Estr. Nacional 6 no entroncamento com a E.N. 6-3, Caxias (prox.), post 1952.
Horácio Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
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Elfenthal, Hoy comamos y bebamos
(Rockshow, 2010)
Juan del Enzina, Oy comamos y bevamos, c.1495. Transcrição do Cancionero Musical de Palacio [Cancionero de Barbieri], séc. XV-XVI, fs. cvv., cvi r. e tentativa de tradução em português. | |
Oy comamos y bevamos y cantemos y holguemos que mañana ayunaremos Por onrra de Santantruejo paremonos hoy biẽ ãchos enbutamos eſtos panchos rrecalquemos el pellejo que costũbr' es de concejo [*] que todos oy nos hartemos que mañana ayunaremos. Honremos a tã buen ſanto, porque en hãbre nos acorra comamos a calca porra que mañana ay grã quebranto comamos, bevamos tão hasta que nos rebentemos que mañana ayunaremos. Beue Bras mas tu Beneyto beua Pidruelo y Llorente beue tu primeramente; quitarnos has deſte preito en beuer bien me deleyto daca, daca, beueremos, que mañana ayunaremos. Tomemos oy gaſajado que mañana viene [**] la muerte bevamos, comamos huerte vamonos para el ganado no perderemos bocado que comiẽdo nos iremos que mañana ayunaremos. | Hoje comamos e bebamos [***] E cantemos e folguemos Que amanhã jejuaremos. Por honrar São Carnaval Quedemos hoje em fartanças Entupamos estas panças Lustremos o cabedal Que o costume é tão geral Que todos hoje enfartemos Que amanhã jejuaremos. Honremos a tão bom santo Por que à fome nos acorra Comamos à tripa forra Que amanhã há grão quebranto Comamos, bebamos tanto Até que nos rebentemos Que amanhã jejuaremos. Bebe Brás mais tu, Bentito Beba Pedrito e Vicente [****] Bebe tu primeiramente Remir-nos-ás deste preito Em beber bem me deleito Dá cá! Dá cá! Beberemos Que amanhã jejuaremos. Tomemos hoje este agrado Que amanhã vem-nos a morte Bebamos, comamos forte Vamo-nos, vamos ao gado Não perderemos bocado Que comendo nos iremos Que amanhã jejuaremos. |
[*] No Cancionero de Palacio vem aglutinado costũbres por costumbre es… [**] Sigo o texto do dito Cancionero de Palacio. A bem da métrica haveria de ser vien, forma apocopada de viene, que aparece em algumas versões do vilancete. [***] Hoje adianta uma sílaba a [h]oy e desarranja a métrica do verso, mas parece ainda assim soar melhor do que, p. ex., hoje comamos, bebamos… [****] Llorente é Lourenço em português; na écloga V de Enzina é o quarto pastor em cena, que ajuda os outros três, Brás, Beneyto, Pidruelo, a cantar o vilancete da récita ao Duque de Alva na última noite do Carnaval de, segundo Moratín, 1495. Vicente é mera concessão à rima em português. |
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Juan del Enzina, Oy comamos e bevamos, c. 1495.
(L.A. Camerata, 2019)
(«Aventuras do Tio Carlos», in Diário de Lisboa, 7/II/1970. Adaptado da Fundação do irmão do dr. Tertuliano.)
F. Schubert, Trio n.º 2 para piano, violino e violoncelo, Op. 100 — II. Andante con moto.
Trio Wanderer (Vincent Coq, piano, Jean-Marc Phillips-Varjabédian, violino, e Raphaël Pidoux, violoncelo), Viagem de Inverno 2007.
Rua do Terreirinho, Lisboa, 2011.
Luís Pavão, in archivo photographico da C.M.L.
A rua do Terreirinho, às Olarias, é a antiga da Oliveira, na freguesia dos Anjos.
« Terreirinho (Rua do) — Antigamente — da Oliveira.
Existia já em 1770 com esta denominação — Veja testamento de Caetano José Estácio, no meu arquivo, Titulos das casas do Terreirinho. Veja também Bernardes Branco, no D. João V — o anúncio do curandeiro da rua da Oliveira, e a razão do porquê desta denominação. Autorisada esta denominação pelo edital do Govêrno Civil de 1 de Setembro de 1859.»Gomes de Brito, Ruas de Lisboa, III, Sá da Costa, 1935, p. 6.
Hoje li infausto noticiário de que é à Mouraria. Com a maior propriedade será, me parece, por quanto lhe os anjos já de pouco ou nada lá valem…
Em 1790-94 residia nesta rua da Oliveira aos Anjos a família dos Soeiros que, consta em Luiz Pastor de Macedo (Lisboa de Lés-a-Lés, vol. V, C.M.L., 1968), fôra proprietária da quinta dêsse nome na «estrada que segue desta cidade para o sítio denominado da Luz» — na estrada da Luz, por tanto; ainda lá temos hoje a rua dos Soeiros a lembrar o nome.
« Era seu chefe o dr. Alexandre Vitorino Cardoso Soeiro, casado com D. Isabel Rosa de Miranda, de quem tinha duas filhas e dois filhos pelo menos. Estes foram o desembargador José Alexandre Cardoso Soeiro e Manuel Cardoso Soeiro; e as filhas casaram no oratório privativo das casas de morada na rua da Oliveira [*], uma, D. Maria Antónia Cardoso Soeiro, em 22 de Dezembro de 1790 com o desembargador José Manuel Oliveira Mascarenhas [**], e outra, D. Máxima Benedita Cardoso Soeiro, em 25 de Novembro de 1794 com o o desembargador Joaquim Gomes Teixeira.» (p. 37.)
Isto pode achar-se no Liv.º XI de casamentos, f. 264 e no Liv.º XII, f. 84, da antiga e, cá está, extincta, freguesia dos Anjos. Para bom entendedor…
« A suposição em que estamos de que estes Soeiros seriam os da quinta da travessa do Soeiro [à estrada da Luz] baseia-se na circunstância das duas filhas do dr. Alexandre terem sido baptizadas na paroquial de S. Lourenço de Carnide.» (p. 38.)
O fim da Rua do Terreirinho, a desembocar na do Bem Formoso em 1950.
Rua do Benformoso no trôço onde desemboca a Rua do Terreirinho (à esq.) [***], Anjos, 1950.
Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
[*] O registo paroquial em 1790 dá o oratório da rua da Oliveira a Manoel Clemente Cardoso Soeiro, filho do desembargador Alexandre Vitorino. Em 1794, no casamento de sua filha, D.ª Máxima, já o prior o designa como «oratório das casas de rezidencia do Dezembargador Jozé Alexandre Cardoso Soeiro».
[**] Baptizado na freg.ª de S. Thomé e morador na do Socorro. Quando a Mouraria era bem cristã, se me faço entender… .
[***] «e enfim, [d]o oratório ou passo do Benformoso (ou Boi-formoso), justamente no sítio da empena do prédio que tem três frentes, uma para a Rua do Benformoso, outra para a Rua da Oliveira, e a outra (a da empena) sobre as escadinhas que ligam as duas ruas, na base da Calçada de Agostinho de Carvalho.» (J. Castilho, Lisboa Antiga; Bairros Orientais, 3.ª ed., v. III, p. 306.)
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