
Era uma vez casal no banco de jardim, Faro, 1939.
A. n/ id., in Colecção da Fundação Portimagem, «O Álbum de Família».
![Era uma vez, sentado com um livro, Portugal, [s.d.]. A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.](https://live.staticflickr.com/65535/51927680709_3c29439002_b.jpg)
Era uma vez num jardim com um livro, Portugal, [s.d.].
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.
(*) Tirada do Vasquinho da Anatomia com os copos, no retiro do sr. Alexandrino, sobre um bigode assim, num naco d' A Canção de Lisboa (Cottinelli Telmo, 1933).
Tirada do rol do advogado da imigração Nuno da Silva, estabelecido em Arroios, Lisboa (ou direi já أشبونة — Al Usbuna? ).
Noman Sohail [ = Abençoado Nobre] — Taxa mínima para renovação [de autorização de residência]?
أمير العزوني [i.é, Amir (ou Emir) Al Azúni = Grandioso Emir/Príncipe] — Não há taxa mínima; necessita estar a trabalhar [ou empregado…] enquanto corre o processo de renovação.
Rashid Ahmed [ = Muito Louvado Beato] — Tudo certo, com algumas correcçõezinhas: não é obrigatório [estar a trabalhar — ou empregado, digo eu]; alguns que recebam da Segurança Social ou estejam em cursos do I.E.F.P., esses basta-lhes provar à A.I.M.A. que estão a viver em Portugal e à procura de emprego [cá está!], enviando declaração de prova da Segurança Social e do I.E.F.P.
Dos nomes aprende-se muito; e já se compreende muito melhor a altivez, como que ungida de baptismo, desta espécie de gente quando a vejo passar nas nossas ruas com sobranceira indiferença ao indígena luso. Isto quando nos abeiramos já da arrogância agressora com que se manifestam às portas de S. Bento.
Do teor da conversa, é como se lê: um esquema cristãmente socialista, oficial, de subvenção à islamização de Portugal.
Estupidez? Traição? Suicídio…
Puxando só a meada do Rashid, louvado seja, que aparece tão entendido, tira-se-lhe que é bengali, natural de Sylhet (à inglesa) ou Srihatta (à indiana), casado e escritor.
Escritor.
O que escreveu o escritor?
Pois, escreveu que trabalha na A.N.A., na Portela… (agente infiltrado no aeroporto de Lisboa ou avançado da nossa novíssima P.S.P. de fronteira?…)
Escreveu e publicou mais que:
Não sei se foi por esta ordem ou pela ordem inversa.
Com isto tudo que vai, em 2023, por cá, terminou o 4.º cap. dum curso (e-learning?) de Gestão de Reclamações. Alá o ajude sempre, foram os votos da mulher depois do feito.
Ala com isto, digo eu.

Era uma vez… de automóvel, Sintra, 1939.
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.
O Benfica empatou. A maior causa nacional — a única causa nacional — empatou. O presidente da causa única nacional diz passou o dia no campo de treinos a resolver a crise. São horas e horas de eucaristia televisiva pelo Benfica. Ninguém sabe bem como resolver isto. Os padres bem rezam o terço.
Fora isto nada se passa. Os cinco gurkhas que vi sair dum bruto jipão com grandes malões directos para o nepalês ali em baixo não são nada. Nem são ninguém. Ainda. Pelo menos até adquirirem o passaporte da República do Benfiquistão. Coisa dumas semanas, na pior das hipóteses. Mais rápido que a nação resolva a crise.

Era uma vez no autocarro, Alameda, 196…
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.
Com os turcos às portas de Constantinopla reza a história que se reuniram os doutores a debater o sexo dos anjos.
Agora, com os turcos já bem dentro de portas e à soleira de São Bento, os doutores propuseram-se regimentalmente debater fogos extintos sem entenderem (ou fazerem que não entendem) o fogo vivo com que a insídia já rodeou S. Bento.
Houve um que não. Esse acorreu aonde estava o fogo. Não sei se ele é bom, se é bombeiro. Mas não se acha outro que lá vá.…
A insídia, exposta por Paulo Almeida em comentário a Adriana Alves, João Porfírio, «Manifestação pacífica [sic] juntou 5 mil imigrantes [i.é, centenas] em frente à Assembleia — até Ventura aparecer», Observidor [isso mesmo], 17/IX/25.
Pouco depois da hora de almoço, Mourinho saiu de casa no seu Ferrari preto […] e rumou ao Seixal, onde estavam Mário Branco, director geral dos encarnados […]
Bruno Roseiro, «Chegou de Ferrari preto…», Observador, 18/IX/25 (sublinhado meu).
Crónica a preto, e branco, e sobre tudo a encarnado, do Zé que foi despedido pelos turcos por ter sido eliminado pelo Bruno, que foi despedido e substituído pelo Zé que foi despedido pelos turcos por ser eliminado pelo Bruno, que foi despedido e agora foi substituído pelo Zé que foi despedido porque… Enfim!…Parece que o Zé já arranjou trabalho.
Vai dormir, pá! — Ou o locutor fanhoso da TV palerma ao portão da cocheira do Zé que foi despedido, mas que, parece, já arranjou trabalho (C.M.T.V., 17/IX/25)
Deolinda Rodrigues, Fado Corrido e ensaio da filarmónica
(Madragôa, Perdigão Queiroga, 1952)
O fado foi dado ao mundo e filarmónica de bairro que subsista aí andará a ponto para ser corrida.
Av. dos E.U.A., 92. Construído por 1956. O gémeo, n.º 94, estava por fazer. Vê-se o céu. Foi construído de 1961 a 1963. A fotografia calha assim entre 56 e 61. O autocarro é o 35. A carreira terminava ali…

Av. de Roma, Lisboa, 1957-60.
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.
O 35 terminava ali, pois:
Apesar da frequência entre Cais do Sodré e Areeiro rondar os nove minutos, o serviço do 17 foi sempre irregular, devido à irregularidade das ruas e à elevada densidade populacional ao longo do seu percurso. Em 1957, a Carris decidiu remediar este problema pondo ao serviço autocarros de dois pisos; porém, não sendo possível estes veículos circularem em todos os arruamentos do percurso, foi decidido autonomizar o 17A – nascendo assim o 35.
[…]
Da Morais Soares, o 35 seguia pelos caminhos tradicionais e não pelas novas artérias. Assim, a ligação ao Areeiro efectuava-se pelo que correspondia à antiga Estrada [i.é, Azinhaga] do Areeiro: Rua Carvalho Araújo, Rua José Ricardo, Mercado de Arroios, Rua Rosa Damasceno e interior do Bairro dos Actores. Atingindo o Areeiro, a carreira seguia por um percurso novo (dando satisfação aos desesperados moradores da zona) pelas Avenidas Padre Manuel da Nóbrega e São João de Deus até à Avenida de Roma, terminando na grande rotunda da Avenida dos Estados Unidos.
[…]
A 27 de Novembro de 1960, [deu-se] o prolongamento do 35 ao Hospital de Santa Maria […] Inaugurada três anos antes, nos últimos dias de 1957, a carreira 35 foi sempre daquelas carreiras que simplesmente estão lá, sem grandes frequências […]Cruz-Filipe, «35: o clássico», História das carreiras da Carris, 27/XI/2010 passim (outrora em linha).
E o 35 simplesmente está lá, na imagem, passados agora, quê?… Para mais de 65 anos. Uma memória em idade da reforma, balizando activamente outras memórias.

Pr. de Londres, Lisboa, c. 1960.
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.
O solar de Mateus não há dúvida que é distinto. Como ilustrativo dum debate autárquico de Vila Real de Santo António também é de larga visão.

«Conta lá: Vila Real de Santo António em debate», Sapo, 12/IX/25.
Instou-me muito cordialmente o benévolo leitor J.H.S., cujas iniciais de assinatura coincidem com as de José Hermano Saraiva, a emendar Estói por Estoi na minha publicação de terça-feira.
Dei-lhe ontem uma resposta empenhada e longa, bem que apressada e pouco estudada, que treslado agora para aqui, revendo-a e augmentando-a, enquanto não emendo a que lhe dei lá. Reli-a lá há pedaço e achei-a talvez meia impertinente. Não quis ser descortês, e por isso empreendo de novo na questão, à laia de desculpa. Não sei se mereço.
Preguntava ao sr. J.H.S. desde logo se me poderia esclarecer se a pronúncia da gente da terra era Estôi, porque me dizia — para que se pronuncie o -o- fechado (como está correcto) e não aberto.
Vim a descobrir por isto que houve questão há anos com a grafia Estói, cujo acento agudo no ditongo ditava que se marcasse timbre aberto na vogal -o- (ói). Como nunca li nem ouvi Estôi nem conheci gente da terra que mo ensinasse, aprendi Estói com -o- aberto somente de ler o topónimo. Ou seja aprendi a entoar o topónimo a rimar com herói e não com boi, isto sem sem ofensa. E dei em resposta exemplos dalguns autores consagrados:
Raul Proença, Guia de Portugal, II Estremadura, Alentejo, Algarve, [repr. da 1.ª ed.], Biblioteca Nacional, Lisboa, 1927, p. 241 (Estói).
Magnus Bergstrom, Neves Reis, Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, Empresa Nacional de Publicidade, [s.l.], [1955], p. 175 (Estói).
A. Almeida Fernandes, Toponímia Portuguesa (Exame a um Dicionário), Associaçao para a Defesa da Cultura Arouquense, Arouca, 1999, p. 280 (Estói).
O útimo A., o Dr. Armando de Almeida Fernandes, até dá origem germânica do topónimo (asts, ramo, com sufixo oi) e considera que foi levado de Norte para o Sul, do concelho medieval Vila Estói, hoje mero lugar na freguesia de Valpedre, concelho de Penafiel. Tem graça esta origem e deslocação do topónimo de Vila Estói para o Algarve porquanto a Assembleia não decretou mudança de denominação para ela na origem, a Vila Estói; só para o povoado algarvio que dela tomou o nome, segundo o Dr. Almeida Fernandes, a quem dou crédito porque foi um grande estudioso da toponímia e não só.
Temos assim Estoi de lei (como o ouro), e Vila Estói, por inércia da mesmíssima lei, porque a Assembleia não leu este autor, decerto. Ou porque para os lados de Penafiel se não procurou ou nem houve questão alguma com a entoação do ditongo final ói/ôi…
Empreendendo, pois, agora mais na questão, tiro das Dúvidas Linguísticas do Flip:
A Lei n.º 32/2005, de 28 de Janeiro, alterou a denominação oficial da povoação e a freguesia de Estói, que passou a denominar-se Estoi. Esta era uma pretensão de alguns dos seus naturais e habitantes.
Helena Figueira, «Estoi ou Estói?», in Flip — Dúvidas Linguísticas, 2/VII/2009 (sublinhado meu).
Já ontem lera nas Ciberdúvidas desta Lei 32/2005 que, sem preâmbulo, sem aduzir razão de alguns nem de nenhuns dos seus naturais e habitantes ou qualquer outra explicação, antes ordenando seca e imperialmente sem ai nem ui a mudança do nome da terra — a povoação e a freguesia de Estói, no município de Faro, passam a denominar-se Estoi. — Li esta lei seca e pareceu-me bem a Assembleia com ela, no mando e no tom imperativo, pois não há nada como sem dúvida, e vai daí determine-se e mande-se publicar.
O caso seria, ao que cuido, de nenhuma justificação e de igual importância, também me pareceu. Coisa com que se ninguém aborreceria, nem o Povo de Estoi nem o Visconde de Estói (cf. Nobreza de Portugal e Brasil, vol. II, Editorial Enciclopédia/Zairol, Lisboa, 1960-1989, p. 568). Antes pelo contrário. O Visconde porque já morreu. — Mesmo que vivesse seria, a bem dizer, Visconde de Estoy, estou em crer, tendo sido o título dado por el-rei D. Carlos em 1906. — A Estoy do Visconde não é, por tanto nem por nada tida nem contemplada na lei da Assembleia, até por não ter ela competência nos títulos da Nobreza senão para os querer dar todos por nulos. Só Estói, portanto, é contemplado por ela, com o que passou a Estoi, sem acento, e que Povo da terra talvez prefira. Ou pelo menos alguns dos seus naturais e habitantes, como dizem as Dúvidas Linguísticas do Flip que já referi.
Da literatura ao meu dispor, que vem de trás, do passado, concluo que amanhã já não canta nem hoje conta. Estão todos aqueles autores errados a grafar Estói. Faça-se por conseguinte tábua rasa. O passado, nestes tempos actuais, tem-se visto e percebemo-lo ainda mais a cada dia, foi um erro colossal e a necessitar de penitência, quando não mortificação. Mas não morramos já disso. Aguardemos talvez que o Congresso Nacional do Brasil ou Academia Brasileira das Letras emitam soberana lei, despacho ou decreto de confirmação final sobre o caso — Estoi ou Estói? — pois, como sabemos desde a sua Resolução n.º 35/2008, a Assembleia desta República Portuguesa trespassou servilmente o domínio e senhorio absoluto do idioma pátrio aos Brasileiros.
Até lá «a linda aldeia edificada sobre um cômoro que domina a vasta planície banhada pela ribeira do Alcaide», como diz o Guia de Portugal de Raúl (ou Raul?) Proença, que se vá chamando como alguns dos seus naturais e habitantes dizem e a Assembleia nacional dispôs: Estoi (ôi). No fundo é como já dizia o Pinho Leal…

«Estoi ou Estoy», in Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno; diccionario Geographico, Estatistico, Chorographico, Heraldico, Archeologico, Historico, Biographico e Etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias, vol. III, Mattos Moreira, Lisboa, 1874, pp. 71-72.

Jardim da Alameda de Dom Afonso Henriques, Lisboa, 1957.
A. n/ id., in Colecção da Fundação Portimagem, «O Álbum de Família».

Elevador da Glória, Lisboa, 1973.
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.

Elevador da Glória, Lisboa, 1981.
A. n/ id., Colecção da Fundação Portimagem, in Flickr.

Beco do Pocinho, Alfama, [s.d.].
A. n/ id., Col. da Fundação Portimagem, in Flickr.
![No tempo da escola, Estói [i.é, Estoi] (Saüdade 511, Portimagem, [s.d.])](https://live.staticflickr.com/7700/17115564852_09115da751_b.jpg)
No tempo da escola primária, Estói [i.é, Estoi], [s.d.]
Portimagem, in Flickr.
(Para calcar certas inteligências mais para baixo.)

(Observador, 9/IX/25.)
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