Há dias quando publiquei algo sobre a embaixada da R.D.A., ao Alto do Pina, alguns comentários parecia que davam o mote para algo mais aqui sobre o lugar e sobre o benemérito Raul Alves Fernandes, que ali morara e dali fundara a sua obra de caridade.
Da sua residência 'rodeada de vegetação alta', como a descreveu o benévolo leitor Attenti, encontrei uma imagem no Arquivo Fotográfico da C.M.L. (acima), tomada dum dos prédios de esquina da Alameda com a Rua Actor Vale. Quem conheça o lugar reconhecerá certamente a casa no fim do corpo de edifícios mais baixos que se estende para a direita da torre da igreja . Esta igreja, dos Santos Doze Apóstolos - obra sua, juntamente com o asilo "A Caridade" (1928) e o preventório de São José (1957?) -, dá a fachada para a Rua Barão de Sabrosa. É dessa rua a imagem abaixo, em que se vê só parte da casa.
Sobre Raul Alves Fernandes (1888-1961) não se acha grande informação na rede. O Geneall.net, dá elementos sumários da família; aí se pode ver que o benemérito foi avô materno da cravista Cremilde Rosado Fernandes e do prof. Raul Miguel Rosado Fernandes, como de resto, aliás, o amigo Fernando C. nos já informara. A página da freguesia do Alto do Pina, porém, desconhece-o. A sua obra de caridade marcou a história do lugar - mereceria algumas linhas na página da Junta, talvez...
Um seu feito como comandante da marinha mercante durante a Grande Guerra que pude ler num artigo gentilmente enviado pelo prezado Fernando C., merece aqui, creio, mais estas poucas linhas a seguir:
Em 1917 o navio que comandava (o vapor Tungue - diz que dos melhores da nossa marinha) foi atingido por um torpedo alemão. Com coragem e sangue frio, Raul Alves Fernandes conseguiu salvar todos os que tinha a bordo e salvar-se a si mai-los valiosos haveres que lhe haviam sido confiados. O feito mereceu-lhe honras da marinha francesa, inglesa, italiana e japonesa, que escoltavam o Tungue. De temperamento despojado, as altas condecorações que recebeu nunca as usou.
Ficou sepultado no talhão dos Comabatentes [Combatentes] da Grande Guerra no Alto de S. João.
Fotografias: Judah Benoliel (ant. 1957) e João H. Goulart (1967), in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
(Revisto às 10h15 da noite.)
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