Em menino era guloso. Dos bolos fui aprendendo o nome mas dos gelados da minha infância não tive tempo. Desse tempo em que a minha mãe mos comprava comigo apontando: -"Quero um destes!" - tenho uma vaga ideia de que, antes de haver Super Máxis, houve um gelado do género (chocolate e baunilha) que emparelhava com os Laranja e Ananás na forma (cf. 1971) e que depois acabou.
E ao depois acabaram também aqueles que tinham um copo com um pauzinho para empurrar por baixo.
E acabaram também com um que emparelhava com o Crispy, com menos amendoim por fora mas com frutinhas por dentro que uma vez - lembra-me - o Ti Nitas me pagou um lá na leitaria.
E por fim até acabaram com o Crispy.
E agora - não sei se sou eu, se é essa maluqueira da alimentação saudável que para aí vai - nem o Super Maxi tem já o mesmo sabor que tinha dantes.
Os cartazes (infelizmente ilegíveis) estão nas imagens de marca. Recordou-mos hoje a srª Dª C.C..
De Atentti al Gatti a 20 de Agosto de 2008
Bem lembrado o Rajá. Olhó Rajá - o melhor que há! Efectivamente a fábrica ficava no Arco do Cego, na R. D. Estefânia a tornejar para a Duque de Ávila, mais ou menos onde hoje está o restaurante "Siga la Vaca". Faleceu da mesma moléstia que também vitimou, pela mesma época, o vizinho cinema Ávila.
Também era o Rajá que dava os melhores brindes: soldados americanos e respectivo forte (para o pauzinho premiado) o "Franginhas" e seus pares, tendo como prémio os ditos e mais um teatro, com ranhuras no palco para as personagens, tudo em papel, etc.
Uma sentida homenagem às fábricas de gelados da R. Actor Vale: a Esquimaux, do lado da Alameda e a sua congénere na esquina da da Actor José de Almeida, já aquí faladas.
A.v.o.
De Bic Laranja a 21 de Agosto de 2008
O cinema não era o Avis? Lembro-me de nessa esquina havia algo da Carris.
E que acha do prédio que pousa nessa esquina hoje?
Cumpts.
De Atentti al Gatti a 22 de Agosto de 2008
Tive um lapsus memoriae. Era o Avis, sem dúvida. E devia lembrar-me, pois foi lá que ví "Trinitá, o Cowboy Insolente", p.ex. Alí se exibiu "Bobby, em lacrimejantes lotações esgotadas, nos inícios do cinema indiano em Portugal. Não simpatizo muito com o tal prédio de esquina, embora conceda que no meio da miséria que por aí vai, nem é dos mais feios. Quando o resto do quarteirão for demolido, os mamarrachos que se seguirão, farão dele um edifício bonito. A estação da Carris do Arco do Cego, situava-se frente ao cinema Avis,onde hoje está o jardim. Foi inaugurada em 1902. Em 1936, sofreu um corte de 9000m2 para possibilitar a construção da Casa da Moeda e em 1997 foi desactivada. Falou-se em instalar lá o Museu da Carris mas, por um daqueles estranhos negócios em que o património público fica ao serviço do capital privado, foi lá parar,estúpidamente, uma estação de camionagem, que teve vida efémera, porque a população local lutou tenazmente contra tão nefasto vizinho. Na quase total demolição, perdeu-se um belo edifício em tijolo "burro", que muito beneficiaria o jardim existente. Hoje, pouco mais há que o esqueleto do falecido "car barn", encalhado num relvado de duvidosa utilidade prática. Resta afogar as máguas, em frente, na cervejaria "Duas Amazonas".
A.v.o.
As instalações da Carris devem fazer água na boca a muitos. O museu da Carris teria sido uma belíssima solução que poderia ter mantido algumas linhas de eléctricos abertas nas avenidas. Tanto mega-projecto por aí e ninguém aparece com a grande obra de ressuscitas a via férrea da Carris. Cumpts.
De Atentti al Gatti a 24 de Agosto de 2008
Não a muitos. São poucos mas têm muito peso. Dão pelo nome de imobiliário. Mas isso é só uma parte dum problema mais vasto. Para começar, os administradores das empresas do sector empresarial do Estado, deviam ser pessoas conhecedoras e competentes e não amigalhaços diletantes, premiados permanentes na lotaria dos tachos. Voltando aos eléctricos: a carreira 28, a única digna desse nome feita com electricos clássicos, é uma mina de ouro em termos turísticos, mas só é verdadeiramente explorada pelos carteiristas. Os turistas, esses, fazem bicha nas paragens, à torreira do Sol, à espera de um eléctrico que leva que tempos a aparecer e ainda por cima vem à cunha. Exemplar. A C.P., para não ficar atrás, em vez de aproveitar o seu vasto potencial turístico-ferroviário, abandona-o, ou colecciona acidentes na fabulosa linha do Tua, que já nem sequer é feita em comboio clássico, ou faz umas viagens em comboio a vapor (que às vezes é a diesel) entre a Régua e Tua, mas só aos Sábados, de 31 de Maio a 4 de Outubro, a 43 Euros por cabeça, o que dá quase 1 Euro por Km. Se calhar, qualquer dia acaba-se, com a desculpa habitual da falta de passageiros, o que a estes preços não admira.
Há excepções: o sr. Fernando Pinto, administrador da TAP. Mas esse veio de fora. Foi fornecido pela Egor (uma agência de empregos) e tem-se aguentado lindamente numa altura particularmente difícil e sem mandar ninguém para o olho da rua. Ou melhor, mandou, mas era alguém que nunca lá devería ter entrado: um senhor chamado Falcão e Cunha que trocou o tacho da Expo pelo da transportadora aérea e que só sabia dizer que "aquilo não era um clube de aviadores e era preciso despedir pessoal". O mesmo senhor que, segundo foi noticiado, pediu uma declaração de insolvência. Pelos vistos nem o seu património soube gerir. É sintomático que os gestores públicos não cheguem a altos cargos no sector privado nem criem, eles próprios, empresas que se vejam.
Mas isto dá pano para mangas e eu, dizendo pouco, já me excedí muito, do que peço desculpa.
A.v.o.
Mas disse tudo. Seriemente e sem excesso. Cumpts.
Cem por cento de acordo, Sr. Gatti!
Que pena a surdez daqueles de quem fala…
Abraço
Luciana
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