Não vem na Crónica de Guiné, mas é dos annaes da Guiné que a primeira aterragem dum avião dos Transportes Aéreos Portugueses em Bissau foi uma desgraça. Conta o Comandante Viegas que num voo de regresso de Lourenço Marques, nos primeiros tempos da Linha Aérea Imperial (*), ainda nos anos 40, o sr. Governador da Guiné instou o Governo, o Sercetariado da Aeronáutica Civil ou os T.A.P., agora não sei bem, para que o voo que vinha de regresso a Lisboa fizesse escala em Bissau. Fora para isso preparada uma pista com extensão e solidez, capaz para uma aterragem segura do Dakota dos T.A.P. Confrontada durante o voo com o alto pedido, a tripulação viu-se constrangida a escalar Bissau e tratou de se inteirar das condições do improvisado aeródromo e ajuizar por si a segurança daquela aterragem em escala não prevista. A resposta pronta foi que a pista fora bem terraplenada e melhor calcada com camiões, pelo que a sua consistência para o poiso do avião era grarantida. Ainda assim, o Comandante mandou o radiotelegrafista inquirir se chovera entretanto. — Negativo!
Não fora bem. De Bissau esqueceram-se da morrinha que amolecera o terreno e, quando ao pousar a aeronave foi desacelerando e toda a sua massa se concentrou no trem, o piso cedeu e as rodas enterraram-se no chão travando subitamente o avião que afocinhou e, de ricochete, baldou com estrondo sobre a cauda que se elevara. A tripulação e os passageiros não sofreram mais que uns arranhões e um susto, mas as pás das hélices retorceram-se todas por baterem no chão quando o avião afocinhou. Aquele avião já não saía dali até que chegassem novas hélices e uma equipa de mecânicos para repará-lo.
Na Guiné, como em todo o Ultramar, nisto como no resto, estava tudo por fazer: estradas, pontes, hospitais, cais, portos, aeroportos… Alguém o fez. Alguém o pagou. Alguém pensou em pedi-lo de volta?
Aeroporto Craveiro Lopes, Bissau, ante 1974.
(Esp. do Cte. Amado da Cunha, Col. do Sr Ant.º Fernandes. S.E.I.T., n.º 237575, cx 445, env. 19.)
(*) Uma rota de mais de 20 000 kms entre Lisboa e Lourenço Marques e volta, 12 pontos de escala (**), c. 50 horas de voo em 7 dias de viagem em cada sentido. Provavelmente a mais longa rota jamais operada com aviões DC-3 (C-47) Dakota.
(**) Casablanca, Villa Cisneros (Dakhla), Bathurst (Banjul), Robertsfield, Accra, Libreville, Luanda, Léopoldville (Kinshasa), Luluabourg (Kananga), Elisabethville (Lubumbashi), Salisbúria (Harare), Lourenço Marques.
José Hermano Saraiva, Como nasceu Lisboa?
(Horizontes da Memória, R.T.P., 26/I/1997)
Os publicistas andam exultantes com o novo Apocalipse. Diz que na China (estas gaitas emergem sempre daquele lado do Mundo…) Dizem que na China morreram 41. Num universo de 1 437 009 282, é extraordinário!…
E agora (ouvi no noticiário) acharam os nossos publicistas um caso muito suspeito num hospital perto de si.
A imagem é da estação de Metropolitano de Carnide e serve como ilustração do estado da arte.
Assistente M.ª Teresa Monteiro com uma passageira na placa da Portela [?], Lisboa, 1968.
Dante Vacchi, in Museu da T.A.P.
Portugal, 14/IV/1974.
Jorge Woods, in Flickr.
As Amigas, Lisboa, 196…
Portimagem, in Flickr.
Apanha da laranja, Algarve, [s.d.]
Postal ilustrado in Portimagem.
José Hermano Saraiva, Cinco Séculos de Convívio
(Horizontes da Memória, R.T.P., 19/I/1997)
Camionetas Andorinha, Terreiro do Paço, c. 1980.
Portimagem, in Flickr.
Não é certo, não é certo, que o fotógrafo haja sobrevivido à manobra captada.
«Melhor que voar… (pub)», in Regulamento do 8.º Rallye internacional TAP, 1974.
Estação de Vitória, Londres, 1959.
Chris Stanley, in Flickr.
José Hermano Saraiva, Nos Passos de Camões
(Horizontes da Memória, R.T.P., 12/I/1997)
Há dias a estimada leitora Maria rebateu o galicismo «detalhe» num comentário aqui. Num comentário aqui e, na imprensa, rádio e TV, que é onde mais viceja o danado. — Combate inglório! É miudeza que se cravou com tal profundidade no nosso idioma que não haverá maneira de a desarraigar. Tanto mais quando o Prof. Vasco Botelho de Amaral há já setenta anos se lhe rendia. As razões aduzidas por si eram como para mitigar o que já então não levava emenda.
A página é do boletim «A Bem da Língua Portuguesa», n.º 3, publicado pela Sociedade de Língua Portuguesa em Janeiro de 1950.
Assistente com 6.º uniforme da T.A.P. ante duas passageiras indecisas na escada estrutural do Boeing 727, Aeroporto da Portela, 1968.
Assistente e passageiras: por identificar.
Estilista: Sérgio Sampaio.
Fotografia: Dante Vacchi, in «Bem-vindos aos anos 70» [a fotografia é dos anos 60], Up Magazine, 1/VII/2017.
Lembrei-me do passamento há dois anos [três, digo] do George Michael quando vi o seu cartaz hoje no Metro.
Cromo do Metro, n.º fora de série, Portela de Sacavém — © 2019.
Caricatura de António, 2012.
Decifrada a charada do último terceto do soneto de Camões Debaixo desta pedra está metido?
E quem tiver uma resposta melhor, que me escreva a dizer qual é.
E depois também a história do Bichinho de conta…
José Hermano Saraiva, Os enigmas Eborenses
(Horizontes da Memória, R.T.P., 5/I/1997)
Doutro tempo, Alcântara, [s.d.].
Portimagem, in Flickr.
Se a rainha é Isabel e o principe é Carlos, porque não são os príncipes Guilherme e Jorge, Guilherme e Jorge?
O'servador, 4/I/20.
Ah, e monarca, na imagem como no reino, é só a rainha.
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