Do Daily Sceptic, passo a traduzir, em português jornalisteiro (*):
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Úrsula von der Leyen: «Vacinámos um continente!»Roberto Kogon, in Daily Sceptic, 16/IX/2023 | |
No seu discurso do estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, quarta-feira passada, desfiou o rol de conquistas da União Europeia sob a sua liderança, incluindo esta pérola (expressa no característico inglês macarrónico da oficialidade europeia [traduzido à letra]): «Assentámos o tijolo para uma União de Saúde, ajudando a vacinar um continente inteiro — e largas partes do mundo». Não mencionou ela o facto de que a União Europeia vacinou a maior parte do continente europeu com uma vacina — a da empresa alemã BioNTech e da sua parceira americana Pfeizer — cuja segurança e eficácia eram desconhecidas, segundo os próprios termos do contrato assinado com as ditas companhias farmacêuticas em nome dos Estados membros da União Europeia, conforme se pode ler. Só para recordar, eis como a mesma passagem do contrato aparece na versão censurada do mesmo publicada pela Comissão.
| aqui, foi publicada pela estação de televisão italiana RAI há mais de dois anos, mas tem sido de todo ignorada, sem dúvida e em não pouca medida, por os meios de comunicação social a omitirem.) Não mencionou também o facto de que os resultados publicados dos ensaios clínicos que estiveram na base da autorização de emergência ressalvavam o reconhecimento explícito de que se não conhecia sequer se a designada «vacina» impedia a transmissão do vírus. Isto, claro, mina toda e qualquer razão para «vacinar um continente» por inteiro, incluindo largas camadas da população que não corriam risco além duma leve doença, mas que podiam bem incorrer em risco maior pelo alegado desconhecimento (ao tempo) dos efeitos adversos do fármaco. Não mencionou, finalmente, o facto de que apesar de não haver uma lógica de saúde pública para «vacinar um continente» por inteiro, havia muito bom motivo comercial para pelo menos um país da U.E. o fazer, nomeadamente a Alemanha. Como contei no meu apanhado sobre a sociedade entre a BioNTech e Pfeizer aqui, o governo alemão não só apadrinhou a BioNTech desde o seu começo, como também patrocinou a sua fundação. Úrsula von der Leyen era ela mesma membro do governo alemão que promoveu a criação da BioNTech em 2008. Foi ela também o membro do governo alemão que, após a sua mudança para a Comissão Europeia em fins de 2019, veio a despejar 375 milhões de euros em subsídios de apoio à candidatura da BioNTech à vacina da COVID-19. Enquanto o resto da economia europeia sofria, em 2021-22, os anos da vacinação em massa do continente europeu («e largas partes do mundo»), a BioNTech havia de passar de 0 a 31 mil milhões de euros de proveitos com perto de 80% de margem de lucro, vindo com isso a ser o verdadeiro motor do crescimento da economia alemã (cf. esses dados aqui.) Em notícia talvez não relacionada, de 1 de Setembro, 10 dias antes da americana F.D.A. fazer anúncio semelhante, a Comissão Europeia anunciou a autorização aos Estados membros, para a campanha deste Outono, da vacina adaptada [XBB.1.5] para COVID-19 da BioNTech-Pfizer. ____ |
(*) É estilo enjoativo (e de importação), mas é o que por aí povoa os jornais, pelo que até pode parecer profissional. Fraca profissão, porém. Peço, pois, indulgência com a preguiça de fazer agora melhor! Obrigado!
Tornei aos livros. Tornei a comprar livros, digo. Livros velhos, isto é, que novos me não despertam. Nem ando a par, mas, bem certo estou de que não ha nada ahi a publicar-se agora que me remotamente possa interessar. Ao depois ha aquella, hum, cousa, do brazileiro official que me só traria trabalhinho extra, e desprezivel, de haver de sondar qualquer edição primeiro a vêr se a orthographia não seria essa idiotice de atrasados mentaes que pulou do Brazil ha annos para o diario da republica. É como hoje este paiz vae…
Livros velhos, portanto. Do tempo da monarchia e daorthographia portugueza segundo os melhores auctores.
Comprei, por comseguinte, hontem, tres livrinhos de Alberto Pimentel, polygrapho d' esses outros tempos. Passei na feira de alfarrabios que montam ás quartas no jardim Constantino e interessaram-me a Vida de Lisboa e o Espelho de Portuguezes (2 vols.) da Collecção Antonio Maria Pereira, de 1900 e 1901, respectivamente ou vice versa, baralha-me agora. (Exactamente: 1900 e 1901.) Trez volumesinhos com encadernação do editor em percaline, bem gravada e muito ao gôsto da epocha da Belle Epoque. Vendiam-se a 300 rs. o volume n' aquelle tempo; comprei-os hontem a um conto de réis cada. Curiosa relação de valor, de 300 para 1 milhão; 3 333 vezes mais, de novo a velho de cento e vinte e tal annos! Que diria d' elle o auctor? Ou que direi eu? Nem bem sei se paguei caro, se não. Eram edições baratas em 1900, mas ainda assim esmeradas. E os livrinhos estão limpos e em bom estado, nem rebentados, nem com signaes de traça. Sómente uma folha ou outra mais cansada na costura e a patine do tempo, que a bem dizer não é mal.
Pois, teem estes tres volumesinhos, como tantos outros livros usados, assignatura de posse: Alberto Coriolano Ferreira da Costa. Ao que sei, Capitão de Mar e Guerra, Governador de Mossamedes (1908-10), Comandante do Batalhão de Marinha Expedicionario a Angola (1914) e domno outr' hora d' alguma bibliotheca que o tempo — bem, que haveria de elle fazer? — desfez.
Mais uma edição de cânone abrilino a valer-se de Salazar para garantir boa venda. O costume. Pior porque se publica no «brasileiro» oficial post ortográfico. Dei-lhe uma vista de olhos a contragôsto nas páginas do Aristides; é factual no caso até opinar que o govêrno colheu os louros da desobediência (contumácia que lhe é atribuída, ao cônsul, logo de entrada, sem se dar conta o A. do ferrete que crava no Aristides nem de como tal ferrete é mancha de carácter). O caso é que os vistos emitidos à revelia das ordens do M.N.E. foram apesar disso reconhecidos pelo govêrno português, os refugiados chegaram bem a Portugal, e não sem esfôrço das autoridades portuguêsas (Ministério dos Estrangeiros e P.V.D.E.) ante a polícia de fronteira espanhola que não facilitava o trânsito daquela gente tôda, assim, a trôco de nada…
Dogmático ao longo da prosa no epíteto de «ditador» a Salazar — cujo nome a final acaba impresso em garrafal destaque no título e na capa —, o A. declara bem ao que anda. Impossível de lêr por tudo o que vai dito e, mais não havendo, desde logo pela tortura ortográfica do português.
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