Há umas histórias da SABENA contadas pelo Cte. Viegas nos seus Quarenta Anos de Aviação (Coord. Tereza Ribeiro Reis, Martins & Irmão, 1995).
Quando os belgas baldaram o Congo em 1960 aquilo caiu logo em pé de guerra. Para acudir aos nossos compatriotas estabelecidos no Congo tentou-se uma ponte aérea entre Léopoldville e Luanda. Mandou o Governo Geral de Angola um bimotor DC-3 da D.T.A. — já aqui dei um cheirinho da história. O DC-3 dispunha duns 28 lugares e os portugueses a evacuar seriam para cima de não sei quantos. Luanda era a 560 km. Aventa o Cte. Viegas que com dois DC-3 evacuar-se-iam umas 200 pessoas com pouca bagagem por dia. Pouco, sim, mas um DC-3 ali, dois no máximo, era o que dispúnhamos…
Entre fibra e engenho, acabou por se fazer uma ponte aérea, sim. Não Léopoldville/Luanda, mas antes Léopoldville/Brazzaville, no Congo francês. Um saltinho de 15 km em vez dos 560 até Luanda. Evacuaram-se assim ràpidamente os portugueses e, à boleia, também umas carradas de belgas, cujo coiro, as mulheres e as filhas estavam em saldo às mãos da tropa da Armée National Congolaise. À boleia da ponte aérea e de borla quando a T.A.P. escalou um Super Constellation para Brazzavillle para completar a perna até Luanda.
A SABENA, os que queriam salvar-se por ela, haviam de ter de pagar bilhete à tarifa normal que era como os belgas operavam.
No Kassaï do Sul, província diamantífera do Congo na fronteira NE de Angola, há outra história.
O destacamento da Armée National Congolaise de Bakwanga amotinou-se, pilhou a cidade e preparava-se para assaltar as minas e os bairros residenciais do seu pessoal (belgas, naturalmente); chegou a Angola através da Diamang um pedido da Forminière, uma empresa mineira de diamantes do grupo De Beers que explorava as minas do Kassaï, para evacuação por via aérea de cêrca duma centena de mulheres e crianças familiares do pessoal belga da dita Forminière.
Porquê os portugueses? Porquê a Angola? — Pois, porque a SABENA se recusava a voar para zonas que não oferecessem total segurança. — Segurança é lema da aviação, não se pode criticar…
Foram destacados dois DC-3 da D.T.A. de Angola para acudir aos belgas.
Não bastante, a SABENA conta mais uma história, um dichote, de que vim eu também a saber por gente nossa do Ultramar. A sigla era escarnecida em língua inglesa (sul-africanos, rodesianos?…) — Such A Bloody Experience Never Again.
No fim faliu.
(O recorte é ajeitado duma fotocópia hermano-tertuliana do Diário de Lisbôa de, salvo êrro, 8 Setembro de 1950.)
António Lopes Ribeiro, Lisboa de Hoje e de Amanhã [excerto]
(1948)
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Adenda: (14'28") um táxi vira da Estr. do Poço dos Trapos para a Estr. de Sacavém; um camião no sentido Sul-Norte [Norte-Sul (?)] na Rot. da Encarnação e outro no sentido Norte-Sul [inverso]; [15'22"] Av. do Aeroporto, descendo do Areeiro quase por altura da quinta de Fronteira (Av. do E.U.A., aprox.); chegada ao Aeroporto da Portela; escadaria e porta principal do dito; cerca da pista com gente observando os aviões; [15'52"] aterragem suave dum DC-3 com [a silhueta da Penha de França e d]os arranha-céus do lado sul do Areeiro em fundo e um Super Constellation estacionado com motores a trabalhar; [16'19"] retorno do aeroporto, caminho da Praça do Aeroporto (futura rotunda do Relógio), possivelmente filmado do andar de cima dum dos primeiros autocarros de 2 pisos; Praça do Chile com o lago, mas já [ainda] sem a estátua do Neptuno [16'40"]; eléctricos na Rua da Palma; [16'59"] rua oriental do Campo Grande tirada por cima da igreja paroquial, dês da esquina da Av. do Brasil, com um eléctrico e um dos primeiros autocarros da Carris chegando à paragem ante uma cabina telefónica das antigas (17'16").
* * *
[Publicado inicialmente em 18 de Novembro de 18. Reposto o filme e revisto no dia do 97.º aniversário da Revolução Nacional.]
Calhei achar esta notícia, uma novidade antiga. E, realmente…
Pensei pô-la aqui singela, como curiosidade insólita, com o mesmo título que lhe ao fim e ao cabo sempre ponho, mas sem as aspas. Ao depois, empreendendo melhor no caso…
Bem, saíu ela no Diario de Lisbôa de 3 de Julho de 1950. Como Julho é mês de calor fui vêr o tempo na página do dito no dito jornal: — céu nublado; temperatura mínima, 17º,5; máxima, 23º,8. Na véspera, 2 de Julho, domingo: temperatura mínima, 21º,4; máxima, 26º,1.
Enfim, qualquer coisa como hoje. Seria êle calor para tanta frescura?!…
Vai daqui, pensei se não há êle coisas que são de sempre. O que vai mudando é o orgulho. Ou a vergonha.
(«Aflito com o calor foi praticar núdismo [sic] para a mata de Benfica», in Diario de Lisbôa, 3/VII/950.
Adaptado dumas fotocópias mal enjorcadas da Fundação do irmão do dr. Tertuliano.)
Da época daquela fotografia do 55, lembra-me dum condutor (na gíria da Carris condutor era o pica-bilhetes da gíria popular) que acamaradava sempre bem connosco, a miùdagem. Era o «Bigodes». Mais tarde vi-o em guarda-freio. Farta bigodaça tinha êle!
Havia por então um outro pica muita vez confundido com o «Bigodes» porque tinha também bigode, bigode também digno de nota, se bem que menor, mas cuja característica mais notória — e sonante — era andar sempre a estalar o alicate — tac tac, tac tac tac! — Cuido que era o Barata Salgueiro, êssoutro. Era menos camarada. Tinha dias!
O «Bigodes» não. Era sempre cordial e paciente connosco. Contava piadas, como aquela do pó de andar e o pó de seguir. Tinha saídas bem dispostas, como a das velhas, para quando um autocarro seguinte da mesma carreira alcançava o antecedente, sendo o antecedente aquêle em que êle, o «Bigodes», seguia. Duma vez que isso sucedeu e lhe disse eu — vamos muito atrasados; a chapa n.º tal (referência ao carro seguinte) já nos alcançou; olhe, vem aqui atrás!
Resposta sua.
— Espera que já o largamos. Há uma carrada de velhas nas próximas paragens que, com o vagar delas a subirem e descerem, êle logo fica para trás.
Bigodes à parte, porque nem foi o «Bigodes» que me contou uma outra história, foi um motorista com quem êle fez equipa certo dia no 55, os primeiros autocarros de dois andares em Lisboa foram o 201 e o 202 e tinham a cabina à direita.
Não tenho achada nenhuma do 202, salva a do par à chegada em 1947, mas do 201 já cá tenho deixadas umas quantas. Esta é mais outra. Vinte anos após, parece que ainda estava ao serviço.
Autocarro Leyland Titan PD1A, II-13-09, n.º de frota 201 da Carris, Cabo Ruivo, 1967.
L. Murphy, apud Chris Stanley, Flickr.
Adenda às 10 para a 1h da tarde:
A final sempre achei uma do 202.
Autocarro Leyland Titan PD1A, HL-13-11, n.º de frota 202 da Carris, Rossio, post 1947.
A. n/ id., in Francisca Real, «Há mais de 50 anos, os autocarros da Carris eram assim», in Time Out, 22/1/2019.
Adenda à 1h e ¼ com comentário antigo do sr. José Vitorino (10/V/14) sôbre os Leyland Titan PD1A:
O 201 e o seu gémeo 202 II-13-11(?) [i.é HL-13-11] não eram AEC Regal mas sim Leyland e de caixa manual não-sincronizada (portanto, sem a caixa pré-selectiva Wilson dos AEC). Um susto com o ranger dos carretos quando a «dupla» era mal feita. Estiveram nos seus últimos anos de activo a fazer a carreira 7 que partia da Praça do Chile.
A TAP era então uma pequena empresa em todos os sentidos, pouco mais que minúscula e em vias de construção […]
DC-4 Skymaster CS-TSA «Santa Cruz» da T.A.P., Heathrow, post 1954.
Fototipia animada de or. da col. do sr. Tony Clarke, publicado por David Whitworth.Era presidente da TAP o eng. Vaz Pinto, que dedicou à sua consolidação e desenvolvimento o maior esforço.
Tanto Vítor Véres, como Vaz Pinto se entendiam bem comigo, sendo eles quem verdadeiramente fez a TAP.
Ora, para que a TAP crescesse, era necessário que tivesse rotas e aviões e, naquela altura, pode dizer-se que não tinha nem umas nem outros, mas tinha muito boa vontade, o que tem grande importância. Era assim imperioso que aproveitasse as convenções internacionais sobre aeronáutica civil para fazer valer os direitos que as mesmas nos conferiam, entre eles a chamada quinta liberdade. E aqui entro eu.
Sabendo alguma coisa destes assuntos, não só porque deles me ocupava oficialmente mas também como cultor do Direito internacional, os engenheiros Vaz Pinto e Véres vinham frequentemente juntos ao meu gabinete conversar comigo sobre o que conviria fazer e como, e foi assim que se decidiu fazer acordos de pool com todas as companhias de aviação que faziam tráfego aéreo com Lisboa, em vez de embarcarmos em aventuras para que ainda não tínhamos preparação nem meios.
Com estes acordos, a TAP ganhou muito dinheiro e experiência preciosa, sem despesa nenhuma, pois se limitava a enviar uma ou duas hospedeiras naqueles voos de pool feitos por e à custa das outras companhias envolvidas no acordo, e eram muitos esses voos.
Depois, compraram-se os Caravelle, começando nós a fazer voos directos, e, mais tarde, aviões de mais longo curso e maior lotação, passando a competir internacionalmente com outras companhias de prestígio, primeiro para a Europa, depois para as Américas e África, chegando a TAP a ser uma empresa altamente credibilizada e rica.
Com a confusão que se seguiu ao 25 de Abril — não digo Abrilada, porque já houve uma no primeiro quartel do século XIX —, a TAP, em vez de se redimensionar em pessoal e aviões, já que passara a a ter menos passageiros, não só o não fez como ainda aumentou o seu pessoal e, astronomicamente, os respectivos salários. E, para o descalabro ser completo, começou a comprar e a vender aviões, ora dum tipo, ora doutro, numa brincadeira inconsciente na manifesta avidez de comissões, se não desonesta, levando, de qualquer modo, rapidamente à falência técnica desta tão prestigiada empresa, agora nacionalizada, até se chegar onde actualmente se chegou, sem que ninguém seja chamado à responsabilidade pelos actos de má gestão praticados, cujas consequências o erário público tem generosamente suportado.
É o que geralmente acontece com as empresas estatais, quando os administradores delas são políticos nomeados por políticos […]
Tenho direito a este desabafo quer como contribuinte quer porque perdi muitas horas a estudar soluções que Vaz Pinto e Vítor Véres adoptaram para fazer da minúscula TAP de 1962 uma grande e eficiente empresa, de qualidade equipada às melhores. Infelizmente [!…]Carlos Fernandes (embaixador), Recordando: o caso Delgado e outros casos, 1.ª ed. Universitária, [Lisboa], 2002, pp. 124-125.
É longa a citação, bem sei. Mas se o benévolo leitor chegou até aqui, só o maço com mais estas linhas em que lhe digo que, chegados cá, a 2023 (e o texto que transcrevo é de 2002), reflicta nas notícias destes dias em que vimos a TAP na prática tutelada por um ciclista histérico, às turras com um ministro de refugo e brinquinho na orelha, preso por arames ao cargo, que não leu nem quis ler o plano de restruturação da empresa. Sei de experiência própria dum 707 que chegou a Lisboa, vindo do Zaire com painéis do intradorso da asa presos por arames, mas já não era da TAP. De ministros de Portugal presos por arames, vejo agora, é já outra maneira de voar. É ao que chegámos.
Êste sábado vai pachorrento. Em quanto o arroz de pato vai ao forno abro aqui um Monte Velho branco de 22. Não sou entendido e costumo apreciar os vinhos pelo rótulo — se acho o rótulo feio ou imbecil, o vinho não me há-de saber bem. Outro que me não saberá de certeza bem é o que vier marcado com o ano 20, ano infausto… De maneira que, à parte a superstição, em geral só vou lá pelo rótulo. Objectivamente. Nem tanto agora no caso dêste Monte Velho. Fui por êle porque estava em promoção no Jumbo. O [que] lhe noto ao abrir é o que noto em muita garrafa que abro; são as rolhas ressequidas, quebradiças. Já pensei se será disso que lhe baixam o prêço…
Venho aqui com o vinho branco e recorda-me uma história que o sr. embaixador Carlos Fernandes conta em Recordando: o caso Delgado e outros casos (1.ª ed., Universitária Editora, Lisboa, 2002), não consigo situar agora a página. Num jantar na Junta do Vinho do Pôrto, salvo êrro, alguém louvava grandemente os vinhos brancos que eram servidos a acompanhar. Sucede que o anfitrião não era especialmente apreciador de vinhos brancos, nem nada que parecesse. E ouvindo os louvores do convidado aos brancos escolhidos, ia diplomàticamente contemporizando com… silêncio. O caso é que o convidado insistia em lhe sacar a concordância e, por fim, veio a resposta.
— Sabe V. Exc.ª, de todas as bebidas que conheço, a mais parecida com o vinho é o vinho branco.
A senhora diz-me agora aqui que vai dar o almôço.
Händel — Concerto grosso, Op. 6, N.º 1 (HWV 319)
Accademia dell’ Annunciata, Maestro Riccardo Doni
Vistas algumas gordas nas primeiras páginas dos jornais, fiquei curioso. Uns ecos escritos nos blogos e mais curioso fiquei. Resolvi vasculhar naquela coisa, a box. Pus, pois, então, a dita coisa, a box, no parlamental canal a andar para trás, a ver dum tal Fradique ou Frederico, diz êle que despachado à galambada (= galo + lambada, uma forma de kung fu de punho fechado; não confundir p.f. com qualquer bípede implume que ande aí de arganel no orelhame…) — Despachado sem Despacho, bem entendido, mas com incentivo whatsupado dum par de murros que, a bem dizer, não ficaram sem resposta. Diz que o tal Fradique ou Frederico ou lá como é, despachou por seu lado umas voluntariosas galambetes para um ministerial lavabo, tal a fúria da corrida em osso que levava.
Em suma, sortidas formas de despacho que, bem vejo, é tôdo um jeito de govêrno.
Ora um govêrno de galifões e galifoas assim, não me havia êle de deixar curioso? Mais ainda porque é sabido o M.I. 5 doméstico haver cometido de imediato ao Johnny English de turno o gravíssimo caso porque, melhor era resolver o assunto a bem… — isto não é piada — ao depois poderia complicar-se!…
De modo que, com tais tempêros, não resisti eu em mudar da Baby TV para a AR TV (AR é bem o termo, tal o parlavento que por lá faz; que é só o que se por lá faz). E bem assim, vasculhei o cofre dêstes netflixes de faca e alguidar, corri o cardápio do canal da parlaventosa assembleia de segunda até esta hora, onde consegui achar em comissal parlaventilação, da TAP, o comendador Barraqueiro, um homem, ex-xerma ou ex-céo da Parpública que deixou o cargo em 2015 (2015?!) e outra palha que não vem ao caso. Por fim, num bloco da alta madrugada de ontem lá vinha em título a audição do tal Fradique, ou coisa que o valha, Pinheiro.
Só que, quando pus a dar a gravação, apareceu-me a falar uma mulher de olhos tortos. Pus a andar para a frente e era só ela, a tal mulher. Do tal Fradique, ou coiso, nada!
Bom! Calhando, quem anda a ver mal sou eu. Ou isto ou a AR TV deu-me uma banhada.
AR TV Baby TV, Canção do banho.
Tenho andado cá com o eléctrico 6. Ainda há dias vim cá com uma dêle descendo a Rua da Palma meia demolida, lá por 1950, com portuguêses envergando agasalhos de Inverno. Aqui vem outro 6, subindo-a, no trôço do Teatro Apolo, por aquêles dias, já ao depois de demolida a paroquial do Socorro que lhe ficava (ao Apolo) deanteira.
Rua da Palma, Socorro, 1951.
Judah Benoliel, in archivo photographico da C.M.L.
Digo por aquêles dias extrapolando agora desta para a outra. Tudo me indicava ser esta de Dezembro/Janeiro de 51, porquanto o cartaz que vejo na empena do quarteirão por demolir anuncia em Janeiro o Inspector Geral, com Danny Kaye, e os Mundos opostos (East Side, West Side), com Barbara Stanwyck, James Mason, Van Heflin e Ava Gardner.
Ora o Inspector Geral acabou por estrear-se só em 8 de Fevereiro de 1951 e os Mundos opostos estrearam-se em 18 de Janeiro.
Do folhear agora os Diários de Lisboa vi que dês do Natal de 50 à estréia do filme do Danny Kaye estava em cena no Apolo a peça Enquanto Houver Santo Antonio, com Irene Isidro, Laura Alves, António Silva, Ribeirinho, Barroso Lopes e Carlos Alves. Um grande elenco. Vendo a fotografia em cima, é a peça que vem anunciada em 2 sessões sôbre a entrada do teatro.
No jornal de 18 de Janeiro de 51 lá vêm os Mundos opostos em grande estreia nêsse dia no São Jorge.
Também vi no jornal de 18 de Janeiro que Os 3 Craddocks estiveram incluídos no cartaz de Enquanto Houver Santo Antonio, por dez dias a contar dêsse dia. — Pois, não é a faixa dêste anúncio d' Os 3 Craddocks que vejo de esguelha sôbre o cartaz do Teatro Apolo no cunhal da Rua Fernandes da Fonseca?!…
«Enquanto Houver Santo Antonio», incl. «Os 3 Craddocks», Teatro Apolo, 1951.
Judah Benoliel, in archivo photographico da C.M.L.
A pág. de espectáculos do Diario de Lisbôa de 18/I/1951 é adaptada duma mal enjorcada da Fundação do irmão do dr. Tertuliano.
Dire Straits: Sultans Of Swing
(Old Grey Whistle Test, 16 de Maio de 1978)
Dizia há dias do eléctrico 6: que a linha de eléctricos n.º 6 teve três versões; e como em 29 de Dezembro de 1950 a sua segunda versão (Restauradores – Gomes Freire) foi extendida à Pr. da Figueira, cuja dita praça fôra demolida no ano anterior. Pois ali vem um 6 dêsse tempo.
Trôço inf. da R. da Palma, Mouraria, c. 1950.
Judah Benoliel, in archivo photographico da C.M.L.
Iam em boa marcha as demolições na baixa Mouraria nêsse tempo também. A antecipar pistas de bicicletas, quiçá…
Das largas!…
Ainda havia era muitos portuguêses por ali, porém!…
Urinóis sem água, Alegro — (c) MMXXIII.
Hoje só tenho feito disto. Fiz a barba e quando havia de pôr-me o after-shave, tornei a pôr espuma na cara. — Disparate!
Outro.
Passei na bomba a pôr gasoil, foram 57,71 €, dei 60 €. A mocinha gasolineira pediu-me os cênt'mos para facilitar o trôco e dei-lhos. Disse-lhe que 1 € era para si e abalei de imediato sem esperar a demasia. Um mero instante e varreu-se-me a coisa.
Mais disparate.
Quis verter café do megafrasco para um menor. O frasco grande vai meio vazio e já começa a complicar-se chegar-lhe com a colhér de chá a colhêr a dose. Verti de frasco a frasco e — asneira! — espalhei café. Lá me lembrei de fazer um canudo com um guardanapo de papel e — mais asneira — verti de mais. Enchi o canudo mais que a conta do frasco pequeno e em no apontar de volta ao frasco grande — claro! — espalhei mais café.
Ainda a menhãa vai curta eu hoje é só disto!… Melhor é ir beber outro café.
Café Tofa, Portugal, séc. XX.
Mário Novais, in bibliotheca d' Arte da F.C.G.
O DD-56-73, n.º de frota 301 da Carris, fazia no meu tempo muita vez a carreira 55. Recolhia à estação do Cabo Ruivo. Não me lembro nunca de fazer o 11A (nem ao depois o 30), carreira(s) cuja estação de recolha era a das Amoreiras. O 301 cometia o feito de subir em 2.ª a ladeira íngreme da Alameda (do lado da fonte monumental), já uma vez contei. Sei agora porquê: era um Regent V; fez parte do primeiro lote de Regents V entregues à Carris por 1957, ainda com as carroçarias Weymann de porta atrás e os radiadores de calhambeque típicos dos Regents III. Este lote recebeu os números de frota 281-314. Cuidava eu que os Regents V eram sós os de porta à frente, mas parece afinal que não.
O museu da Carris tem-no conservado, este 301, mas nas imagens que dele (restaurado) tenho vistas não se lhe vê o Regent rampante no radiador (como nesta aqui de 1980). Outro pormenorzinho a somar ao dos volantes verdes e vermelhos trocados nos autocarros históricos pequenos e de dois pisos.
Autocarro 55, Alcântara-Mar, 1980.
John Scragg, in «Livro das Fuças».
Pacote de leite com tampa beatificada, Portugal — (c) MMXXIII
Adamastor (O)
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