A máscara do acolhimento aos refugiados. Primeiro chamaram-lhes hóspedes. Mais precisamente os hóspedes de um hostel [i.é, pensão] lisboeta estariam infectados com Covid-19. Depois os hóspedes passaram a refugiados. Donde? De que conflito? As notícias não diziam. Em seguida os hóspedes-refugiados passaram a «requerentes de protecção». Mas logo de imediato os requerentes de protecção se transfiguraram em requerentes de asilo ou apenas em requerentes. Pelo meio havia também a possibilidade de serem designados como «pessoas retiradas» do hostel o que os colocava mais ou menos no patamar dos turistas. Entretanto aconteceu que alguns dos hóspedes, refugiados, requerentes de protecção que também podiam ser apenas apresentados como requerentes ou requerentes de asilo desapareceram. Aí a terminologia ganhou novos termos: de repente tínhamos «19 migrantes de hostel de Lisboa». Ou noutras versões os «imigrantes do hostel».Não tivemos muito tempo para assimilar estas novas designações porque a dado momento fomos esclarecidos que os «estrangeiros do hostel em Lisboa já estão em quarentena na Ota».
Estávamos portanto com os migrantes, imigrantes, «pessoas retiradas», estrangeiros, hóspedes, refugiados, requerentes de protecção ou de asilo devidamente instalados na base da Ota quando fomos informados que alguns tinham ido para a mesquita de Lisboa e outros, a fazer fé nos jornais, estavam em fuga: «Dezanove refugiados de hostel em Lisboa com casos de coronavírus estão em fuga». Mas em fuga de quê ou de quem? Então os refugiados não tinham sido acolhidos exactamente porque vinham a fugir? E que sentido faz que fujam requerentes de protecção ou de asilo?…
M.ª Helena Matos, «As máscaras começaram a cair», in O’servador, 3/V/20.
A imprensa faz que informa. Mascara. A xô dona Helena faz que levanta o véu, não desmascara.
Quem fomenta, pois?! Quem patrocina? Quem paga? Quem recebe? — Quem são os mascarilhas? — Que espécie de tráfico é este que, vemos, anda aí?
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