Lajes da Terceira, Açores, 1971.
Chegada do voo inaugural Lisboa/Lajes. Ao centro o Sr. Eng.º Vaz Pinto, Presidente da T.A.P., ladeado (à esquerda) pelo Governador do Distrito, Dr. Teotónio Machado Pires e pelo Presidente do C.A. da R.T.P., Dr. Ramiro Valadão; (à direita) pelo Comandante da Base Aérea Americana, General Warren e pelo Comandante da B.A. 4, Coronel António Joaquim da Costa Bastos e um quarto cavalheiro que não sei identificar.
Inter TAP, N.º 33, 2.º Trim. 1971, in Hemerotheca Digital.
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Há tempo preguntava um leitor se não tinha eu alguma fotografia da abertura das Lajes ao tráfego aéreo civil. Uma fotografia desse acontecimento ou um momento desses primeiros tempos da operação da TAP nas Lajes. Na ocasião não soube dizer nada e ficou o caso remetido para o museu da TAP. Ora de lá fiquei sabendo hoje que na «Inter TAP» n.º 33, há, a pp. 36, notícia do primeiro voo da TAP Lisboa/Lajes, que partiu de Lisboa às 13h25 do dia 7 de Abril de 1971 com numerosa comitiva de individualidades e convidados. O Avião deste voo inaugural, percebe-se na imagem, foi o Boeing 707 CS-TBA, «Santa Cruz». A TAP propunha-se «fomentar o turismo na ilha Terceira» — é o título da notícia — e o intuito era fazê-lo d' ambo-los lados do Atlântico Norte. E dele, então, a rota Lisboa/Lajes/Boston/Lajes/Lisboa que veio a estabelecer-se.
Na mesma página, a notícia doutra nova ligação aérea entre Lisboa e os Açores.
José Hermano Saraiva, O Vale do Sousa
(Horizontes da Memória, R.T.P., 27/VII/1997)
José Hermano Saraiva, Cascais, trono de saudades
(Horizontes da Memória, R.T.P., 20/VII/1997)
Chamar meloa à meloa porque é menor e melão ao melão porque é maior não é justo. A comissão da igualdade havia de já ter visto.
Melão e meloa, do caixote da fruta do Belzemiro & Filha.
Feijão afrodescendente Compal colhido na horta da Nete.
O eléctrico 15, Cruz Quebrada, 1968.
John F. Bromley, Lisboa: diapositivos 1962–2004, in Flickr.
Perspectiva das casas da Aldeia das Açoteias, Praia da Falésia c. 1968.
Victor Palla e Bento d' Almeida, in Arquivo do atelier.
Victor Palla foi arquitecto e artista de facetas variadas: fotógrafo, escritor, pintor, escultor, ceramista, desenhador… Foi o arquitecto da Aldeia das Açoteias, com Bento d' Almeida, seu sócio de 1947 a 1973.
Portugal desenvolvia-se ràpidamente nos anos 60 e o Algarve desenvolvia-se ainda mais ràpidamente à conta, já, do turismo. Albufeira era um destino turístico regular desde os anos 50; a Vilamoura começou do nada por 1965. Assim sucedeu com a Aldeia da Açoteias: do nada, em 1967. A Victor Palla e Bento d' Almeida foi encomendado pela S.U.R.F.A.L. (Sociedade Urbanizadora da Praia da Falésia) o projecto dum complexo na Praia da Falésia como parte dum desenvolvimento em grande escala para se, numa obra integrada, conseguir satisfazer as necessidades do turista moderno (v. planos a pp. 1319-1332). O projecto é de 1967-68 — um grande projecto de arquitectura com diversas áreas: residencial, de estúdios (T0) a moradias T3 e T4, algumas incluindo quarto da criada a par da cozinha; área desportiva, courts de ténis, escola de equitação; hotéis de luxo e mais modestos; serviços administrativos, capela, serviços religiosos, correios, mercado, salão de chá, pousada… Mais próximo das arribas um Hotel da Falésia e mais serviços: barbeiro; supermercado, farmácia, lavandaria e lojas.
Só parte do projecto foi levada a cabo: 1) a Aldeia das Açoteias como ainda a conhecemos, com a sua recepção, o restaurante/discoteca, salão de conferências, lojas e as casinhas pitorescas tão bem integradas no pinhal que o único que sobressaía da copa das árvores era a cúpula do restaurante/discoteca; 2) a Aldeia do Mar, mais a par da falésia (hoje um pequeno empreendimento emancipado da Aldeia das Açoteias, designado como Aldeia da Falésia, que é a única parte ali do projecto original), começado em 1971, inacabado por falta de dinheiro à conta da revolução de 1974 (o mais acabado e definitivo desastre nacional). — Segundo me contaram, por 1974-75 os administradores do empreendimento fugiram para o Brasil com a massa do projecto e a Aldeia das Açoteias encalhou. Aí, às pessoas que compravam então as suas casinhas na planta e iam adiantando o pagamento da construção, foi oferecida a posse total ou parcial do que havia sido edificado, de acordo com os pagamentos que haviam feitos. Naturalmente que a escolha da posse parcial recaiu nos meses de Verão e a Aldeia das Açoteias viu-se desde aí com o rendimento reduzido aos poucos alojamentos sobrantes da ocupação das casas pelos proprietários na época alta, de Julho a Setembro.
Pelo fim dos anos 80 o definhar do empreendimento era notório. Em 2009 estava assim…
Na área do projecto de Victor Palla de 1967, empreendimentos outros vieram a ser licenciados pela Câmara de Albufeira a descaso do projecto original. O pinheiral veio de ano a ano a emagrecer enquanto os empreiteiros e as imobiliárias engordaram com os loteamentos… Claro que parte dessa gordura escorre com ou sem o calor algarvio a untar eleições autárquicas e partidos políticos; com esse escorrer escorrem de volta licenças camarárias para mais e mais projectos de construção…
Pode o benévolo leitor entender daqui por que se fala na Aldeia das Açoteias poder vir a ser demolida, apesar de ser um dos primeiros (quando não o primeiro) aldeamento do género no Algarve?…
Niguém quere saber de nenhum património senão quando gera retorno a torto ou a direito, que é como quem diz, à esquerda e à direita…
Victor Palla pode ter sido um artista subestimado no seu tempo e desde então esquecido. No outro ano, porém, foi lembrado no Centro Cultural de Belém pelos seus trabalhos de arquitectura e, ao depois no ano passado, outra exposição das sua fotografias de Lisboa foi levada a cabo no Museu da Cidade. Cuido que estas lembranças tenham que ver dalgum modo com Victor Palla ter sido casado com a senhora Palla (e dali o nome que mantém) mãe do actual primeiro-ministro. É só uma conjectura… Seja qual a razão, Deus queira que esta recuperação recente da memória do arquitecto Victor Palla sirva a que não deitem a perder a Aldeia das Açoteias.
Aldeia das Açoteias, Albufeira (Ed. Foto-Vista, n.º 1489).
(Postal circulado de Albufeira para Bruxelas em Maio [?] de 1980.)
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Dum inglês que perguntou e do que lhe respondi, traduzido e trazido agora aqui a propósito de nada ou dum vazio qualquer.
José Hermano Saraiva, Nas alturas do Barroso
(Horizontes da Memória, R.T.P., 1997.)
À hora que vedes, já o jogo acabara, a aposta da wikipæda (isso mesmo, uiquipeida) no campeão mundial de hóquei em patins era... Ora bem!...
Wikipæda, 14/VII/2019.
Dantes havia uma louça assim. Ao depois deixou-se de ver.
Bica, Algarve — (c) 2019
Pois! O 25 de Abril tem porras. Uma ponte Salazar não lhe enchia o currículo. Precisava compô-lo com... toda a cultura de desleixo e ignorância que o ensino abrilino veiculou por gerações. Eis uma boa ilustração.
O comboio chegou aqui e já não anda mais. Há muitos, muitos quilómetros de linha até Bragança. Mas o comboio a partir daqui, já não anda mais […] E não era assim.
[…]
Para aproveitarem um pouco da via férrea, aqui tiveram uma ideia que realmente foi uma ideia feliz. Transformaram os carris no metro. De maneira que Mirandela é a única cidade portuguesa além de Lisboa que tem o metro. É uma boa ideia. O metro, como vêem, a carruagem vem cheia de estudantes. É o metro que leva os rapazes e as raparigas para a escola. Óptimo! Agora, há coisas curiosas. Esta carruagem em que eu embarquei tem um nome. É a carruagem de Estrasburgo. Eu podia ter ido para outra, mas a outra chamava-se… de Bruxelas, acho que ainda era pior. E há uma terceira que era de Paris…
Então e as estações?
Se repararem bem todas as estações têm aí um nome na placa. As estações chamam-se agora Jean Monnet, Jacques Delors, Mirandela/Piaget.
Isto tudo aqui!… Isto tudo aqui, entre os castiços montes da mais castiça das províncias portuguesas.
José Hermano Saraiva, Nas margens do Tua
(Horizontes da Memória, R.T.P., 6/VI/1997.)
Superportuguês, made in Texas.(Expesso — isso mesmo —, 6/VII/19.)
Ao depois queixem-se do vinho do Porto produzido na Califórnia.
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