Sábado, 19 de Abril de 2008

Av. António Maria de Avelar

 Não sei já onde li que as avenidas novas (ou calhando foi sobre a Av. da Liberdade, já não sei, mas dá no mesmo) exibiam uma arquitectura de marcado mau gosto burguês, sem requinte, exuberante e presumido. Isto a par de prédios de rendimento, trivial e sem graça. Pois onde quer que tenha lido isto, quem me dera que o autor visse o grotesco das avenidas novas agora.

Av. Ant.º Maria Avelar (5 de Outubro), Lisboa (Col. E. Portugal, c. 1900)
Av. António Maria de Avelar (vulgarmente dita de Cinco de Outubro), Lisboa, c. 1900.
Autor desconhecido, in Colecção de Eduardo Portugal, Arquivo Fotográfico da C.M.L..

 

 Sobre os prédios de rendimento é uma pena que não se recuperem mais e que haja muita gente a morar neles, em lugar de engarrafar com carros as estradas dos arrabaldes.

Zona rural antes da Av. 5 de Outubro, Lisboa (J. Benoliel, s.d.)
Estrada rural e mercado dos gados antes [pela época] da abertura do último troço da Av. Cinco de Outubro, Lisboa, [s.d.].
Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..

 

Escrito com Bic Laranja às 14:14
Verbete | comentar
17 comentários:
De O Réprobo a 19 de Abril de 2008
Meu caro Bic, a ininterrupta decadência que lamenta é muito natural: depois da queda burguesa, desceu-se um bocado mais, ao plebeísmo. Em matéria de gosto e de ética, que em todas as classes há gente digna e indigna.
Da segunda imagem gosto especialmente. Como "ter vida de cão", nessas estradas de outrora, punha a pose desimpedida, ainda que esforçada, em lugar do stress dos engarrafamentos de hoje. Abraço
De Bic Laranja a 19 de Abril de 2008
E a queda da cultura na contra-cultura legou-nos o des-gosto. A esquizofrenia da negação contínua parece um cão a querer morder a sua própria cauda. Cumpts.
De Luciana a 20 de Abril de 2008
Bela metáfora! Infelizmente verdadeira...
De Bic Laranja a 20 de Abril de 2008
Obrigado!
De Carlota Joaquina a 19 de Abril de 2008
Sr Bic

Que construção será aquela que se vê na foto que têm uma cupula de vidro ?
De Bic Laranja a 19 de Abril de 2008
É o mercado geral dos gados, nos terrenos da feira popular. O que restava deste edifício, no lado sul, foi demolido só recentemente, depois de fechar a Feira.
Note por trás, masi ao longe, as torres neo-árabes da praça da praça do Campo Pequeno.
Cumpts.
De Luciana a 20 de Abril de 2008
Como diria o outro: "Estamos satisfeitos!" :-)
Lá vou eu outra vez ver os meus arquivos fotográficos... acho que tenho fotos desses "restos" de que fala.

Abraço
Luciana
De T a 19 de Abril de 2008
O Benoliel era mesmo bom fotógrafo. Sentimos a fotografia respirar. Muito bem escolhida.
De euro-ultramarino a 20 de Abril de 2008
Incríveis fotos, Caro Bic - como sempre insuperável no retratar dessa Lisboa de outras eras. As duas fotos retratam bem uma Lisboa agradável, onde cidade "cidade grande" e campo conviviam lado a lado, ora num bairro, ora em outro. São imagens que induzem à saudade de um tempo que se não viveu. É sempre com grande gosto que venho a esta Casa. Obrigado e um forte abraço.
De Carlota Joaquina a 20 de Abril de 2008
Bic ,obrigada pela sua explicação não fazia a minima ideia o que seria aquele edificio .Tenho tanta pena que meu Pai não seja vivo para ver e ler estas preciosidades ele que era um Afacinha de Gema e tanto amava a sua cidade agora confirmo tudo o que ele contava e explicava como antes ela era linda esta Lisboa que alguém continua a assassinar .

Um Abraço e um Bem-Haja

Carlota Joaquina
De Luciana a 20 de Abril de 2008
Vivemos a cultura dos caixotes. Até a maioria das cabeças anda encaixotada… Com códigos de barras e tudo, para não se diferenciar!
Enfim, como diria Agostinho da Silva: é a maldita normalização! :-)

Quanto à “arquitectura de marcado mau gosto burguês, sem requinte, exuberante e pretensioso (…) de prédios de rendimento, banais e sem graça”, é só tornar a “missiva” verdadeira, multiplicar por mil e temos as Avenidas Lisboetas do Séc. XXI.
De Bic Laranja a 20 de Abril de 2008
Dona T.: É sim senhora. Nota-se a arte do fotógrafo pela composição. // Euro-ultramarino: Obrigado! O conceito de cidade salteada por quintas é uma miragem. São precisos hoje quilómetros além dos subúrbios para achar isto. Com a agravante de a lonjura fazer deses lugares autênticos ermos. // Dª Carlota: De nada. Mas serve de consolo que o seu pai tenha conhecido na realidade esta Lisboa que nós agora apenas conseguimos apreciar desta maneira. Quem perde somos nós. // Luciana: tem inteira razão, infelizmente. // Cumpts.
De Manuel Gomes a 22 de Abril de 2008
Caro Bic

Visitar este espaço é sempre uma verdadeira viagem através dos tempos e esta fotografia da Lisboa rural dos anos trinta é mesmo uma preciosidade.Não resisti à sua publicação no meu blog! Pelo facto a minha a devida vénia!

Um Abraço
De Bic Laranja a 23 de Abril de 2008
Vénia ao J. Benoliel. Mas cuido que a fotografia seja de c. 1900-1910. A data de 'ant. 1932' é um marco tirado do óbito do fotógrafo.
Obrigado pela menção. Cumpts.
De ana maria a 22 de Agosto de 2008
ola
moro na r sousa lopes que deve estar mt proximo da r da fotografia! se nao for a mesma... por isso achei mta piada ver como era!... adorava ver mais fotos desta zona ou ler sobre o assunto, se alguem puder ajudar agradecia.
obrigada
De Nuno Castelo-Branco a 10 de Abril de 2009
E quem é que criticava essa "Lisboa sem graça"? Os eternos obcecados por Paris, entre os quais se conta gente pretensiosa e de uma assustadora mesquinhez, como um João Chagas.
O que sei, é que quando cheguei a Portugal, a "av. da república" ainda possuía lindíssimos exemplares dos tais prédios de rendimento, tão criticados pelas más-línguas do costume. Hoje, a avenida faz jus ao péssimo nome que ostenta.
Creio que as coisas ainda piorarão, pois tenho sido diariamente informado acerca das malfeitorias da CML que toda a oposição corrobora, calando-se. Salva-se a Helena Roseta, pelo menos.
De Bic Laranja a 10 de Abril de 2009
Salvam-se os que clamam contra essa a avidez aniquiladora. Mas morre-se de pena sem poder fazer nada.
Cumpts.

Comentar

Novembro 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
12
13
14
18
22
23
24
25
27
28
29
30

Visitante



Selo de garantia

pesquisar

Ligações

Adamastor (O)
Apartado 53
Bic Cristal
Blog[o] de Cheiros
Carmo e a Trindade (O)
Chove
Cidade Surpreendente (A)
Corta-Fitas(pub)
Dragoscópio
Eléctricos
Espectador Portuguez (O)
Estado Sentido
Eternas Saudades do Futuro
Fadocravo
Firefox contra o Acordo Ortográfico
Fugas do meu tinteiro
H Gasolim Ultramarino
Ilustração Portuguesa
Kruzes Kanhoto
Lisboa
Lisboa Actual
Lisboa de Antigamente (pub)
Lisboa Desaparecida
Menina Marota
Meu Bazar de Ideias
Paixão por Lisboa
Pena e Espada(pub)
Perspectivas(pub)
Planeta dos Macacos (O)
Pombalinho
Porta da Loja
Porto e não só (Do)
Portugal em Postais Antigos(pub)
Retalhos de Bem-Fica
Restos de Colecção
Rio das Maçãs(pub)
Ruas de Lisboa com Alguma História
Ruinarte(pub)
Santa Nostalgia
Terra das Vacas (Na)
Tradicionalista (O)
Ultramar

arquivo

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

____