Como não vejo ninguém cá a dizê-lo, traduzo do estrangeiro.
A corrida não é entre a morte e a vacinação, mas entre a vacinação e as camas de hospital.
As sociedades organizadas tiveram sempre de negociar o valor da vida humana. O que há de tão ímpar na abordagem britânica, todavia, é que substituímos o sagrado da vida humana pelo sacrossanto sistema de saúde. Se o Serviço Nacional de Saúde tivesse o dobro da capacidade, a política haveria de, sem dúvida, tolerar o dobro dos mortos. Isto diz-nos algo de como se entende o papel do Governo: não é ele de salvar vidas em concreto, mas de parecer que pode salvar vidas. «O nosso Sistema Nacional de Saúde» é um emocionado apelo, não porque seja um sistema brilhantemente eficaz (Deus sabe que não é) ou até porque muito do seu pessoal trabalha afincadamente, mas porque é antes uma estrutura em que nos apoiamos para esconder nossa vulnerabilidade. É o caso dum ideal, não da simples realidade.___________
Julieta Samuel, «O preço da liberdade é agora a capacidade do Sistema Nacional de Saúde. É o desempenho do sistema de saúde e não o progresso da vacina que vai determinar o fim das restrições», in O Telégrafo (Londres), 8/I/21.
* * *
A nossa primeiro-ministro Nicola Sturgeon julga que o impacto da CoViD se reduz limitando o contacto social. Esta tornou-se a sua única estratégia de mitigação da CoViD, a par de muitos governantes em todo o mundo. Criou a ideia, que pegou, de que os humanos em geral, especificamente o Governo, conseguem gerir a expansão dum vírus. Vendeu-nos ela incessantemente esta ideia, com a colaboração dos meios de comunicação que providenciaram infinda propaganda a ajudá-la. Agora, se quere ela reduzir os casos, a única ferramenta de que dispõe é reduzir mais o contacto social — sem atender ou considerar o preço de tal medida; preço que sabemos cairá na conta dos mais vulneráveis: as crianças, os velhos e os pobres.
Muita gente, porém, está farta e o seu número cresce. Caminhamos para uma crise seja qual for o ângulo por que se olhe e parece que as pessoas começam a entendê-lo. Em termos simples não há prova de que os confinamentos evitem a propagação do vírus.
Sabemos que o governo no-lo disse em Março e estava certo. O confinamento e a quarentena de gente sã são uma experiência bizarra nunca tentada antes, mas não tratada como experiência que é. Falamos agora como se sempre tivéssemos lidado com os vírus desta maneira. Não tem havido nenhuma análise rigorosa do resultado virulógico dos confinamentos, muito menos dos efeitos sociais. Não inquirimos também que efeitos tudo isto terá na nossa imunidade. Não estaremos a acumular elevados problemas de saúde para o próximo ano e seguintes?___________
Cristina Padgham, «Espavorir o povo? Como as histórias da CoViD não encaixam», in Pensar a Escócia, 9/I/21.
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