Trabalhar como um galego. Um mouro de trabalho. Mas não conheço frase nenhuma que atribua tal vontade de trabalhar ao português. No entanto, no tal Brasil do Acordo Ortográfico, nomeadamente no Rio de Janeiro e até aos finais dos anos 50, chamavam aos portugueses que lá trabalhvam, depreciativamente, "galegos".
Ainda conhecí o que penso ter sido o último moço de fretes galego. Estacionava habitualmente, há-de haver um quarto de século, na R. dos Sapateiros, perto do Animatógrapho do Rossio, vestido a preceito, de chapa no boné e corda do ofício ao ombro, derradeiro personagem de um mundo extinto. De então para cá, para além de se terem invertido os fluxos migratórios, os actuais moços de fretes, lusos de nação, como já não "trabalham como galegos", dedicam o muito tempo livre à bufaria, como forma de manter viva esta tradição, profundamente enraizada e largamente praticada entre nós.
A.v.o.
Temos a inversão de papéis sim - aburguesámo-nos a ver telenovelas brasileiras, será? - os brasileiros são cá mais galegos que nós, que temo novos afazeres... Cumpts.
De
Luísa a 17 de Maio de 2008
Meu caro Bic, pensei que poderia ter sido o caso de quem se sente acima da lei, como um «intocável». Mas acho que lhe falta «dignidade». Acho que foi apenas o caso de quem espreita uma fuga à lei, como um «chico-esperto».
É isso mesmo que eu penso. Cumpts.
Meu Caro Bic: é que nem todos os moços de fretes são iguais: os de Bruxelas são recompensados com o tempo livre que lhes permita atirar-nos o fumo para a cara. Altas protecções, ou não estivessem a norte! Abraço
Mas não será caso para dizermos que o fumo fica à porta como os cães (salvo primeiros ministros)?
Cumpts.
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