Combóio a vapor, Guimarães (est. de c.-f.), 1972.
Roberto Bridger, in Base de dados de fotografia de Transportes.
Del Bigtree, «A velocidade da Ciência» (excerto), in The Highwire, ep. 290, 21/X/22.
Autocarro n.º de frota 255 no terminus da carreira 5, Areeiro (Nascente), 196…
Horácio Novais, in bibliotheca d'Arte da F.C.G.
Nada me frustra mais do que regredir. Se parece que avançamos, pior. Fico arreliado. Penso sempre que se chegámos a tal ponto e está bem assim, para quê mexer? Valho-me sempre aqui da máxima da tropa: — «Está bom? Não mexe!». Os adágios de que «o óptimo é inimigo do bom» ou que «se estiver melhor, não presta» também o dizem.
Trocou-me o fornecedor de televisão (estranho conceito para quem nasceu com TV em VHF e cresceu com ela assim e mais em UHF) a caixa 4k de televisão por uma caixinha… 4k [?!] de televisão. Nôvo contrato, ofertas disto ou daquilo (canais de filmes e séries que não me interessam nada de nada; só vejo o canal dos bebés). Como aceito a proposta só para continuar mais uns tempos na mesma como até aqui (estou bem assim), vai de agendar a troca do equipamento e — Muito bem! Sim senhores! — aceito-a, cuidando que dada a minha frugalidade de só ver um canal de TV, pior não haveria de ficar.
Pois, piorou!
Uma comodidade tão simples como o comando da anterior caixa 4k comandar o aparelho de televisão além da dita caixa 4k, foi-se. Depois, a modernice que me deixaram no móvel, mais minúscula porque é assim que é o modernaço (salvos os telemóveis, que aumentaram de tamanho), é menos prática de acender e apagar manualmente; tem ela um botãnito escondido de lado, em baixo, em lugar pouco prático, ao invés do redondo botão bem bem ao alcance da ponta do dedo na face superior da caixa. — Ora, duas mariquices (salvo seja) de nada, porém práticas para mim que até sou pouco exigente, esquecidas no salto em frente do progresso e, sem elas aqui estou eu defraudado por essa tal modernidade tão fatal como o destino.
Pois bem, não! Isto não me serve, mas, como tornar ao que já tinha e me servia tão bem? — Uma tortura!…
Ligar ao fornecedor de televisão (estranho conceito para quem nasceu com TV em VHF e cresceu assim com ela e mais em UHF) é outra tortura. Ao cabo de três telefonemas lá consegui, carregando instintivamente em tantos zeros que já nem sei, furar através da redundante inteligência artificial (dantes havia um galicismo: cassette) a qual me cerceava de chegar à fala com alguém de carne e osso. Afortunadamente calhou-me até alguém que falava… português. Do autêntico, não dêsse dos trópicos (devia estar eu com o rabinho para a Lua naquêle instante…) Porém senti-lhe o espanto — à pessoa que me atendeu — no silêncio que fez quando lhe disse que rejeitava a modernice que me acabavam de deixar no lugar do que me satisfazia muitíssimo bem e que queria de volta se fizesse favor.
Foi compreensiva e atenciosa a pessoa. Pediu-me que não desligasse (deve ter ido consultar a chefia com tão quezilento pedido) e cá tornou à linha alguns minutos ao depois propondo agendamento para a reposição do equipamento na primeira forma, alertando-me que nêste caso não teria a regalia do Amazom Praime (quero lá saber!)
Ficou assim para um dia dêstes, à tarde. Fiquei sastifeito (até vêr…)
Atrás de mim no super dois… dois… rapazinhos…? Um, com uma argola cravada no nariz como dantes se punha às bêstas para as prender ou não foçarem, vestia uma saia. Plissada. Fiquei sem bem saber se havia de ignorar os palhacitos do circo em que se o Mundo tornou, se havia de dizer ao de saiinha — plissada — que devia depilar as pernas. Grotesco!
Nos anos 80 já era assim, mas era-se mais subtil. Ou estúpido, nem já sei!…
(Sub)Culture Club, Karma Chameleon
(1983)
A realidade é que já vai bem lançada alienada a gèração, dita, mais bem preparada de sempre.
Na poltrona do escritório. Um cálix de Porto Vasconcellos que abri no Natal. — A rôlha já não vedava; vertia; uma garrafa de meus pais; dos alvores de 80? Se não, de 77 ainda… (de 74 não direi…) Delicioso!
No gira-discos Kiri Te Kanawa, Canteloube…
Kiri Te Kanawa (Baïlèro — Joseph Canteloube: Chants d' Auvergne)
Real Orquestra Filarmónica de Londres. Maestro: Carl Davis
Concerto no Teatro Barbican de Artes Cénicas, Londres, 1989
João Sebastião Bach — Cantata BWV 199 «Mein Herze schwimmt im Blut»
(N.ºs 3-4 — Doch Gott Muss Mir Genädig Sein,Tief Gebückt Und Voller Reue)
Soprano: Sabine Devieilhe; Maestro: Raphaël Pichon; Orquestra Pygmalion.
Filarmonia de Paris, 2018.
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