Meu caro Bic, a ininterrupta decadência que lamenta é muito natural: depois da queda burguesa, desceu-se um bocado mais, ao plebeísmo. Em matéria de gosto e de ética, que em todas as classes há gente digna e indigna.
Da segunda imagem gosto especialmente. Como "ter vida de cão", nessas estradas de outrora, punha a pose desimpedida, ainda que esforçada, em lugar do stress dos engarrafamentos de hoje. Abraço
E a queda da cultura na contra-cultura legou-nos o des-gosto. A esquizofrenia da negação contínua parece um cão a querer morder a sua própria cauda. Cumpts.
Bela metáfora! Infelizmente verdadeira...
De Bic Laranja a 20 de Abril de 2008
Obrigado!
De Carlota Joaquina a 19 de Abril de 2008
Sr Bic
Que construção será aquela que se vê na foto que têm uma cupula de vidro ?
É o mercado geral dos gados, nos terrenos da feira popular. O que restava deste edifício, no lado sul, foi demolido só recentemente, depois de fechar a Feira.
Note por trás, masi ao longe, as torres neo-árabes da praça da praça do Campo Pequeno.
Cumpts.
Como diria o outro: "Estamos satisfeitos!" :-)
Lá vou eu outra vez ver os meus arquivos fotográficos... acho que tenho fotos desses "restos" de que fala.
Abraço
Luciana
De
T a 19 de Abril de 2008
O Benoliel era mesmo bom fotógrafo. Sentimos a fotografia respirar. Muito bem escolhida.
Incríveis fotos, Caro Bic - como sempre insuperável no retratar dessa Lisboa de outras eras. As duas fotos retratam bem uma Lisboa agradável, onde cidade "cidade grande" e campo conviviam lado a lado, ora num bairro, ora em outro. São imagens que induzem à saudade de um tempo que se não viveu. É sempre com grande gosto que venho a esta Casa. Obrigado e um forte abraço.
De Carlota Joaquina a 20 de Abril de 2008
Bic ,obrigada pela sua explicação não fazia a minima ideia o que seria aquele edificio .Tenho tanta pena que meu Pai não seja vivo para ver e ler estas preciosidades ele que era um Afacinha de Gema e tanto amava a sua cidade agora confirmo tudo o que ele contava e explicava como antes ela era linda esta Lisboa que alguém continua a assassinar .
Um Abraço e um Bem-Haja
Carlota Joaquina
Vivemos a cultura dos caixotes. Até a maioria das cabeças anda encaixotada… Com códigos de barras e tudo, para não se diferenciar!
Enfim, como diria Agostinho da Silva: é a maldita normalização! :-)
Quanto à “arquitectura de marcado mau gosto burguês, sem requinte, exuberante e pretensioso (…) de prédios de rendimento, banais e sem graça”, é só tornar a “missiva” verdadeira, multiplicar por mil e temos as Avenidas Lisboetas do Séc. XXI.
De Bic Laranja a 20 de Abril de 2008
Dona T.: É sim senhora. Nota-se a arte do fotógrafo pela composição. // Euro-ultramarino: Obrigado! O conceito de cidade salteada por quintas é uma miragem. São precisos hoje quilómetros além dos subúrbios para achar isto. Com a agravante de a lonjura fazer deses lugares autênticos ermos. // Dª Carlota: De nada. Mas serve de consolo que o seu pai tenha conhecido na realidade esta Lisboa que nós agora apenas conseguimos apreciar desta maneira. Quem perde somos nós. // Luciana: tem inteira razão, infelizmente. // Cumpts.
Caro Bic
Visitar este espaço é sempre uma verdadeira viagem através dos tempos e esta fotografia da Lisboa rural dos anos trinta é mesmo uma preciosidade.Não resisti à sua publicação no meu blog! Pelo facto a minha a devida vénia!
Um Abraço
Vénia ao J. Benoliel. Mas cuido que a fotografia seja de c. 1900-1910. A data de 'ant. 1932' é um marco tirado do óbito do fotógrafo.
Obrigado pela menção. Cumpts.
De ana maria a 22 de Agosto de 2008
ola
moro na r sousa lopes que deve estar mt proximo da r da fotografia! se nao for a mesma... por isso achei mta piada ver como era!... adorava ver mais fotos desta zona ou ler sobre o assunto, se alguem puder ajudar agradecia.
obrigada
E quem é que criticava essa "Lisboa sem graça"? Os eternos obcecados por Paris, entre os quais se conta gente pretensiosa e de uma assustadora mesquinhez, como um João Chagas.
O que sei, é que quando cheguei a Portugal, a "av. da república" ainda possuía lindíssimos exemplares dos tais prédios de rendimento, tão criticados pelas más-línguas do costume. Hoje, a avenida faz jus ao péssimo nome que ostenta.
Creio que as coisas ainda piorarão, pois tenho sido diariamente informado acerca das malfeitorias da CML que toda a oposição corrobora, calando-se. Salva-se a Helena Roseta, pelo menos.
Salvam-se os que clamam contra essa a avidez aniquiladora. Mas morre-se de pena sem poder fazer nada.
Cumpts.
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