A caminho de Lisboa, descendo de Linda-a-Velha pela auto-estrada do estádio intrigou-se-me no domingo a senhora com o que parecia ser uma árvore de Natal que se via na outra banda. Era a base do Cristo-Rei que estava iluminada, mas afinal não era nenhuma árvore de Natal.
O meu bom amigo Fernando C. trouxe-me hoje um recorte de imprensa. Notai a verborreia da notícia que passa ten-
ta passar a ignóbil apropriação do património como veste-se de luz, reabilitação urbana, imagem renovada, iniciati-
va, fórmulas criativas, e que diz tudo sobre o tipo de gente que promove este odioso tracto.
Quando me deu o recorte o meu amigo não conteve um enjoado "se o país era todo para vender...?"

Expresso,15 de Novembro de 2008.
Sem querer imputar culpas ao dono deste blogo, a quem, mais uma vez endereço os meus cumprimentos pelo excelente trabalho, permito-me duvidar do conteúdo da notícia do Expresso.
De facto, o Monumento do Cristo Rei é um monumento nacional, pelo que acompanho a posição dos que criticam a sua utilização para fins mercantis, mas não é propriedade nem está na alçada da Câmara Municipal de Almada, pertencendo sim ao Seminário do Cristo Rei, dependente do Patriarcado de Lisboa.
Não enjeito a possibilidade de a Câmara de Almada ter dado algum parecer favorável, mas nem sequer esta acção se encontra anuciada no seu programa de festejos para a quadra natalícia.
Penso estar correcto nesta avaliação e, se não o estiver, agradeço que me corrijam.
Volto a frizar que discordo por completo com a venda da imagem dos nossos monumentos para campanhas publicitárias, o que, ultimamente, tem sido hábito recorrente.
Com os melhores cumprimentos.
Não me espantaria que a notícia não fosse inteiramente verdadeira. Mas veja lá se a aparente notícia não é toda ela publicidade?
No mais estamos de acordo. Cumpts.
Onde não há meio de acender uma luzinha é nas cabecinhas ocas que pensam que a Luz a que o monumento alude está dependente de lâmpadas destas. Prova provada de que estão a precisar de levar uma lamparina.
Abraço, Caro Bic
Cuido que nem à chapada. Haviam de procurar logo patrocínio para alumiá-la.
Cumpts
(Olá Sr. Bic!)
Inacreditável...
Sim, o Paulo tem razão, uma lamparina bem dada, e o assunto estava resolvido!
Beijinho
Quando se toca no sagrado até somos ecologistas, (umas chapadas bem dadas é ecologico)os dirigentes da igreja precisam bem de umas lamparinas, bem dadas e outras para lhes esclarecer as ideias, vem para a missa com sermoes e depois vendem a alma ao diabo, estou a ver o quadro, depois do Futebol agora os "" monumentos historicos portugueses serem rebatizados : VISTEM O MOSTEIRO DE ALCOBAçA BOSCH , SANTUARIO DE FATIMA SAGRES( imaginem o negocio)e ja agora o PALACIO DE BELEM COCA COLA. So uma pergunta quandos os monumentos estao em ruina, sao precisos os nossos impostos para a restauraçao, e a publicidade é para tapar a miséria, quanto é que paga a samsuga a igreja? e para onde vai o dinheiro, para os pobres, meu Deus tantas perguntas, sem resposta.
Cumps
O palácio de Belém parece mais B.P.N....
E o que a marca de electrodomésticos paga chegará para a conta da luz? É que há tempos a EDP queria distribuir-me parte dos calotes.
Cumpts.
Fará provavelmente parte do afamado choque tecnológico.
Num país republicano, socialista e laico para que servirá o monumento católico? Toca de decorar e a malta bate palmas.
Não concordo mas que importa eu não concordar?
Abraço
Importa que estamos de acordo. No mais a religião é outra...
Cumpts.
De
Luciana a 20 de Novembro de 2008
Aqui vão as minhas propostas para o “embelezamento” do património lisboeta:
- Luzinhas em forma de telemóvel, na Torre de Belém, para celebrar as novas formas de navegação.
- Árvores de Natal em todas as rotundas e estátuas, decoradas com os livrinhos dos recentes “vultos literários” portugueses.
- Um presépio vivo em frente ao Teatro Nacional, no Rossio, formado pelos professores com excelente na nova avaliação (e quem ficará de menino Jesus?).
And so on, and so on, and so on…
Abraço
Luciana
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