(Diario de Lisbôa, 30-5-926, adaptado dumas fotocópias manhosas da fundação do irmão do dr. Tertuliano.)
(Diario de Lisbôa, 29-5-926, adaptado dumas fotocópias manhosas da fundação do irmão do dr. Tertuliano.)
(Diario de Lisbôa, 28-5-926, adaptado dumas fotocópias manhosas da fundação do irmão do dr. Tertuliano.)
Av. Almirante Reis logo acima da Portugália, Lisboa, c. 1939.
Horácio Novais, in bibliotheca d'Arte da F.C.G.
No ano das vuvuzelas ou no anterior lancei umas sementes de petúnia à floreira duma sardinheira. Nos anos seguintes tornaram a florir, menos, até que num ano qualquer deixaram; não floriram. Passado um par de anos ao depois disto admirei-me quando refloriram umas poucas de petúnias. Sempre naquela floreira da sardinheira que passei para a sacada dum quarto. Alegrei-me, mas não fiz mais caso, embora haja ficado meio curioso de não florirem por um par de anos e ao depois reaparecerem. Êste Maio reapareceu uma meia dúzia delas ao fim duma meia dúzia de anos em que, nada. Pensando eu no que houve diferente agora, sucede que podei bem rente aquela sardinheira; tanto que ficou só a terra e uns esparsos de pés de sardinheira. Cuido que, pois, houvesse latentes na terra algumas sementes de petúnia que germinaram ao receberem o Sol, coisa que nos anos passados não sucedia pelo frondosa que estava a sardinheira. São coisas de que não sei nada.
Dionne Warwick ao vivo no 27 Club, Knokke, 1964
Scenas de Blake Edwards, O Regresso da Pantera Cor-de-Rosa, 1975.
Música de Henri Mancini, The Greatest Gift, 1975.
Montagem de Mr. Fotakias.
Parece que já nas paredes de Pompeios e Herculano se acharam graffiti em copioso número. Era um tempo em que não havia muito como passar as idéias, apregoar estados de alma, prègar uma fé, fazer uma lista de compras. Na falta de talões do super, agendas e moleskines, cadernos de cópia ou de desenho, cartazes e écrans gigantes a tolher horizontes, jornais, blogos, rádio e TV, rabiscar paredes era há dois mil anos uma maneira prática de passar recados.
Thyas não quere amar Fortunato [Zé Bastos a desejar boa sorte]. Adeus! (C.I.L. IV 4 498).
Hoje a civilização soma para cima de dois mil anos em camadas de verniz e, todavia, de há tempos para cá não há esquina que eu dobre nesta cidade que não ache reles javardice sem sentido na parede a seguir. Se vamos além das esquinas e das paredes, qualquer pedra serve. Não chegam, pois, já, as paredes ou as pedras nos matos? Vai de adornar o alcatrão…
Montes Claros, Monsanto — © 2021
Empreendendo bem no caso, nivelar obra de arte pela cota dos pavimentos dessas ruas não é de agora; v. os cãezinhos!… O nível, porém, é tal, já, que nem aos cãezinhos apetece cagar-lhe em cima, o que é pena; obra assim em duplas camadas dobraria, no mínimo, o valor cultural a transmitir ao transeunte — o cheiro genuíno do ornamento canino largado acrescentaria justíssimo realismo à coisa.
Uma obra de grandes dimensões, Arroios (Valter Leandro, «A arte urbana [sic]
saiu dos muros para o chão, em Arroios», in Lisboa Secreta [sic], 22/VI/21)
Esta coisa dos graffiti — perdão! arte urbana — mancha tôdo o lugar em que vagueiem as rêses das urbes e muito até das suburbes. Na praia é tal qual; à falta de muros, calhaus de tamanho capaz ou asfalto consistente para arte urbana, servem os próprios lombos de escaparate; dantes, graffiti no lombo do gado eram simples ferro do ganadero. Agora…
(Revisto às 7 de 20.)
Álbum a evocar Lisboa com poesias inéditas de David Mourão-Ferreira, fotografias a p/b em alto contraste, de Pepe Diniz, com patrocínio do Metropolitano de Lisboa.
Fotografias desfocadas, tremidas, cortadas (mal tiradas), a fazer de que é arte. Poesias como que em forma de assim…
Parece às vezes que o Tejo
é Tejo sob outro Tejo
como às vezes o desejo
sob o desejo é desejo
Que uma só ponte é a mesma
tanto por cima do Tejo
como por baixo do Tejo
pedras e corpos os mesmos
tão sob e sobre o desejo
como sem desejo mesmo
Mas se isto acontece às vezes
a grande culpa é do Tejo
Produto típico duma certa intelectualidade urbana. Pouco provê à cultura de Lisboa, dos lisboetas ou dos portugueses. Antes provê à bolsa dos intelectuais, comissionistas e agentes da produção dos 3 000 ex., com o dinheiro da empresa do Metropolitano de Lisboa.
Subterfúgios culturais do subproduto intelectual. Há-de haver quem aprecie!…
Lisboa Luzes e Sombras / Pepe Diniz (fotografias), David Mourão-Ferreira (poesias). — Lisboa : Metropolitano de Lisboa, 1992. — 102 p. : Il.; 24 cm.
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