Fui vêr o preço do barril de Brent e vi que em 2013 estava pelo mesmo valor de há pedaço: 114 dólares americanos. O gasóil na bomba é que não era 2 eurodólares como hoje.
Não se pode andar por aí assim como dantes.
Castelo de Sesimbra, Portugal, post 1937.
Horácio Novais, in bibliotheca d'Arte da F.C.G.
Comprei-o há quási 20 anos. Cuidei que podia ser interessante…
Eduardo Nobre, Paixões Reais, 3.ª ed., [Lisboa], Quimera, 2002.
Levava-o aí a mais de meio quando o passei à senhora. Despertaram-lhe o interêsse estas «Paixões…»; pelo entusiasmo em que me via por elas fora e, do que lhe delas ia contando. Não no retomei ao depois senão agora ao cabo dêstes anos tôdos. E tomei-o agora do princípio com o gôsto de então, porquanto entre tanto me passara da memória o que já lêra.
A trama genealógica da família real requere certa atenção à leitura (como as genealogias em geral, inclusivè a própria) e acredito poder não ser inteiramente fácil ao leitor médio actual. Ou talvez não, não sei… O estilo do A. é suficientemente claro para que se perceba, porém. Nalgumas histórias revelam-se barbaridades bem além de simples episódios picarescos. É o caso do imperador do Brasil que, diz, pontapeou a imperatriz Leopoldina na barriga achando-se ela grávida. Por má ventura veio o coice a acabar-lhe com a vida (à imperatriz, não à imperial cavalgadura). Legou esta imperial cavalgadura por fim o coração ao Pôrto ao cabo de o gastar com inúmeras mulheres. A alma, contudo, tinha-a com aquêle fundo de bêsta que ficou para os anais. Cuido que se haja arrependido, mas não sei haverá perdão…
Outras paixões reais foram todavia mais serenas, passe alguma contradição aqui.
Da de D. Fernando II já viúvo, pela condessa de Edla, desarrisco agora a rasura que pus em D. Carlos num apontamento de há anos sôbre a compra pela Coroa do Palácio da Pena deixado em testamento à condessa pelo rei D. Fernando. O que lá escrevi inicialmente (D. Carlos) e emendei ao depois (para D. Luiz) é que estava certo — flagrante caso de pior a emenda que o soneto. Foi de feito já no reinado de D. Carlos que a Coroa se entendeu com a condessa de Edla sôbre esses bens entendidos como nacionais e talvez tenha sido aqui que o houvesse lido.
Fica algum amargor quando se encerra o livrinho, porém. A última historieta tem desfecho infausto nos amores do exilado infante D. Afonso, o popular «Arreda», irmão de el-rei D. Carlos, às mãos duma amaricana divorciada, contumaz caçadora de fortunas por via de casamentos interesseiros e, no caso, de nobilitação. A I.ª República não soube ou não quis atalhar-lhe e do Palácio da Ajuda logrou a «cabeça de víbora da americana» carregar várias galeras em 1920 com os bens do infante D. Afonso à guarda da Repartição de Património da Direcção-Geral da Fazenda Pública. Mas isto, porém, são já os desamores da República Portuguesa a Portugal…
Salazar ligeiro, ligeirinho (agora diz-se light, não é?...), para entreter as massas...
Na badana:
Um livro indispensável para conhecer a história recente de Portugal. — Javier García, El País.
A propaganda badanal faz parte do que se quere para endrominar a gente, seja para induzir a compra, seja ao depois para doutrinar por reflexões avulsas, pelas opiniões caprichosas do A. ou pelos mexericos das tais máscaras (eufemismo para os depoentes que ventilam sôbre Salazar ou, inclusivè, não), que são assim passados à Nação como factos. Como prosa livre pode o A. até contar umas coscuvilhices mais inconvenientes, sórdidas, reles até. Passa por isenção, originalidade. Como rolha Abrilina — e homossexual principalmente — ninguém no condenará.
Já de Salazar, mais que objecto, é meio e garantia de boa tiragem com chuvada de reedições. Nada mais. Está muito bem assim e não podia ser de outra maneira!
Arrumado em meia dúzia de págs. no ano 17, repescado de recurso agora para encher o vazio duma semana na praia. Calha com o vento e a areia…
Hoje, porque choveu e como estamos em Junho, lembrou-me dum escrito de há anos, mas… Hoje não. A luz não é aquela tal.
Palacete Sotto-Mayor, Lisboa, [s.d.].
Paulo Guedes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
As primeiras quatro carreiras da Carris foram inauguradas sem bandeira de número (e a quinta também). O 1 e 2 dos Restauradores ao aeroporto e volta em percursos alternados pela Rodrigo da Fonseca, Alferes Malheiro e, Duque de Loulé, Areeiro; o 3 e o 4 dali, dos Restauradores, às avenidas novas (à Miguel Bombarda) e volta, em rota circular oposta — salvo êrro o 3 pela Rodrigo da Fonseca e o 4 pela Duque de Loulé. Foram essas primeiras quatro carreiras inauguradas em 9 de Abril de 44. (A quinta, o 5 do Areeiro, foi inaugurada em 2 de Março de 48). Eis uma data (9/IV/44) que enquadra a fotografia.
Em fins de 1947 o terminus dos auto-carros da Miguel Bombarda nos Restauradores foi prolongado à Praça do Comércio. Vista a bandeira dos Restauradores sôbre a porta de entrada do auto-carro, eis outra data para enquadrar a fotografia dêste A.E.C. modêlo Regente EL-11-11 com o n.º de frota 4, na carreira 4 dos auto-carros da Miguel Bombarda.
A.E.C. modêlo «Regente» n.º de frota 4 na carreira 4, Restauradores, 1944-47.
Horácio Novais, in bibliotheca d'Arte da F.C.G.
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