Estr. de Benfica ante o Instituto da Palhavã, Lisboa, c. 1959.
Mário Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Há com cada uma que, f…-se!
Não houve até agora um sapiens sapiens que achasse um remédio para a malvada doença com que a prostituída imprensa em geral e o Observidor em particular espavoriram o mundo. Sòmente uns artistas de nomeada tiraram da cartola umas injecções macacas com que inocularam milhares de milhões de cro-magnons como panaceia una e inigualável para tôdo género homo — uma «vacina» a modos de iogurte ultrapasteurizado com uma validade de para aí uns três meses. — E agora génios de altíssimo coturno descem a nós frágeis mortais das cidades e subúrbios com uma revelação antediluviana: a razão de os humanos andarem tôdos com cara de mascaralhos nesta era de Wuhan foi a lascívia luxuriante e incontrolável por achatar a curva dos homens das cavernas de há quarenta mil anos.
Ruas Carlos Mardel, 102-114 e Augusto Machado, 10, B.º dos Actores, 1940.
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Ruas Carlos Mardel, 102-114 (esq.) e Augusto Machado 10 (dir.) ao B.º dos Actores. Construções levadas a cabo entre a Primavera de 39 e o meado de 40. O n.º 10 da Rua Augusto Machado tem alvará de utilização de 22 de Junho de 40 e já se o vê aqui habitado. A data da fotografia não há-de fugir muito ao Verão de 40.
O mais curioso para mim é o coincidente alinhamento dêste trôço da novíssima Carlos Mardel aqui com a antiga Alves Torgo ou a secular estrada de Sacavém. — A prova? — A velha casa senhorial que se vê no enfiamento da Carlos Mardel na margem esq. da fotografia em cima. Era o velho casarão fidalgo da Quinta do Bacalhau ainda de pé — nos exactos chãos do actual 116 da dita Carlos Mardel, a edificar em 41-42 — que ostentava ainda no orgulhoso portal do páteo o n.º 256 (da velha estrada de Sacavém ou da ainda não truncada Rua Alves Torgo), numa ocasião não muito distante da retratada acima, em que o olisipógrafo Eduardo Portugal ali passou a documentar-nos um pedaço do termo antigo de Lisboa prestes a ir na voragem do tempo.
Quinta do Bacalhau à Estrada de Sacavém, Areeiro (prox.), c. 1940.
Fototipia animada de original de Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
Remeto, em fim, o benévolo leitor que se interessa por estas novidades antigas a um panorama alargado do espaço e do tempo em tôrno da Quinta do Bacalhau e do chão das novíssimas casas do B.º dos Actores de 1940. A voragem, do tempo ou do progresso, fica ao seu critério.
Palácio da Estatística (lado sul), Lisboa, c. 1935.
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Ainda a Lisboa modernista e ainda a Av. de Ant.º José de Almeida; aqui estavam a calçá-la — a Manuel da Maia nem isso… Já havia freguêsas para varinas ambulantes…
O Palácio da Estatística parece acabado. Foi inaugurado em Maio de 34. A moradia que ao longe fecha o horizonte entre o Palácio da Estatística e o Técnico foi construída por 1935-36 e também aqui parece acabada.
Antes de 34 o panorama do lugar era mais ou menos…?
Moradia J.B.F. à Av. de Ant.º José de Almeida, Lisboa. A mais antiga entrada do proc.º de obra n.º 42 818 na C.M.L., que respeita a esta casa, é de 24 de Julho de 1930. O requerente foi o Eng.º José Belard da Fonseca.
De trás (margem esq. da 2.ª fotografia) é o n.º 3-5 da Rua Ladislau Piçarra no B.º Social do Arco do Cego que se vê ainda em construção. O B.º Social do Arco do Cego concluíu-se em 1935.
Moradia J.B.F., Lisboa, 1930-1935.
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Lully, Passacaglia do V acto da tragédia musicada Armida (1686).
Tenor: Cirilo Auvity. Maestro: Guilherme Christie. Orquestra de Les Arts Florissants.
* * *
Passacaille d'Armide (Les Plaisirs ont choisi pour asile) |
Passacaglia de Armida (Os Prazeres Escolheram como Asilo) |
---|---|
Les plaisirs ont choisi pour asile
ce séjour agréable et tranquille,
que ces lieux sont charmants
pour les heureux amants!
C'est l'amour qui retient dans ses chaînes
mille oiseaux qu'en nos bois nuit et jour on entend.
Si l'amour ne causait que des peines,
les oiseaux amoureux ne chanteraient pas tant.
Jeunes cœurs, tout vous est favorable,
profitez d'un bonheur peu durable.
Dans l'hiver de nos ans l'Amour ne règne plus,
les beaux jours que l'on perd sont pour jamais perdus.
|
Os prazeres escolheram como asilo
Êste refúgio agradável e tranqùilo,
Pois êstes são lugares encantados
Para os amantes afortunados!
É o amor, cujas peias agrilhoam
Mil aves de nossos bosques que noite e dia nos soam.
Se o amor não causasse que pesar
Os pássaros namorados tanto não haviam de cantar.
Jovens corações, tudo vos corre a favor,
Desfrutai duma felicidade fugaz.
No Inverno da vida não reina já o Amor,
Os belos dias que inda passam já só ficam para trás.
|
Comissão da Quarteira (Loulé), que, a Lisboa, veio tratar dos melhoramentos de que carece aquela localidade, 25/2/1928.
A.N.T.T., Empresa Pública Jornal O Século, S.F., A.G., A.A., n.º 8 [letra C – 1.ª parte], 333C.
Não consegui para já identificar nenhum dos marafados de bigode desta comissão.
Não foi o bigodes que me contou, foi o motorista com quem ele fazia equipa no 55: os primeiros autocarros de dois andares em Lisboa foram o 201 e o 202 e tinham a cabina à direita. O que ele não disse foi que vieram em 1947 e que entraram a fazer as carreiras do aeroporto. Diz que os lisboetas receberam os novos altocarros de dois andares com receio e admiração.
Vêde um deles no Areeiro.
Autocarro n.º 201 ou 202, Praça do Areeiro, c. 1950.
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Ei-la tal qual me lembra. Jactos luminosos irradiando do tritão a cavalo e abraçando as tágides que o guardam, as cascatas de luz como um véu diáfano sôbre as nereidas, a água rebrilhando de verde esmeralda nos tanques, o paredão da rampa com a hera a trepar, a tabacaria na esquina da Rua Actor Vale… E eu, vindos de casa da tia, pola mão da mãe por cima do muro. Tinha sempre de vir por cima do muro.
Fonte monumental à noite, Alameda, 1973.
Artur Pastor, in bibliotheca d’ Arte da F.C.G.
Vista sôbre os telhados da Mouraria antes das demolições. À direita a lanterna do transepto da igreja do Socorro. A igreja foi demolida em fins de 49. Dela para baixo identificam-se bem os dois trôços inferiores da Rua da Palma em direcção ao sino de S. Domingos.
À esquerda topam-se o palácio e o arco do marquês de Alegrete, além do sino da Senhora da Saúde. O palácio foi demolido salvo êrro em 46. As demolições na Mouraria vinham já desde pelo menos 1939. Aqui aparece a baixa Mouraria tôda de pé.
Vista sôbre Lisboa dos telhados da baixa Mouraria até ao Tejo, Portugal, 193…
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
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