«Por coindicência estava nessa época [1992] a ser preparado em Torres Novas, terra onde nascera Carlos Reis, um espaço nobre a que a Câmara Municipal de então tinha intenção de dar o nome de Museu Carlos Reis [...]
Durante as jornadas em Torres Novas, foi-me apresentada a Senhora Doutora Augusta Maia, formada em História de Arte, que teria sido encarregue pela Câmara Municipal de escrever um livro sobre Carlos Reis. A Dr.ª Augusta Maia pediu-me acesso à documentação que a família de Carlos Reis possuísse, ao que acedi com prazer e sem restrições.
A Dr.ª Augusta Maia revelou um profundo interesse por Carlos Reis, além do naturalmente relacionado com o seu compromisso por, segundo disse, ter recebido intensa mentalização no sentido contrário quando da sua passagem pela Universidade em Lisboa, o que lhe teria aguçado a curiosidade de aprofundar o seu conhecimento sobre o artista e o homem tão "mal amado" no seu curso de História de Arte...
Uma visita a livrarias e o folhear de algumas páginas de autores "considerados eruditos", como Augusto França, bastaram para confirmar o que dissera a Drª Augusta Maia... (*)
Tudo passou , então, a bater certo e a confirmar que, infelizmente, o presente não é de todo diferente do que tantas vezes ouvi de meu Pai no que respeita a às tentativas de condicionar a memória artística dos portugueses por desinformação, omissão ou eliminação progressiva da presença visual ou escrita, daqueles artistas cujo perfil artístico, postura pessoal ou política não correspondesse aos desígnios dos "ditadores" das artes... (**)
[...]
Com desaparecimento dramaticamente prematuro da Drª Augusta Maia e não tendo tido conhecimento de terem tido sequência as intenções da Câmara Municipal de Torres Novas no que respeita ao livro sobre Carlos Reis, decidi tomar essa tarefa em minhas mãos, o que explica estar agora aqui convosco, por devoção a meu Avô, a meu Pai e à Verdade, no cumprimento do dever que me impus.»
Pedro Carlos Reis, Carlos Reis, A.C.D. Editores, [s.l.], [2006], p. 13 e ss..
(Imagem: Leiloeira Côrte Real)
(*) Se necessário fosse, cinco fugazes menções a Carlos Reis no vol. III da História da Arte Portuguesa sem reprodução de nenhum quadro do pintor corroborariam esta asserção.
(**) O desígnio tem resultado notório. Cf. a enciclopédia popular para comprovar como sem ovos não se fazem omoletes.
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