — cuido na S.I.C., não me lembro a quem — que, pelos figurões de alto coturno acusados se podia dizer que era o próprio regime político que assim víamos personificado no banco dos réus.
Pareceu-me isto deveras acertado.
E repassando então o notíciário da moirinha Lourença na R.T.P. 3, dei em estranhar o negro carregado que ela trajava, a par da Marrafa lá no estúdio, e mai-las, ao depois, a Márcia em Nova Iorque e a Daniela na Catalunha. Até o advogado Nabais se viu de camisa preta!...
Morreu alguém? Ou o luto jornalíxtico-comentadeiro era pelo Sócrates e pelo regime?
Fotogramas da R.T.P. 3, 11/X/2017.
O partido dos bichos quere os animais de estimação — agora chamam-lhe «de companhia»; nunca se viu o mundo tão cheio de gente... solitária... — Quere os animais de estimação — dizia —, do cão ao gato, passando pelo porco, talvez, com entrada franca em casas de pasto, cafés, lojas, ou onde seja (sendo que na praia já é à La Gardère, seja proibido ou não). Diz que assim passa a haver mais liberdade.
O mundo Disney em geral e o portugalinho de Abril em particular não seriam nunca nada sem mais esta, pode parecer... Mas o caso é que, empreendendo bem na questão, vejo um salto de gigante: se até aqui com leis progressivas havia quem escarnecesse animalescamente de em certos sítios ser proibida a entrada a cães e a fumadores, pois agora, o cão entra, mas o fumador fica à porta. — Um progresso digno de assinalar! — Falta sòmente decretar à Comissão Nacional de Eleições que incorpore o virtuoso precedente nos cadernos eleitorais; quando não, não alcançaremos uma plena, avançada e moderna democracia.
Determine-se e mande-se publicar!
(Disney Especial: As 15 melhores Histórias com Cães e Gatos, 3.ª reed., Editora Abril, [s.d.], por Royal Toys, in Coisas.com)
Supertramp, Dreamer
(Ao vivo em Paris, 1979)
Pedra da Anicha, Portinho da Arrábida
(Ricardo Mourão / Recording Motions, 2016)
— Mas por outro lado está a votar-se (Cesário Borga, R.T.P., 1/X/17).
Vê-se.
Referendo geriátrico, R.T.P. em directo, 1/X/17.
A imagem fez-me lembrar destoutra.
Adamastor (O)
Apartado 53
Bic Cristal
Blog[o] de Cheiros
Carmo e a Trindade (O)
Chove
Cidade Surpreendente (A)
Corta-Fitas(pub)
Delito de Opinião
Dragoscópio
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Lisboa Desaparecida
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