Pedras d' el-Rei — © 2019
N.º 162 — Tavira. Ponte do Caminho de Ferro.
(Ed. M. & R., Lisboa, c. 1909, in Postais Ilustrados)
José Hermano Saraiva, Riba de Vizela
(Horizontes da Memória, R.T.P., 25/V/1997)
As azémolas de ar expetante mostradas ontem aguardavam somente o fecho da edição de hoje do J.N. para continuarem a escoicear o português. O zurro rasurado aí em cima deve ter merecido uma cenoura de prémio.
No tempo em que a vergonha não tinha obrigatòriamente de ser na cara ou em que a oportunidade não carecia necessàriamente de janelas, as coisas, sucedia que ou eram simplesmente esperadas ou inesperadas. Agora todas as coisas são imperiosamente e por definição expectáveis ou não expectáveis. Já para não dizer expetáveis…
Azémolas, Portugal, s.d.
Helena Corrêa de Barros (1910 - 2000), in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
José Hermano Saraiva, O tempo não conta em Sesimbra
(Horizontes da Memória, R.T.P., 18/V/1997)
José Malhoa, O fogueteiro (estudo; óleo s/ tela, s/d).
In Cabral Moncada.
Ao almoço liguei a televisão a saber notícias e a única notícia era o Benfi… ca. Ao jantar tornei a ligar e ainda estavam a dá-la, à mesma notícia.
Diz que o Benfi… caganhou.
José Malhoa, Volta da feira ou chegada do Zé Pereira à romaria (óleo s/ tela, 1905).
In Kito Pereira.
José Malhoa, A volta da romaria (óleo s/ tela, 1901).
In Eventualmente Lisboa e o Tejo.
Campolide, Lisboa (in jornal I, 14/V/2009)
José Hermano Saraiva, Em pratos limpos
(Horizontes da Memória, R.T.P., 11/V/1997)
T.A.P. — Transportes Aéreos Portugueses, DC-4 Skymaster CS-TSD, Aeroporto da Portela, c. 1950.
A. n/ id. Espólio do C.te Amado da Cunha. Col. do Sr. Ant.º Fernandes.
José Hermano Saraiva, O Mistério do Vinho
(Horizontes da Memória, R.T.P., 4/V/1997)
Torno com este post scriptum da inauguração da pista de jactos do aeroporto de Gago Coutinho em Lourenço Marques por duas razões.
Uma foi que, consultado no Museu da TAP o diário de navegação do avião que vedes nas imagens, pôde ser identificada toda a tripulação retratada embora com dúvida sobre quem é quem num caso, a saber (da esquerda): Rego, Alice Rosa (ou Freixo), Morão, Freixo (ou Alice Rosa), Clemente, Odete Rei, Dâmaso (Téc. Voo), Pedreira (Nav.), Gouveia (Co-Pil.), Amado (Comandante).
Tripulação do voo que inaugurou a pista de aviões de jacto no aeroporto de Gago Coutinho, Lourenço Marques, 1/6/1970.
A outra, respeita à altura da saia das assistentes de bordo, acima do joelho, em pleno fassismo. Um caso censurável de moda progressista que escapou miseràvelmente à censura, e logo na TAP!… A indigente inteligente Fabíola Carlettis, consultora de Moda e Lifestyle do Observador, explica muito bem como era:
« […] as mini saias e decotes eram censurados. Os looks das portuguesas antes da revolução eram então os vestidos cintados e abaixo do joelho, os saltos muito baixos, a gola alta, padrões florais e xadrez, mas muito discretos. Basicamente o que fosse permitido pelo regime de Salazar.»
Fabíola Carlettis, «A moda portuguesa mudou com o 25 de Abril. Sabe o que se vestia antes?», MAGG/Observador, 24/04/2018 (o itálico no barbarismo é meu, o normando a ferrar o regime é do original).
Estas fardas da TAP, de Louis Féraud (um nome à atenção da consultorinha de moda e lyfestyle Fabíola), foram apresentadas no primeiro trimestre de 1970, de acordo com o noticiado, mas nem assim a censura as viu. Já nas anteriores, apresentadas em 1964, correram quási toda a década de 60 com os censores da moda dos joelhos à mostra dormindo no posto. — Não era desgraçada a censura no Estado Novo?!…
Última nota: o avião nas imagens aqui é o CS-TBD em 1970. Antes, em 1968, depois de recebido na T.A.P., fôra baptizado «Lourenço Marques» num voo sobre esta cidade do Índico, quando a pista do Aeroporto Gago Coutinho ali ainda não estava preparada para receber aviões de jacto.
A sua cabina de pilotagem está hoje preservada como original no Museu do Ar, em Sintra.
Fotografias:
1.ª aterragem na nova pista para aviões a jacto do aeroporto de Lourenço Marques e tripulação do voo (Moçambique, 1/6/1970).
Fotógrafo Cartaxo.
Esp. C.te Amado da Cunha; col. do Sr. Ant.º Fernandes.
Ainda a sobre a moda no Estado Novo, e recuando das primeiras fardas da T.A.P. de Louis Féraud, já de 1970, às de Sérgio Sampaio, salvo erro de 1964, veja-se o arrojo de mostrar os joelhos. Como passou isto na censura da consultora de moda e «lifestyle» da MAGG/Observador, onde as saias, só cintadas e abaixo dos joelhos?
Em contraponto, as fardas da T.W.A., em 1963…
A/B Margarida Rouillé com 6.º uniforme da T.A.P. sobre a asa dum Boeing 727 e na entrada de ar do reactor dum Boeing 707.
Aeroporto da Portela, 1968.
Estilista: Sérgio Sampaio.
Fotografias: Dante Vacchi, in Museu da T.A.P.
A/B Maria Susana Couto da TAP sob a asa do B707 – CS-TBC, «Luanda», Aeroporto da Portela, 1970.
Inter TAP, n.º 28, Jan.–Mar., 1970, pp. 11, in Hemerotheca Digital.
________
(*) Fabíola Carlettis, «A moda portuguesa mudou com o 25 de Abril. Sabe o que se vestia antes? — Portugal estava isolado e o que se passava no resto do mundo mal chegava cá. Um país a preto e branco, no estado de espírito e até na roupa», in MAGG/Observador, 24/04/2018.
A/B Maria Teresa Monteiro, Cais da Rocha, 1970.
Inter TAP, n.º 28, Jan.–Mar., 1970, pp. 10, in Hemerotheca Digital.
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