Tenho no porta-moedas três moedas de Euro. Duas têm cunhado o soberano espanhol e uma tem cunho português. É dos livros que uma das marcas de soberania é cunhar moeda. É irónico, pois, que na troca da moeda nacional pelo Euro alguém haja escolhido o sinal rodado da chancelaria de D. Afonso Henriques. A verdade é que na voragem da soberania até o primeiro símbolo régio de Portugal foi tragado. Nem sei se foi estupidez grosseira, se requintada malvadez. De todo o modo, como marca da soberania portuguesa, nos euros, é um logro.
Há tempos vieram cá uns da Europa para um certo tratado. A enorme bandeira nacional que drapejava no alto do Parque Eduardo VII em Lisboa (das poucas coisas que o triste Santana Lopes fez com jeito) foi substituída por uma azul com 12 estrelas. Neste episódio não há a menor dúvida. Dada a deposição da bandeira, o tal tratado é de rendição. Só pode.
Hoje ouvi regozijo por uma decisão dum tribunal estrangeiro a favor do monopólio do jogo da Santa Casa. Uma das primeiras noções de Direito que tive, ainda no liceu, foi que os tribunais eram órgãos de soberania. Pois se a cá houvesse, seria um qualquer tribunal português a decidir sobre o que a rainha D. Maria I, soberana de Portugal, mandou que se fizesse há mais já de 200 anos. Mas, como já vimos acima, uns quantos tratantes depuseram a bandeira. O tribunal estrangeiro manda.
Fala-se muito agora numa certa asfixia. Dizem-na democrática. - Que falta de ar tão limitada! Deve ser apneia do sono.
« D. Afonso Henriques, que recebeu o cognome de "Conquistador" morreu em 1185 com a idade de 76 anos. Foi ele o fundador da Nacionalidade Portuguesa, cuidando, ainda, de dilatar o território, e dando-nos a verdadeira expressão de grande Povo independente. Veneremos a sua memória.»
História de Portugal, 13ª ed., Agência Portuguesa de Revistas, [s.l.], 1968. Il.: Carlos Alberto.
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