João Sebastião Bach — Oratório de Natal, BWV 248 (Cantata n.º 1).
Círculo de Câmara de Lucerna / Orquestra Barroca de Friburgo; Coro de Câmara da Rádio do Sector
Americano de Berlim; maestro, Hans-Christoph Rademann.
Ao vivo no Centro de Cultura e Congressos de Lucerna, 2016.
Do benévolo leitor Figueiredo compartilho a mensagem de recusa do que procuram fazer devir o espírito do Natal presente, com uma muito boa lembrança do espírito do Natal passado. Para manter no espírito do Natal futuro.
Hoje, mais do que nunca, celebrar o Natal é dever de todo o cidadão em conjunto com a sua família e amigos, face ao ataque, destruição, censura, e deturpação que uma minoria de gente mal-intencionada pretende e está a fazer a esta quadra festiva da Humanidade.
Sou laico, não tenho religião, na casa da minha família desde sempre estiveram presentes a Árvore de Natal, o Presépio, e o Pai Natal, por isso — e se me permite utilizar o seu blogue para tal — faço um apelo a todos os cidadãos Portugueses e respectivas famílias para celebrarem o Natal com pompa e circunstância dentro das possibilidades de cada um, enfeitem os vossos lares e encham as igrejas, tirem as máscaras, desejem um Feliz Natal a quem passa, dêem as mãos e celebrem a bondade e a partilha.
«Não tenham medo dos lobos», como dizia o Prof. José Hermano Saraiva:
José Hermano Saraiva, Não tenham medo dos lobos.
(Horizontes da Memória, R.T.P., 21/XII/1996)
Domingos Piola, 1647-49 | Aos benévolos leitores que
SANTO E FELIZ NATAL . |
Na sequência do madrigal da 1h25 desta tarde na antiga Emissora 2, e ainda na senda do canto lírico e das vozes que fizeram diferença como dizia lá o tema do programa do sr. Samuel Vieira. Ocorreu-me…
Philippe Jaroussky, Auxiliar plaisirs, aux délices, bergères (ária cortesã — Pierre Guédron, c. 1614).
(Olivier Simonnet, Lully l' Incommode, 2009.)
A antiga Emissora 2 está neste momento a dar isto. O programa no ar é o Caleidoscópio, do sr. Samuel Vieira, como se pode ler em baixo.
Bee Gess, Stayin' Alive
(1977)
Do meio-dia para as 5h da tarde o novo papão adivinhado nas folhas de chá engordou dos 80 para os 90%. Se se a progressão não agravar, lá pela meia-noite de hoje cuido que andará pelos 102%. Em linha com as acções da Pfeifer (*), talvez… A pouca-vergonha, porém, ameaça progredir desenfreadamente mais.
(*) Pf… eu sei.
« Encontrava-me embrenhado nos problemas da Guerra do Biafra, passando por S. Tomé, semanalmente, centenas de jornalistas de todo o Mundo, quando recebi um telegrama anunciando-me que havia sido fixada residência na Ilha ao Dr. Mário Soares. Completamente alheado da política metropolitana, fiz tudo quanto em mim cabia para que a decisão fosse revogada. Vim a Lisboa e tive então o meu primeiro e único desentendimento com o Professor Salazar. Durante três longas horas defendi a tese de que o Dr. Mário Soares era uma pessoa extremamente simpática mas que no campo político não tinha qualquer relevância, que eu soubesse. O Professor Salazar respondia-me que quem estava enganado era eu pois o Dr. Mário Soares o que queria era ser Chefe. Interrogo-me hoje sobre a profecia do Professor Salazar.»
Cor. Silva Sebastião, Gov. de São Tomé e Príncipe 1963-1970, «A Fixação de residência em São Tomé do Dr. Mário Soares», in Paradela de Abreu (coord.) et al., Os Últimos Governadores do Império, Neptuno, Lisboa, 1994, p. 132.
« [...] O tal Soares aqui deu o espectáculo da sua mediocridade, da sua demagogia parva, e andou no meio da praticamente total abstenção dos portugueses, a fazer gestos vãos e gafes valentes, com alguma audiência da esquerda, e o necessário amparo oficial. Aí a imprensa apresenta a viagem como extraordinário êxito de um estadista... etc. etc. Seria necessário ler a daqui para ver como foi...»
Rio, 4.I.77. Carta do Professor Marcello Caetano ao Autor, in Joaquim Veríssimo Serrão, Correspondência com Marcello Caetano: 1974-80, 2.ª ed., Bertrand, Venda Nova, 1995, p. 73, XXXV.
« Sob o governo de Guterres [...] os cofres do estado abriram-se generosamente para a Fundação Mário Soares. Instalada num edifício camarário, recebia 7 500 contos anuais do governo para arrendar um gabinete a Soares (a que este tem direito como ex-presidente). O Ministério do Ambiente [sabemos quem era o ministro?] atribuiu-lhe 300 mil contos para uma nova sede; só o partido «Os Verdes» questionou a relação entre a Fundação Mário Soares e o meio ambiente. No final de 2001, através do ministro da Cultura, Augusto Santos Silva, recebeu 6 000 contos só para digitalizar os arquivos [umas jóias guardadas: documentos inéditos do G.O.L. dos anos 1910-34]. Durante cinco anos, Soares obteve do estado, para a fundação, 752 807 contos.
[...] Após dois mandatos, quase octogenária, Maria Barroso ficou dispensada da presidência da Cruz Vermelha pelo ministro da Defesa, Paulo Portas. Gerou-se polémica de alta densidade, como se o domicílio dos Soares fosse a nação inteira.»J. Freire Antunes, Os Espanhóis e Portugal, 1.ª ed., Oficina do Livro, [Lisboa], 2003, 521, passim.
[Publicado originalmente com o título «Nótulas para uma antologia da malandragem» em 26 de Novembro do ano de 14 às 9 menos 21 da noite.]Retratos do bom malandrão [autor duma obra escrita cujo volume zero é literalmente uma saborosa ironia] por cortesia da P.I.D.E.)
Praia da Falésia, Algarve — (c) 2021
Não sei se isto é vida, se isto é que é vida.
O vídeo corre por aí, para galhofa de uns e pavor de outros. Um moço, que prestava uns serviços ao P.S. e agora é naturalmente enviado da C.N.N. Portugal (é a T.V.I., julgo) à China ou assim, descreve, com os olhitos arregalados de excitação, as proezas do primeiro infectado com a nova e terrível «variante» da covid em Hong-Kong. Sem sair do quarto onde o fecharam, o sujeito conseguiu contaminar o hóspede do quarto em frente: o vírus chinês, entretanto com trajes africanos e habilitações em vodu, desatou a atravessar portas e corredores. Em teoria, esta revelação acabaria com as restrições, dado que doravante nem um bunker para cada indivíduo nos salvará da morte certa. Na prática, a rábula mostra o ridículo a que a «informação» não se importa de descer para catar espectadores. Com raríssimas excepções, o tratamento «jornalístico» da covid, desde o início um circo, está reduzido aos palhaços.
Se não for chalupa de todo, hipótese a debater, suponho que o repórter da T.V.I. se limitava a cumprir ordens. E as ordens, as da televisão e as do governo, são sempre de sentido único: suscitar medo. Há dias, num quadro cómico que pelos vistos comete semanalmente num canal qualquer, Paulo Portas congratulou-se por a população andar assustada. Os «especialistas», que vão de virologistas que afinal são matemáticos a virologistas que afinal são o dr. Portas, passando por virologistas que afinal seguem o dr. Costa e não a ciência, também querem medo. Os partidos, com a ocasional e insuficiente excepção da Iniciativa Liberal, estão alinhadíssimos com o P.S. na necessidade de manter elevados os níveis de pânico. E o prof. Marcelo é o prof. Marcelo. Em horas realmente difíceis, homens dignos dão exemplos de coragem. Nas dificuldades postiças, democratas de fancaria instigam o pânico. Os nossos palhaços são da estirpe assustadora.
A verdade é que o medo convém a quase todos. Antes de falecerem, os media tradicionais sonham cativar a derradeira amostra de audiências pasmadas e histéricas. Os «especialistas», que seguramente levavam porrada na escola, deleitam-se com os holofotes e o estatuto. O governo agradece um bode expiatório para a miséria em que nos enfiou e uma população capaz de consentir a miséria. Os partidos da, digamos, oposição ou possuem vocação repressora ou receiam alienar eleitores se ousarem defender a liberdade dos eleitores. E o bom povo, ao que se depreende, prefere a subjugação mansa aos riscos da liberdade. Não há maior ironia do que, no dia em se despachou a pontapé o que restava do Estado de Direito, um país de súbditos celebrar a Restauração da independência.
Por mim, nem sequer celebro a restauração. Disse-o e, desculpem lá, repito: não volto a nenhum tasco ou similar que exija atestado sanitário para efeitos de segregação. Aliás, não sendo crente prometo converter-me à pressa para rezar pela respectiva falência. Em contrapartida, juro frequentar tanto quanto possa os restaurantes que se recusam a enxovalhar clientes. Vacinei-me porque achei razoável e não tenho certificado porque acho insultuoso. Nunca usei máscara na rua porque me ensinaram que gente honesta não esconde o rosto. Nunca besuntei as mãos porque a gosma suja o volante do carro. Nunca me testei porque nunca tive interesse. Nunca respeitei as «regras». Daqui em diante, tenciono ignorar que existem: dar trela a fascistas é dar-lhes razão. Nas palavras da minha avó Luísa, o que é demais é moléstia.
Mesmo descontando o que ficou para trás, o salto entre os «melhores do mundo» na vacinação e a radical negação da eficácia das vacinas não se compreende nem se tolera. Não vou tolerar. Por vários motivos. Por egoísmo: embora um bocadinho hipocondríaco, não me apetece trocar os escassos prazeres da vida por cautelas impeditivas da dita. Por racionalidade: os factos provam que o perigo da covid é infinitamente inferior ao perigo que a toleima vigente sugere. Por bom senso: confiar nas «medidas» expelidas pelo dr. Costa seria igual a copiar pelo teste de Físico-Química do macaco Adriano. Por princípio: apenas uma alforreca aceita sem hesitação a competência do Estado para decidir comportamentos ideais. Por feitio: se multidões de imbecis defendem X, eu tendo a ficar do lado de Y. Por decência: só velhacos acatam regras que discriminam o semelhante. Por exclusão de partes: não conheço uma pessoa instruída que não seja aquilo que os boçais chamam «negacionista». Por obrigação: face à óbvia ilegalidade, afrontá-la é um dever, e aceitá-la é ser cúmplice.
A legalidade. Numerosos juristas alertam para o evidente abuso do actual «estado de calamidade», que a lei não prevê e a situação não justifica. Infelizmente, a lei e os juristas não constituem obstáculo aos apetites governamentais. Infelizmente, uns 95% dos partidos e dos media deixaram de entrar para as contas da democracia. Infelizmente, em vez de um presidente que cuidasse da Constituição elegemos um banhista. Infelizmente, ou não, estamos entregues a nós: contrariar a oportunidade de tirania oferecida por um surto de psicose colectiva depende de cada um. Eu farei a minha parte, nula para o país mas vital para mim. Gosto de dormir descansado, pelo menos enquanto a «variante» não me fura a parede.Alberto Gonçalves, «A restauração da indecência», in Observidor [isto mesmo], 4/XII/2021.
Avenida da Liberdade, Lisboa, [c. 1955].
Horacio de Novaes, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
J. V. Serrão (pref.), M.ª José Vaz Pinto (sel., org. e notas), Correspondência. Marcello Mathias / Salazar, 1947/1968, Difel, [Lisboa], 1984.
Leitura à beira mar plantada, Portugal — (c) 2021
Era uma vez em Portugal…, Algarve, 1959.
Portimagem, in Flickr.
Henrique de Brito e o Nash do primeiro raid da Ilustração, Terreiro do paço de Vila Viçosa, 1927.
Mario Novais, in bibliotheca d'Arte da F.C.G. Originalmente publicado em «Os nossos raids», Ilustração, n.º 47, 1/XII/1927, p. 15.
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