Metido agora a encadernador.
Baltazar Cardoso Valente, Alberto Cardoso (il.), Como se Encadernam os Livros, Col. Educativa, Série L, n.º 3, [Lisboa], Campanha Nacional de Educação de Adultos, [Min. da Educação Nacional / D.-G. da Educação Permanente], 1956.
Já contei esta uma vez.
No meu liceu havia três Antónios; um que era o Galo. Nã' sei já por que era o Galo. Tinha menos carisma do que uma galinha. Usava risco ao lado e uns óculos daquêles com lentes assim. Tinha muito mais ar de António do que de galo.
Outro era o António da Rua António Pedro. Era brincalhão e perturbava muito as aulas. Com uma professora de Biologia que nunca mandava calar ninguém ; calava-se ela, em vez). Nunca expulsava ninguém; era a professora mais complacente e passiva que se alguma vez já viu. Pois o António da Rua António Pedro fez tanta vez tantas, tantas, que finalmente conseguiu a ordem: – António, agora sai! – O tom foi tudo menos imperativo, diga-se, mas o António saiu, plácido e sereno.
Êste era o segundo António.
O terceiro eu não me lembrava, mas olha, lembrei-me agora! Era o Acabu. — O Acabu, pá! — Lembrei-me agora dos três Antónios e dêle quando vi uma da Rua António Pedro onde a fábrica de cervejas também acabu.
Rua Ant.º Pedro (trôço inf.), Lisboa, c. 1940.
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Vista do castelo para N. O monte de S. Gens e a Penha de França em plano mais afastado. Achar o hospital de Arroios é fácil. E a paroquial de S. Jorge de Arroios?
Panorâmica sôbre as Olarias, Monte de S. Gens e a Penha de França, Lisboa, 3.º quartel do séc. XIX.
Repr. dum or. de A. n/ id., col. de Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
Tomada do mesmo sítio da anterior, rodando para N, para o lado do Destêrro.
Panorâmica sôbre o Destêrro e a Bemposta, Lisboa, 3.º quartel do séc. XIX.
Repr. dum or. de A. n/ id., col. de Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
No canto inf. esq. o zimbório oitavado, o telhado da nave e a tôrre sineira da igreja do Socorro.
Na meia esq. o arvoredo do Campo de Sant’ Anna.
Em plano central o Hospital do Destêrro. Distingo bem o trôço superior da Rua Nova da Palma, rasgada em 1862 da Carreirinha do Socorro ao Intendente. Por ela, antes do muro e jardim, o primitivo palácio de Geraz do Lima, ao depois Folgosa, que foi comprado e truncado pela câmara para alargamento da Rua da Palma já nos anos 30, salvo êrro.
Acima do Hospital percebemos o paço da Bemposta com a sua capela e «tôrre» do relógio que lhe está fronteira (Posto Astronómico e Geodésico).
Na banda direita, a meia altura, quem identifica à antiga igreja dos Anjos, demolida para se rasgar a Av. D.ª Amélia? Os fados atravessaram-na no caminho da nova avenida o que lhe ditou a sorte. Foi demolida em 1907.
Em plano afastado edifica-se o hospital da Bemposta, hoje dito de D.ª Estefânia; distinguem-se lá o corpo central e a ala nascente, bem assim o torreão da ala poente. Iniciado no fim do reinado de D. Pedro V, foi inaugurado em 1877 por el-rei D. Luiz.
Eis de quando pode ser esta photographia.
Panorâmica tirada sobre a Calçada Nova do Colégio, o Hospital de S. José e a Igreja da Pena, Lisboa, 3.º quartel do séc. XIX.
Fotografia da col. de Horácio Novais, in biblioteca d'Arte da F.C.G.
Panorâmica tomada do Castelo sôbre a Calçada Nova do Colégio, o Hospital de S. José (antigo Colégio dos jesuítas ou Colégio de S. Antão-o-Novo, dali o nome da calçada) e o Campo de Sant' Anna. Ao centro distigue-se bem a paroquial de N.ª Senhora da Pena, à Calçada de Sant' Anna.
A praça de touros do Campo de Sant' Anna é aquele corpo negro raso na meia direita, em chãos da Faculdade de Medicina; foi demolida a praça em 1889. Detrás de si vejo o casario ocidental do Campo de Sant' Anna (ou Campo dos Mártires da Pátria), lá onde são a legação da Alemanha, antiga Faculdade de Direito, e o antigo palácio dos viscondes de Valmór.
No têrço inf. esq. ainda distingo o trôço da cêrca fernandina adjacente à Calçada do Jôgo da Péla.
Ao fundo, no quadrante sup. esq. avisto os grandes volumes do quartel do Vale do Pereiro (R. Braamcamp) e, detrás, com sua chaminé cónica, o Pátio dos Geraldes (aprox. no gaveto S das actuais ruas Castilho, Rodrigo da Fonseca e Av. Joaquim Ant.º de Aguiar).
Não avisto sombra da Rotunda, do Parque, sequer da cadeia penitenciária de Lisboa que foi começada a edificar em 1873. Antes distingo bem, a meia altura na banda esquerda da imagem, a Rua do Salitre e as fachadas dos prédios de rendimento da Praça da Alegria de Baixo que fechava pelo lado N o Passeio Público no que é hoje o leito da Avenida por alturas da Rua das Pretas.
Anterior, portanto, à edificação da Avenida e dos adjacentes bairros de Rosa Araújo [de Barata Salgueiro, digo] e de Camões (Conde de Redondo), arrisco dá-la ao 3.º quartel do séc. XIX.
Arquitectura que despreza o Modernismo e o cavalga com o post moderno.
Certificação Acreditada ISO 14001 = De acordo com a moral e os bons costumes, Alfragide (e Mundo inteiro em redor) — © 2022
«Play by the book» = Segui a Sagrada Escritura!, Alfragide (e globalização envolvente) — © 2022
O medinho incutido aos simples e/ou o simples livrar-se da sarna pelos inteligentes condicionados leva ao susto permanente: um balão esterilizado (balão ou lá o que seja) de recolha de urina para análises mais parece coisa radioactiva.
Por segurança, com segurança, em segurança, a vós, deus Medo todo-perigoso, na perplexidade do Santo Susto, toda a honra e toda a glória e para quanto durar a paranóia — A.D. 2022
Há tempos publiquei uma versão de «Ai Mouraria» em 78 rotações acompanhada ao piano, com a imagem dum disco da Melodia a ilustrar. Venho a ver que a que a gravação do fado que então pus era dum disco da Continental, brasileira, uma das primeiras gravações de Amália, feitas no Brasil em 1945. Uma gravação com Fernando de Freitas e Gonçalves Dias. Diz que se cá dizia se Amália gravasse um disco as pessoas deixariam de a ir ver cantar e assim acabou por gravar primeiramente no Brasil.
Da editora Melodia, descubro agora, a gravação será por ventura a que deixo e é de 1952, com acompanhamento de guitarras e orquestra, e dir. de Ferderico Valério; no lado B de «Que Deus Me Perdoe».
Dantes, dizer mal dos padres no jornal era sacrilégio. Agora a religião é outra.
Expesso (Expesso, isso mesmo), 5/VIII/22.
A capa do eco-saco de plástico desta semana parece estimulação contraditória e, lá o será…
Pois bem! — O saco de ex-plástico publicou? — Certos e seguros, os sagrados sinos da rádio e TV repicam-no esta manhã hora a hora, infrenes.
O ferrete anticlecrical do ex-saco de plástico é de catálogo: propõe um vilão agressor (a Igreja) personificado no seu agente essencial: o sacerdote — uma heresia monstruosa, medonha; já as vítimas, coitadinhas, são apresentadas à compaixão do leitor, em dobro: à uma os meninos crentes, comidos pelo papão (salvo seja, mas, a bem da beatitude do jornalixo, não confundir papão com Papa!); à outra os desgraçados homossexuais, enganados por essa construção social opressora que é a anatomia. Um caso complicado!…
Vai de desconstruir, portanto.
Assim: de os vilões objecto da notícia serem eles homossexuais, activos, chiu! Nada de o exprimir. São é padres. Padres. Já daqueloutros sacerdotes da santa madre democracia — uns que jazem lá nas calendas da Casa Pia — mais chiu ainda! Nem lembrar!… — E de os hipócritas agentes da notícia serem moralões catequistas da sodomia, a estimulação contraditória lá fará seu efeito na sua confusão. O do restante, que é a gente, nós bem entendemos…
Esta catequese, cá, vai por aí agora nos mancebos. Um atraso, estas élites por cá!… Na Inglaterra e nos Estados Unidos vai já ela desenfreada nos meninos das creches, levada a cabo por travestis contadores de histórias aliciantemente infantis.
…
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